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quarta-feira, 8 de maio de 2019

Pesquisa CNI/Ibope mostra que maioria é contra reforma da Previdência


Publicado em 08/05/2019
Cerca de dois terços da população ainda desconhecem as armadilhas da proposta de Reforma da Previdência do governo Bolsonaro. Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta quarta-feira (8) – com a hashtag #NovaPrevidência, em apoio à medida – mostra que 36% dos entrevistados afirmam ter conhecimento amplo ou conhecer os principais pontos das mudanças pretendidas nas aposentadorias em discussão na Câmara dos Deputados.Ou seja, quase dois terços dos brasileiros estão desinformados sobre os direitos que podem ser perdidos se a reforma passar. Dos que conhecem os detalhes do projeto, 51% são contrários e apenas 35% se dizem favoráveis.
Outro dado relevante é que a maioria esmagadora dos brasileiros (80%) disse que a aposentadoria deveria ocorrer até os 60 anos – e não acima, como prevê a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 06/19), que tramita na Câmara. Na proposta do governo Bolsonaro, a idade mínima é de 65 anos para homens e de 62 para mulheres.
O caráter solidário do sistema de Previdência também é defendido por ampla maioria: 77% dos brasileiros acreditam que é dever da sociedade garantir um salário mínimo a todos os idosos de baixa renda, inclusive àqueles que nunca contribuíram para a Previdência.
Pela proposta do governo, o Benefício de Prestação Continuada (BCP), que paga um salário mínimo a idosos a partir dos 65 anos que não conseguiram contribuir, teria o seu valor reduzido de um salário mínimo para R$ 400. O mínimo integral só seria alcançado aos 70 anos.
O levantamento, realizado pelo Ibope, ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre 12 e 15 de abril. No site especial Minha Aposentadoria, as pessoas têm acesso a todos os pontos da “reforma” e às suas principais consequências.
Segundo a pesquisa, intitulada Retratos da Sociedade Brasileira – Reforma da Previdência, a maior parte dos brasileiros (59%) diz que é preciso reformar o sistema de aposentadorias (a pergunta da pesquisa não esclarece se é mudar para melhor ou para pior). E 83% dos entrevistados afirmam que não estão dispostos a pagar mais impostos para manter as regras atuais.
Outros dados do levantamento revelam que 68% dos brasileiros acreditam que saem prejudicados quando alguns grupos se aposentam com regras diferentes do restante da população, e 59% dizem que é injusto que o valor da aposentadoria das pessoas que se aposentam mais cedo seja menor que o das pessoas que se aposentam mais tarde. Minoria de 24% acredita que os brasileiros se aposentam mais cedo do que as populações de países desenvolvidos.
As informações são da Rede Brasil Atual
Postado por Madalena França

Manipular pesquisa não ajuda a aprovar reforma, ouviram?


A chamada da capa do site de O Globo, agora há pouco, faz um contorcionismo para dar a impressão de que a proposta de reforma previdenciária feita pela dupla Guedes-Bolsonaro tem apoio da população.
Para isso, revoga aquilo que aprendemos no primário: que o artigo “a” é definido e singular.
Apoiar reformas na Previdência é totalmente diferente de apoiar A reforma da Previdência, que é esta que está colocada.
Acho até pouco que 60% apóiem uma reforma da Previdência. Afinal, sou um deles e acho que ela tem de tirar mais de quem tem mais e menos de quem ganha menos, exatamente como não faz , apesar do discurso oficial, a Proposta de Emenda Constitucional.
O que a pesquisa  CNI-Ibope mostra é exatamente o contrário: mais da metade dos entrevistados que sabem do que ela se trata rejeitam A reforma da Previdência que está aí.
E mostra, aliás, que o discurso do governo não colou entre os pobres – que ele diz que irão se beneficiar – e tem mais apoio entre os mais ricos que, afinal, devem ser masoquistas, não é? Leia só a conclusão do Ibope:
No grupo de pessoas com renda familiar de até um salário mínimo, 36% apoiam a atual proposta de reforma da previdência. No grupo com renda superior a cinco salários mínimos, 47% apoiam a atual proposta.
Não está em questão que a Previdência precisa de ajustes, embora a fórmula atual, que reúne idade e tempo de contribuição seja um caminho em geral mais justo e equilibrado. Jamais, porém, deve ser feita chantagem e mistificação com isso, porque os privilégios que revoltam a população não são os da massa de trabalhadores que será castigada.
Os “direitos adquiridos” em um grau de imoralidade inaceitável é que tem de ser podados, paulatinamente.
E a arrecadação previdenciária, num país onde só um terço da força de trabalho tem carteira assinada, está evidente, tem de ter outras fontes que não apenas os meros recolhimentos.

