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quarta-feira, 6 de novembro de 2019

O FIM DO BRASIL: ENTIDADES DE ENGENHEIROS DENUNCIAM QUE O LEILÃO DO EXCEDENTE DA CESSÃO ONEROSA DA RESERVA SERÁ UM DANO IRREPARÁVEL AO BRASIL




Engenheiros, geólogos, ex-diretores da Petrobras e professores universitários representados no Clube de Engenharia, na Associação dos Engenheiros da estatal e no Instituto de Energia e Ambiente da USP intensificaram esforços para esclarecer a população e barrar na Justiça o leilão marcado para esta quarta-feira 6 das áreas mais ricas do pré-sal, os campos gigantes e supergigantes do chamado excedente da cessão onerosa. Caso a venda se realize, provocará prejuízo de até 1,2 trilhão de dólares e um rastro de destruição na economia, calcula o Instituto de Energia e Ambiente da USP, em nota técnica assinada pelos ex-diretores da Petrobras Ildo Sauer e Guilherme Estrella.
A desistência das gigantes estrangeiras BP e Total, notícias sobre efeitos negativos do desaparelhamento da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) para o gerenciamento dos contratos complexos originados a partir da licitação e questionamentos de participantes sobre o modelo geraram dúvidas no próprio governo sobre o êxito da operação.
“Precisamos entender o que acontece no Brasil e em especial, o Brasil precisa se informar sobre a gravidade do crime contra o povo brasileiro que se comete com o desmonte da Petrobras e a entrega do nosso petróleo para as empresas estrangeiras”, chama atenção o Clube de Engenharia em editorial do jornal da entidade. “O que não é dito para a população é que, caso esse leilão se concretize, o País estará dando mais um passo para jogar no lixo da história a sua posição de detentor da maior jazida petrolífera do planeta, conquistada com a descoberta, em 2008, do pré-sal.” Posicionado entre os maiores produtores de petróleo do mundo, diz a entidade, o País comemorou naquela ocasião a “perspectiva de um acelerado crescimento econômico, soberano, com justiça social e garantia de vida digna para a população brasileira.”

