Folha de S. Paulo - Coluna Painel Por Daniela Lima
O PT no Senado quer que o TCU apure o adiamento da divulgação da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), do IBGE. O estudo é usado na atualização do cálculo da inflação e deveria ter saído mês passado. A sigla questiona os riscos e prejuízos decorrentes do atraso e de supostas ingerências nas estatísticas.
O IBGE teve o orçamento reduzido e está sob forte crítica de acadêmicos por ter encolhido o questionário do Censo de 2020.
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A Polícia Federal realiza mais uma fase da Operação Lava Jato, A 64ª, na manhã desta sexta-feira (23/08/2019) com o objetivo de apurar quem seria os beneficiados que aparecem na planilha que ficou conhecida como Programa Especial Italiano, organizada pelo setor de propinas da Odebrecht.
Os agentes cumprem 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo e no Rio de Janeiro, expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná.
As investigações tiveram início com o acordo de colaboração premiada do ex-ministro Antonio Palocci. Além de as investigações tentarem esclarecer quem são os beneficiários com os pagamentos e a forma como eram feitos, a PF busca esclarecer a existência de corrupção que envolver o banco BTG Pactual e Petrobras na exploração do pré-sal em um projeto no continente africano.
De acordo com a PF, a prática pode ter lesado os cofres públicos em mais de US$ 1,5 bilhão, algo em torno de R$ 6 bilhões.O objetivo desta fase é identificar os beneficiários da planilha “Programa Especial Italiano”, gerida pelo setor de propinas da Odebrecht, como eram feitas as entregas de valores ilícitos a autoridades.De acordo com aPF, a prática pode ter lesado os cofres públicos em mais de US$ 1,5 bilhão, algo em torno de R$ 6 bilhões.
A operação que tem nome Pentiti faz referência a um termo empregado na Itália para designar pessoas que integraram organizações criminosas e, após a prisão, decidiram se arrepender e colaborar com as autoridades para o avanço das investigações.
Folha de S. Paulo - Coluna Painel Por Daniela Lima
A ponta solta que mais ameaça a equação do presidente é a política ambiental. Um bloqueio externo teria fortíssima repercussão no agronegócio, setor que é caro a Bolsonaro e altamente representado no Congresso.
Cobrados nas redes, integrantes do Novo não descartam recurso ao conselho de ética contra a permanência de Ricardo Salles (Meio Ambiente) na sigla.
Tá ruim – Pesquisa do instituto Ipsos revelou, ontem, que o presidente Bolsonaro é o terceiro líder mais reprovado da América Latina, atrás apenas dos dirigentes de Cuba e Venezuela, países em frangalhos. Foram avaliados governos de 14 países entre os dias 27 de junho e 24 de julho.(Magno Martins) Madalena França
Após sofrer críticas do presidente francês Emmanuel Macron, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou na noite desta quinta-feira (22) um despacho que determina que toda equipe ministerial adote medidas de combate à série de queimadas na floresta amazônica.
O documento, que também prevê que as pastas ministeriais façam um levantamento dos focos de incêndio, foi assinado durante reunião de emergência promovida pelo presidente, no Palácio do Planalto. O encontro teve as participações dos ministros da Casa Civil, Meio Ambiente, Defesa, Agricultura e Relações Exteriores.
Para dar uma resposta à cobrança mundial, Bolsonaro também deve convocar nesta sexta-feira (23) uma reunião com toda a equipe ministerial para discutir iniciativas que podem ser adotadas para reduzir os danos florestais e evitar maior desgaste à imagem do país.
Nesta quinta-feira (22), o presidente francês convocou, por meio das redes sociais, os países membros do G7 a discutirem a série de queimadas na floresta amazônica e classificou os incêndios criminosos de uma crise internacional.
O Palácio do Planalto tem minimizado o chamado de Macron e o classificado como uma “ameaça sem sentido”. A aposta do entorno do presidente é de que, mesmo que o assunto seja discutido, o Brasil terá o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como aliado para barrar qualquer possibilidade de retaliação ao país.
“O Macron não tem conhecimento do que está passando aqui, né. E essa questão das queimadas ocorrem em todo o período seco. Normalmente, ocorrem junto das cidades, junto de Manaus, Porto Velho, Rio Branco. Áreas meio degradadas”, disse à Folha, o vice-presidente Hamilton Mourão.