João Campos escreve artigo sobre Educação para Folha de Pernambuco.

Esse valeu a pena ter recebido o voto dos pernambucanos. Que Deus o abençoe e cubra de bênçãos e sucesso na sua vida.


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Por Madalena França

Três anos sem Mané do Povo: Orobó voltando ao candeeiro na gestão da escuridão da alma.

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Sem o Pai dos Pobres na política, Orobó virou Mãe da Impunidade e Pai do Ódio!


Três anos se passaram e o povo pobre não esqueceu um sorriso banguelo que apagou o candeeiro e deu casinhas populares a quem não tinha nem teto, nem luz, nem pão.
Povo  este, que como eu, errou o alvo deu vez e voz a um príncipe das trevas. E desde então , sem a liderança do Pai dos pobres a guiar os destinos desse município, Orobó virou a Mãe da Impunidade e o Pai do Ódio.
A sociedade permanece dividida e cercada de luzes nos postes  em plena escuridão da alma. O ódio não deixa ver que as lâmpadas nos postes não pagam a conta de quem está voltando ao candeeiro, por não poder custear o preço cobrado nem da iluminação pública, quanto mais do consumo geral. A volta da lenha, já se faz presente em muitas residências pela falta de emprego , pelo preço dos remédios, e até do dinheiro para se comprar o pão. Até mesmo um pão e um dolle guaraná, lhe foi negado a caminho dos hospitais.
Cada pedrinha que você plantou na Zona Rural de pequenos povoados surgiu um novo imposto. Somos todos Urbanos, Com um alto IPTU, Salários miseráveis e zero aposentaria.
O tão xingado salário dividido para dois, virou para três, recebido a cada três meses e para muito poucos.
Tudo isso e muito mais, faz de você um eterno vulto histórico popular, que enquanto tinha falta de dinheiro, desequilíbrio nas contas e defeitos perdoáveis, sobrava um manancial de Amor, um banguelo sorriso cativante de alguém que nunca odiou, um coração grandioso que aos inimigos sempre perdoou e hoje, é apenas uma saudade infinita para um povo que lhe amou.
Onde estiveres Deus te abençoe e te guarde eterno Mané do povo! Eu também sinto a sua falta nas festas da Serra ,nos almoços de Dona Carminha e Coca,  dessa risada debochada e inconfundível de quem me chamava de "terrorista" e me abraçava com os braços de quem sabia que como você , a luta que eu fazia era por mim, por nós e por todos. No fundo a gente se entendia.

Por Madalena França.

Pesquisa mostra o efeito Bolsonaro sobre a cesta Básica que fica mais cara em 18 capitais do Brasil


