Marília, a única candidata de Lula
A vida é dominada por altos e baixos, em praticamente tudo. O que vemos neste momento
acontecer com Raquel e Marília retrata nada mais nada menos a complexa realidade das
coisas. Senão, vejamos. Marília começou como numa aventura inconsequente, saindo do
gigante PT, indo para um partido quase nanico, o Solidariedade, como candidata solitária
ao Governo de Pernambuco.
Depois as cotações de Marília subiram aos céus, disparando nas intenções de voto. Mas
no final do primeiro turno, a candidata do Solidariedade murchou, a ponto de ficar em
terceiro lugar no Recife, abertas as urnas em 2 de outubro. Já Raquel começou com
grandes expectativas, porém o início da sua campanha foi sofrível.
Não teve apoios, faltou tudo, inclusive dinheiro, a ponto de seu guia eleitoral, em si
minúsculo, não ter ido ao ar num determinado dia. Mas eis que Raquel mostrou incrível
determinação, enfrentando tudo e todos. Foi premiada pela tamanha obstinação, ao lado
de Priscila Krause, sua vice, superando estruturas monumentais como as de Danilo (PSB)
e Anderson Ferreira (PL).
Agora, no segundo turno, Raquel partiu com amplas condições de ter uma vitória arrebatadora,
mesmo enfrentando o drama de uma tragédia familiar, com a súbita morte do esposo.
Ocorre que Raquel, aparentemente por decisão pessoal e intransferível, optou por ser
uma tucana clássica e ficou em cima do muro, sem assumir nenhum dos dois candidatos
a presidente.
Isso indo contra a posição dos mais importantes tucanos, a exemplo de FHC, José Serra,
Aloysio Nunes, José Aníbal, dentre muitos outros, que declararam apoio a Lula. Assim,
Marília, que estava sendo descartada por ondas de políticos de todas as ideologias, agora
vive as emoções de uma nova virada a seu favor.
Isso não se pode negar: Marília tem posição destemida, firme e forte em todos os momentos
da sua história política. E eis que, como milagre, recebe de presente de Raquel o destaque
inquestionável de ser a única candidata de Lula, diferente do que foi no primeiro turno,
quando dividiu essa posição com Danilo e com João Arnaldo (candidato do Psol-Rede).
Raquel poderia ter recebido o apoio de Lula, mesmo que no modelo de duplo palanque, o
que lhe garantiria uma vitória retumbante no dia 30 de outubro. Ocorre que, nas oscilações
da vida, decidiu oferecer à sua ex-amiga Marília a chance de se eleger e se tornar a primeira
mulher a governar Pernambuco.
Todos que vivemos, veremos!
Debate TV Nova – No próximo dia 21, Marília Arraes e Raquel Lyra, candidatas na disputa
de segundo turno ao Governo de Pernambuco, participam de debate na TV Nova, do meu
amigo Pedro Paulo, em Olinda, com um pool de emissoras de rádio das mais diversas regiões
do Estado, entre elas, a Rádio Cultura, de Caruaru, integrante da Rede Nordeste de Rádio,
ancorada por este blogueiro. Está marcado para às 21 horas e terá duas horas de duração.
(Magno Martins)
Postado por Madalena França