Pesquisar neste blogue comdeuseaverdadedeorobo

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Brasil tem o menor número de carteiras de trabalho assinadas em 6 anos, diz IBGE


SOBREDESEMP
O Brasil atingiu o menor número de trabalhadores de carteira assinada dos últimos seis anos, revelou hoje o IBGE, em sua pesquisa trimestral por amostra domiciliar.
Pela primeira vez no período o número foi inferior a 33 milhões de pessoas, num total de 90,5 milhões de pessoas consideradas ocupadas no trimestre janeiro-fevereiro-março deste ano.
O total de pessoas desocupadas (sem emprego ou “bico”) chegou a 13,7 milhões, num impressionante salto de 1,5 milhão de pessoas sem ocupação a mais em relação ao trimeste anterior.
Falta pouco para que se iguale o pico histórico do desemprego – 14,2 milhões -, o que não aconteceu porque mais pessoas passaram a trabalhar sem carteira ou a  viver “por conta própria” – leia-se, na maioria dos casos, de “bicos”. Nem estes contingentes, porém, escaparam neste trimestre, amargando quedas de 3,6% e 1,1%, respectivamente.
A coisa está tão esquisita que até a grande imprensa parece ter aposentado a expressão “retomada da economia”, que parecia chiclete na boca de comentaristas da economia.
Que, aliás, andam mais preocupados com Lula do que com qualquer outra coisa.
Madalena França com informações do Tijolaço

  •  
  •  

Sem investimento estatal, não há saída para a crise no Brasil


quedainv
Os dados mostrados na ótrima reportagem de Adriana Fernandes no Estadão mostram mais que o atual estado desesperador do país em matéria de investimentos públicos – isto é, em infraestrutura (energia, transportes, habitação, saneamento e tudo o mais onde, sem o Estado, nada ou quase nada se faz).
Revela algo pior: a nossa condenação a “marcar passo”nos próximos anos, sem perspectivas de um crescimento econômico compatível com nossas necessidades, potenciais e mesmo a vocação de um país em tudo de imensas dimensões.
Mesmo que tivéssemos claras perspectivas políticas de mudança de governo que recusem o “pensamento único” de que “o mercado” vai trazer os investimentos necessários ao Brasil – o que nunca aconteceu – quem assumisse o comando do país com esta determinação se chocaria com barreiras imensas.
A primeira delas, o grau de endividamento que, com todos os cortes e mesmo com a queda de juros não cessa de subir. A verdade, que é a necessidade de restabelecer impostos de maneira seletiva (tributação de lucros e dividendos, sobre movimentações financeiras a partir de certo valor que não onere assalariados, gradação dos impostos de transmissão hereditária de bens, etc).
Mesmo com recursos, porém, haveria problemas.
Programas de investimento paralisados –  e estamos cheios deles – custam mais caro (e muito) do que em andamento, porque implicam custos de remobilização de meios, degradação de estruturas abandonadas, perda de equipamentos estocados.
As grandes empresas de engenharia, atingidas em cheio pela Lava Jato, têm pouca capacidade financeira para esta retomada, cujos pagamentos só se dariam em médio prazo.
Isso se não se exigirem novos procedimentos licitatórios, sempre e cada vez mais vagarosos, complicados e arriscados para o gestor público, hoje amaldiçoado como corrupto, em geral.
A destruição que se fez no Brasil vai ser cenário para toda uma geração. Moro e o Judiciário, como Fernando Henrique e o PSDB nos darão uma década perdida.

Por Madalena França Com informações do Tijolaço

Prático: CNH Digital liberada em todo o País...

Informou o Serpro;  Veja como usar a nova modalidade


G1

A emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) digital está disponível em todo o país, informou o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), empresa pública que desenvolve o sistema. O estado do Rio de Janeiro foi o último aderir ao documento eletrônico na última quarta.

O prazo para que todos os Departamentos Nacionais de Trânsito (Detrans) disponibilizem o serviço é 1º de julho. A obrigatoriedade inicial da emissão dos documentos estava prevista para 1º de fevereiro, mas acabou sendo adiada.
De acordo com o Serpro, 110 mil condutores brasileiros já estão utilizando a CNH digital. Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo somam juntos mais de 63 mil documentos eletrônicos emitidos.
A CNH impressa continua valendo normalmente e a versão digital possui o mesmo valor jurídico da versão física. Chamada de CNH-e, o documento digital poder ser utilizado por meio de aplicativo em celulares e tablets.

