sexta-feira, 16 de outubro de 2015
A bancada de oposição na Assembleia Legislativa vai convidar o empresário Eduardo Fialho, dono da construtora Advance, para esclarecer detalhes da reunião que teria tido em Salvador com representantes do Governo de Pernambuco e da construtora Odebrecht para tratar da continuação das obras do Centro Integrado de Ressocialização do Município de Itaquitinga.
De acordo com o portal da revista “Veja”, o Governo do Estado “ganhou” um “cheque especial” da Odebrecht, no valor de R$ 50 milhões, para custear as obras do presídio, que ainda hoje se encontram paralisadas.
Eduardo Fialho gravou a reunião, que teria ocorrido no dia 11 de outubro de 2013 com participação de Aldo Guedes (ex-presidente da Copergás), Thiago Norões (então procurador-geral do Estado e atualmente secretário de Desenvolvimento Econômico), João Pacífico Ferreira (diretor da Odebrecht) e Demerval Gusmão (dono da DAG Engenharia).
O grupo trataria com Fialho sobre os termos da transferência do direito da obra para a DAG.
De acordo com o deputado Edilson Silva (PSOL), presidente da Comissão de Cidadania da Assembleia Legislativa, “o que a revista divulgou, de certa forma, já era comentado por pequenos empresários que levaram calote e ficaram no prejuízo, com a paralisação das obras de Itaquitinga. Vale lembrar que a Odebrecht em Pernambuco está sendo alvo de investigação por parte da Polícia Federal. É preciso que o governo, que ainda não se posicionou sobre a denúncia, o faça. O senhor Eduardo Fialho pode nos ajudar nisso”, disse o deputado.
O CIR de Itaquitinga foi concebido para funcionar numa área de 104 mil metros quadrados, com 15 pavilhões e capacidade para 3.500 detentos.
O presídio seria viabilizado em sistema de parceria público-privada (PPP). O conteúdo da gravação de Eduardo Fialho está transcrito em um documento produzido pelo Tabelionato do Quinto Ofício de Notas de Salvador, na Bahia.
No áudio, Aldo Guedes revela que o Governo do Estado não poderia pedir mais dinheiro a ninguém e que a solução construída a “quatro mãos” do a Odebrecht foi a única saída encontrada para concluir o empreendimento.
“O que a gente tá querendo dizer é o seguinte: nosso amigo aqui (referindo-se a Ferreira) já botou 50 pau (…) pra tentar rodar isso, não rodou. Tá vindo um outro cheque especial. Isso tem que ter um prazo. Ninguém bota um negócio desse de favor, não”, diz Aldo Guedes na gravação, sugerindo que o “cheque especial” seria suficiente para concluir a obra, de acordo com a matéria da revista “Veja”.
A bancada de oposição pretende convidar também o ex-presidente da Copergás para dar explicações sobre esta reunião.
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