Pesquisar neste blogue comdeuseaverdadedeorobo

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Temer tem razão: há privilégios na Previdência. O dele, por exemplo


anunprev
É tão óbvio que até Renan Calheiros percebeu e gravou vídeo ironizando o texto da campanha de R$ 20 milhões que o Governo Federal pôs no ar hoje para tentar aprovar (ou fingir que tenta) a reforma da Previdência.
“Tem muita gente no Brasil que trabalha pouco, ganha muito e se aposenta cedo”, diz o comercial.
Não há como negar razão, desta vez, a Temer, por ele próprio ser um exemplo disso: aposentado aos 55 anos, tem proventos de R$ 30 mil como procurador do Estado de São Paulo.
Acabar com os privilégios, como diz a peça publicitária? Alguém acredita? Se juízes e promotores sequer aceitam respeitar o teto constitucional de suas remunerações, se arranjam penduricalhos de gratificações como o auxílio-moradia indiscriminado, será que não “topar” uma aposentadoria do INSS que paga R$ 5 mil por mês, no máximo?
Vão é arranjar seus fundos “privados” de previdência, que de privados não terão nada porque a União e os tribunais vão aportar recursos públicos.
Temer faz a sua parte no bailado da hipocrisia mercadista, porque não parece haver chance de ter os 308 votos que precisa, mesmo para aprovar um remendo.
Mas não precisava debochar de si mesmo, não é?

Crise? Temer aumenta em 50% verbas para Globo e redes sociais


Em comparação com 2015, os gastos do governo federal com mídia e publicidade cresceram 55%, segundo levantamento feito pelo jornalista Miguel do Rosário, do Cafezinho; de acordo com a pesquisa, veículos do Grupo Globo e o Facebook tiveram aumentos de mais de 50% em suas verbas – a Globo amealhou 42% de toda a verba para as TVs e o Facebook abocanhou 36% de toda a verba destinada a veículos digitais; já a empresa pública EBC teve corte de 74% em seu orçamento.
O golpismo compensa no Brasil.
Austeridade fiscal vale só para saúde, educação, pesquisa e infra-estrutura.
Quando se trata da Globo, Veja, Facebook, Folha, Estadão, Istoé, o governo federal é o mais generoso do mundo.
Segundo números atualizados da Secom, compilados com exclusividade pelo Cafezinho, os recursos de publicidade federal destinados à TV Globo cresceram 55% nos dez primeiros meses de 2017, na comparação com o mesmo período de 2015.

Comparei 2017 com 2015 para medir com mais clareza a mudança no período anterior e posterior ao golpe.
Em 2015, a TV Globo detinha um percentual de 42% das verbas federais destinadas a veículos de TV, o que já era uma concentração bizarra.
Em 2017, a fatia da Globo ficou em 51,27%.
A Veja também se deu bem no governo Temer: em 2017, ficou com 43% de toda verba destinada às revistas.
Os jornalões viram suas verbas de publicidade federal crescerem dramaticamente depois do golpe.
O Estadão recebeu, nos dez primeiros meses de 2017, um total de R$ 1,2 milhão, um crescimento de 677% sobre igual período de 2015.
No total, os veículos do grupo Globo receberam R$ 46 milhões do governo federal em Jan/Out de 2017, aumento de 50% sobre 2015.
É importante lembrar que estes valores, além de correspondem a 10 meses, são relativos apenas aos gastos do governo federal e ministérios. Se somarmos as despesas das estatais com publicidade, este número costuma se multiplicar por três.
Curiosamente, a imprensa tradicional nunca mais fez reportagens sobre as despesas do governo com mídia.
Ministério Público e Judiciário aceitam na boa esse evidente sequestro da vontade popular, onde um governo com aprovação de 3% despeja cada vez mais dinheiro exclusivamente em órgãos de informação que apoiam as reformas defendidas pelo mesmo governo.
Os recursos da Secom para EBC foram reduzidos em 74%.
O Facebook, tão prestativo em censurar páginas políticas de esquerda, já está mordendo 36% de toda a verba federal destinada à internet.
Em 2015, antes do golpe, a fatia do Facebook no total das verbas federais para internet era de 23%.
O aumento de verbas federais para o Facebook, depois do golpe, foi de 53%.
A principal executiva do Facebook no Brasil, a senhora Cláudia Gurfinkel, justificou a censura às páginas políticas dizendo que o “principal incentivo deles é econômico”…
Bem, a sede do Facebook pelos impostos do contribuinte brasileiro nos faz pensar que a corporação norte-americana não é exatamente um modelo de abnegação.
Outro argumento de Gurfinkel para censurar as páginas políticas é que elas teriam “muitos anúncios”. Bem, quando se tem generosas publicidades federais, pode-se, obviamente, reduzir o número desses anúncios programáticos que somos obrigados a inserir.
Carmen Lúcia, presidenta do STF, precisa atualizar aquela frase sobre a vitória do escárnio sobre o cinismo. Dou uma sugestão: a falsidade, a hipocrisia, venceram o escárnio.