Os valores para a emissão da CNH digital ficar a cargo dos Detrans, do mesmo modelo que acontece com a CNH impressa. Em São Paulo, por exemplo, a CNH-e foi lançada gratuitamente.

Como obter a CNH-e?

  • É preciso ter a CNH impressa no formato atual, com QR code;
  • quando ela estiver valendo no seu estado, o primeiro passo é cadastrar-se no no Portal de Serviços do Denatran;
  • ir ao Detran onde foi emitida a CNH impressa para confirmar seus dados (quem optar por usar um certificado digital, que é pago, pode fazer todo o processo online);
  • caberá a cada Detran cobrar ou não pela via digital, e determinar um valor;
  • baixar o aplicativo gratuito da CNH digital, que estará nas lojas oficiais da Apple e do Google (para aparelhos Android);
  • acessar o aplicativo por meio de um código de ativação que o Denatran enviará por e-mail aos usuários inscritos, quando o estado disponibilizar a CNH digital;
  • criar uma senha de 4 dígitos para acessar o documento no celular.
Madalena França

Resultado do IBGE Comprova: Golpe faz reaparecer a Miséria no País

 13,7 MILHÕES DE BRASILEIROS DESEMPREGADOS! Renda e carteira assinada caem! Tá bom, Míriam Lúcia?


Coveiros.jpg
Do IBGE:

A taxa de desocupação (13,1%) no trimestre móvel de janeiro a março de 2018 cresceu 1,3 ponto percentual em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2017 (11,8%). (...)

A população ocupada (90,6 milhões) caiu 1,7% em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2017, quando era de 92,1 milhões. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, quando havia 88,9 milhões de pessoas ocupadas, o crescimento foi de 1,8%. Assim, o nível da ocupação (53,6%) caiu 0,9 ponto percentual frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2017 (54,5%).

(...) O número de empregados com carteira de trabalho assinada (32,9 milhões) caiu 1,2% frente ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2017), uma redução de 408 mil pessoas. No confronto com o trimestre de janeiro a março de 2017, a queda foi de -1,5% (-493 mil pessoas).

O número de empregados sem carteira de trabalho assinada (10,7 milhões de pessoas) apresentou uma redução de -402 mil pessoas em relação ao trimestre anterior. (...)

O rendimento médio real habitual (R$ 2.169) no trimestre de novembro de 2017 a janeiro de 2018 ficou estável frente ao trimestre outubro a dezembro de 2017 (R$ 2.173) e também em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.169). A massa de rendimento real habitual (R$ 191,5 bilhões) ficou estável tanto quando comparada ao trimestre móvel de outubro a dezembro de 2017 como frente ao mesmo trimestre do ano anterior. (...)
Madalena França com informações de Manuel Mariano

DEP. SILVIO COSTA BATE PESADO NA BASE DE TEMER


publicado por Madalena França Via Blog do Manuel Mariano

SE FOSSE MEU ALUNO, MORO IA AO PAU! Professor de Física reprova Dallagnol também



M2.jpg
Por sugestão do amigo navegante Eugênio Aragão, o Conversa Afiada publica texto de Marcos César Danhoni Neves, professor da Física da Universidade Estadual de Maringá:
Sou professor titular de Física numa universidade pública (Universidade Estadual de Maringá-UEM) desde 2001 e docente e pesquisador há quase 30 anos. Sou especialista em história e epistemologia da ciência, educação científica, além de processos de ensino-aprendizagem e análise de discursos. Orientei mais de 250 alunos de graduação, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado, além de professores in-service. Conto tudo isso, como preâmbulo, não para me gabar, mas para salientar que li milhares de páginas de alunos brilhantes, medianos e regulares em suas argumentações de pesquisa.

Dito isso, passo a analisar duas pessoas que compõem o imaginário mítico-heróico de nossa contemporaneidade nacional: Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Em relação ao primeiro, Moro, trabalhei ativamente para impedir, junto com um coletivo de outros colegas, para que não recebesse o título de Doutor honoris causa pela Universidade Estadual de Maringá. Moro tem um currículo péssimo: uma página no sistema Lattes (do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico ligado ao extinto MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia). Lista somente 4 livros e 5 artigos publicados.

Mesmo sua formação acadêmica é estranha: mestrado e doutorado obtidos em três anos. Isso precisaria ser investigado, pois a formação mínima regulada pela CAPES-MEC (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Ministério da Educação) é de 24 meses para Mestrado e 48 meses para o Doutorado. Significa que “algo” ocorreu nessa formação apressada.. Que “algo” é esse, é necessário apurar com rigor jurídico.


