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domingo, 4 de abril de 2021

Bolsonaro chama a polícia para sua aventura

 


Neste domingo de Páscoa, o que é servido em todos os jornais são os ovos da serpente, os alertas da ação de Jair Bolsonaro e seus asseclas sobre as polícias estaduais, visando desestabilizar governadores e, quem sabe, ter nelas “um exército para chamar de seu”.

No Estadão, “Bolsonarismo usa covid-19 para desestabilizar PMs e governos estaduais” conta como correm solta pelo país os incitamentos à indisciplina nas forças policiais; em O Globo, conta-se como Lideranças de baixa patente das PMs tentam incitar tropa contra governadores adversários do Palácio do Planalto descrevendo como, sobretudo no Nordeste, parlamentares vindos da tropa na onda de 2018 agem para subverter os comandos e confrontar as ” medidas de combate à Covid-19 determinadas por governadores que fazem oposição ao governo federal”.

Na Folha, o ombudsman Flávia Lima, depois de excelente reflexão sobre o quanto haveria de fato de resistência à politização das Forças Armadas, alerta para que deve ser “ponto máximo de atenção se as polícias estaduais estariam propensas” a cruzar os limites que Exército, Marinha e Aeronáutica não se disporiam a atravessar na intervenção sobre poderes estaduais.

O fato é que, com tantas fumaças surgindo, em tantos lugares, há focos de fogo a levantá-las.

Não são poucos, também, os que se lembram que, na vizinha Bolívia, foram as polícias que serviram de “abre-alas” ao golpismo militar.

E as Forças Armadas, que faz tempo acham que são as PMs que devem fazer o jaguncismo, não parecem ter desgosto em deixar que elas corram para este rumo.

A subnotificação de mortes desta Semana Santa vai, a partir de terça feira, levar os números macabros da pandemia para bem perto de cinco mil mortes dias, obrigando governos estaduais e municipais, já sofrendo a perda de credibilidade com sua política de “abre-fecha-abre de novo” a tomarem medidas mais fortes de restrição às atividades econômicas. Medidas duras, mesmo, não as “me engana que eu gosto” de até agora.

Palco armado para o “vem pra rua” presidencial prestar-se à agitação política e, sabe-se lá, policial.

Depois de levarem um capitão desclassificado a comandá-las, o que impediria as Forças Armadas de terem polícias e milícias como suas “tropas de elite”?

Ou, mais propriamente, tropas DA elite.

Do Tijolaço

Por Madalena França

Magno Martins sobre o Cantor Agnado Timotéo falecido ontem:" Agnaldo quebrou as janelas para se perpertuar na eternidade. É o tipo de artista que não se deve fazer monumento. O monumento já está feito: as suas obras. Artista nunca morre."

A morte do cantor Agnaldo Timotéo, ontem, aos 84 anos, comoveu o Brasil que aprecia o que é bom, deixou de luto os românticos. Ele e Cauby Peixoto disputaram por muito tempo o titulo da maior voz da MPB. Dava gosto ouvir sua voz até na tribuna da Câmara. Quando eleito deputado federal pelo Rio e ocupou pela primeira vez o grande expediente da Câmara, Agnaldo não resistiu a emoção e cantou "Mamãe", sendo aplaudido de pé por um plenário de vários tons partidários e ideológicos.

Ali, não estava o parlamentar de direita e conservador, mas um dos maiores astros da música brasileira de boa qualidade. Agnaldo nasceu para cantar e emocionar, mas para brilhar e ganhar fama teve que ralar. Foi torneiro mecânico, cantor de bar, boates e cabarés até explodir num auditório de programa de TV indicado pela cantora, a deusa da MPB, Ângela Maria, de quem foi motorista no Rio.

Quem é que não sofre por alguém? Só quem nunca amou, respondia o próprio Agnaldo ao cantar um dos seus maiores sucessos. Na vitrola, ainda garoto em Afogados da Ingazeira, ouvia "Na galeria do amor é assim/muita gente à procura de gente". "Ave Maria" e "Verdes Campos" estão também entre os seus maiores sucessos. 