Justiça de Nova York mostra o caminho da propina da Globo





Ao contrário do que diz a Globo, em suas notas à imprensa, o delator Alejandro Burzaco (esq. abaixo) aponta com clareza a forma como a Globo pagou propinas à Fifa, por meio do ex-diretor Marcelo Campos Pinto (esq. acima) para garantir direitos exclusivos de transmissão de eventos esportivos, como as Copas do Mundo de 2026 e 2030; o dinheiro saiu da Teleglobo, na Holanda, foi remetido para a T&T, de Burzaco, também na Holanda, e de lá seguiu para as contas suíças do cartola Julio Grondona, que decidia sobre direitos de transmissão; no documento da corte de Nova York sobre o terceiro dia de julgamento, obtido pela reportagem do 247, a Globo é citada 14 vezes; a ata do depoimento também revela as propinas pagas a José Maria Marin e Marco Polo del Nero (à dir.), o ex e o atual presidente da CBF
247 – Nas reportagens que tem feito sobre o escândalo Fifa, em que é acusada de participar de um esquema de propinas de R$ 50 milhões para garantir direitos de exclusividade nas Copas do Mundo de 2026 e 2030, e também em torneios sul-americanos, a Globo tem afirmado que o delator Alejandro Burzaco, da empresa Torneos y Competencias, não esclareceu como a propina teria chegado às mãos do cartola argentino Julio Grondona, já falecido, que negociava os direitos de transmissão.
Nada mais falso. A ata do depoimento de Burzaco em seu segundo dia de depoimento, ocorrido nesta quarta-feira 15, foi obtida pela reportagem do 247 e mostra com clareza como dinheiro saiu do caixa da Globo e parou nas contas de Grondona. “Os direitos foram transmitidos à Teleglobo no Brasil. Para isso, a T&T Netherlands recolheria da Teleglobo e usaria parte dos fundos da T&T Netherlands para pagar subornos”, disse Burzaco. Ele afirma ainda que os direitos de transmissão foram negociados abaixo do valor real de mercado, justamente para que houvesse espaço para propinas.

Em seu depoimento, em que a Globo é citada 14 vezes, ele também detalha propinas pagas a José Maria Marin e Marco Polo del Nero, o ex e o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Só na Copa América de 2015, o equivalente a R$ 10 milhões teria sido pago à dupla e a Ricardo Teixeira, que os antecedeu no cargo. Marin é citado 32 vezes no documento desta quinta-feira 16 – Del Nero aparece em 41 citações.
Burzaco também afirma que a T&T Netherlands foi criada na Holanda justamente com o propósito de pagar propinas.
Confira, abaixo, a íntegra do documento:

Assembleia manda soltar Picciani e conclui a farsa


panto
Como estava previsto, a maioria dos deputados estaduais do Rio de Janeiro votou pela revogação da ordem de prisão de Jorge Picciani e de mais dois deputados, detidos desde ontem na tal Operação Cadeia Velha.
Todos sabiam que isso ia acontecer, inclusive os desembargadores que a decretaram.
Reafirmo o que escrevi ontem:
A prisão é, portanto, cenográfica.
Destina-se a produzir um estado de excitação – não injustificável – na opinião pública.
Não a fazer Justiça, que todos eles merecem, mas para fazer espuma.
Amanhã, quando forem libertados, estarão mais desmoralizados o Legislativo e o Judiciário.
Arranjou-se um “flagrante” – única oportunidade de prender parlamentar – inexistente para viabilizar um espetáculo. Não que falte culpa aos três em qualquer cartório que se imagine, mas o processo legal foi direcionado para produzir o espalhafato.
E fazer propaganda – ou propaganda de si próprio – certamente não é papel de um Judiciário sóbrio, que não seja afeito a decisões do tipo “me engana que eu gosto”.
Porque o descrédito que gera com isso só serve como estímulo àquilo que juízes deveriam detestar: apelos a deixar-se o estado de direito.
Por mais horror e nojo que esta turma provoque, nada é pior do que uma farsa.

