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Foto: Marcos Correa/PR
Weslei Antônio Maretti, o coronel reformado do Exército escolhido por Jair Bolsonaro para compor a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, se revela nas redes sociais um personagem ultra-afinado com as mais controversas ideias de quem o alçou à cadeira.
Em postagens no Facebook, Maretti costuma divulgar abaixo-assinados promovidos pela ‘change.org’, entidade que hoje atira pedras na indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada de Washington.
Mas Maretti se identificou com outras propostas da organização, entre elas a que pregava fim da Lei Rouanet e a “exoneração de Dias Toffoli” por razões como “constrangimento de toda a sociedade”.
O militar também declarou apoio ao movimento que pedia a cassação do mandato de Jean Wyllys por ter cuspido em Bolsonaro quando ambos eram deputados, em 2016.
Maretti justificou sua posição da seguinte maneira:
— Estou assinando porque se cuspir em um semelhante é comportamento de um parlamentar no Plenário da Camara, atirar em alguém revidando a cusparada seria também uma atitude aceita. Não estamos no Velho Oeste.
O ápice de empatia com as crenças de Bolsonaro, entretanto, aparecem num texto que Maretti publicou em maio de 2013, logo após o coronel Brilhante Ustra prestar depoimento à Comissão Nacional da Verdade.
O escolhido de Bolsonaro classifica os participantes da guerrilha armada como terroristas e os militares do golpe de 64 como defensores da lei, da ordem e do desenvolvimento.
— A história e os dados econômicos do período dos governos militares são incontestáveis, para verificá-los é só saber ler — escreveu.
O pior está no fim, quando Maretti expõe sua opinião sobre o torturador Ustra e revela o que enxerga como “o bem” e “o mal”:
—O comportamento e a coragem do coronel Ustra servem de exemplo para todos os que um dia se comprometeram a dedicar-se inteiramente ao serviço da pátria. Apesar de travar uma luta de Davi contra Golias, a sua vitória é certa porque no final o bem prevalece sobre o mal.