Em live, nas redes sociais. Bolsonaro disse que o governo está buscando informações sobre a origem dos incêndios. Ele reconheceu que o desmatamento tem crescido, mas disse que não é fácil combater o problema, e sinalizou preocupação com eventual retaliação ao país.
“[Quero] dizer aos repórteres, aqueles que vão usar a parte, não todos, mas uma minoria que vai usar o que eu estou dizendo aqui para maldade, [vou] dizer a vocês: estamos no mesmo barco. A nossa economia está escorada nas commodities. Se o mundo resolver nos retaliar, e a economia nossa bagunçar, todos vocês repórteres vão sofrer as consequências”, disse.
Depois de Jair Bolsonaro deixar claro que é ele quem manda na Polícia Federal, e não Sergio Moro, auxiliares cobraram do ex-juiz uma atitude, mas ele não fará nada. Moro avalia que, mesmo tendo perdido todas as batalhas dentro do governo, Bolsonaro terá que ter o ônus de demiti-lo
Atualizado em 23 de agosto de 2019, 04:58
247 – "O ministro da Justiça, Sergio Moro , deve aguentar calado derrotas e desautorizações públicas a que vem sendo submetido pelo presidente Jair Bolsonaro . O chefe do Executivo terá que assumir o desgaste de demitir o ministro mais popular da Esplanada se quiser ver Moro fora do governo e, claro, explicar os motivos da demissão. Quem diz isso são pessoas que convivem com o ministro", informa o jornalista Jailton de Carvalho, em reportagem publicada no Globo.
Ontem, Bolsonaro humilhou Moro publicamente, ao deixar claro que vai interferir na Polícia Federal e em outros órgãos de combate à corrupção. O interesse de Bolsonaro é blindar a si e ao clã presidencial em relação ao caso Queiroz. Saiba mais abaixo:
247 - Jair Bolsonaro demonstrou mais uma vez que vai interferir na Polícia Federal e ameaçou demitir o diretor-geral Maurício Valeixo, que foi indicado por Sérgio Moro, ameaçando abrir uma nova crise que poderá resultar na saída do governo do ex-juiz e atual ministro da Justiça. “Se eu trocar hoje, qual o problema? Se eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei. Eu que indico, e não o Sérgio Moro [ministro da Justiça]. E ponto final. Qual o problema se eu trocar hoje ele? Me responda”, disse Bolsonaro à imprensa nesta quinta-feira (22).
A declaração de Bolsonaro vem em meio aos questionamentos acerca da troca do superintendente da PF no Rio de Janeiro, anunciada por ele neste mês.A substituição foi vista como uma tentativa de abafar o caso Queiroz, na qual o senador Flávio Boslonaro, também está entre os investigados. (Leia no Brasil 247)
“Agora há uma onda terrível sobre superintendência. Onze foram trocados e ninguém falou nada. Sugiro o cara de um Estado para ir para lá, “está interferindo”. Espera aí. Se eu não posso trocar o superintendente, eu vou trocar o diretor-geral. Aí é... Não se discute isso aí”, disse.
“Se eu for trocar diretor-geral, ministro, o que for, a gente faz na hora certa. Não pretendo trocar ninguém, por enquanto está tudo bem no governo. Agora, quando há uma coisa errada, chamo, converso e tento botar na linha”, emendou
Ainda segundo Bolsonaro, a decisão de manter ou não o subordinado compete a ele.” É decisão minha, a hora que eu achar correto. Se é para não ter interferência, o diretor anterior, que é o que estava lá com o Temer, tinha que ser mantido. Ou a PF agora é algo independente? A PF orgulha a todos nós, e a renovação é salutar, é saudável”, comentou.
Jair Bolsonaro conseguiu uma proeza. Mobilizou a opinião pública mundial contra o Brasil em um grau e numa velocidade inacreditáveis.
É mesmo provável que o número de queimadas e a área desmatada no país tenha crescido com seu discurso de tirar a fiscalização ambiental “do cangote” de fazendeiros, garimpeiros e madeireiros. E, ainda mais, com o clima de terror que ele impôs aos servidores dos órgãos fiscalizadores, vários deles já punidos com transferências para longe de seus locais de trabalho.
