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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

HISTÓRIA DO BRASIL ATUAL: O GOLPE COMEÇOU

 


Por Vladimir Safatle.

Uma insurreição nunca precisou da maioria da população para impor sua vontade. Ela precisa de uma minoria substantiva, aguerrida, unificada e intimidadora, pois potencialmente armada.


Quem conhece a história do fascismo italiano sabe a quantidade inumerável de vezes que Mussolini, em sua ascensão ao poder, foi dado como politicamente morto, isolado, acuado, fragilizado. No entanto, apesar das finas análises de comentaristas da vida política italiana, apesar das sutis leituras que pareciam ser capazes de pegar as mais inusitadas nuances, Mussolini, o bronco Mussolini chegou onde queria chegar. Isso ao menos deveria servir para lembrarmos da existência de três erros que levam qualquer um a perder uma guerra, a saber, subestimar a dedicação de seu oponente, subestimar sua força e, por fim, sua capacidade de pensar estrategicamente.

O mínimo que se pode dizer é que a oposição brasileira é exímia em praticar os três erros contra Bolsonaro e seus adeptos. Ela parece animada pela capacidade de tomar seus desejos por realidade, de justificar sua paralisia como se fosse a mais madura de todas as astúcias. Agora, a isso ela acrescentou uma patologia que, nos antigos manuais de psiquiatria, chamava-se “escotomização”, ou seja, a capacidade de simplesmente não ver um fenômeno que ocorre na sua frente. Mesmo tendo 600.000 mortes nas costas por negligencia de seu governo em relação à pandemia, Bolsonaro conseguiu um 7 de setembro para chamar de seu, com mais de 100.000 pessoas na Paulista e quantidade semelhante na Esplanada dos Ministérios.

Ele se colocou como o líder inconteste de uma singular sublevação do governo contra o estado, afirmando que não reconhece mais a autoridade do STF. Ou seja, ele assumiu para o mundo que está em rota de colisão com o que restou da institucionalidade da vida política brasileira. Seus apoiadores saíram desse dia com sua identificação reforçada e compreendendo-se como protagonistas de uma insurreição popular que de fato está a ocorrer, mesmo que com sinais trocados. Uma insurreição que mostra a força do fascismo brasileiro.

De nada adianta falar que essa manifestação “flopou”, que estavam presentes apenas 6% do esperado. Uma insurreição nunca precisou da maioria da população para impor sua vontade. Ela precisa de uma minoria substantiva, aguerrida, unificada e intimidadora, pois potencialmente armada. Bolsonaro tem as quatro condições, além do apoio inconteste das Polícias Militares e das Forças Armadas, que por nada nesse mundo, mas absolutamente nada irá deixar um governo que lhe promete salários de até 126.000 reais.

Aqueles que se comprazem acreditando que o verdadeiro apoio de Bolsonaro é 12% são os que normalmente fazem de tudo para que nós não façamos nada. Mas para quem quiser de fato encarar o que está a ocorrer no Brasil, não há nada mais a dizer do que “o golpe começou”. A manifestação do 7 de setembro marcou uma clara ruptura no interior do governo Bolsonaro. De fato, acerta quem diz que o governo acabou. Mas isso significa apenas que Bolsonaro pode agora abandonar a máscara de governo e assumir a céu aberto o que esse “governo” sempre foi, desde seu primeiro dia, a saber, um movimento, uma dinâmica de ruptura que se serve da estrutura do governo para ampliar-se e ganhar força.

Assim, ele pode fortalecer seu núcleo duro, transformar eleitores em fieis seguidores sem precisar ter entregue nada que um governo normalmente entregaria, sequer a proteção contra a morte violenta produzida por uma pandemia descontrolada. Nunca um presidente falou ao povo, em seu momento de maior tensão, que partilhava abertamente o desejo de romper e ignorar uma institucionalidade que é simplesmente a representação dos clássicos interesses oligárquicos das elites brasileiras.

