sábado, 17 de outubro de 2015
"Se Fausto entregou sua alma em troca de ilimitado conhecimento e poderes mágicos, o PSDB intercambiou sua integridade política pela promessa de deflagração do impeachment. Mas, à diferença de Mefistófeles, que cumpriu a palavra empenhada durante os 24 anos da vigência do pacto, Cunha ensaia rasgar o compromisso no balcão de negócios do Planalto", diz o colunista Demétrio Magnoli; segundo ele, o deputado Carlos Sampaio e seus cavaleiros "não entenderam a relação entre o PSDB e as multidões que ocuparam as ruas para maldizer o governo".
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– O colunista Demétrio Magnoli, crítico constante do PT em seus artigos, afirma que o PSDB fechou um pacto com o demônio, simbolizado na figura do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na coluna Fausto no trópico.
"Tal como na célebre lenda folclórica germânica, os tucanos firmaram um pacto com o Diabo, representado pela figura mefistofélica de Eduardo Cunha. Se Fausto entregou sua alma em troca de ilimitado conhecimento e poderes mágicos, o PSDB intercambiou sua integridade política pela promessa de deflagração do impeachment", diz ele. "Mas, à diferença de Mefistófeles, que cumpriu a palavra empenhada durante os 24 anos da vigência do pacto, Cunha ensaia rasgar o compromisso no balcão de negócios do Planalto. Será uma bela lição para o principal partido oposicionista."
Segundo Magnoli, "Sampaio e seus cavaleiros não entenderam a relação entre o PSDB e as multidões que ocuparam as ruas para maldizer o governo."
"No calor do asfalto, impeachment é uma síntese possível da indignação nacional contra o lulopetismo. Nas maquinações do Congresso, contudo, o impedimento da presidente exige a ruptura do PMDB com o governo, algo que escapa ao controle dos tucanos", diz ele. "O Fausto original termina no inferno; o de Goethe salva-se por uma graça divina. Qual será a sorte do PSDB?"