Tudo o que está ocorrendo, por pior que seja, porém, não chega nem perto da repercussão que a idiotia presidencial conseguiu dar ao tema.
A imagem do nosso país – lembram, generais, a importância que os senhores davam a isso? – está torrando pelo mundo afora.
Um vídeo da Reuters tem meio milhão de acessos, dizendo que “onda enorme [ de queimadas] veio depois de Jair Bolsonaro tomar posse em janeiro”.
O The New York Times diz que ” o desmatamento da Amazônia aumentou rapidamente desde que Bolsonaro, eleito em outubro, tomou posse e seu governo cortou os esforços para enfrentar atividades ilegais na floresta tropical”.
A inglesa BBC também divulga vídeos, assim como a rede de televisão norte-americana NBC, o francês Le Monde faz o mesmo, dizendo que Bolsonaro é uma ameaça à Amazônia.
Os prejuízos que os incêndios e o desmatamento da Amazônia trazem são imensos, mas vão muito além de árvores e bichos queimados. Tornaram o Brasil e seu governo “malditos” no mundo, ao contrário dos tempos em que atraíamos a solidariedade da opinião pública mundial.
Não é verdadeira a “máxima” de que um país não tem amigos, tem interesses. Amizade é a primeira porta para os negócios e Jair Bolsonaro está nos transformando em um país que, em lugar de encantar, horroriza o mundo.(Tijolaço)
Por Madalena França
Ruralista já prevê boicote ao Brasil em razão da destruição da Amazônia por Bolsonaro
"Vai custar caro ao Brasil reconquistar a confiança de alguns mercados internacionais". Quem afirma é o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Brito. A declaração reflete a preocupação dos ruralistas com o aumento do desmatamento da Amazônia no governo Jair Bolsonaro. "É questão de tempo" para um boicote a produtos do Brasil, avalia. O agronegócio movimenta mais de R$ 1,2 trilhão ao ano
247 - "Vai custar caro ao Brasil reconquistar a confiança de alguns mercados internacionais". Quem avalia é que o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o goiano Marcello Brito, CEO da Agropalma. A declaração reflete a preocupação dos ruralistas com o aumento do desmatamento da Amazônia no governo Jair Bolsonaro. "É questão de tempo" para um boicote a produtos do Brasil, avalia. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) havia alertado que a destruição em junho cresceu 88% e em julho 278% na comparação com iguais períodos de 2018. O agronegócio movimenta mais de R$ 1,2 trilhão ao ano e contribui com mais de 20% do PIB.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o ruralista demonstra as dificuldades de Bolsonaro em afinar as ideias com o setor. Para Marcello Brito, o agronegócio não precisa avançar sobre as terras indígenas, as ONGs não são o inimigo ("são mais um player da economia), a preservação custa (e os produtores deveriam ser remunerados por isso) e "a riqueza bioeconômica da Amazônia é incalculável".
Por conta da destruição acelarada da Amazônia, a Alemanha anunciou a suspensão de quase R$ 155 milhões destinados a projetos de preservação ambiental no Brasil e a Noruega anunciou o bloqueio de cerca de R$ 133 milhões, destinados ao Fundo Amazônia. Este último país (escandinavo) é o maior financiador do fundo de proteção da Amazônia tendo doado cerca de R$ 3,69 bilhões para utilização em projetos de conservação ambiental em dez anos.
De acordo com o presidente da Abag, "a alta do desmatamento é resultado de percepção". "Se se encara que a fiscalização diminuiu - e vamos ser sinceros, não diminuiu só por parte do governo federal, mas também pelos governos estaduais, porque está todo mundo quebrado. Se o presidente insiste em dizer que ambiente não é o foco dele, passa-se a percepção ao pessoal que pode desmatar", complementa.
O dirigente afirma que a destruição da Amazônia "começa a mobilizar setores do agro que sabem que vai dar problema de acesso a mercado, no preço do produto". "Quando se personifica um setor como tudo que há de ruim em termos ambientais, ninguém ganha. Ataca-se o valor direto do seu produto. A pergunta é: a quem interessa transformar o Brasil em um pária ambiental do mundo?", pergunta.
Questionado pela reportagemse "é questão de tempo que parem de comprar do Brasil",o presidente da Abag foi taxativo: "É questão de tempo".