Infelizmente, que o “povo” em questão era a massa dos que sonham com intervenções militares, que amam torturadores, que abraçam a bandeira nacional para esconder sua história infame de racismos e genocídios, isso era algo que poucos poderiam imaginar. Por outro lado, por mais que certos setores do empresariado nacional simulem desconforto com sua presença, o que realmente conta é que Bolsonaro entrega a eles tudo o que promete, sabe preservar seus ganhos como ninguém, luta por aprofundar a espoliação da classe trabalhadora sem temer o que quer que seja.

Não por outra razão, seu 7 de setembro foi precedido por manifestos de empresários defendendo a “liberdade”: nova senha para o “direito” de intimidação e de ameaça. Enquanto isso, a oposição brasileira acha que ainda estamos no terreno dos embates políticos. Ela prepara-se para eleições, finge sonhar com frentes amplas esquecendo que, desde o fim da ditadura, sempre fomos governados por frentes amplas e vejam onde chegamos. Todos os governos eram alianças “da esquerda à direita”. Não foi por falta de frente ampla que estamos nessa situação. O cálculo simplesmente não é este. A esquerda precisa entender de uma vez por todas a natureza do embate, ouvir aqueles mais dispostos ao confronto, esses que não tiveram medo de ir para a rua hoje, e assumir uma lógica de polarização. Isso implica que ela precisa mobilizar a partir da sua própria noção de ruptura, em alto e bom som. Uma ruptura contra outra. Não há mais nada a salvar ou a preservar nesse país. Ele acabou. Um país cuja data de sua independência é comemorada dessa forma simplesmente acabou. Se for para lutar, que não seja para salvá-lo, mas para criar outro.

brasil.elpais.com/


Convocados pelo presidente Jair Bolsonaro, dezenas de milhares de manifestantes bolsonaristas foram às ruas em diversas cidades do país. O presidente discursou em duas delas, em São Paulo e Brasília. Nas falas, elevou o tom das críticas ao Supremo Tribunal Federal.A expectativa era grande, e de todos os lados. Mas afinal, qual foi o saldo deste dia? Neste vídeo, nossa repórter Camilla Veras Mota fala sobre o que aconteceu e quais podem ser os impactos políticos dos protestos pró-Bolsonaro no feriado de 7 de Setembro. Confira no vídeo. #BBCNewsBrasil #7deSetembro #Protestos

Professor Edgar Bom Jardim - PE

O dia seguinte de Jair Bolsonaro às manifestações de 7 de setembro

 Presidente Jair Bolsonaro lidera na Avenida Paulista, em São Paulo, manifestação contra o STF e o Congresso. Foto: Isac Nóbrega/PR


Se a situação de Jair Bolsonaro estava ruim, agora piorou com a ressaca da manifestação golpista de 7 de setembro.

O mundo político não fala outra coisa: ou impeachment ou cassação.

Ao vice Hamilton Mourão (PRTB) interessa a abertura de processo de impeachment na Câmara, com isso ele assumiria a cadeira de presidente da República.

Para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o melhor dos mundos seria o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassasse a chapa Bolsonaro-Moro. Nesse cenário, o parlamentar do Centrão herdaria o Palácio do Planalto, haja vista ele ser o segundo na linha sucessória com a falta do titular do cargo.

No entanto, partidos do Centrão decidiram consultar bancadas sobre impeachment de Bolsonaro. A decisão dos líderes foi motivada pelo teor do discurso do presidente nos atos pró governo em São Paulo.

“Aviso aos canalhas: não serei preso”, disse Bolsonaro na Avenida Paulista, referindo-se aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente ainda afirmou que “ou esse ministro se enquadra, ou pede para sair”.

“Nós devemos sim, porque eu falo em nome de vocês. Determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Digo a vocês que qualquer decisão do ministro Alexandre de Moraes esse presidente não mais cumprirá”, disse Jair Bolsonaro, diante de um público de 125 mil pessoas, segundo estimativa da Secretaria de Segurança Pública paulista (SSP) e da Polícia Militar.