Nova Pesquisa: Vox Populi mostra Lula com 42% vencendo no primeiro turno



Política

Corrida presidencial

CUT/Vox Populi: Lula tem 42%, Bolsonaro, 16%

por Sergio Lirio — publicado 17/11/2017 08h30, última modificação 16/11/2017 14h34
Na nova pesquisa, realizada no fim de outubro, o ex-presidente mantém a liderança folgada, enquanto o deputado firma-se no campo antipetista

inShare
Compartilhar 
CUT/Vox Populi: Lula tem 42%, Bolsonaro, 16%
Por enquanto, é Lula contra Bolsonaro

Apesar do recuo um pouco além da margem de erro de 2,2 pontos percentuais em relação à pesquisa de julho, o ex-presidente Lula continua a liderar com folga as intenções de votos para a presidência da República.

Segundo o levantamento CUT/Vox Populi, realizado entre 27 e 30 de outubro, o petista aparece com 42% das preferências em uma lista com dez presidenciáveis (havia alcançado 47% na enquete anterior). Em segundo lugar, em uma posição aparentemente consolidada, surge o deputado federal Jair Bolsonaro, cujo percentual variou de 13% para 16% entre julho e outubro. Os demais postulantes se engalfinham em um patamar abaixo de 8% de citações.

A pesquisa revela ainda que Lula tem atualmente a menor taxa de rejeição entre os nomes testados. São 39% aqueles que não votariam no ex-presidente. A repulsa a Bolsonaro chega a 60%. Os tucanos João Doria e Geraldo Alckmin têm os piores índices (72%, igualmente). O Sudeste é a região que mais rejeita o petista: 51% dos entrevistados se recusariam a votar nele se as eleições fossem hoje. No Nordeste, o percentual é de apenas 20%.

Diretor do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra acredita que só uma nova rodada de pesquisa (a próxima está marcada para dezembro) irá permitir avaliar a tendência do eleitorado. O levantamento de julho, lembra o cientista político, foi realizado ainda sob o impacto da decisão do juiz Sergio Moro de condenar o ex-presidente a 9 anos e meio de cadeia pelo suposto recebimento de vantagens indevidas no apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Imóvel, ressalte-se, que nunca pertenceu ao petista. “Uma parte expressiva da sociedade considerou exagerada e persecutória a decisão do Moro e essa percepção pode, naquele momento, ter impulsionado o apoio a Lula”, avalia. http://www.plantaobrasil.net/news.asp?nID=99140&po=s

Lula ao ‘Nocaute’: MP invade minha casa mas não investiga a Globo?