Agnaldo cantou o amor e a dor de quem perde um grande amor. Quem nunca se emocionou que atire a primeira pedra ao ouvir "Eu ontem vi seu retrato, eu não me contive e logo comecei a chorar". E "Tão longe, de mim distante, onde irá, onde irá teu pensamento". Que lindo ver ele com a sua voz estridente cantar: "Olhos nos olhos, quero ver o que você faz/Ao sentir que sem você eu passo bem demais/ E que venho até remoçando/ Me pego cantando sem mais nem porquê? /E tantas águas rolaram/Quantos homens me amaram/ Bem mais e melhor que você".

Irreverente, sagaz e sarcástico, Agnaldo não tinha papas na lingua. Numa das últimas entrevistas que fiz com ele no Frente a Frente, caí na besteira de elogiar um show que assisti dele no Recife. Ao imaginar que reagiria com emoção foi logo dizendo que levou um tombo dos organizadores, que, segundo ele, não lhe pagaram o que tinha direito. E deu nome aos bois.

Outra vez morri de rir com o seu estresse diante da buraqueira da estrada de Albuquerquené até Afogados da Ingazeira. Entrevistado por um entusiasmado Nill Júnior, antes de começar a festa de aniversário da Rádio Pajeú, passou a primeira parte reclamando do seu sofrimento. "Esse governador de vocês não tem vergonha na cara? Não é capaz sequer de tapar os buracos da estrada de vocês? Isso é uma vergonha! Quase não consigo chegar. Ia me acabando num buraco", berrou.

Agnaldo já atacou até uma celebridade chamada João Gilberto. "Um cantor que não canta nada sob a ótica redutora da potência vocal", disse. Polêmicas à parte, Agnaldo devia agradecer a Deus pela voz que ganhou do criador. Absolutamente indiscutível o seu recurso vocal, o talento que tinha. Era um grande cantor, um monumental cantor, uma voz privilegiada. 

Como artista, Agnaldo quebrou as janelas para se perpertuar na eternidade. É o tipo de artista que não se deve fazer monumento. O monumento já está feito: as suas obras. Artista nunca morre. Agnaldo se foi, mas o romantismo expresso nas suas canções ficam, para quebrar o silêncio da noite, embalar corações, eternizar o amor.( Magno Martins)

Postado por Madalena França

Vicência | Festival homenageia negras e trabalhadoras rurais

 


Do Blog do Agreste
Postado por Madalena França

Foto | Luise Marques - Divulgação

No período de 5 a 7 de abril será realizada a décima terceira edição do Festival Celebração da Consciência Negra. Por causa da pandemia, a programação ocorrerá exclusivamente no formato virtual, através de transmissão pelo canal do Museu Poço Comprido no YouTube. De acordo com a assessoria do evento, “o projeto de fomento à cultura negra é uma realização do Ponto de Cultura e do Museu Comunitário Poço Comprido, localizado no município de Vicência, Mata Norte de Pernambuco”.


O público acompanhará shows culturais, videoaula e rodas de diálogo tendo como foco a importância da mulher negra. Nesta segunda (5), as apresentações começam a partir das 20h com shows que mesclam ritmo, dança e musicalidade. Baixinhos dos Oito Baixos (Vicência), Coco de Fulô e Ciranda Bela Rosa de Mestre Bi (Nazaré da Mata), Maciel Salú (Olinda), Maracatu Leão da Floresta (Vicência), Maracatu Estrela Formosa (Povoado de Angélicas - Vicência) e Maracatu Leão Coroado (Buenos Aires) estão confirmados.


Na terça (6) e quarta (7), também a partir das 20h, o Festival apresenta videoaula de danças afro-brasileiras, além de roda de diálogo intitulada “Mulheres: força, garra e determinação habitam em nós”. A ideia do encontro é chamar atenção para um olhar sobre a atuação das mulheres negras, trabalhadoras rurais e autônomas, que lutam na preservação das memórias, cultura e identidade de suas tradições, por meio Ponto de Cultura e o Museu Comunitário Poço Comprido. 


O Engenho Poço Comprido, é o único remanescente do século XVIII em Pernambuco, com tombamento federal, pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O espaço também é reconhecido como museu e integra as edificações casa-grande, capela e moita do engenho de açúcar. O evento conta com o incentivo da Lei Aldir Blanc e apoio do Governo de Pernambuco, Secretaria de Cultura e Governo Federal. (Com informações da assessoria)

Ex- Senador Manda carta aberta para apresentadora Global Muju Coltinho:O choro é livre, Maju, é verdade, porém mais livre e vasta é das pessoas a insensibilidade.