A marcha golpista de Bolsonaro em Brasília e São Paulo, no Dia da Independência, repercutiu negativamente no Brasil e no mundo. New York Times, The Guardian, El País, Página 12, Clarín, Le Monde, Financial Times, Nikkei, Caixin, Wall Street Journal, Gazetta Wyborcza, Ekstra Bladet, Aftonbladet, BildPlus, Times of London, dentre outros, mostraram as ameaças de autogolpe do presidente brasileiro.

Por mais que as imagens tenham impressionado, o presidente da República continua sem votos suficientes para chegar no segundo turno.

“Depois do fiasco, Bolsonaro recorre a bravatas golpistas contra as instituições. Perdeu e seguirá sendo enquadrado pela democracia implantada com muitas dores, perdas e sangue. O fascismo não triunfará”, disse o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, que investiga corrupção e propina na compra de vacinas pelo governo federal.

O relator da comissão de investigação disse que Bolsonaro enfraquece “hemorragicamente” diante de 584 mil mortes de Covid, inflação, desemprego, retrocessos. Um golpista se lixando para o povo. Fracasso retumbante das convocações pagas exacerbou o radicalismo.”

“Bolsonaro só lidera a parcela que o segue cegamente como zumbi. Comemora o desemprego, a volta da fome e a fila do osso, o aumento da comida, da conta de luz, da gasolina, boicota a vacina, espalha o vírus, ri dos enlutados e prega a anarquia militar. Felizmente, são minoria”, fulminou o senador.

A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta nacional do PT, principal agremiação de oposição, disse que o Brasil precisa da união de todos os verdadeiros democratas nesse momento. “Nós, do campo democrático, não podemos ter medo. Nós devemos ser firmes e defender a democracia e os direitos do povo.”

O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT Ciro Gomes afirmou que Bolsonaro queimou os navios. “Ele está dizendo com clareza que seu destino é a cadeia, a morte ou é a vitória. Isso é argumento para alguém pedir votos? Não é argumento! Bolsonaro, tem uma quarta opção: pede pra sair! Nós vamos avançar com o Impeachment!”, apontou.

“Eu vou participar de todo e qualquer movimento, qualquer que seja a convocatória, que tenha por premissa a defesa da democracia, das liberdades, do Estado de Direito, do ambiente de paz e de reconciliação do Brasil para colocar um fim nessa escalada de ódio e de golpe”, completou Ciro, indicando que poderá fumar o cachimbo da paz com o ex-presidente Lula.

O ex-senador e pré-candidato ao governo do Paraná, Roberto Requião (sem partido), disse que o Brasil viu no 7 de setembro não uma afronta à democracia, mas um espetáculo ridículo e desmoralizante de políticos sem nenhuma inteligência, patriotismo, ou compostura. “Que vergonha!”, exclamou. Segundo ele, os pronunciamentos de Bolsonaro foram medíocres, inexpressivos, tolamente agressivos. Ele sugeriu a renúncia para evitar o impeachment.

O líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), revelou que está dialogando com partidos de diferentes campos políticos para fazer avançar o impeachment. “Os ataques e ameaças de Bolsonaro contra a democracia passaram de todos os limites, e temos o DEVER de afastá-lo do cargo”, disse.

Íntegra do pronunciamento de Arthur Lira, presidente da Câmara, sobre as manifestações de 7 de setembro [vídeo e texto]

 Íntegra do pronunciamento de Arthur Lira, presidente da Câmara, sobre as manifestações de 7 de setembro [vídeo e texto]


O Blog do Esmael disponibiliza texto e vídeo do pronunciamento do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acerca dos atos de 7 de Setembro. Ele minimizou chamando de “bravata” em rede social o movimento de Jair Bolsonaro, que ameaça o STF e de não reconhecer resultado das eleições 2022.

Lira não mencionou impeachment de Bolsonaro, ou seja, ele jogou a batata quente para o Tribunal Superior Eleitoral (STF). A corte tem processos de cassação da chapa em andamento. Nesse cenário, o presidente da Câmara assumiria o Palácio do Planalto.

