Amanda adaptou a própria cozinha para a produção de bolos e biscoitos Foto: Acervo Pessoal |
O mais recente relatório da GEM (Global Entrepreneurship Monitor), considerado o maior consórcio de pesquisa em empreendedorismo do mundo, 53% da população adulta brasileira, o equivalente a cerca de 51,5 milhões de pessoas, pretende abrir algum tipo de atividade nos próximos três anos. Conforme especialista do setor, o planejamento é a chave para o êxito, entendendo as demandas, necessidades e questões específicas da área em que se pretende ingressar.
“O negócio deve ser enxergado com foco no cliente, não podendo ser algo apenas para suprir um desejo pessoal. É indispensável a observação das tendências, entender o que o mercado está pedindo, a área que será atendida e o comportamento do consumidor. Isto inclui o poder aquisitivo e seus principais hábitos”, explica o analista do Sebrae-PE, Senyr Arruda. Conforme o consultor, esta averiguação é essencial para o fôlego do estabelecimento em qualquer fase. “É uma receita para empreendedores novos ou aqueles que já estão consolidados”, acrescenta.
O Brasil conta com uma média de 50 milhões de empreendedores, dos quais cerca de 20 milhões já têm um negócio próprio estabelecido há, pelo menos, três anos e meio. Quem consome esses produtos, nos mais variados segmentos, tem se mostrado mais exigente. “Após a pandemia, houve um crescimento do hábito digital da população, mas a forma presencial, de tocar, conhecer locais e obter novas experiências não foi extinta. Hoje, o básico não é mais suficiente, sendo preciso a superação das expectativas para fidelizar e manter o negócio saudável", destaca, lembrando também eixos que considera essenciais, como a qualidade dos materiais aplicados e a medida certa para precificação.
Cristiane já se organiza para a abertura de um espaço próprio de atendimento infantil (Foto: Silvana Barbosa) |
Não está sendo diferente para a psicopedagoga, Cristiane Oliveira, 45. Ela deixou de lado o desejo da compra de um carro mais novo, adicionou mais recursos economizados e está prestes a tirar do papel o plano de abrir um espaço de atendimento para crianças com necessidades especiais, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul da Capital. “A experiência de mais de 20 anos atuando dentro das salas de aula, me aproximou ainda mais deste desejo”, diz. A aquisição da sala comercial e sua consequente reforma, representam um desafio no orçamento, mas que vem sendo suprido pela rotina regrada nas despesas. “Tudo isto é algo novo pra mim, mas sinto a certeza de que estou no caminho certo”, afirma, lembrando que além de fortalecer a renda, tem como propósito a capacitação de outros profissionais, possibilitando chances para outras pessoas.
- Fortalecer a marca é primordial para o negócio
Fortalecer o nome do negócio, tornando-o conhecido e na boca do cliente é o que almeja qualquer empreendedor. Registrar uma marca é a única forma de protegê-la legalmente contra possíveis copiadores, além de distingui-la da concorrência e ainda ganhar espaço no mercado. Segundo especialista, é a marca que figura entre os mais importantes patrimônios de uma empresa. Quando bem cuidada, pode gerar lucros constantes, além de evitar dores de cabeça.
“Costumo explicar que o momento certo para fazer o registro é quando se acredita no negócio, ou seja, desde o primeiro passo. É isto, junto com o bom andamento, que vai pavimentar o futuro do seu projeto”, explica o advogado Marcelo Porto Neves, professor de propriedade intelectual. As peças se classificam entre nominativa, figurativa, mista e tridimensional, tendo cada grupo suas especificidades. “É importante procurar orientação com um profissional qualificado, evitando cair em golpes”, reforça.
Segundo a legislação, se outra pessoa física ou jurídica possui marca idêntica ou semelhante com a utilizada em outro negócio, para produto ou serviço equivalente, pode ser obrigada a retirá-la de circulação e, inclusive, ter que pagar uma indenização pelo uso indevido.
Do Diario de Pernambuco
Postado por Madalena França