 

O choro é livre

Por Joel de Hollanda*

Prezada Maju, 

Talvez tenha sido em razão da sua pouca idade, imaturidade ou do glamour por ser apresentadora VIP de jornal da Globo, que você disse esta frase tão infeliz quanto cheia de insensibilidade: “o choro é livre”.

Claro, Maju, o choro é livre.

O que você não sabe é que ele é hoje mais do que livre: é abundante em inúmeros humildes lares de classe média e pobre desse imenso país.

Milhares de pais e mães profundamente amargurados derramam lágrimas neste momento. Estão desesperados escutando o dilacerante choro dos seus filhos com fome, sem terem como alimentá-los.

São homens e mulheres humilhados e ameaçados por insistentes e ferozes cobradores, em razão de não poderem pagar o aluguel e as contas de água e luz. São pais de famílias que não têm como comprar remédios básicos e até um simples botijão de gás. 

São pessoas simples e honestas que têm vergonha de pedir esmolas, porque é humilhante. E também poque sempre souberam ganhar o pão com o suor do rosto e os calos da mão.

Recusam-se a depender da compaixão alheia. Descartam ser traficantes de drogas. Cidadãos honestos e trabalhadores, não querem enveredar pelo caminho sem volta da criminalidade.

Você, Maju, já passou pela experiência de ver um filho faminto chorando e seus pais sem meios de socorrê-lo? Não existe tortura maior.

Tanto é assim que muitos pais recorrem ao popular veneno para ratos, conhecido por “chumbinho”, que colocam no derradeiro mingau ralo e insosso, e exterminam toda família.

Desculpe-me, Maju, mas você esqueceu uma coisa trivial: o Brasil é um país de extrema desigualdade social. Todos irmãos brasileiros, sejam eles ricos ou pobres, pretos ou brancos, homens ou mulheres, sulistas ou nortistas, estão enfrentando esse oceano revolto que é a pandemia da COVID-19.

Esqueceu também que alguns estão navegando nesse mar tenebroso do alto de vistosos navios, em suntuosos iates, em poderosas lanchas e em outras embarcações semelhantes. Mas outros, milhões de outros cidadãos brasileiros e suas famílias estão tentando sobreviver agarrados a uma precária e remendada câmara de ar no feitio de boia salva vida.

Esse ordinário dispositivo de sobrevivência “navega" ao sabor das ondas da epidemia e de suas graves consequências econômicas e sociais. E ainda sofre os efeitos desastrosos decorrentes da insanidade autoritária de certos governadores e prefeitos.

Você esqueceu, Maju, que dar tratamento igual a desiguais é cometer cruel injustiça. O endocrinologista que prescrever o mesmo regime alimentar para uma pessoa gorda e outra magra colherá com certeza resultados diferentes: a pessoa gorda irá sem dúvida emagrecer, mas a pessoa magra poderá ficar desnutrida e até morrer. 

Pense um pouco, Maju, fora do quadrado do PROJAC. Pense naquelas áreas longe da fartura, beleza e amenidades do Sul maravilha. Reflita sobre as muitas alternativas que as classes mais favorecidas têm para prover seu sustento e enfrentar os efeitos da pandemia, a exemplo de emprego estável e da renda, salário ou vencimento certo todo final de mês.   

Lembre-se daqueles pessoas que sobrevivem nas favelas, palafitas e periferias das cidades, nos longes do Norte, Nordeste e Centro Oeste. Lá onde palavras como emprego e renda fixos, distanciamento social, NETFLIX, iFOOD, e commerce, personal trainer, mesoterapia são desconhecidas ou coisas somente vistas em novelas.

O choro é livre, Maju, é verdade, porém mais livre e vasta é das pessoas a insensibilidade.