Leia a íntegra:

“Diante dos acontecimentos de ontem, quando abrimos as comemorações de 200 anos como nação livre e independente, não vejo como possamos ter ainda mais espaço para radicalismo e excessos.

Esperei até agora para me pronunciar porque não queria ser contaminado pelo calor de um ambiente já por demais aquecido. Não me esqueço um minuto que presido o Poder mais transparente e democrático.

Nossa Casa tem compromisso com o Brasil real – que vem sofrendo com a pandemia, com o desemprego e a falta de oportunidades. Na Câmara dos Deputados, aprovamos o auxílio emergencial e votamos leis que facilitaram o acesso à vacinação. Avançamos na legislação que permite a criação de mais emprego e mais renda. A Casa do Povo seguiu adiante com as pautas do Brasil – especialmente as reformas. Nunca faltamos para com os brasileiros. A Câmara não parou diante de crises que só fazem o Brasil perder tempo, perder vidas e perder oportunidades de progredir, de ser mais justo e de construir uma nação melhor para todos.

Os Poderes têm delimitações – o tal quadrado, que deve circunscrever seu raio de atuação. Isso define respeito e harmonia. Não posso admitir questionamentos sobre decisões tomadas e superadas – como a do voto impresso. Uma vez definida, vira-se a página. Assim como também vou seguir defendendo o direito dos parlamentares à livre expressão – e a nossa prerrogativa de puni-los internamente se a Casa com sua soberania e independência entender que cruzaram a linha.

Conversarei com todos e com todos os poderes. É hora de dar um basta a esta escalada, em um infinito looping negativo.

Bravatas em redes sociais, vídeos e um eterno palanque deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o dia a dia do Brasil de verdade. O Brasil que vê a gasolina chegar a R$ 7 reais, o dólar valorizado em excesso e a redução de expectativas. Uma crise que, infelizmente, é superdimensionada pelas redes sociais, que apesar de amplificar a democracia estimula incitações e excessos.

Em tempo, quero aqui enaltecer a todos os brasileiros que foram às ruas de modo pacífico. Uma democracia vibrante se faz assim: com participação popular e liberdade e respeito à opinião do outro.

Foi isso que inspirou Niemeyer e Lúcio Costa, quando imaginaram a Praça dos Três Poderes: colocaram o Executivo, o Judiciário e o Legislativo no meio. Equidistantes – mas vizinhos e próximos suficientes para que hoje a gente possa se apresentar como uma ponte de pacificação entre Judiciário e Executivo. E é este papel que queremos desempenhar agora. A Câmara dos Deputados está aberta a conversas e negociações para serenarmos. Para que todos possamos nos voltar ao Brasil Real que sofre com o preço do gás, por exemplo.

A Câmara dos Deputados apresenta-se hoje como um motor de pacificação. Na discórdia, todos perdem, mas o Brasil e a nossa história tem ainda mais o que perder. Nosso país foi construído com união e solidariedade e não há receita para superar a grave crise socioeconômica sem estes elementos.

Esta Casa tem prerrogativas que seguem vivas e quer seguir votando e aprovando o que é de interesse público. E estende a mão aos demais Poderes para que se voltem para o trabalho, encerrando desentendimentos.

Por fim, vale lembrar que temos a nossa Constituição, que jamais será rasgada. O único compromisso inadiável e inquestionável que temos em nosso calendário está marcado para 3 de outubro de 2022. Com as urnas eletrônicas. São nas cabines eleitorais, com sigilo e segurança, que o povo expressa sua soberania.

Que até lá tenhamos todos, serenidade e respeito às leis, à ordem e, principalmente, à terra que todos nós amamos.

Muito obrigado!”