O custo da cesta básica subiu durante o mês de abril em todas as 18 capitais analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica, divulgada nesta terça-feira (7), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
As altas mais expressivas ocorreram em Campo Grande (10,07%), São Luís (7,10%) e Aracaju (4,94%).
A cesta mais cara do país foi a de São Paulo, onde o conjunto de alimentos essenciais custava, em média, R$ 522,05, seguida pela cesta do Rio de Janeiro, R$ 515,58, e de Porto Alegre, R$ 499,38. As cestas mais baratas, em abril, eram as de Salvador, R$ 396,75, e Aracaju, R$ 404,68.
Nos primeiros quatro meses de 2019, todas as cidades analisadas pela pesquisa apresentaram alta acumulada. Os maiores aumentos foram observados em Vitória (23,47%) e Recife (22,45%). O menor aumento acumulado ocorreu em Florianópolis, com alta de 5,35%.
Com base na cesta mais cara do país, observada em São Paulo, o valor do salário mínimo em dezembro, necessário para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, seria de R$ 4.385,75, o que equivale a 4,39 vezes o valor do salário mínimo atual, de R$ 998,00.
*Com informações da Agência Brasil
Por Madalena França

Universidades: reitores correm contra o desmonte


Reitores de ao menos duas universidades públicas recorreram a assembleias de docentes e conselhos universitários para pedir que as entidades organizem protestos contra os cortes impostos pelo Ministério da Educação.
Vai ter luta - O PSB preparou uma série de filmes contra a reforma da Previdência proposta pelo governo.
Os vídeos da campanha atacam pontos da projeto como o sistema de capitalização e a desconstitucionalização dos direitos previdenciários.  (Folha – Painel)
Madalena França

Novos ministérios: saíram a fórceps














Coluna do Estadão – Alberto Bombig
O acordo entre governo e presidentes da Câmara e do Senado para o desmembramento do Ministério do Desenvolvimento Regional em duas pastas, Cidades e Integração Nacional, começou a ser costurado pelos relator da MP 870, Fernando Bezerra, no domingo, e foi selado na manhã de ontem, em reunião entre Jair BolsonaroDavi Alcolumbre e Rodrigo Maia.
Além de ter sinalizado sinergia e celeridade, algo raro até agora na gestão Bolsonaro, ele é uma demonstração do Planalto de que começa a jogar o jogo da chamada política tradicional.
No início, Jair Bolsonaro demonstrou resistência à recriação dos ministérios. Onyx Lorenzoni ajudou a dobrá-lo.
Líderes no Congresso ainda estão ressabiados, apesar da sinalização positiva do Planalto. Acham que até agora só os presidentes das Casas foram contemplados.
A MP recebeu mais de 500 emendas e muitas queriam recriar pastas, como Cultura e Esporte. Davi Alcolumbre, aliás, sempre disse ser favorável à volta de Cidades. Foi uma contenção de danos diante de derrota iminente.
Madalena França via Magno Martins.

Bezerra Coelho citado para Cidades

Rodrigo Maia quer fazer de sua indicação para Cidades um símbolo da parceria com partidos do centrão, como o PP. Por isso, Alexandre Baldy (PP-GO) é o mais cotado. A simbiose, porém, despertou críticas dentro da sigla do presidente da Câmara. O nome do Senado seria o de Fernando Bezerra (MDB), hoje líder do governo.
Aliados afirmam que Jair Bolsonaro vai aproveitar as mudanças na Esplanada para tirar Marcelo Álvaro Antônio do comando do Turismo. A ideia é apresentar o pacote como uma minirreforma ministerial. (Painel –FSP)
Madalena França via Magno Martins

terça-feira, 7 de maio de 2019

Ratinho e Luciana Gimenez na defesa da reforma


O governo federal optou por rádio e TV como os principais meios para divulgação de propaganda da Nova Previdência. Na TV, artistas como os apresentadores Luciana Gimenez, da Rede TV!, e Ratinho, do SBT, são alguns dos contratados para defender a reforma da Previdência durante seus programas.
As propagandas devem ser veiculadas a partir da segunda quinzena de maio. Além dos anúncios, o presidente Jair Bolsonaro voltará a programas de auditório para fazer a defesa do projeto, segundo o Blog da Bela Megale, no Globo.
Madalena França via Magno Martins