lulamorais
Reproduzo o vídeo, ao final do post, e a transcrição da primeira parte da entrevista feita ontem com Lula  e veiculada hoje por Fernando Morais em seu blog Nocaute. Imperdível.
Fernando Morais: Boa tarde, presidente Lula. É uma alegria estar aqui com o senhor. O presidente Lula nos deu a honra de ser o primeiro entrevistado aqui do estúdio, o nosso modesto estúdio do Nocaute. Vamos conversar um pouco sobre ele e sobre o Brasil. Antes, porém, eu queria que ele fizesse a gentileza de grudar ali do lado do Cassius Clay a nossa plaquinha.
Lula: Está inaugurado. Um pouco torto, mas está inaugurado.
Fernando Morais: Presidente, primeiro eu queria começar com as coisas mais suaves: caravana. O senhor tinha feito antes uma caravana para o Nordeste, mais demorada, que eu não pude ir. Mas eu fui na segunda, a de Minas Gerais e eu fiquei muito bem impressionado. Eu queria saber a sua impressão. Qual é o saldo que fica para o senhor dessas duas caravanas, que vão continuar semana que vem.
Lula: Primeiro eu pensei que você ia começar no dia dezesseis de novembro me perguntando da vitória do Corinthians ontem. Porque ontem o Corinthians antecipadamente se tornou pela sétima vez consecutiva campeão brasileiro, que não é pouca coisa. E como no Brasil nós temos duas coisas: um partido político é o PT e o resto é antipetista. E no futebol você tem o time de futebol que é o Corinthians, o resto é anticorintiano. Então, eu só posso estar feliz porque eu trabalho com muito palmeirense.
Fernando Morais: Você assustou na hora que o Fluminense fez o gol?
Lula: Me assustei. Te confesso que me assustei. Pensei: não é possível que vai dar urucubaca. Mas depois a gente mostrou que a gente estava em primeiro lugar porque o time tinha estabilidade emocional, tinha autocontrole. Porque o nosso time não é dos melhores. O Corinthians já teve time melhor, mas na draga que está o futebol brasileiro, o Corinthians mereceu esse título. Vamos pensar agora no terceiro título mundial.
Fernando Morais: Beleza! Deus te ouça.
Lula: A caravana.
Fernando Morais: A caravana. Primeiro a do Nordeste.
Lula: Fernando, a caravana teve como objetivo. Eu tinha duas coisas na cabeça quando pensei a caravana. Primeiro, fazer um reencontro com o Brasil. O Brasil é muito grande, muito heterogêneo, é uma diversidade cultural, econômica e social muito grande. E eu tinha noção do que nós tínhamos feito no período que governamos o Brasil e queria ver, nesse momento de desmonte do Brasil, o que estava acontecendo com os setores da sociedade que tinham sido os setores mais beneficiados com os programas de inclusão social.
Então, resolvi fazer esse reencontro com o Brasil e uma tentativa de fazer com que o PT recuperasse a sua imagem diante da sociedade brasileira, porque os meninos do Ministério Público resolveram criar a ideia de criminalizar o PT. A ponto de tentarem dizer que o PT é uma organização criminosa. Era preciso recuperar a moral da tropa, recuperar o PT, fazer o PT ir pra rua. E mostrar para o PT que ninguém vai defender o PT, a não ser o próprio PT. Ou seja, ou o PT se conscientiza que a acusação que se faz ao PT na perspectiva de criminalizá-lo e tirá-lo da legalidade política, como já fizeram com o Partido Comunista no auge do PC no Brasil, inventaram essa mentira do Power Point para tentar no fundo acabar com essa coisa que começou a ser conhecida pela sociedade que são as políticas de inclusão social. Fazer com que as pessoas possam subir um degrau na escala social. Que as pessoas possam comer melhor, trabalhar melhor, ganhar melhor. Sabe? Que as pessoas possam conquistar a cidadania. Então, era esse o objetivo. E o sucesso foi extraordinário.
A do Nordeste, eu sou suspeito porque eu sou nordestino, então o pessoal fala que eu gosto muito do nordeste e o nordeste gosta muito de mim. Eu tenho orgulho de ser nordestino e tentei fazer para o Nordeste, não uma política de privilégio, tentei fazer com que aquela distorção que vinha existindo desde que D. João VI chegou ao Brasil e foi para o Rio de Janeiro. Porque até então, Pernambuco era o estado rico do Brasil e começou a fazer com que os investimentos saíssem do Nordeste e viessem para o Sul e para o Sudeste. Nós queríamos fazer que o Nordeste tivesse um pouco mais de ajuda do estado brasileiro para que o Brasil se tornasse mais igual, mais equânime. Para que o desenvolvimento ficasse espraiado por todo o território nacional e não apenas no eixo Rio-São Paulo-Minas Gerais. E isto eu fiz com muito gosto. Tanto no campo da saúde, da educação, da ciência e tecnologia e no campo da geração de oportunidade. Então, foi extraordinária essa caravana. Eu acho que o resultado foi extraordinário.