Pronunciamento de Lira [vídeo]

Leia tambémPronunciamento de Arthur Lira sobre as “bravatas” de Jair Bolsonaro; acompanhe ao vivo

URGENTE: Partidos convocam reunião de emergência sobre o impeachment

 Ciro Gomes e Gleisi Hoffmann concordam com a emergência do impeachment do presidente Jair Bolsonaro


Sob o impacto das manifestações contra o STF, no 7 de Setembro, legendas convocaram reunião suprapartidária para o início da noite desta quarta-feira (08/09). O objetivo é azeitar a campanha pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

Em nota, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta nacional do PT, disse que o encontro será entre partidos de origem na redemocratização.

Mais cedo, o Blog do Esmael anotou que Ciro Gomes (PDT) se dispôs a se reunir com o ex-presidente Lula e o PT para avançar o impeachment na Câmara e nas ruas do País.

“Eu vou participar de todo e qualquer movimento, qualquer que seja a convocatória, que tenha por premissa a defesa da democracia, das liberdades, do Estado de Direito, do ambiente de paz e de reconciliação do Brasil para colocar um fim nessa escalada de ódio e de golpe”, disse o pedetista.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), enumerou os motivos para o impeachment: bloqueio de estradas; invasão do Ministério da Saúde por bolsonaristas; crise nos mercados. “São sinais de que Bolsonaro perdeu qualquer condição de se manter no governo. E não adianta ficar pensando em ‘emendas’ nessa hora, pois daqui a pouco nem isso vai andar.”

A seguir a convocação de Gleisi Hoffmann para a reunião de emergência, hoje à noite:

1. As ameaças golpistas do 7 de Setembro deixaram Bolsonaro ainda mais isolado politicamente na sociedade. Os partidos de oposição se reúnem no fim do dia de hoje para debater os próximos passos da campanha do impeachment

2. Convidamos outros partidos, especialmente os que têm origem na luta pela redemocratização, para se juntar a nós nesta jornada pela Democracia e pelo Brasil. Não se trata de aderir a atos já marcados, mas de construirmos juntos o caminho.

Fux abre a seção do STF mandando um recado forte a Bolsonaro: Ninguém vai fechar o Supremo...

 Postado por Madalena França

Foto: Rosinei Coutinho/STF

Em recado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, afirmou hoje que ameaças à autoridade da Corte e o desprezo por decisões judiciais configuram crime de responsabilidade. Fux discursou na abertura da sessão após os atos antidemocráticos de 7 de setembro.

Com apoio a pautas golpistas, que incluem o fechamento do STF e a intervenção militar, bolsonaristas foram às ruas em apoio ao presidente. Bolsonaro discursou em Brasília e, depois acompanhou os atos em São Paulo, onde também inflou os manifestantes e afirmou que não respeitaria mais nenhuma decisão do ministro Alexandre de Moraes.

O mandatário ainda xingou o magistrado de “canalha” e pediu sua saída diante de cerca de 125 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.

“O Supremo Tribunal Federal também não tolerará ameaças à autoridade de suas decisões. Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do Chefe de qualquer dos Poderes, essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional.”

Em seu discurso, Fux afirmou que “ofender a honra dos ministros, incitar a população, propagar discursos de ódio contra o STF e incentivar o descumprimento de decisões judiciais” são práticas antidemocráticas e também ilícitas.

Povo brasileiro, não caia na tentação das narrativas fáceis e messiânicas, que criam falsos inimigos da nação.”
Discurso de Luiz Fux na abertura da sessão do STF

Ele classificou como “graves” as falas de Bolsonaro contra o STF e pediu que a população esteja atenta a “falsos profetas do patriotismo”, que colocam o povo contra o povo.

Fux disse que o verdadeiro patriota “não fecha os olhos para os problemas reais e urgentes do Brasil”. Ontem, em seu discurso, Bolsonaro não citou a pandemia, o desemprego nem a crise hídrica.

“Em nome das ministras e dos ministros desta Casa, conclamo os líderes do nosso país a que se dediquem aos problemas reais que assolam o nosso povo.”

Fux ressaltou que a convivência entre visões diferentes sobre o mesmo mundo é pressuposto da democracia e que quem repete o discurso “nós contra eles” propaga a política do caos.