*Ex-senador

Postado por Madalena França

Eu e toda Escola José Miguel celebra hoje com alegria a vida da Mariana Cadena, a nossa Mary

 


Ela é engraçada. Uma meninona grande. Mas é de uma grande dedicação a escola e a todos nós professores e alunos.
Mary é uma espécie de faz tudo.  Resolve meus problemas de formatação das avaliações e as vezes faz até a digitação. E ela faz com alegria. Obrigada Meninona! Te desejo tudo de bom: Neste momento é essencial desejar primeiro saúde e proteção Divina. Depois eu te desejo vida, alegrias, abraços verdadeiros, amigos leais, e muito amor envolvido em todas as suas ações.
Te quero bem!
Feliz Páscoa e Feliz e abençoado aniversário para Você!
Celebre junto aos que ama com muita alegria. Tome todos os vinhos que puder e der muita risada. Em fim, seja Feliz hoje e leve as alegrias de hoje, para centenas de milhares de dias que virão. Feliz vida!
Um abraço.


Parabéns ! Que Deus te abençoe imensamente!
Por Madalena França

Um pouco de História: O que teria acontecido com a cruz da crucificação de Jesus?

 


Madalena França
Informações do Blog do Edgar Bom Jardim.



Três cruzes no entardecer

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Jesus morreu crucificado, segundo Bíblia

Segundo a crença cristã, Jesus de Nazaré morreu crucificado por ordem do então prefeito romano na Judéia, Pôncio Pilatos, e sua jornada até seu calvário - uma série de episódios conhecidos como Paixão - é um dos elementos centrais celebrados na Semana Santa.

A crucificação foi tão importante na história do Cristianismo que a cruz acabou se tornando o símbolo das religiões que professam devoção à figura de Jesus Cristo.

Mas o que aconteceu com a cruz em que Jesus morreu?

Dezenas de mosteiros e igrejas em todo o mundo afirmam ter pelo menos uma peça da chamada "Vera Cruz (Verdadeira Cruz)" em seus altares, para louvor de seus fiéis.

E muitos deles baseiam a veracidade da origem de suas relíquias em textos dos séculos 3 e 4, que narram a descoberta em Jerusalém do exato pedaço de madeira no qual Jesus Cristo foi executado pelos romanos.

"Essa história, que inclui o imperador romano Constantino e sua mãe, Helena, foi a iniciadora desta história da cruz de Cristo, que sobreviveu até hoje", explica a professora Candida Moss, do Departamento de Teologia e Religião da Universidade de Birmingham (Inglaterra), à BBC News Mundo, o serviço de notícias em espanhol da BBC. Moss é estudiosa do Novo Testamento e historiadora do cristianismo.

Ela explica que a história da cruz de Cristo é baseada nos escritos de historiadores antigos, como Gelásio de Cesareia ou Tiago de Voragine. Mas, para muitos historiadores de hoje, eles não determinam a autenticidade das peças de madeira que vemos atualmente em vários templos ao redor do mundo - nem podem servir como confirmação de sua procedência.

"Provavelmente esse pedaço de madeira não é a cruz em que Jesus foi crucificado, porque muitas coisas poderiam ter acontecido com ela. Por exemplo, que os romanos a reutilizaram para outra crucificação, em outro lugar e com outras pessoas", diz Moss.

Jesus na cruz

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Cruz também simboliza sofrimento que Jesus suportou antes de sua morte, segundo as homilias

Mas então, por que surgiu a história da "Vera Cruz" e por que existem tantas peças que supostamente fazem parte da "árvore principal"?

"(Por causa) do desejo de ter uma proximidade física com algo em que acreditamos", diz à BBC News Mundo Mark Goodacre, historiador e especialista em questões do Novo Testamento na Universidade Duke (Estados Unidos).

"As relíquias cristãs são mais um desejo do que algo verdadeiro", acrescenta.

Helena

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Helena foi declarada Santa por Igreja Católica

'Lenda Dourada'

Na narrativa do Evangelho, após a morte de Jesus na cruz, seu corpo foi levado para um túmulo, no que hoje é a Cidade Velha de Jerusalém.

E por quase 300 anos não houve menção no relato cristão daquele pedaço de madeira.

Foi por volta do século 4 que se acredita que o bispo e historiador Gelásio de Cesaréia publicou um relato em seu livro "A história da Igreja" sobre a descoberta em Jerusalém da "Vera Cruz" por Helena, uma santa da Igreja Católica e também a mãe do imperador romano Constantino, que impôs o cristianismo como religião oficial do império.

A história, aludida por outros historiadores e escritores como Tiago de Voragine em seu livro "Lenda Dourada" do século 8, indica que Helena, enviada por seu filho para encontrar a cruz de Cristo, é levada para um lugar próximo ao Monte Gólgota, onde Jesus supostamente foi crucificado, e lá encontra três cruzes.