Além de analisar a vida acadêmica de Moro para impedir que ele recebesse um título que não merecia, analisei também um trabalho seminal que ele traduziu: “O uso de um criminoso como testemunha: um problema especial”, de Stephen S. Trott. Mostrei que Moro não entendeu nada do que traduziu sobre delação premiada e não seguiu nada das cautelas apresentadas pelos casos daquele artigo.

Se seguirmos o texto de mais de 200 páginas da condenação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e guiando-me pela minha experiência em pesquisa qualitativa, análise de discurso e fenomenologia, notamos claramente que parte significativa do texto consiste em Moro tentar apagar suas digitais, sem sucesso, ao desdizer que agiu com imparcialidade.

Nestas páginas robustas lemos uma declaração clara de culpa: Moro considera a parte da defesa de Lula em menos de 1% do texto total! E dos mais de 900 parágrafos, somente nos cinco finais alinhava sua denúncia e sentença sem provas baseada num misto frankensteiniano de “explanacionismo” (uma “doutrina” jurídica personalíssima criada por Deltan Dallagnol) e “teoria do domínio do fato”, ou seja, sentença exarada sobre ilações, somente. Aqui uso a minha experiência como professor e pesquisador: quando um estudante escreve um texto (TCC, monografia, dissertação, tese, capítulo de livro, livro, ensaio, artigo), considero o trabalho muito bom quando a conclusão é robusta e costura de forma clara e argumentativa as premissas, a metodologia e as limitações do modelo adotado de investigação.

Dissertações e teses que finalizam com duas ou três páginas demonstram uma análise rápida, superficial e incompetente. Estas reprovo imediatamente. Não quero investigadores apressados, superficiais! Se Moro fosse meu aluno, eu o teria reprovado com esta sentença ridícula e persecutória. Mal disfarçou sua pressa em liquidar sua vítima. Em relação a outro personagem, o também vendedor de palestras Deltan Dallagnol, há muito o que se dizer. Angariou um título de doutor honoris causa numa faculdade privada cujo dono está sendo processado por falcatruas que o MP deveria investigar. O promotor Dallagnol não seguiu uma única oitiva das testemunhas de defesa e acusação de Lula, além daquela do próprio ex-presidente.

Eu trabalho em pós-graduações stricto sensu de duas universidades públicas: uma em Maringá e outra em Ponta Grossa. Graças a isso fui contactado por meio de um coletivo para averiguar a dúvida sobre a compra por parte de Dallagnol de apartamentos do Programa Minha Casa Minha Vida em condomínio próximo à UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa). Visitei os imóveis guiado por uma corretora e me dirigi ao Cartório de Registro de Imóveis da cidade. Após algumas semanas, a resposta: os dois apartamentos modestíssimos, destinados a gente pobre, tinham sido adquiridos pelo Promotor e estavam à venda com um lucro líquido em menos de um ano de aquisição de 135 mil reais.

Reuni o material e disponibilizei para a imprensa livre (aqui a matéria do DCM). O promotor teve que admitir que comprou os apartamentos para ganhar dinheiro na especulação imobiliária, sem resquícios de culpa ou de valores morais em ter adquirido imóveis destinados a famílias com renda de até R$ 6.500,00 (Deltan chegou a ganhar mais de R$ 80.000,00 de salários – além do teto constitucional, de cerca de R$ 35.000,00; e mais de R$ 220.000,00 em suas suspeitosas palestras).

Bom, analisando os discursos de Dallagnol, notamos claramente a carga de preconceito que o fez construir uma “doutrina” de nome exótico, o “explanacionismo”, para obter a condenação de um acusado sem prova de crime. Chega a usar de forma cosmética uma teoria de probabilidade – o bayesianismo – que ele nem sequer conhece ao defender a relativização do conceito de prova: vale seu auto-de-fé a qualquer materialidade de prova, corrompendo os princípios basilares do Direito. Como meu aluno, ou candidato a uma banca de defesa, eu também o teria reprovado: apressado, superficial e sem argumentação lógica.

Resumindo: Dallagnol e Moro ainda vestem fraldas na ciência do Direito. São guiados por preconceitos e pela cegueira da política sobre o Jurídico. Quando tornei-me professor titular aos 38 anos, eu o fiz baseado numa obra maturada em dezenas e dezenas de artigos, livros, capítulos, orientações de estudantes e coordenações de projetos de pesquisa. Infelizmente, estes dois personagens de nossa República contemporânea seriam reprovados em qualquer universidade séria por apresentar teses tão esdrúxulas, pouco argumentativas e vazias de provas. Mas a “Justiça” brasileira está arquitetada sobre o princípio da incompetência, da vilania e do desprezo à Democracia.