A Petrobras planejou extrair da exploração pré-sal o máximo benefício para a sociedade brasileira mas, para isso, precisava fortalecer-se e capitalizar-se para investir pesadamente na sua extração, refino e distribuição. A forma engenhosa encontrada para arrebanhar o maior montante possível de recursos foi aumentar o capital integralizando a parte da empresa com a cessão de blocos do próprio pré-sal, pois se entrasse com sua parte em dinheiro, reduziria o montante para investir, detalha o Clube de Engenharia:
“Para maximizar os benefícios, para o Brasil e para os brasileiros, obtidos com a exploração do pré-sal, foi aprovado no final de 2010 o Regime de Partilha (Lei nº 12.351 de 22/12/2010) para a produção nessas reservas. Visando fortalecer a Petrobras para liderar a exploração do pré-sal, a União, sua maior acionista, promoveu o aumento de seu capital social. Isso ocorreu subscrevendo a parcela que lhe cabia com a cessão de blocos do pré-sal com reservas estimadas em 5 bilhões de barris equivalentes de Petróleo. Essa operação, denominada cessão onerosa, propiciou à Petrobras aumentar seu capital social também com um aporte significativo dos acionistas minoritários, resultando na maior oferta que se conhece, cerca de 70 bilhões de dólares ao câmbio da época.”
A boa surpresa foi que o investimento da Petrobras em exploração durante décadas, ao contrário das multinacionais detentoras de concessões, que não fizeram desembolsos para não correr riscos, premiou a empresa brasileira com a descoberta do triplo do que havia sido projetado e em vez de 5 bilhões de barris de petróleo, constatou-se um total de 15 bilhões e é o excedente daquela estimativa que, em vez de ser incorporado ao patrimônio da companhia, o governo, seu acionista majoritário, resolveu oferecer para as concorrentes estrangeiras, como detalha o Clube de Engenharia:
“As pesquisas realizadas nestes blocos resultaram em uma reserva comprovada cerca de três vezes maior. Ao invés de tomar as providências societárias para manter esse excedente no patrimônio da Petrobras, o governo atual resolveu vender esse excedente em um leilão do pré-sal. Além disso, foram feitas durante o governo Temer mudanças na legislação que retiram da Petrobras, dentre outros direitos, o de atuar como operadora única na exploração do pré-sal. Com o megaleilão previsto para vender o excedente da cessão onerosa, o governo estima arrecadar cerca de 106,6 bilhões de reais. Consuma-se portanto uma perda extraordinária para o Brasil e os brasileiros”, dispara a entidade
É preciso buscar todos os caminhos, prossegue, inclusive o judicial “no sentido de alertar a sociedade brasileira, alertar o País, para o crime que está se cometendo vendendo a nossa soberania por migalhas.”
O Clube de Engenharia e a Associação dos Engenheiros da Petrobras consideram o pedido de falência da Odebrecht, a maior construtora brasileira e uma das maiores do mundo, integrante da cadeia produtiva de óleo e gás, “um fato dramático para a engenharia brasileira. A nossa engenharia estava presente em 41 países, nos Estados Unidos, em toda a Europa, na África, no Oriente Médio”.
“É de uma ignorância absurda”, sublinham os engenheiros, “criticar a exportação de serviços para Angola, uma imensa província petrolífera. Se nós lá não estivermos, estará a China. Quando entramos na Venezuela não havia o bloqueio que estrangula a sua economia e por isso ela deixou de pagar. Isso não se fala.”
“Cuba é um colosso comercial na cara da costa leste americana. Isto estava em mãos brasileiras, no canal de Panamá que foi recém-duplicado. Será o principal entreposto para comercialização de produtos da Ásia para a costa leste americana. Isso não era só engenharia brasileira, era equipamento brasileiro. E está sendo destruído.”
Cabe acrescentar que, em consequência da ação destrutiva do governo, da diretoria da Petrobras e da Operação Lava Jato, o País saiu do ranking das empresas de engenharia da América do Sul. O Clube de Engenharia lamenta: “Perdemos para o Chile. Há cinco anos éramos o primeiro na América Latina, com mais faturamento que os demais países do continente. Hoje ficamos abaixo do Chile, o maior faturamento de engenharia da América do Sul, que tem população menor que São Paulo. A sociedade brasileira não está vendo isto! Estávamos em 41 países e agora vamos precisar de engenharia estrangeira, porque a nossa está destruída. Destruída e calada. É preciso reagir à venda de nossas riquezas e à destruição da nação brasileira.”
Com informações de Carta Capital
E do Professor Edgar Bom Jardim - PE
Postado por Madalena França

