Bob Fernandes mostra, com simplicidade e evidência, a patética parcialidade com que se fazem investigações no Brasil, em seu comentário na TV Gazeta.
Sergio Cabral e Fernando Cavendish já não dividem guardanapos como naquela farra em Paris, em 2009. Agora se acusam de corrupção.
Espantosa, e reveladora, a lentidão para descobrirem Cabral, e o Cavendish da empreiteira Delta. A 30 de abril de 2012 dizíamos aqui:
A Delta, do Cavendish, é o coração e cofre na mira (…) no Rio, do Cabral, tem contratos de mais de 1,5 bilhão.
A 21 de novembro de 2012 contamos aqui: conhecido como “Paulo Preto”, ex-diretor da Dersa no governo Serra, Paulo Vieira de Souza dizia e:
-Se abrir as contas do Rio e São Paulo, o Brasil cai.
Dois anos depois viria a Lava Jato. Mas os rapazes não prestaram atenção, a tempo, nas contas. Que estavam todas nos computadores das empreiteiras.
Compreensível. O circuito São Bernardo-Atibaia-Guarujá exigiu todo foco e atenção.
A Odebrechet disse ter depositado R$ 23 milhões para Serra. Na Suíça. Serra estuda candidatar-se ao governo de São Paulo.
A Procuradora Raquel Dodge informa: grande parte das acusações contra Serra já prescreveu. Não vale mais.
E Serra estuda suceder Alckmin. A Odebrechet delatou: deu R$ 10 milhões para o cunhado de Alckmin. Seria Caixa 2 para uma campanha do governador…
Só agora, 22 de novembro, o STJ recebeu denúncia contra Alckmin. A depender, sem tempo para decisão definitiva antes da eleição.
Hoje falamos aqui do Descobrimento do Cabral. Foi tardio. Desde muito antes sua casa de R$ 8 milhões, em Mangaratiba, já era um prontuário em si mesma.
Na Polícia, na Política, na Justiça, em casas do Jornalismo, quem sabe das coisas sabia. Por que quem tinha os Meios para dizer não disse?
Porque tinha Copa do Mundo. E Olimpíada no Rio. Bilhões para vender e faturar.
Ex-presidente da CBF, Marin e bando estão sendo julgados em Nova York.
Janot, ex-procurador-geral, aceitou denúncia até para investigar a morte de “Nego”. O velho e adoentado cão labrador de Dilma.
Ricardo Teixeira e Del Nero seguem sendo citados como corruptos e corruptores no julgamento de Marin, em Nova York. Mas no Brasil seguem exilados e intocáveis . Por quê?