Neste contexto, Moro e Dallagnol se consagram como “heróis” de papel que ficariam muito bem sob a custódia de um Mussolini ou de Roland Freisler, que era o presidente do Volksgerichtshof, o Tribunal Popular da Alemanha nazista. Estamos sob o domínio do medo e do neo-integralismo brasileiro.

Marcos César Danhoni Neves é professor titular da Universidade Estadual de Maringá e autor do livro “Do Infinito, do Mínimo e da Inquisição em Giordano Bruno”, entre outras obras
Madalena França Via Blog do Manuel Mariano

URGENTE: Parlamentares do Mercosul aprovam visita a Lula em Curitiba

A Comissão de Direitos Humanos do Parlasul, o parlamento do Mercosul, aprovou nesta sexta (27) visita para o ex-presidente Lula nos próximos dia 8 e 9 de maio, na Polícia Federal de Curitiba.
O senador Roberto Requião (MDB-PR), membro do Parlasul, estará presente na comitiva que visitará o preso político mais ilustre do mundo.
O comunicado do Parlasul foi assinado pela deputada argentina Cecilia Britto, que presidente a Comissão dos Direitos Humanos dos Estados Parte.
Além da visita a Lula na capital paranaense, os parlamentares do Mercosul também aprovaram a participação de uma audiência pública na cidade do Rio de Janeiro.
Leia a íntegra do documento encaminhado à juíza Carolina Lebbos, responsável pela custódia de Lula:
Postagem do Blog do esmael
Madalena França

Pensamento do Dia

A imagem pode conter: texto

“Globo vaza mentira de Palocci para manter Lula com Moro”, diz Gleisi


Audima
“Novas mentiras, como sempre sem provas, vêm à tona 24h depois que STF corrigiu, em parte, aberrações que davam a Moro poderes que jamais deveria ter”, declarou a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, nesta noite de quinta-feira, desmontado nova tramoia da Globo para auxiliar a Lava Jato. Veja a íntegra da declaração da presidente do PT.
 Desde setembro do ano passado, Antonio Palocci rendeu-se às chantagens da Lava Jato, desistiu de se defender e passou a fazer falsas acusações ao ex-presidente Lula na expectativa de receber benefícios penais e financeiros.
A se confirmar o teor da suposta deleção descrita pelo Globo – que de resto é mais um vazamento ilegal para um veículo em campanha odiosa contra Lula – restará provado que Palocci tornou-se refém de Sérgio Moro, dos procuradores e delegados de Curitiba. E que nesta condição perdeu qualquer vestígio de caráter.
Lula nunca pediu nem recebeu dinheiro ilícito. As novas mentiras, como sempre desacompanhadas de qualquer prova, vêm à tona 24 horas depois que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal corrigiu, em parte, aberrações jurídicas que davam a Sergio Moro poderes que ele jamais deveria ter recebido, para comandar ações fora de sua jurisdição.
O vazamento da suposta delação para o Globo se insere na vergonhosa pressão que esta organização exerce, por todos os meios, inclusive editoriais e matérias na TV, para que seja permitido a Sergio Moro continuar perseguindo Lula de forma obsessiva e doentia. Para tentar tirar Lula da cena política, exatamente porque é o favorito disparado a vencer as eleições presidenciais de outubro.
Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT
Madalena França