Aí eu queria fazer uma no Sudeste. Eu resolvi fazer numa região que eu tenho verdadeira paixão que é aquela parte mais empobrecida da região, não que seja pobre, mas um pouco mais empobrecida de Minas Gerais que é o Vale do Jequitinhonha. Eu tenho uma admiração pela capacidade cultural daquele povo. Mesmo vivendo em adversidade social é um povo muito criativo. Resolvi estar perto e para mim foi uma surpresa agradável, foi uma emoção o companheirismo, a presença das pessoas. Terminei Minas Gerais, eu agora vou fazer uma outra pelo Espírito Santo e pelo Rio de Janeiro e deixar para depois do carnaval fazer os estados do Sudeste e do Sul, começar pelos estados do Sul. E depois fazer a caravana do Norte, a caravana do centro-oeste. Aí eu termino e vamos ver o que vai acontecer no Brasil.
Fernando Morais: Dez entre dez brasileiros gostariam de saber o que é que o senhor acha que vai acontecer em 2018 no Brasil.
Lula: Primeiro um desejo pessoal: eu espero que o povo brasileiro esteja melhor, que tenha diminuído o número de pobres e aumentado o número de emprego, que as pessoas estejam comendo melhor, morando melhor e tendo mais expectativa de vida. E que a gente tenha eleições livres e democráticas. O que eu espero é que o jogo democrático no país que foi truncado durante tanto tempo na história do Brasil da forma mais vergonhosa possível, com uma mentira inventada de uma pedalada, desrespeitando 54 milhões de seres humanos que foram votar na Dilma. Fora aqueles que foram votar no Aécio e que, portanto, queriam democracia. Desrespeitaram mais de 100 milhões de votos para fazer com que uma pessoa que tenha assumido o cargo de deputado, sub judice, porque nem isso ele tinha eleito, assumisse a Presidência da República, para prestar serviço ao mercado e tentar desmontar toda a estrutura de desenvolvimento que o Brasil conseguiu construir ao longo de tantos anos. Espero que a gente chegue nas eleições, não importa quantos candidatos tenha, o importante é que as eleições sejam democráticas e que vença o que tiver mais votos e que respeitem o resultado das eleições como eu respeitei em 89, 94 e 98.
Então eu acho que eleição é feita para isso. Você fala a verdade, você conta mentira, faz o que você quiser, mas o importante é que tem o dia D que é o dia de abrir as urnas. Ali tem o resultado, o resultado tem que ser acatado e governo quem ganhou as eleições. Isso é consolidar a democracia no Brasil.
Fernando Morais: O senhor tem expectativa de que vão permitir que o senhor disputa as eleições?
Lula: Eu nem discuto isso. Porque se eu ficar discutindo: será que eles vão deixar, será que eu posso? Aí eu estou fazendo o jogo deles. Eu sei o que eles querem e eu sei o que eu quero. Eles não querem que eu seja candidato. Então, não tem nada melhor do que perguntar para o povo. O povo pode me condenar, ou o povo pode me eleger de novo presidente da República desse país. Eu só quero livremente provar a minha inocência, aliás eu já provei a minha inocência em cada processo. Eles que têm que encontrar provas de que eu sou culpado. E tentar tocar a vida e cuidar desse povo. Porque esse povo está precisando de cuidado. Esse povo não está precisando ser governado, esse povo está precisando de cuidado. E cuidado significa você cuidar da saúde, da educação, da segurança, da creche, universidade. Significa você cuidar do investimento em Ciência e Tecnologia, cuidar do emprego, cuidar das pessoas que ganham menos. Significa você respeitar o exercício da democracia e ao invés de tomar decisões palacianas com meio dúzia de pessoas. Voltar a fazer as conferências nacionais que eu fazia, voltar a fazer as políticas públicas que a sociedade quer que sejam implantadas. Fazer com que o Brasil seja respeitado na África, na Ásia, nos Estados Unidos. Porque respeito é bom. Eu gosto de receber e gosto de dar também. É isso que eu quero que aconteça no Brasil. E é por isso que eu tenho a firme convicção e muita vontade de concorrer nas eleições na expectativa de que o que nós fizemos é o passaporte para que esse povo nos dê mais uma autorização de uma viagem de 4 anos governando esse país. 
Fernando Morais: Agora presidente, a perspectiva, a possibilidade de que a Justiça impeça o senhor de ser candidato já está permitindo muita gente, sorrateiramente, de querer tomar o seu legado de voto, de apoio popular. Como que o senhor vê essa mobilização? Porque a esquerda vai ter que ter candidato. Se não for o senhor, o que vai acontecer?