Ninguém fechará esta Corte. Nós a manteremos de pé, com suor e perseverança.”
Discurso do presidente Luiz Fux na abertura da sessão do STF .Após as falas de Bolsonaro, diversos partidos passaram a falar mais claramente na possibilidade de apoiar processos de impeachment. Aliado do presidente, Arthur Lira (PP-AL), como presidente da Câmara, é o único que pode aceitar um pedido de impeachment contra Bolsonaro.

Na avaliação de juristas consultados pelo UOL, ao declarar abertamente que não cumprirá “qualquer decisão” de Moraes, Bolsonaro comete crime de responsabilidade por desrespeitar os outros Poderes. O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou ontem, após os atos, que a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro é “inevitável”.

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), por sua vez, minimizou hoje o risco de um impeachment do presidente dizendo que “não há clima” nas ruas e que o governo tem base no Congresso para barrar processos contra o mandatário.

Postado por Madalena França

Papa Francisco diz que as mulheres até hoje vivi uma ‘escravidão’ ...

 



AFP
O papa Francisco criticou nesta quarta-feira (8) a condição das mulheres em relação aos homens, ao mencionar durante a audiência geral uma “escravidão” das mulheres, “que não têm as mesma oportunidades que os homens”.
“Quantas vezes ouvimos expressões de desprezo às mulheres. Quantas vezes ouvimos ‘mas não faça nada, é um assunto de mulher'”, declarou o papa em seu discurso.
“Os homens e as mulheres têm, no entanto, a mesma dignidade, mas há na história, e ainda hoje, uma escravidão da mulher. As mulheres não têm as mesmas oportunidades que os homens”, concluiu Francisco em seu comentário sobre a igualdade diante de Deus de todos os batizados na Igreja Católica.

Supremo está indignado com ameaças de Bolsonaro, que podem motivar pedido de impeachment

 A indignação foi demonstrada durante reunião dos ministros do STF após os discursos de Jair Bolsonaro nas manifestações antidemocráticas do 7 de Setembro. Fux deve dizer que descumprimento de decisões do Tribunal podem motivar pedido de impeachment

Luiz Fux e Jair Bolsonaro
Luiz Fux e Jair Bolsonaro (Foto: ABr)
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247 - Foi com indignação que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) receberam as ameaças feitas por Jair Bolsonaro contra a Corte durante os atos de 7 de setembro.

A resposta será dada na tarde desta quarta-feira (8), quando no início da sessão o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, fará um pronunciamento para rechaçar os ataques de Jair Bolsonaro. 

Segundo O Globo, Fux vai rebater o aviso dado por Bolsonaro de que não cumprirá qualquer determinação judicial proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos que o investigam no STF. O presidente da Suprema Corte vai deixar claro que, caso de fato desrespeite decisão do Supremo, seja de qual ministro for, Bolsonaro vai incorrer em crime de responsabilidade - o que pode motivar um pedido de impeachment.

A decisão dos ministros de se pronunciarem de forma coletiva e institucional via discurso de Fux foi tomada conjuntamente numa reunião virtual com dez dos 11 integrantes do tribunal - apenas Dias Toffolli não compareceu. Todos os magistrados deram suas opiniões em pouco mais de uma hora de conversa. Durante a reunião, palavras como "absurdo", "golpista", "fascista" foram usadas para classificar os discursos de Bolsonaro.

Do 247

Postado por Madalena França

Adesão PSDB e PSD ao impeachment muda o jogo

 


Postado por Madalena França

Foto: Danilo Verpa

Líderes de partidos da esquerda celebraram as manifestações recentes do PSDB e do PSD em direção a um possível apoio dessas legendas ao impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido). “Até que enfim, né? Acho importante. O que mais ele precisa fazer para a gente ‘impichá-lo’”, diz a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

A deputada federal vê “dois campos claros” na política brasileira atual. “O democrático, que envolve os partidos de esquerda, de centro e da direita liberal, que participaram da abertura democrática do país. E o autoritário, que é Bolsonaro”, avalia.