Há 54 anos… A mais longeva ditadura de nossa história


O jornalista Roberto Amaral compara o clima de hoje ao vivido nas vésperas do golpe de 1964, que dividiu o país e abriu espaço para a violência. “Antes da ruptura, a conflagração”, escreve.
Há 54 anos… A mais longeva ditadura de nossa história
Roberto Amaral*
Completaram-se, no último 1º de abril, 54 anos da implantação da mais longeva ditadura de nossa história, com todo o seu acervo de tragédias sociais e individuais, e profundo atraso político. Suas consequências ainda se fazem sentir, pois estão na raiz dos dramas de nossos dias, cujo desfecho não podemos divisar: em alguns momentos a ‘luz no fim do túnel’ nos enche de esperanças; noutros sugere um trem na contramão.
Lamentavelmente, os regimes autoritários e as ditaduras não são fenômenos estranhos à República, marcada por insurreições militares e golpes de Estado, manifestações exacerbadas de um autoritarismo larvar cujas fontes remontam à Colônia e ao escravismo de séculos, construtor da ideologia da casa-grande, profundamente presente em nossa vida política e em nossa vida social, e mesmo nas relações interpessoais.
A própria República é obra de um golpe de Estado construído na caserna, e sua consolidação fez-se dependente de outro golpe, sustentado pela espada de Floriano Peixoto. Assim se firmou a República oligárquico-agrária, sem povo e sem eleitores, que sobreviveria até a ‘revolução de 1930’. Antes, porém, viveria o país a insurreição de 1922 (Levante do Forte de Copacabana), e os dois 5 de julho que desembocariam na Coluna Prestes (1924).
E, na sequência de 1930, o levante paulista de 1932, o levante comunista de 1935, a implantação da ditadura do ‘Estado Novo’, o putsch integralista de 1938 e, fechando o ciclo, o golpe que detonou a ditadura e levou Vargas para seu exílio na estância Santos Reis em 1945.
É a história do ‘tenentismo’ que se estende até o regime de 1964, quando seus líderes já eram generais, almirantes e brigadeiros. No seu currículo constam ainda a deposição e suicídio de Vargas em 1954, o golpe e contragolpe de 1955, a crise de 1961 e a implantação casuística do Parlamentarismo, de vida breve. A história da República tem sido a história da preeminência dos militares sobre a política e a vida institucional.
O clima de hoje muito lembra aqueles vividos nas vésperas do golpe de 1964, dividindo o país e abrindo espaço para a violência. É sempre assim. Antes da ruptura propriamente dita, a conflagração. Os conflitos exacerbados em 1963 foram a preparação ideológica da ditadura militar.
Os anos difíceis que se instalam com as jornadas de 2013, de que se apropriou a direita com seu aparato midiático, abrem as rotas que levariam ao golpe de 2016 e à instauração do regime de exceção jurídica que não sabemos se será declarado perempto com as eleições de 2018. O precedente histórico não é animador.
Esse viés autoritário, cultivado pela casa-grande desde a Colônia, é servido à população pelos aparelhos ideológicos do Estado a serviço dos interesses de nossas elites perversas. Nesta faina destaca-se o papel dos meios de comunicação de massa, a quem se pode tributar, hoje, a maior responsabilidade pelo clima de violência que pervade a política.
Em 1964 os militares e seus associados – na política e no ‘mercado’– encerraram o ciclo da Constituição democrática de 1946, enquanto a consolidação do impeachment de 2016 declarou perempto o ciclo iniciado com a ‘Constituição cidadã’ de Ulisses Guimarães, que culminara com a ascensão e queda do lulismo.
Talvez sejam os dias correntes a boa oportunidade para tentarmos antecipar o que podem ser os tempos vindouros. As lições colhidas dos fatos que não se repetem podem orientar estratégias e corrigir táticas, principalmente quando o distanciamento histórico favorece a análise fria.
Naqueles anos hoje distantes, os anos do pré-golpe e do golpe de 1º de abril, poucos viram para além da superfície, e assim muitos ignoraram a conspiração que se desenvolvia nos subterrâneos da caserna em interlocução com a ordem econômica, o Congresso e os meios de comunicação, para logo estampar-se à luz do dia.
De outra parte, uma vez mais, a continuidade e segurança do governo popular se havia deslocado das ruas para os acordos políticos de cúpula. O povo continuava percebido como elemento tático numa estratégia que se resolveria fora das ruas.
Não obstante os elementos fornecidos pela realidade palpável, não eram poucos, então, os que transferiam da mobilização popular para o ‘dispositivo militar do general Assis Brasil’, chefe da Casa Militar de Jango, a defesa do governo, das ‘reformas de base’ e da ascensão das massas.
Nesta linha pontificava o antigo capitão Luiz Carlos Prestes, secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro.
No dia 17 de março de 1964, para uma plateia que lotava o auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o antigo Cavaleiro da Esperança, após dissertar sobre ‘a formação popular do Exército brasileiro’, anunciou, com o respaldo de sua biografia, a impossibilidade de um golpe militar no Brasil. E quando este se efetivou, muitos o viram como ‘apenas mais uma quartelada’, como as outras que haviam pontuado a República de 46. Passaria logo.
A história que se segue é conhecida.
Do golpe de 1964 muito se pode afirmar, menos a surpresa, defendido que foi abertamente pela grande imprensa, preparando sua recepção e animando as manifestações dos adversários do governo e de suas teses.
O pretenso combate à corrupção de 2013-2016 era, em 1963-1964, a denúncia de suposta corrupção e de infiltração comunista no governo João Goulart, dando conta das conspirações de toda ordem, militares e civis igualmente conjurados, e, hoje documentalmente comprovada, a arquitetura do Departamento de Estado dos EUA, para quem Goulart, se não era comunista, estava a serviço do comunismo, o que dava no mesmo, segundo Washington. Vivíamos o auge da Guerra Fria e poucos meses nos separavam da crise dos mísseis estocados em Cuba pela União Soviética, incidente que por muito pouco não nos levou ao suicídio nuclear.
A conspiração, aliás, já se iniciara e era visível desde a posse de Goulart, como em suas memórias registra sem peias o Marechal Denis, líder da trinca militar que em agosto de 1961 tentara impedir a posse do vice-presidente constitucional, chamado ao posto pela renúncia do presidente Jânio Quadros.
Hoje também já se sabe que a articulação que culminou com a deposição de Dilma Rousseff já era maquinada nos idos de 2013, a onda preparadora do levante de 2015, com sua inédita carga de violência, deixando para trás os piores momentos de 1963.
Nas duas oportunidades os golpes foram precedidos de grandes mobilizações populares e, ainda em ambos, o leitmotiv unificador da conspiração era, fundamentalmente, a resistência da casa-grande à ascensão político-econômica das grandes massas, naquela altura representada pelo varguismo, em nossos dias pelo lulismo.
Os golpes de 1964 e de 2016 guardam parentesco que precisa ser posto de manifesto. Ambos foram precedidos de mobilizações populares carregadas de atos de violência que expunham a genealogia fascista. Em 1964 importava aos seus verdadeiros formuladores algo muito além da mera deposição de Jango e esse seu caráter profundo só ficou claro aos analistas em 1965, com o Ato Institucional n. 2, baixado pelo presidente que havia jurado a Constituição e prometido defender a democracia.
O significado de 2013 não foi compreendido em seu primeiro momento, e os sismógrafos dos especialistas não perceberam o real significado do impeachment, aquele que se revelaria pelo governo que a ele se segue..
O difícil não está na identificação dos fatos expostos e vividos, mas na arte ou ciência da prospecção social, aquela que revela a realidade ainda em gestação, ou seja, a serpente ainda no ovo.
Em 1964 muitos não lograram antever o significado e os objetivos da ditadura, nem seu largo e profundo mando de 21 anos. Carlos Lacerda, sua principal voz civil, e Juscelino Kubitschek, que votaria no marechal Castello Branco, primeiro ditador, apostaram, olhando para trás, na transitoriedade do novo regime, e logo engrossariam a lista de suas vítimas.
Se não nos foi possível antever a gestação da irrupção popular de 2013, também faltou clareza à esquerda quanto a deposição da presidente Dilma Rousseff, apenas o passo necessário para defenestrar o lulismo, a grande operação de nossos dias.
O ovo da serpente, este é o título da obra-prima de Ingmar Bergman. Quem já assistiu, assista de novo. Quem ainda não o viu, corra para ver. Está no YouTube.
*Roberto Amaral é escritor e ex-ministro de Ciência e Tecnologia.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