Lula: O povo não pode ser visto, tratado e pensado como gado, rebanho, que alguém é dono, que pode dizer “Vai pra lá, vai pra cá”. Não. Obviamente que, se eu puder ter influência num eleitor para votar em mim, eu vou ter. Se eu não for ser candidato, eu faria o que eu fiz a vida inteira: ser cabo eleitoral daquela pessoa que eu achar mais justo para concorrer. Eu trabalho com a seguinte ideia. Primeiro eu trabalho com a convicção e a certeza de que eu vou ser candidato à presidência da República. Se eu for candidato, eu tenho muita, mas muita certeza que as possibilidades de ganhar são enormes e eu confio muito que o povo vai compreender o que nós fizemos nesse país e o que ele pode esperar, porque vamos dizer às claras o que nós queremos fazer no Brasil. E esse país tem que voltar a crescer, o povo tem que voltar a ser feliz, o povo tem que acreditar no futuro, o povo tem que ter esperança. E o povo brasileiro sabe de uma coisa.
Se tem uma coisa que eu aprendi a fazer com o próprio povo foi a cuidar dele com carinho, a saber quem mais precisa, saber para quem o Estado tem que governar. Obviamente o Estado tem que ser de todos. Mas dentre esse “todos” você tem aqueles que precisam mais do que o outro. Você vai dar água para quem tem sede. Quem tem fartura de água vai ter que emprestar um pouco para quem tem sede. Você vai dar mais comida para quem tem fome. Quem tem muita comida vai ter que dar um pouco. É assim que a gente vai construir um mundo mais solidário, uma sociedade mais humanista. Um povo com uma concepção de solidariedade maior. Eu sonho.
Agora, o que está acontecendo? Eu acho que quem está numa encalacrado não sou eu. Eu acho que há uma perspectiva e uma tentativa de julgar os 12 anos do PT no governo. E para fazer esse julgamento eles construíram uma mentira monstruosa. Construíram uma mentira, criando a ideia e apresentando em rede nacional de que o PT era uma organização criminosa, de que o PT nasceu para ser uma quadrilha, que o PT pensou em ganhar para poder roubar. E que quando eu ganhei, montei para roubar.
Eles querem julgar porque eu indiquei, porque eu não escolhi você para ser secretário de comunicação, porque eu escolhi o Franklin Martins, porque que eu indiquei não sei quem. Como se alguma pessoa soubesse anteriormente que um cidadão vai roubar. Ninguém tem escrito na testa que é ladrão. Às vezes as pessoas mesmo sendo ladras elas parecem as mais honestas do planeta.
Eu estou sendo acusado de uma série de bobagens. Eu fico até irritado com os depoimentos porque são de uma cretinice sem tamanho. E como esse processo, tem coisas sérias nele. É importante aproveitar o Nocaute para dizer que eu não sou contra a Lava Jato, de combate à corrupção. Tem coisa muito importante. O povo brasileiro fica feliz de saber que rico está indo para a cadeia, de saber que, se o político roubou, vai para a cadeia. Porque antes só ia para a cadeia o cara que roubava um Melhoral na farmácia, o cara que roubava um pão, uma galinha. Esse coitado vai preso e passa 3 anos na cadeia e tem que ter um advogado que faça assistência pra ele. Então isso é importante. Mas é importante separar o joio do trigo. Todo processo, para rico e para pobre, ele tem que ter um determinado critério. As pessoas têm que ter direito à defesa. As pessoas não podem ser acusadas e condenadas pelos meios de comunicação. Porque no caso do PT, eu já apresentei todas as minhas defesas, todas as provas da minha inocência e eles até agora não apresentaram uma única prova de culpa.
Aliás, o promotor que é o chefe do PowerPoint nunca apareceu em nenhuma audiência. As audiências não são levadas em conta. Só para você ter ideia, essa audiência agora, no caso da Zelotes que fala dos caças, nada menos do que Dilma Rousseff foi testemunha, Nelson Jobim, que foi ministro da Defesa, companheiro Celso Amorim, foi ministro da Defesa também, o brigadeiro Saito e os militares responsáveis pela escolha técnica. Então eu não sei em que momento de loucura alguém imaginou: “Bom, o Lula teve influência na escolha dos caças”. E por aí vai.
Eu fui prestar depoimento sobre o estádio do Corinthians. Eles não leem jornal e só aqueles que eles querem ler, e não sabem que eu defendia que a Copa do Mundo fosse realizada no Morumbi. Que eu levei no Morumbi o Serra, o Kassab, o Alckmin, a Confederação Brasileira, que era para todo mundo ver: temos um estádio pronto, vamos fazer.
Eu defendia que São Paulo, como era o estado mais importante da federação, o mais rico, o que tem o melhor futebol, não poderia ficar de fora da abertura da Copa do Mundo. Era até uma coisa engraçada porque o Sergio Cabral falava: “Eu quero que o encerramento da Copa do Mundo seja no Rio de Janeiro”. E eu falava: “Sergio, o encerramento você não sabe se o Brasil vai estar. Na abertura você sabe, então é melhor você querer fazer a abertura no Maracanã”. O que aconteceu é que o Brasil nem jogou no Maracanã.
Essa acusação de corrupção
praticada pela Globo, eu nem sei se é verdade.
Mas alguém tem que investigar.