De um juiz, para Lula: é a primeira vez que escrevo a um preso


Depois de ter passado o dia ouvindo barbaridades, bem que merecemos ler algo menos medíocre, mais generoso.
Luis Carlos Valois é juiz federal no Amazonas. Não apenas juiz, mas juiz da Vara de Execução Penal do Estado, condição na qual convive com toda a brutalidade do sistema carcerário. Não ser um bruto, também, passou a ser um pecado para Valois, que sofreu abusos e “investigações” apenas por ser respeitado pelos presos.
Escrita com a simplicidade que salva o ser humano do “juridiquês”, a carta de Valois, sem acusações, lembra Lula o efeito de uma escolha errada do governo Dilma, supostamente conciliatória, que deu ao inqualificável Luiz Moradia Fux o lugar que deveria ser, como atentou este blog em 2013, de um dos maiores penalistas do país  e outra exceção à regra da mediocridade jurídica do país, no Supremo Tribunal Federal: Nilo Batista.
Valois chama a atenção sobre o caminho de legitimação que o Judiciário tem escolhido: o de confundir-se com polícia, o de querer ser um meganha togado:
“O juiz não pode ser respeitado por preso, juiz deve ser odiado, essa é a imagem com a qual o poder judiciário tem buscado legitimidade frente a uma população sofrida por causa da criminalidade crescente, demonstrando-se rigoroso, mais um temido órgão de repressão.”
O texto é um alento e uma esperança, provavelmente vã, na recuperação da consciência jurídica deste país:

