A força do povo, é “só” isso com que Lula conta.
Excitadíssimos com a “certeza” de que Lula será excluído das eleições, os diretores do Datafolha se dedicam a analisar espólios eleitorais do ex-presidente.
D. Maria Maluf produziu o filho Paulo, mas também produziu uma das melhores frases da política: não se depena a galinha ainda viva.
Sem dados mais detalhados, o “datafolhistas” dizem que Lula está praticamente circunscrito aos pobres: “dos 36 pontos que Lula chega a ter no primeiro turno, 16 vêm dos que têm menor renda no Sudeste e Sul, enquanto 14 vêm dos pobres do Nordeste e 3 dos estratos correspondentes do Norte e Centro-Oeste”.
Estes 36 “pontos” pobres são 36% dos brasileiros. Os “apenas” 3 pontos que dizem que Lula alcança entre os que têm renda superior a 5 salários mínimos são, entretanto, um quinto dos 15% de peso – é, só 15 entre cada 100 brasileiros pertencem a famílias com renda superior a R$ 4.686.
Os resultados de 2° turno e a queda brutal no índice de rejeição que atribuem ao ex-presidente (agora em 40%, o que, no clima passional que criou-se quanto a ele importa, também, pelos 60% que não o rejeitam) impõem a conclusão obvia de que a destruição judicial de Lula não funcionou.
Respingou, agora já em manchas evidentes, até no “santo” Sérgio Moro, porque o carrasco já “perde” na praça pública para aquele que se prepara para degolar.
Ele é, não importa se o tornem réu a oitava, a nona ou a décima vez, o franco favorito em eleições livres, de onde não seja excluído à força. Nunca vi mais personificada a frase pitoresca de Leonel Brizola: “eu sou igual a pão de ló, quanto mais me batem, mais eu cresço”.
E tão óbvio quanto, é que eleições sem Lula vão arrancar qualquer conteúdo de legitimidade da disputa e, caso aconteçam, vão produzir um presidente que, das duas, uma: será um fantasma amaldiçoado ou uma mera projeção do ex-presidente, ambas situações terríveis, porquanto falsas.
Os datafolhistas, porém têm alguma razão. Lula não tem senão a força do povo. Tudo o mais – o dinheiro, o Santo Ofício da Justiça, a mídia, as “instituições”, a politicalha do Congresso – é contra ele.
E, no entanto, lidera com o dobro de intenções de voto dos factóides que contra ele se produziram: Bolsonaro, o brucutu; Marina, a ressentida; Doria, o filhinho de papai e até seu colega de poodleÁlvaro Dias.
É que a força do povo é imensa e inacreditavelmente resistente a tudo o que se faz para desacraditá-la, tachando-a de “populismo”, irracional impulso de massas cegas pelo fanatismo.
Cegas, nada, estão vendo o que muita gente letrada e culta não consegue enxergar: que não há nada que impeça mais este país de crescer, desenvolver-se, ser digno e feliz que esta crosta que nos asfixia, em nome de um “mercado” onde o que se vende e retalha impiedosamente é a vida humana e o direito do Brasil a tornar-se uma Nação.
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