Então é por isso que eu tenho consciência de que eu vou ser candidato. Eu acho que em algum momento as coisas vão clarear. Acho que em algum momento as pessoas vão perceber alguma coisa errada nessa coisa contra o PT. E eu digo para todo mundo: se no PT tiver alguém culpado, se no PT tiver alguém que roubou, essa pessoa tem que pagar. Mas essa pessoa tem que ter um julgamento certo. Isso vale para mim, para você, para qualquer um. Ninguém está acima da lei. Eu quero que todo mundo seja tratado em igualdade de condições, sem mentira.
Eu não quero falar mal de ninguém aqui, acho que todo mundo é inocente até que prove o contrário. Mas eu não sei se o Jornal Nacional vai dar o mesmo destaque que deu a mim durante 30 horas, desde que começou a operação Lava Jato, à acusação desse empresário argentino que diz da corrupção praticada pela Globo. Eu nem sei se é verdade. Eu defendo que a Globo tenha direito de defesa, que seja apurado corretamente, e ela será inocente até que prove o contrário. Mas alguém tem que investigar. O que eu acho estranho é que o Ministério Público até agora, o mesmo MP que invadiu o Instituto Lula, que invadiu a minha vida, até agora não falou nem fez nada. Espero que faça para a gente descobrir se é verdade que teve influência de um canal de televisão que deteve o monopólio seja na Copa das Confederações, seja na Copa do Mundo, seja no Sul-Americano, seja na Copa Brasil. O que é importante é que o futebol é uma paixão nacional e eu acho que está na hora dos jogos serem transmitidos ao vivo em todos os canais para todo mundo que possa ver e não só para quem possa pagar uma TV a cabo.
Sinceramente, eu poderia estar mais nervoso, mas estou tranquilo. Estou tranquilo porque tenho consciência do que eles querem, do que eu fiz, do que eu posso fazer por esse país, e quero jogar. E, com todo respeito aos demais candidatos, não sou contra ninguém que seja de direta, de centro, extrema direita, extrema esquerda, tem espaço para todo mundo, e o povo será o nosso juiz.