Plano de Guedes só é possível sob uma ditadura


A leitura dos comentaristas de política e de economia tem, com mais ou menos ênfase, uma unanimidade: exceto por pedaços “selecionados” as propostas contidas no pacote de emendas constitucionais apresentado ontem por Paulo Guedes – Jair Bolsonaro não parece ter noção exata do que se propõe e logo se verá, nas primeiras reações, como lançará ao mar pedaços do plano.
O mais provável é que se cuide, apenas e com modificações, da “emergência fiscal”, versão revista e ampliada da “PEC do Teto”, descrita, na entrevista que deu à Folha na segunda-feira com um simplório ato de “apertar um botão que trava a despesa e chove receita”. Nem a despesa se pode travar com um botão, ao menos sem graves consequências para a máquina pública, nem receita cai do céu sem aumento da atividade econômica (e leva tempo) ou aumento de impostos, fatal para uma economia exangue.
Há, no projeto, coisas que misturam lenda e desastre. A história dos fundos que se vai extinguir tem de ambos.
Será que alguém acha que há maços e maços de notas de R$ 100 reais guardados em caixinhas, somando os R$ 200 e tantos bilhões que se vai “destravar”. Esta conta é escritural, é óbvio e o dinheiro gira. Ao que parece a ideia é desvincular da receita da União os aportes obrigatórios e, na ponta dos recursos havidos, desvincular o uso em projetos de fomento hoje obrigatórios.
Sim, porque não se tem falado no sobrenome completo destes fundos: fundos constitucionais de financiamento. Embora estes não estejam alcançados na proposta do governo, os fundos criados por leis complementares seguem a mesma dinâmica.
Da lenda, ao desastre: a depender de como será praticado o “destravamento”, corta-se o fluxo de financiamento dos investimentos, que tem caráter pró-cíclico (mais atividade, mais receita, mais aportes nos fundos, mais crédito) e abre-se a porteira para que isso seja destinado à máquina de enxugar gelo da redução da dívida pública.
Ou seja, estes recursos não serão lançados no financiamento da economia produtiva. O caso mais gritante é o Fundo de Amparo do Trabalhador, o FAT, que vai tirar R$ 20 bilhões da disponibilidade de crédito do BNDES.
A redução do número de municípios, é a visão geral, entrou no projeto apenas para sair dele e a redução em 25% da remuneração dos servidores públicos – da qual, nem é preciso falar, excluir-se-ão as categorias “bacanas” (juízes, promotores, militares, policiais parlamentares, auditores, etc) – será mais uma fonte de conflitos e precarização ainda maior dos serviços públicos de ponta do que uma solução para as folhas de pagamento insustentáveis.
Há muito mais coisas no pacotão para digerir, mas fico nisso, por enquanto.
O fato concreto é que as medidas seguem no sentido do arrocho e da recessão e só não serão uma imprudente guinada nas regras da economia porque, provavelmente, vão arrastar-se no Congresso. Adotadas, são um convite para que o país chegue de fato ao modelo chileno, mas este que ganha as ruas de Santiago, não o dos Chigago Boys – entre eles o próprio Guedes – que fundaram a reforma pinochetiana por lá.
Que nasceu com um ditadura, lembrem-se, e contorce-se de morte na democracia.(Tijolaço)
Postado por Madalena França