“Está mais do que na hora de esses partidos [do campo democrático] estarem unidos para tirar esse homem de onde está”, diz Gleisi.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirma que a sinalização do PSDB e do PSD é importante e resulta de “uma reação natural” que Bolsonaro está “provocando em todos os democratas”, cuja “gota d’água” foram as manifestações de terça-feira (7) incitadas pelo presidente contra o Supremo Tribunal Federal.

“Temos que jogar a democracia contra ele [Bolsonaro]. Nesse momento, a democracia contra ele é o impeachment”, afirma o pedetista.

Para o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, “na luta que estamos travando, a gente não escolhe aliados”.

“Qualquer decisão que for tomada por esses partidos em relação a uma adesão ao impeachment é muito bem-vinda”, afirma ele. “Temos consciência de que a oposição de esquerda e de centro esquerda não é suficiente para ter os votos necessários para dar abertura ao processo de impedimento do presidente.”

Na terça (7), o presidente do PSDB, Bruno Araújo, chamou as declarações de Bolsonaro feitas na manifestação em Brasília de “gravíssimas” e convocou uma reunião da diretoria executiva da legenda para discutir a posição do partido sobre o impeachment do presidente. O encontro ocorrerá nesta quarta (8).

Na segunda (6), O presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse à jornalista Míriam Leitão que o partido pode apoiar o impedimento caso Bolsonaro insista na escalada de ataques contra as instituições democráticas.

Folha de S. Paulo

Bolsonaristas tentaram invadir o STF sete vezes ontem

 


Postado por Madalena França

Foto: Pedro Ladeira

Chefes das forças de segurança do Distrito Federal identificaram ao menos sete tentativas reais de invasão ao prédio do STF (Supremo Tribunal Federal) por parte de manifestantes bolsonaristas por ocasião do atos do Sete de Setembro.

A situação foi descrita como de quase tragédia e continua sendo monitorada, já que alguns acampados continuam na região. Eles planejam fazer mais uma manifestação nesta quarta-feira (8).

Duas tentativas de invasão por muros que dão acesso à parte de trás do STF foram interceptadas, além da derrubada de gradis e ameaças de avanços pelo caminho até o STF pelo caminho em frente ao prédio do Itamaraty. Na manhã desta terça-feira (7), policiais usaram bombas de gás para dispersar uma dessas ofensivas.

No momento em que, segundo esses chefes, os manifestantes descumpriram o que havia sido acordado com as lideranças do ato, furaram o bloqueio da Polícia Militar e ingressaram na Esplanada dos Ministérios, eles só não passaram por cima de barreiras policiais seguintes com seus caminhões porque havia manifestantes caminhando na frente, avaliam.

Os grupos mais inflamados eram os caminhoneiros e os chamados “boinas vermelhas”, sobre os quais agora as forças de segurança do DF pretendem levantar mais informações.

As negociações para que não houvesse avanços ainda mais agressivos por parte dos manifestantes se arrastaram durante toda a madrugada. Em alguns momentos, os próprios manifestantes entraram em conflito entre si, alguns estimulando a invasão, outros querendo contê-los.

Também houve a preocupação de evitar reações fora do tom de policiais no local, que poderiam inflamar os presentes e desencadear um desastre num espaço em que transitavam idosos, caminhões, grupos inflamados e elevado consumo de bebida alcoólica.

Folha de S. Paulo

Na ressaca Moral que vive o Brasil a frase do dia...

 


Fé , união e esperança. Perseveremos!
Bom dia e uma Ótima quarta- feira
Por Madalena França

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Bruno Araújo: País chegou ao “limite da dignidade política”


O presidente do PSDB, Bruno Araújo, diz que o país chegou ao “limite da dignidade política” e que não há mais como os partidos se omitirem diante das declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nos atos de 7 de Setembro em Brasília. As informações são da CNN Brasil.

“Com as declarações de hoje, não dá para partido político se esconder. Tem de haver posição clara do que pensa e como age cada partido em relação a esse vergonhoso momento da história brasileira”, disse Araújo.