Algumas versões indicam que Helena, duvidando de qual seria a verdadeira, colocou uma mulher doente em cada uma das cruzes e aquela que finalmente a curou foi considerada autêntica.

Imagem de Constantino e de sua mãe, Helena

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Segundo vários relatos, Helena, mãe do imperador Constantino, foi quem encontrou a cruz em que Cristo morreu em Jerusalém

Outros historiadores afirmam que Helena a reconheceu por ser a única das três que apresentava indícios de ter sido utilizada para crucificação com pregos, já que, segundo o Evangelho de João, Jesus foi o único que foi crucificado com aquele método naquele dia.

"Toda essa história faz parte do desejo por relíquias que começou a ocorrer no cristianismo durante os séculos 3 e 4", diz Goodacre.

O acadêmico ressalta que os primeiros cristãos não estavam focados em buscar ou preservar esses tipos de objetos como fonte de sua devoção.

"Nenhum cristão no século 1 se lançou a colecionar relíquias de Jesus", diz.

"Com o passar do tempo e o cristianismo se espalhando pelo mundo naquela época, esses fiéis começaram a criar formas de ter alguma conexão física com quem eles consideram ser seu salvador", acrescenta Goodacre.

A origem da busca por essas relíquias tem muito a ver com os mártires.

Segundo historiadores, o culto aos santos começou a ser uma tendência dentro da Igreja e, por exemplo, foi estabelecido desde cedo que os ossos dos mártires eram evidências do "poder de Deus agindo no mundo", produzindo milagres e outros feitos que "provavam" a eficácia da fé.

E como Jesus ressuscitou, não foi possível encontrar os seus ossos: segundo a Bíblia, após três dias no túmulo, o seu regresso à vida e a subsequente "ascensão ao céu" foi corporal. Dessa forma, restaram apenas objetos como a cruz e a coroa de espinhos vinculados a ele.

"Este período, quase três séculos após a morte de Jesus, é o que torna improvável que os objetos encontrados em Jerusalém, como a cruz em que ele morreu ou a coroa de espinhos, sejam os verdadeiros", observa Goodacre.

"Se isso tivesse sido feito pelos primeiros cristãos, que tiveram um contato mais próximo com o que de fato aconteceu, poderíamos falar da possibilidade de que fossem reais, mas não foi o caso".

Relíquia

Reliquia

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Várias igrejas ao redor do mundo afirmam ter um pedaço da cruz em que Jesus morreu

Parte da cruz concedida à missão de Helena foi levada para Roma (a outra permaneceu em Jerusalém) e, segundo a tradição, grande parte dos restos mortais está preservada na Basílica de Santa Cruz da capital italiana.

Com a "descoberta", a expansão do Cristianismo na Europa durante a Idade Média e a cruz que se tornou o símbolo universal desta religião, començou também a multiplicação dos fragmentos que iam para outros templos.

Esses fragmentos são conhecidos como "lignum crucis" (madeira da cruz, em latim).

Além da Basílica da Santa Cruz, as catedrais de Cosenza, Nápoles e Gênova, na Itália; o mosteiro de Santo Toribio de Liébana (que tem a maior peça), Santa Maria dels Turers e a basílica de Vera Cruz, entre outros, na Espanha, afirmam ter um fragmento da cruz em que Jesus Cristo foi executado.

A Abadia de Heiligenkreuz, na Áustria, também guarda uma peça e outro segmento muito importante está na Igreja da Santa Cruz, em Jerusalém.

Junto com as evidências físicas, os concílios de Nicéia, no século 4, e de Trento, no século 16, deram validade espiritual à devoção dessas relíquias, tanto que foram registradas no catecismo:

"O sentido religioso do povo cristão encontrou, em todos os tempos, a sua expressão em várias formas de piedade em torno da vida sacramental da Igreja: como a veneração das relíquias", pode ler-se no artigo 1674 deste tratado que estabelece a doutrina da Igreja Católica.

Cristo na cruz

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Segundo historiadores, devido à perseguição, primeiros cristãos não guardaram muitos objetos relacionados à presença física de Jesus

Mas também indica que as próprias relíquias não são "objetos de salvação", mas significa alcançar a intercessão e "benefícios para Jesus Cristo seu Filho, nosso Senhor, que é apenas nosso redentor e salvador."