Plano Guedes é o AI-5 de Bolsonaro na economia dos mais pobres

O professor e economista Guilherme Santos Mello, da Unicamp, com razão, classificou o Plano Guedes o AI-5 do presidente Jair Bolsonaro na economia do Brasil.
Segundo o catedrático, o plano de Bolsonaro e Guedes anunciado ontem como “Plano mais Brasil” reúne um conjunto de medidas que na prática suspendem os direitos sociais e o arranjo federativo previstos na Constituição Federal de 1988.
A despeito da festa da Globo, Folha, Bolsonaro e até de ‘setores da esquerda’ [juntos e shallow now?], alerta Santos Mello, foi da mesma forma que o AI-5 suspendeu os direitos políticos e interferiu diretamente no “pacto federativo”.
“O plano Guedes suspende os direitos sociais e aniquila milhares de municípios.”
De acordo om o professor da Unicamp, o plano Bolsonaro/Guedes ataca o funcionalismo público e possibilita a redução salarial de até 25%, qual seja, vem aí o maior arrocho da história deste País.
Para saúde e educação, em perspectiva, a longo prazo, o pacote é uma tragédia porque “simplesmente extingue o PPA (Plano Plurianual) e acaba com vinculações, obrigação de gastos e fundos voltados para educação e saúde.”
O professor e economista ainda denuncia o darwinismo econômico contido no plano de Bolsonaro e Guedes, aplaudido pela mídia bolsonarista e setores ditos de esquerda.
“Guedes propõe destruir qualquer vínculo de solidariedade entre os entes federados, promovendo uma espécie de “cada um por si” federativo, onde só sobreviverão os estados e municípios ricos”, aponta Guilherme Santos Mello.
Leia a íntegra da análise:
PLANO GUEDES: O AI-5 ECONÔMICO.
Guilherme Santos Mello*
O plano de Bolsonaro e Guedes anunciado ontem como “Plano mais Brasil” reúne um conjunto de medidas que na prática suspendem os direitos sociais e o arranjo federativo previstos na Constituição Federal de 1988. Da mesma forma que o AI-5 suspendeu os direitos políticos e interferiu diretamente no “pacto federativo”, o plano Guedes suspende os direitos sociais e aniquila milhares de municípios.
Em primeiro lugar, ele foi criado para ativar os “gatilhos” previstos na EC 95, que de tão mal redigida, simplesmente tem gatilhos fajutos, já que a formulação do orçamento tem que seguir a imposição do teto de gastos. Esses “gatilhos”, agora acionados no caso de não cumprimento da “regra de ouro” (que não vem sendo cumprida há tempos), visam promover um enorme arrocho dos gastos públicos, com foco particular no funcionalismo. O mais curioso é que não há diferenciação: o juiz que ganha 40 mil e o professor que ganha 2 mil serão alvo do mesmo arrocho, abrindo-se a possibilidade de redução salarial de até 25%.