POLÍCIA APREENDE HELICÓPTERO DO PCC CUJO PILOTO É O MESMO DO HELICOCA



SP 247 - A Polícia Civil de São Paulo apreendeu nesta quarta-feira 25 um helicóptero do PCC que estava pronto para transportar drogas em um hangar em Arujá, no interior do Estado. Um dos presos é Rogério Almeida Antunes, que foi preso em 2013, no Espírito Santo, com um helicóptero carregado com mais de 400 quilos de cocaína, apelidado depois de 'helicoca'.

Antunes era funcionário do gabinete de Gustavo Perrella, filho do senador Zezé Perrella, na Assembleia de Minas Gerais. Ninguém foi preso ou sequer responsabilizado pelo caso do helicoca.
Quatro pessoas foram presas por policiais da Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes (Dise) de São Bernardo do Campo. A apreensão ocorreu dentro de uma escola de pilotagem, segundo reportagem do portal G1.
A investigação do caso acredita que três delas eram pilotos e estariam preparados para viajar para Mato Grosso do Sul.
Fonte: 247 Via Manuel Mariano

Bolsonaro admite pedir refúgio em embaixada para evitar prisão por trama golpista

  O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu em entrevista ao UOL a possibilidade de pedir refúgio em alguma embaixada no Brasil, caso tenh...