Menos de dois meses após a decisão da Copa no Maracanã, a Argentina finalmente conseguiu derrotar a Alemanha, em uma pequena revanche para aliviar a dor da derrota no Brasil – mas tudo em grande estilo. Mesmo sem Messi, os sul-americanos golearam os campeões mundiais por 4 a 2 em partida amistosa disputada nesta quarta-feira em Dusseldorf.
Os alemães entraram em campo levando no peito o brasão de campeão mundial, mas só conseguiram reeditar o futebol eficiente da Copa em raros instantes. Por sua vez, a Argentina contou com a inspiração de Ángel Di María, homem que não jogou a final no Rio de Janeiro em julho em razão de uma lesão na coxa. Nesta quarta, o novo reforço do Manchester United comandou o ataque, deu assistência para os primeiros três gols da partida e ainda anotou o seu em uma grande jogada individual.
Os campeões mundiais foram a campo com uma formação bem diferente em relação ao que se viu no Brasil, contando já com o desfalque de Lahm, Mertesacker e Klose, nomes que se despediram da seleção e foram homenageados antes do amistoso de Dusseldorf.
Somente três titulares da final do Maracanã começaram o amistoso: o goleiro Neuer, o zagueiro Howedes e o meio-campo Kroos. O destaque foi a volta ao time do atacante Marco Reus, do Borussia Dortmund, que só não foi ao Brasil em razão de uma lesão durante a partida de preparação.
De resto, o time do técnico Joachim Low contou desde início com Schurrle, reserva que teve papel importante durante a Copa. Vários outros suplentes do Mundial também enfrentaram os argentinos nesta quarta, como Grosskueutz, Draxler, Ginter e Durm. No segundo tempo, já com desvantagem no placar, o treinador usou Thomas Muller e Mario Gotze, o herói do Maracanã.
A partida desta quarta também marcou a estreia do técnico Gerardo "Tata" Martino à frente da seleção argentina. Em sua primeira convocação o ex-comandante do Barcelona optou por repetir o grupo que foi à Copa, como uma forma de homenagem aos vice-campeões mundiais. No entanto, perdeu o astro Messi, cortado por lesão na coxa direita.
Da parte alemã, o novo capitão Schweinsteiger também não pôde jogar, por lesão, assim como o meia Ozil, com um problema no joelho.
Fases do jogo: Logo aos 6min Mario Gómez apareceu sozinho na frente do gol, mas não conseguiu passar pelo goleiro Romero. Em seguida, a seleção da casa trocou bolas com facilidade e sugeriu que um "passeio" estava só começando.
Mas, apesar do domínio da posse de bola, a Alemanha cedeu o gol aos visitantes aos 21min. Depois de passe de curva de Di María, Aguero apareceu atrás da linha de zagueiro para empurrar para as redes. Após o lance, o goleiro Neuer endereçou uma bronca longa a seus colegas de defesa.
Ainda no primeiro tempo Low foi obrigado a mexer no time. Draxler foi atingido na coxa por Zabaleta e pediu para sair. Assim, foi a campo Lukas Podolski, rei do carisma na Copa, apesar de reserva.
Mas antes mesmo do intervalo os argentinos chegaram ao segundo gol, aos 39min. Após um lançamento preciso de Zabaleta, Di María foi à linha de fundo e serviu Erik Lamela, que finalmente acertou o ângulo direito de Neuer.
O segundo tempo começou e em apenas seis minutos o placar foi alterado três vezes. Primeiro, mais um gol saiu dos pés do meia do Manchester. Di María bateu uma falta da esquerda aos 2min e encontrou a cabeça de Federico Fernández.
Três minutos depois Di María coroou sua atuação com um belo gol, o quarto argentino. Após uma triangulação no meio, o camisa 7 disparou pela lateral direita e, já dentro da área, tocou com estilo por cima de Weidenfeller. Logo na seguida, em uma jogada de escanteio, Schurrle enfim descontou para os donos da casa.
Em desvantagem, a Alemanha colocou em campo o titular Muller e o herói da final da Copa, Gotze. E foi este último que deu números finais ao placar, diminuindo a vantagem argentina.
O melhor – Di María: sem Messi em campo, o novo reforço do Manchester United brilhou com três assistências precisas, no pé do companheiro. Foram duas bolas com efeito, girando em torno do eixo, daquelas que viram vinhetas em programa de televisão. De quebra, o camisa 7 ainda marcou o seu, com toque por cima do goleiro Weidenfeller. Um show à parte de Di María.
O pior – Mario Gómez: somente no primeiro tempo o centroavante esteve na frente de Sergio Romero em três oportunidades, dentro da área. Em duas delas o goleiro da Argentina fez grandes defesas, em outras o alemão errou o chute. E este desempenho valeu até vaia da torcida.
Chave do jogo: os argentinos encontraram uma dificuldade incomum para armar contra-ataques pelas laterais. Do lado direito, Di María teve liberdade e fez o que quis durante o amistoso.
Para lembrar: a derrota para os argentinos coloca um fim em uma série de 18 partidas internacionais sem derrotas da Alemanha. A equipe de Joachim Low vinha de uma sequência de 13 vitórias e cinco empates.