Em segundo lugar, o plano “Mais Brasil” acaba de uma vez por todas com a possibilidade de planejamento de longo prazo no Brasil. Ela simplesmente extingue o PPA (Plano Plurianual) e acaba com vinculações, obrigação de gastos e fundos voltados para educação e saúde. Na prática, a EC 95 já havia reduzido, no longo prazo, o financiamento desses serviços públicos. O que o plano Guedes busca é destruir de maneira ainda mais acelerada os serviços públicos universais de educação e saúde, redirecionando estes recursos para o pagamento de juros da dívida pública.
Por fim, depois de proibir gastos, desvincular receitas, raspar o que sobrou dos fundos públicos e desvalorizar o servidor público, Guedes propõe destruir qualquer vínculo de solidariedade entre os entes federados, promovendo uma espécie de “cada um por si” federativo, onde só sobreviverão os estados e municípios ricos. Ele chega ao descalabro de simples “extinguir” milhares de municípios, que se tornarão distritos de municípios maiores e pobres a quilômetros de distância e que já tem seus próprios problemas para resolver.
Nem os pequenos empresários vão escapar, já que o plano prevê uma forte redução das desonerações, que certamente devem atingir o SIMPLES, a folha de salário e até a cesta básica.
Em suma, o plano é a revogação da CF88 no capítulo dos direitos sociais e do pacto federativo. É um descalabro que só poderia surgir de uma mente autoritária, que não sabe o que é o Brasil e quer implementar uma ideologia atrasada que ele aprendeu na década de 60/70. Guedes e Eduardo Bolsonaro tem exatamente isso em comum: Sentem saudades do AI-5, cada um a sua forma. O mais assustador é ter gente que acha que AI-5 nos direitos políticos não pode, mas na economia “é o preço a se pagar pela estabilidade”. Já ouviram esse discurso antes?
*Guilherme Santos Mello é professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica (CECON-UNICAMP)
Madalena França via Esmael Morais

Moro experimentou STF com pedido de prisão de Dilma às vésperas da 2ª instância

A Polícia Federal é subordinada ao ministro da Justiça, Sérgio Moro.
O pedido de prisão da ex-presidenta Dilma Rousseff foi requerido pela PF, comandada pelo ex-juiz.
A Lava Jato supostamente investiga de que políticos do MDB teriam recebido repasses ilegais da JBS em um valor total de R$ 40 milhões na campanha eleitoral de 2014.
Em nota, ontem (5), Dilma considerou o pedido da PF um esforço inconsequente do ministro da Justiça, Sérgio Moro, no afã de perseguir adversários políticos.
É mais do que isso, senhora presidenta Dilma Rousseff.
O ex-juiz Moro experimentou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), haja vista a corte máxima retomar amanhã o julgamento da proibição da prisão em 2ª instância.
A ideia de Moro e da força-tarefa Lava Jato era criar um clima de comoção para ou impedir a soltura do ex-presidente Lula ou embaraçar os votos dos magistrados no STF.
Eles também devem ter pensado: ‘E vai que Ele [aha uhu, o Fachin é nosso!] autoriza a prisão de Dilma?’
Não, o ministro Edson Fachin não autorizou a prisão da presidenta Dilma Rousseff. Até porque a investigação era contra o núcleo do MDB. Ou precisa desenhar?