Carta ao Presidente Luiz Inacio Lula da Silva

Luís Carlos Valois, juiz federal, no Facebook
Lula, meu caro, faz tempo que estou querendo te escrever. Esse pessoal do meio carcerário tem uma espécie de tara por proibir as coisas, então não sabia se minha carta ia chegar a ti, já que muita gente importante sequer conseguiu entrar para trocar umas palavras contigo, razão pela qual resolvi escrever por intermédio da internet mesmo, um dia tu vais ler.
Cara, eu sei que tu não és santo, nem eu sou, nem ninguém é, então todos nós temos um monte de culpa por aí, mas o crime que tu cometeste realmente ninguém sabe até agora qual foi. Bem, você sabe disso, você já disse que aceitaria a pena tranquilamente se te mostrassem provas de um crime, só estou repetindo porque a carta será publicada e porque quero ressaltar uma coisa.
Hoje em dia com tanta culpa por aí, já nem precisa de crime para se condenar uma pessoa, basta querer condenar alguém que todo mundo já acha esse alguém culpado. É como um juiz me falou certa vez, que ele não sabia porque estava condenando o cidadão, mas o cidadão sabia porque estava sendo condenado. É mais ou menos assim que estamos vivendo, e é cada um por si.
No teu caso, um recibo de pedágio, a tua visita a um apartamento, mais dois ou três presos dedos-duros loucos para ganhar a liberdade, e pronto, está formada a prova necessária para a tua condenação, mesmo que ninguém diga onde está o teu dinheiro, onde está o benefício que tu tiveste nisso tudo, ninguém diz. E ninguém quer saber.
Xará (acabei de me tocar para o fato que temos o mesmo nome…rs…), a coisa tá difícil. Não quero entrar aqui na questão política, se fizeram tudo para te tirar da eleição, se têm ódio de ti porque és nordestino, um nordestino que teria chegado onde incomoda muita gente, e feito outros tantos nordestinos incomodarem mais gente por chegarem onde chegaram, não quero falar dessas questões políticas, quero conversar contigo sobre a tua situação atual.
Tenho trabalhado com presos a vida inteira e sei o quanto é difícil, principalmente em situação de isolamento, o encarceramento. Eu queria inclusive, com esta carta, te mandar uns livros, mas também não sei se chegariam até ti, são meios subversivos, acho que tu tens que ler algumas coisas subversivas, sabe? Tu tens que conhecer o sistema a fundo para entender a tua própria situação de encarcerado.
Um dia Nilo Batista disse que todo preso é um preso político. Pena que a maioria dos presos não sabe disso. O sistema, nele incluído o sistema penal, tem uma função primordial em fazer todos acreditarem, inclusive os próprios presos, que tudo funciona na mais perfeita ordem e, se tu estás preso, é porque devias estar preso.
Aliás, falando em Nilo Batista, e desviando do assunto novamente para a política, esse sim era um nome que tu devias ter nomeado para o Supremo. Poxa, tu não nomeaste nenhum penalista, e agora o que acontece, acontece que a maior parte dos integrantes do Supremo não sabe o que é uma prisão, dá para manter todo mundo preso sem um pingo de peso na consciência, convalidam mandado de busca e apreensão como se fosse um mandado de penhora, permitem condução coercitiva como se fosse uma intimação para depor em juizado, autorizam execução antecipada da pena como se ninguém corresse um grande risco de morrer, assassinado ou por doenças, atrás das grades.
Eu sei, eu sei, tu vais dizer que já percebeste isso, afinal estás preso e muitos dos que te mantiveram preso foram nomeados por ti. Eu também sofri na pele uma medida policial, uma busca e apreensão na minha casa autorizada à Polícia Federal por um magistrado nomeado por ti, mas até agora, pelo menos após a violência da busca, não tenho nada para dizer do juiz, apenas que ele não é da área penal, e ser da área penal é muito importante, porque o direito penal é como uma metralhadora, só serve para provocar dor e mortes. Não basta boa vontade para manusear uma metralhadora.
Qual a justificativa dessa medida contra mim? Alguns presos me elogiavam em interceptações telefônicas. O juiz não pode ser respeitado por preso, juiz deve ser odiado, essa é a imagem com a qual o poder judiciário tem buscado legitimidade frente a uma população sofrida por causa da criminalidade crescente, demonstrando-se rigoroso, mais um temido órgão de repressão. Mas depois eu volto a falar dos presos, dos outros presos.
Olha, esse fato acima parece irrelevante, mas é a prova de que eu podia muito bem achar bem feito o que aconteceu contigo, querer te ver preso, mas não, não quero. Seja pela tua idade, seja pelo que você representou para o Brasil, seja porque prisão não resolve nada, seja porque ainda não vi efetivamente o que tu usufruíste do crime, que também não sei qual é, que te imputam.
E, pior, nessas horas eles alegam o princípio da presunção de inocência, o devido processo legal, a ampla defesa, essas garantias jurídicas facilmente manuseáveis, principalmente em uma sociedade de memória fraca.
Sabe o que é, Lula, o sistema capitalista é feito de dinheiro, status, aparência e malícia, muita malícia, mas acima de tudo o sistema é feito de instituições, todas funcionando sob a mesma base, a que privilegia o acúmulo de capital, a que privilegia o mercado financeiro, em detrimento dos pobres.
Lá estou eu falando de política novamente. Nesse assunto, do mercado financeiro, nem quero tocar mesmo, porque seria a única coisa que estragaria esta carta, pois poderia falar coisas mais pesadas, a ponto de te deixar chateado comigo. Fostes muito bom para os bancos, para o mercado financeiro. Bem, deixa pra lá, pode ser que tu não tenhas tido outra saída, pois, afinal, ninguém ajudou mais os pobres do que você.
O fato é que tu és, além de tudo, um cara simpático. Não sei se vou te conhecer pessoalmente um dia, mas se isso acontecer, tenho muito mais coisa para te falar do que permite uma carta, “privada” (na condição em que tu estás nada é privado, e esse é um agravamento da pena, os presos perdem além da liberdade, a privacidade) ou principalmente pública, como essa que escrevo gora.
O que é importante é ter força, cara, as coisas mudam muito rapidamente nesse mundo. Nunca abaixe a cabeça, porque a esperança combina com cabeças erguidas, e há milhares de pessoas que ainda acreditam em ti, estão te esperando aqui fora, e isso deve ser capaz de te dar uma força tremenda.
Já recebi, na vida, milhares de cartas de presos, e em resposta a quase todas eu vou até o presídio e falo pessoalmente com o preso, mas essa é a primeira vez que escrevo a um preso. E não podia encerrar sem te dizer isso, Lula, mesmo que você tivesse cometido o crime mais bárbaro do mundo, todos os presos são seres humanos, todos os presos têm, acima de tudo, direito, se não porque são seres humanos, porque esse direito está na lei e na Constituição, de serem tratados com dignidade.
Falo isso porque tu és e ainda é um porta-voz do povo, de boa parte do povo, brasileiro, e grande parte desse povo está atrás das grades.
No mais, quero te desejar sorte, muita sorte. Que as pessoas que te odeiam, que também não são poucas, percebem a covardia que é espezinhar de uma pessoa presa, porque, acredite, Lula, não há limites para o ódio à pessoa encarcerada. Sorte, meu caro, não só tu como todos os brasileiros vão precisar neste novo ano de sorte. Não sou um cara religioso, posso até me considerar um ateu, embora essa conceituação não seja lá de muita importância para mim, mas te desejo muita sorte e, ainda com pouca fé, que tu fiques com Deus.
Grande abraço,
Luís Carlos Valois
(Tijolaço)
Por Madalena França
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Moro admite “dar” triplex a Lula, se não for “de Lula”