O partido chamou uma reunião extraordinária para debater o impeachment do presidente Jair Bolsonaro amanhã (8). Pela manhã, Bolsonaro pregou aos apoiadores que pediam o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso um enquadramento do STF.

O presidente ainda participou de ato em São Paulo, durante a tarde desta terça-feira, e subiu o tom. Bolsonaro anunciou ainda uma reunião do Conselho da República, mas integrantes do colegiado dizem desconhecer a convocação.

Madalena França


Casinhas ganha um livro de histórias e memórias contadas por seu povo e transformadas em emoções bonitas pelo Pe Luiz Gonsalves que será lançado oficialmente dia 11/09




No dia 11 de setembro deste ano de 2021, será lançado o livro “Casinhas em histórias contadas”, organizado pelo Pe. Luiz Gonçalves. Este evento se reveste de grande importância, tendo em vista o conteúdo do livro e o seu processo de elaboração, que reflete o esforço do Pe. Luiz em congregar os filhos de Casinhas, valorizando nossas raízes e nossas histórias de vida.

Este livro foi idealizado pelo Pe. Luiz Gonçalves de Farias para ser publicado no ano de 2020, visando estabelecer um marco representativo dos 25 anos da emancipação política de Casinhas e de homenagear os 46 anos da Escola São Luiz, 40 anos da sua primeira turma de professorandos e os 80 anos de vida do Pe. Luiz Gonçalves, fundador da Escola São Luiz e grande baluarte da fé e da educação em Casinhas. Contudo, a Pandemia da Covid 19 mudou os planos e só agora é possível publicar esse trabalho, cujo objetivo é registrar a história de Casinhas por meio do resgate das histórias orais e da pesquisa documental e bibliográfica.
Postado por Madalena França

Este não é um livro de História, mas um livro de histórias e memórias da terra e do povo casinhense. Sua elaboração contou com a participação de inúmeros casinhenses que atenderam ao chamado do Pe. Luiz, para partilhar suas histórias de vida e suas memórias afetivas e históricas. Por mais de dois anos foram feitas pesquisas e coleta de depoimentos e entrevistas. Todos os que se sentiram chamados, puderam contar a história de suas famílias e comunidades.

Assim, como o próprio título já indica, Casinhas em Histórias Contadas é um livro que traz os relatos das histórias das famílias, das comunidades rurais, das escolas e igrejas, da cultura e das festas, do Colégio São Luiz, a história de vida do Pe. Luiz e da Capela Nossa Senhora das Dores, ao redor da qual se desenvolveu a Vila e depois, cidade de Casinhas. Traz também aspectos da Educação, origem, aspectos geográficos, político administrativos, história da emancipação, aspectos econômicos e de saúde e meio ambiente de Casinhas.

O livro é uma preciosidade e estará sendo vendido durante todas as noites do novenário da Festa da Padroeira Nossa Senhora das Dores e na Secretaria Paroquial.

Partidos do Centrão decidem consultar bancadas sobre adesão ao impeachment de Bolsonaro

 

247 - Partidos políticos que compõem o Centrão decidiram consultar suas bancadas no Congresso sobre a adesão à abertura do impeachment de Jair Bolsonaro.

Segundo as jornalistas Daniela Lima e Renata Agostinida, da CNN Brasil, a reação das legendas que dão sustenção política ao governo ocorre após discurso na Avenida Paulista em que Bolsonaro ameaçou não acatar as decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

"O presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, diz que vai reunir sua bancada na semana que vem para deliberar sobre a posição do partido. O presidente do MDB, Baleia Rossi, também afirmou que vai consultar os principais líderes de sua bancada", dizem as jornalistas. 


Orobó: Um encontro para celebrar a dignidade política e a vitória de ser cidadão pleno...

  No último domingo, 17 de Outubro, houve um encntro de amigos, que celebraram juntos o direito de ser livre, de ter dignidade cidadã, de di...