Resumo da ópera: a Lava Jato, por meio de sua agência de fake news, criou apenas mais um factoide visando constranger o Supremo.
Do Blog do Esmael
Postado por Madalena França

Brasília terá praça em homenagem a Marielle Franco


A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou em segundo turno, nesta terça-feira (5), a criação da Praça Marielle Franco em Brasília. Eleita pela cidade do Rio de Janeiro, a vereadora foi assassinada em março do ano passado, junto ao motorista Anderson Gomes.
O projeto, de autoria do deputado distrital Fábio Felix (Psol), segue para sanção do governador Ibaneis Rocha (MDB). A proposta prevê que uma praça no Setor Comercial Sul (SCS), próximo à Galeria dos Estados, receba o nome da vereadora.
LEIA TAMBÉM:
Segundo o projeto de lei, o objetivo da proposta é “manter viva a memória e o legado de luta deixado por Marielle e para que outras vozes não sejam silenciadas, mas sim potencializadas e empoderadas”.
*As informações são do Portal Destak
Postado por Madalena França

PGR foi contra e Fachin negou pedido da PF para prender Dilma, Eunício, Mantega e ministro do TCU

Do Blog da Noelia Brito
Postado por Madalena França
DO VORTEX
Ao autorizar a nova fase da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro Edson Fachin negou pedidos de prisão preventiva da ex-presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira, do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e do ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rego.

A PF sustentou ao Supremo que os alvos poderiam atrapalhar as investigações. A Procuradoria-Geral da República foi contra o pedido da PF sob argumento de que não havia elementos para justificar a restrição de liberdade. Fachin seguiu o entendimento do Ministério Público Federal.

Pacote de Guedes: rumo ao Chile e a lugar nenhum


(Do Tijolaço)
Postado por Madalena França.
Existem muitas maneiras de dirigir um país e todas elas dependem de um rumo.
O pacote apresentado hoje – e é só a primeira parte – pelo Ministro Paulo Guedes tem um e não se pode dizer que incoerente com o que ele pensa.
É o encolhimento do Estado e, sobretudo, do Estado Nacional.
Num e noutro papel que ele tem no Brasil: indutor do desenvolvimento e mitigador das desigualdades sociais.
O Estado federal abre mão de receitas e despesas, mas as primeiras cairão muito mais rapidamente que aquelas e o resultado – desejado, claro – é a aniquilação do investimento público, já instalado na UTI, minguando há cinco anos e, agora, absolutamente inviabilizado.
Confia-se que o investimento externo vá suprir este papel, mas sem consumo é difícil que este vá encarar a empreitada. Raras vezes o fez e seu apetite tem sido, essencialmente, abocanhar o que está feito e funcionando e, quase sempre, com financiamento do Estado.
A taxa de investimento no Brasil fica em torno de 15% do PIB e precisaria ser perto do dobro para garantir crescimento que mereça este nome.
Chamar investimento para energia, saneamento, estradas, ferrovias etc… é algo que depende da atratividade de uma economia interna crescente ou são ofertas de mãe para filho, que são negócios de oportunidade, mais que de reprodução de capital.
Em matéria de política industrial, a eliminação de desonerações e de tarifas protetivas vai resultar em uma provável queda da produção industrial, de resto a última preocupação deste governo, firmemente disposto a nos retroceder a colônia agrícola.
As supostas transferências de receitas para Estados e Municípios de receita, igual, virão acompanhadas de transferências de responsabilidade por gastos sociais e, muito embora possam dar certo em uma dúzia e meia de comunidades, significarão, no mais das vezes, perda de qualidade de vida naqueles que dependem de políticas nacionais de saúde, educação, saneamento e todo o leque de ações que hoje se executa em escala nacional, ainda que de forma deficiente.
Água e esgoto para cidades de 10 mil ou 20 mil habitantes não têm escala para serem bancadas pela iniciativa privada, como não têm rodovias longas e pedagiadas, nem energia elétrica ou rodovias pedagiadas para os rincões, senão a preços escorchantes.
Nem entrei nos problemas de viabilidade política deste mal assumido “modelo chileno” que Paulo Guedes ensaia.
E o primeiro deles passa longe da oposição que vai enfrentar no Congresso: é mesmo o da conformação de um país que não é como o Chile e sua fantástica concentração populacional em grandes regiões metropolitanas: mais de 50% da população em Santiago, Concepción e Valparaíso.
Por mais que sejamos urbanizados, seria pensar a Grande SP, o Grande Rio e a região metropolitana de BH somando mais de 120 milhões de habitantes.
É evidente que o risco de sair do Congresso um monstrengo, que nem mesmo seja um projeto, ainda que errado, que guarde coerência interna, é imenso.
O mais provável é que, entretanto, não saia nada, ou quase nada.
Porque agora não é apenas tirar do trabalhador, como na Reforma da Previdência, e com apoio unânime de mercado.
Não vai bastar eliminar os “bodes”, como a proposta de redução do municípios em pleno ano de eleições municipais.
Apenas para argumentar como se fosse sério:se tem lógica econômica – como teve Janio Quadros com a eliminação dos “ramais deficitários” da Rede Ferroviária, tem consequências que os mais velhos, se apertarem a memória, lembrarão nos lugarejos do Vale do Paraíba – não tem racionalidade política, por arruinarem o modus vivendi que, mal ou bem, estas comunidades alcançaram.
Há uma diferença entre o ser socialmente criativo e o “inventar ” tecnocrático.
Pior ainda quando a “invenção” já foi testada e reprovada, como estamos vendo ao lado.
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Folha de S. Paulo reafirma fé no bolsonarismo econômico