tauto
O juiz Sérgio Moro, afinal, tornou-se a primeira pessoa a admitir, formalmente, que o apartamento triplex do Guarujá pertence a Lula, coisa que ninguém fez até hoje, nem os delatores de encomenda.
No despacho em que manda suspender a penhora feita pela 2a. Vara de Execuções do DF e leiloar o apartamento, Moro manda que o dinheiro obtido na venda seja “depositado em conta judicial” e, ao final, se decretado insubsistente o confisco que decretou, seja “devolvido à OAS Empreeendimentos  ou ao  ex-presidente”.
“Ao ex-presidente”?
Vejam a que ponto chegam as tautologias do juiz de Sérgio Moro.
Se, ao final do processo – como se não fosse sabido de antemão o final do processo… – ficar estabelecido que o apartamento não é e nunca foi de Lula, ele ainda será de Lula, para quem seria revertido o valor do leilão judicial!
O apartamento é de Lula, ainda que a Justiça diga que não é de Lula, decreta Moro.
Ora, se Lula negou, ao longo de todo o processo, ser titular da propriedade do imóvel, qual é o fundamento jurídico de admitir que seja atribuído a ele o produto da venda em hasta pública?
Simples. “É dele e eu, Moro, o sustentarei até o fim”.
Sérgio Moro não é só um desqualificado moralmente para o exercício da judicatura com um mínimo de imparcialidade. É um desqualificado para o simples manejo da lógica.
É, ao contrário, a personificação de um tipo penal: o exercício arbitrário de suas próprias razões.
contrib1
(Tijolaço)
Por Madalena França

Não tem trégua


Convencido – não sem razão –  de que Jair Bolsonaro tomou seu partido, Olavo de Carvalho ignorou a “página virada” que o presidente disse estar esperando que houvesse nas divergências com os militares.
Continuou seu festival de ofensas, acusando o general Santos Cruz de estar financiando a esquerda com as verbas da Secom:
O Santos Cruz é a última esperança que os petistas têm de continuar mamando dinheiro do governo.
Fudeu. E ainda vem o Santos Cruz querendo dar mais dinheiro para ONGs de esquerda, puta merda!
 Na coluna de Lauro Jardim, Santos Cruz teria dito a amigos que  não vai  permitir que o astrólogo continue a “ofender os militares a torto e a direito”.
Pouco adiantará: só  um ingênuo acha que respostas a Olavo possam sair à altura de um cargo ministerial. O que fez,  hoje, com a moléstia grave do general Eduardo Villas Boas, mostra que com ele, não dá para ficar na linguagem de salão. Tem de ser na de caserna, mesmo.(tijolaço)
Por Madalena França

Sancionada lei contra abuso sexual de crianças e jovens atletas

  O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a lei que estabelece diretrizes para prevenir e combater abusos sexuais co...