(Tijolaço)
Hoje à noite, quando abrirem os mercados asiáticos, veremos o início da repercussão econômica da epidemia de coronavírus na China, que está passando sem a devida importância na mídia brasileira.
O total de casos confirmados passou de 2 mil (2.082) – quase o dobro de ontem de manhã, quando eram 1.280) e o de mortes para 56, 15 a mais que no sábado.
A China Global Television Network, rede de emissoras para estatal, publicou agora há pouco o mapa de incidência da doença, que sugere que ela atinge – embora com intensidades diferentes – toda a China, à exceção do Tibete.
Até sexta-feira, muitos acreditavam que podia ficar restrito a uma ou duas províncias, mas os limites são impossíveis e prever. O South China Morning Post reproduz declarações do prefeito de Wuhan, o centro da epidemia – declarando que cinco milhões de pessoas saíram da cidade, antes (por conta das festas do ano novo lunar) ou assim que foi anunciado o bloqueio das estradas, ferrovias e voos, na noite de quarta-feira.
É natural que, além das escolas, também as fábricas tenham o seu funcionamento suspenso. E a demanda por insumos vai levar um tombo.
O quadro é preocupante para o Brasil nas exportações de carnes, minério de ferro e grãos, sobretudo a soja, cujo período de embarques começa agora.
Não será um “choque” de três, quatro dias ou uma semana. Vai durar, ao menos, alguns meses.
Nossas exportações não vão bem, a saída de capitais estrangeiros na bolsa (R$ 10 bilhões, até o dia 22) está em níveis inimagináveis e, com o estabelecimento de cotas fixas de importação no acordo China-EUA, somos a primeira vítima de uma previsível queda nas importações do nosso parceiro asiático.