Fotomontagem/internet.
O editorial da Folha de S. Paulo, nesta terça-feira (5), não dá margem a dúvidas de que o jornalão paulistano tem fé no bolsonarismo econômico.
Segundo as leis herméticas, “tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados”.
No dia de hoje a Folha atingiu o nirvana com o pacote econômico de Bolsonaro. Melhor: chegou a orgasmo.
“Na direção correta”, escreveu a Folha, mesmo que o governo federal não tenha gerado um único emprego e a informalidade batido na casa dos 40 milhões de brasileiros.
A soma de desempregados e precarizados chegam a 52 milhões de trabalhadores. Talvez é a maior taxa de desamparados no mundo.
Mas não é para os mais vulneráveis e a força de trabalho que Folha de S. Paulo fala. Seu diálogo é com os mais ricos, os especuladores, a burguesia paulistana.
“Muitas das medidas apontam na direção correta ao lidar com a urgente necessidade de modernizar o Estado brasileiro e focar sua ação naqueles que mais precisam”, registrou o editorial.
O jornalão achou primordial o fim da aposentadoria (reforma da previdência); apoia as privatizados de empresas estratégicas; corte de jornada e salário de servidores públicos; extinção de 1.253 municípios; enfim, a Folha é bolsonarista até a medula nas questões econômicas e na defesa do neoliberalismo.
A Folha defende que a agenda de reformas do “Seu Jair” visa a modernização do Estado e o controle do gasto público. Balela. Visa roubar o orçamento da saúde e da educação para formar o superávit primário, que será desviado para o pagamento do serviço da dívida pública. Em português claro: o suado dinheirinho dos brasileiros e dos servidores públicos será usado para encher as burras dos banqueiros. É por isso que o jornalão paulistano está fechadíssimo com Bolsonaro.
A Folha é Bolsonaro. Bolsonaro é Folha.
Na semana passada, o jornal chegou a pedir apoio para que leitores fizessem assinaturas em desagravo aos ataques de Jair Bolsonaro. No entanto, no editorial de hoje, não restou dúvida de que eles são farinha do mesmo saco.
Na direção correta
Agenda de reformas visa a modernização do Estado e o controle do gasto público
O ministro da Economia, Paulo Guedes, delineou em entrevista a esta Folha uma ambiciosa agenda de reformas que deve ocupar a atenção do governo e do Congresso nos próximos meses.
Muitas das medidas apontam na direção correta ao lidar com a urgente necessidade de modernizar o Estado brasileiro e focar sua ação naqueles que mais precisam.
Elas incluem a necessária reforma administrativa, com vistas a reformular as carreiras do serviço público, reduzir a enorme discrepância salarial com o setor privado e reforçar mecanismos de avaliação de desempenho, hoje inexistentes.
Outros itens importantes da pauta são a PEC que aperfeiçoa o funcionamento do teto constitucional de gastos (limitados à inflação) e a busca por maior flexibilidade na gestão dos orçamentos. Sua rigidez excessiva também inviabiliza que os gestores públicos possam rever as prioridades de gasto.
Guedes mostra realismo quando reconhece ser politicamente impossível abrir caminho para uma redução dos montantes aportados em educação e saúde. A solução de agregar as duas rubricas pode ser um bom caminho intermediário.
O ministro exagerou ao afirmar que só a centro-esquerda governou o Brasil nos últimos 30 anos. Mas não se desviou demais do alvo quando se considera que o crescimento do tamanho do Estado foi uma constante ao longo de todo esse período e precisa ser revisto.
Sinais dos benefícios potenciais de uma política econômica mais austera para os gastos públicos já começam a se evidenciar. É difícil contestar, por exemplo, que a queda dos juros básicos nos últimos três anos —de 14,25% ao ano em outubro de 2016 para 5% hoje— surpreendeu até os mais otimistas.
Um fator importante, certamente, a justificar essa tendência é a profunda mudança na política econômica desde que foi instituído o teto constitucional para os gastos públicos, em novembro de 2016.
Desde então vem se estabelecendo, ainda que gradualmente, a inversão da combinação anterior, com despesas acima da inflação, de um lado, e juros exorbitantes para controlar a inflação, de outro.
É evidente que há outros fatores, mas o que se passa é um ensaio de retração do tamanho do Estado e maior prevalência do setor privado como motor do crescimento. Essa mudança, naturalmente, leva tempo e não ocorre sem riscos.
O principal é assegurar que a revisão do tamanho do gasto público não penalize os mais pobres. Também falta que a redução dos juros chegue ao crédito de pessoas físicas e a empresas de menor porte.
Com esses cuidados em mente, é preciso dar algum tempo para que a nova política econômica possa mostrar seus resultados.
Madalena França