A elite e a relativização do crime


relativismo
No final da entrevista em que disse ter medo do monstro bolsonariano que ajudou a criar – Kiko Nogueira, no DCM,mostra como isso é verdade – Fernando Henrique Cardoso revela a ver ou não crime, para ele, é uma questão política, ao justificar seu apoio à ruptura da ordem democrática.
FHC disse que relutou em apoiar o impeachment de Dilma Rousseff, mas mudou de ideia quando houve a paralisia do governo. De acordo com ele, a única saída possível para esse tipo de situação em um regime presidencialista é o impeachment. O ex-presidente afirmou ainda que o afastamento é uma decisão política, ainda que amparado em base legal – no caso, o desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal.
“Isso é um crime tremendo? Não, muitas pessoas fizeram (o mesmo). E por que não (foram afastadas)? Porque essas pessoas não estavam em uma frágil posição de poder e a consequência não foi a interrupção do processo de tomada de decisões. É uma questão política.”
A confissão desabrida de que a condenação da ex-presidente – e a ruptura com a legalidade e a legitimidade democráticas – era justificável guarda (e nem tão “no fundo”) a mesma ideia que têm os grupos violentos  também propagam ideias de que o que supõem ser “o bem” que justifica a quebra das regras legais que regulam o convívio civilizado.
O noticiário, hoje, sobre a existência de uma “turma da massagem“, que daria surras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em ladrões, pedintes, moradores de rua e outras pessoas marginalizadas, é um exemplo deste relativismo. Espancá-los se justificaria também pela “paralisia do Governo” em tirá-los da rua e assegurar a tranquilidade da população.
O degrau de quebra da legalidade que Fernando Henrique admite  ter sido necessário subir faz parte da mesma escada que, no ápice, leva a isso e, no final, a fatos como o assassinato de mulher que morava nas calçadas de Copacabana.
Justificam-se pelo “bem público” que acreditam encarnar e exercitam as próprias razões e pelo desprezo ao direito dos outros.
O direito do outro é apenas “coisa de preto”, ou de pobre, ou de nordestino, ou  de veado, ou de comunista.
O negrinho amarrado ao poste da Rachel Sheherazade, o  “senta o dedo” e o “baixa o porrete” dos programas de rádio e TV, a liberação da posse e porte de arma para “o cidadão poder se defender” ou do “blabloquismo” com o qual muita gente foi tolerante têm o mesmo estofo ideológico  daqueles “pelos meus filhos, pelos meus netos, pelo Brasil, eu voto sim!” .
Bang! Bato e mato em nome da sociedade.
Em nome da sociedade como ela é, com suas desigualdades, a preservação do status quo, para o qual mobilizam as tropas da classe média, sempre dispostas a se julgarem “superiores” e repetirem o discurso que a elite repete e ensina.
Fernando Henrique reclama que Bolsonaro queria fuzilá-lo, embora ele próprio admita que o fuzilamento – formalmente legal – de um mandato presidencial se justifica, pelo bem do país.
Os processos de ódio, num indivíduo ou numa coletividade, são autofágicos, acabam por devorar aqueles que os ajudaram a produzir e, adiante, aos seus encarnadores.
Mas, até lá, destroem, matam, infelicitam.

Para agradar médicos, Temer suspende novos cursos de medicina no Brasil



O governo de Michel Temer vai decretar uma moratória para impedir a abertura de novos cursos de medicina no país. O prazo será de cinco anos.
confirma a informação. Segundo ele, o decreto para a adoção da medida já está na mesa do peemedebista, que deve assiná-lo até o fim do ano.

"Há um clamor dos profissionais de medicina para que se suspenda por um período determinado a abertura de novas faculdades, em nome da preservação da qualidade do ensino", diz Mendonça.

A verdade é que os médicos não querem concorrência, pois com mais médicos no mercado os valores astronômicos das consultas particulares tende a baixar e com mais atendimentos no SUS a procura por essas consultas será menor.

Segundo ele, dois editais em andamento para a abertura de novos cursos, lançados ainda no governo de Dilma Rousseff, serão concluídos.

Na festa do com Deus e a Verdade você é convidada especial; Angelina Gomes...

#LeitorFiel  faz pra você uma homenagem de carinho enfermeira Angelina.

A imagem pode conter: 1 pessoa, óculos, selfie e área interna Entre todas as profissões a mais importante o professor e em seguida os guardiãs da vida. Médicos e enfermeiros.  Você é mais que isso. Você é cidadã plena. Uma guerreira, persistente, insistente e boa em tudo que faz.
Não é brincadeira o que vocês todos passaram nestes ano de 2017! Muitos teriam perdido a linha ou  desistido no caminho. Você batalhou, chorou, insistiu e sobreviveu a trancos e barrancos as pancadas da ilegalidade, da injustiça e da prepotência. Como sei que você tem um coração generoso, essa homenagem é sua, mas peço licença para estendê-la, através de você, a todos os trabalhadores honestos do Hospital Severino Távora, como forma de um abraço coletivo, daqueles que  cura, é solidariedade, é carinho, é consolo. Deus abençoe poderosamente a todos vocês e que a Justiça Divina se faça, sobrepondo-se a justiça dos homens.
Obrigada por tudo.
Tenho enorme prazer de tela como#LeitoraFiel. Como não sei quem será o sortudo(a), fico na torcida por você. (rsrsrs).

Grande Abraço Madalena França.

Sancionada lei contra abuso sexual de crianças e jovens atletas

  O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a lei que estabelece diretrizes para prevenir e combater abusos sexuais co...