Bolsonaro demite presidente da Funarte e explicita viés ideológico


O presidente Jair Bolsonaro exonerou na segunda-feira (4) o pianista Miguel Proença do posto de presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte). O cotado para assumir a presidência do órgão é o atual diretor do Centro de Artes Cênicas, o dramaturgo bolsonarista Roberto Alvim.
Na semana passada, segundo relatos feitos à Folha de São Paulo, Bolsonaro tratou a possibilidade com Alvim, em audiência no Palácio do Planalto. O tema já havia sido discutido entre Bolsonaro e o ministro da Cidadania, Osmar Terra, em viagem à China, na semana retrasada.
Alvim ganhou mais simpatia de Bolsonaro ao ter protagonizado um embate público com a atriz Fernanda Montenegro. Ele usou as redes sociais em setembro para atacar atriz, após ela ter posado para a capa da revista Quatro Cinco Um.
Postado por Madalena França

Bolsonaro: "Meu governo é um dos mais democráticos em anos"


"Nunca falei de controle social da mídia, nunca falei que a internet precisa ser domada", disse o presidente.
Foto: Marcelo Camardo/Agência Brasil
Por Da Redação da Veja
Em declaração nesta terça-feira 5, o presidente Jair Bolsonaro avaliou seu governo como “um dos mais democráticos dos últimos anos”. Ele fez a colocação ao citar os protestos que ocorrem no Chile e afirmar que o Brasil “deve se antecipar aos problemas”.
“Nós sabemos que, infelizmente, no Brasil, existem alguns maus brasileiros que ficam maquinando como chegar ao poder, não interessa por que meio. Não podemos admitir isso. Eu acredito que meu governo que eu seja um dos mais democráticos dos últimos anos. Nunca falei de controle social da mídia, nunca falei que a internet precisa ser domada”, disse.
Bolsonaro também saiu em defesa de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que vem sendo duramente criticado em virtude das referências feitas ao AI-5. “Procuramos dar o melhor de si, às vezes erramos”, disse o presidente, durante cerimônia para marcar os 300 dias de seu governo. O presidente citou já ter sido alvo de uns 30 processos de cassação. “Espero que Eduardo não entre nessa aí”, disse.
Para mais tarde emendar: “Mas sempre respeitaram a opinião”, numa alusão à imunidade parlamentar, uma prerrogativa que permite a deputados e senadores se expressarem quando estão no exercício de suas funções.
Questionado, Bolsonaro também rebateu a informação de que seu nome teria sido citado nas investigações que apuram a morte da vereadora Marielle Franco. “A imprensa querer colocar no meu colo a execução porque um dos suspeitos mora no meu condomínio? Não é imprensa que colabora com o Brasil”, afirmou. Segundo ele, se dependermos apenas de uma imprensa, “corremos o risco de sermos réus sem crime”. “Que motivo eu teria para cometer ato daquele? Estaria contrariando meus princípios cristãos. Em que aquela pessoa me atrapalhava? Em nada. Lamento pelo que ocorreu, pela sua família”, completou.


(Com Estadão Conteúdo)
Madalena França via Magno Martins

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Fachin negou pedido de prisão de Dilma; ex-presidenta divulga nota

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido da Polícia Federal para prender a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), o ex-ministro Guido Mantega, o ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira e do ex-senador Valdir Raupp.
A PF também requereu a prisão preventiva do ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU).
A Polícia Federal deflagou hoje operação para investigar o repasse de R$ 40 milhões para políticos do MDB.
A ex-presidenta Dilma emitiu uma nota oficial sobre o pedido negado de sua prisão. Segundo ela, “O pedido é uma oportuna cortina de fumaça. E também revela o esforço inconsequente do ministro da Justiça, Sérgio Moro”.
Leia a íntegra da nota de Dilma Rousseff sobre seu pedido de prisão pela PF:
NOTA À IMPRENSA
É estarrecedora a notícia de que a Polícia Federal pediu a prisão da ex-presidenta Dilma Rousseff num processo no qual ela não é investigada e nunca foi chamada a prestar qualquer esclarecimento.
A ex-presidenta sempre colaborou com investigações e jamais se negou a prestar testemunho perante a Justiça Federal, nos casos em que foi instada a se manifestar.
Hoje, 5 de novembro, ela foi convidada a prestar esclarecimentos à Justiça, recebendo a notificação das mãos civilizadas e educadas de um delegado federal. No final da tarde, soube pela imprensa do pedido de prisão.
O pedido de prisão é um absurdo diante do fato de não ser ela mesma investigada no inquérito em questão. E autoriza suposições várias, entre elas que se trata de uma oportuna cortina de fumaça. E também revela o esforço inconsequente do ministro da Justiça, Sérgio Moro no afã de perseguir adversários políticos. Sobretudo, torna visível e palpável o abuso de autoridade.
Ainda bem que prevaleceu o bom senso e a responsabilidade do ministro responsável pelo caso no STF, assim como do próprio Ministério Público Federal.
Assessoria de Imprensa
Dilma Rousseff
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Postado por Madalena França
Fonte: Esmael Morais.
Fachin, relator da Lava Jato no STF, negou todos os pedidos da força-tarefa de Curitiba.
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmmann (PR), acusou o ex-juiz Sérgio Moro de usar a PF para tentar criar um escândalo e encobrir os crimes da família Bolsonaro no caso Marielle/Anderson.
“Isso se chama estado policial. Nem estamos no AI-5 e o ministro da Justiça (!) usa descaradamente a força contra a lei e o direito”, denunciou a dirigente petista.

Um dia a casa cai: casal na mira do MPP

 O MINISTÉRIO PÚBLICO DE PERNAMBUCO ABRE OS OLHOS PARA A “FARRA DAS FESTAS” EM SURUBIM E CASINHAS A paciência acabou. O Ministério Público d...