Da mesma forma, a multiplicidade de fragmentos foi questionada em sua época por vários pensadores.

O teólogo francês João Calvino (1509-1564) destacou no século 16, em meio a um boom do tráfico de relíquias em que se multiplicavam os pedaços da chamada "Vera Cruz" distribuída por igrejas e mosteiros, que "se coletássemos tudo que foi encontrado (da cruz), haveria o suficiente para transportar um grande navio. "

No entanto, essa afirmação foi posteriormente refutada por vários teólogos e cientistas ao longo da história.

Recentemente, Pierluigi Baima Bollone, professor emérito da Universidade de Turim (Itália), apontou em um estudo que se todos os fragmentos que afirmam fazer parte da cruz de Cristo fossem reunidos "atingiríamos apenas 50% do tronco principal".

Veracidade

"É muito provável que Helena tenha encontrado uma árvore, mas o que é muito provável também é que alguém a tenha colocado naquele lugar para dar uma ideia de que esta foi a cruz em que Jesus morreu", diz Moss.

A especialista indica que há outra dificuldade em provar se essas peças realmente pertenceram, pelo menos, a uma crucificação ocorrida na época de Cristo.

"Por exemplo, a datação por carbono-14, que seria uma das primeiras coisas a fazer, é cara e a igreja não tem recursos para esse tipo de trabalho", diz.

Oração com cruz iluminada

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Cruz se tornou o símbolo do Cristianismo

E embora tenha sido possível obter fundos para financiar tal estudo, a investigação poderia afetar a integridade da relíquia.

"Acrescente a isso que a datação por carbono é considerada invasiva e um pouco destrutiva. Mesmo que você precise apenas de cerca de 10 miligramas de madeira, ainda envolve o corte de um objeto sagrado", observa Moss.

Em 2010, o pesquisador americano Joe Kickell, membro do Comitê para a Investigação Cética, organização sediada em Nova York (Estados Unidos), fez um estudo para determinar a origem dos pedaços que eram considerados parte da "Vera Cruz".

"Não há uma única evidência que sustenta que a cruz encontrada por Helena em Jerusalém, ou por qualquer outra pessoa, seja a verdadeira cruz em que Jesus morreu. A história de proveniência é ridícula. E seu caráter milagroso, também", escreveu Kickell em um artigo.

Para Moss e Goodacre, a chance de encontrar a verdadeira cruz de Cristo é muito remota.

"Seria necessário fazer um trabalho arqueológico, não teológico. E mesmo assim seria muito improvável encontrar a árvore de mais de dois milênios atrás", ressalva Goodacre.

Nesse sentido, para Moss, as dificuldades vêm até do objeto que estaríamos procurando.

"A palavra cruz tanto em grego quanto em latim se referia a uma árvore ou pau vertical em que se praticava a tortura", esclarece a historiadora.

"Em outras palavras, possivelmente estamos falando de uma única árvore ou estaca, não do símbolo que conhecemos atualmente."

  • Alejandro Millán Valencia
  • BBC News Mundo
Professor Edgar Bom Jardim - PE

"Foi muito bom viver, Obrigada," disse o paciente antes de ser entubado e médico chora...

24 horas depois o senhor de 75 anos ,faleceu...

 

       Imagem: Michael Dantas/AFP


Do UOL, por Carolina Marins

"Foi muito bom viver", foram as últimas palavras ouvidas pelo médico intensivista Artur Milach antes de intubar um senhor de 75 anos. A frase o fez chorar pela primeira vez em muito tempo durante esta pandemia. Depois de um ano, ele achava que já havia se emocionado o suficiente, mas com a piora da situação no país o que ele tem visto são pacientes chegando cada vez em pior estado.

Idoso e com muitas comorbidades, o senhor pediu para falar com a família antes de ser intubado. Como muitos dos pacientes atendidos por Milach, ele disse aos familiares que os amava e se preparou para o procedimento.

"Quando eu vou intubar um paciente, eu fico perto da cabeça e vou conversando com ele. Nesse momento, ele pegou na minha mão disse: 'Foi muito bom viver, obrigado'. Eu nunca tinha escutado isso, de nenhum paciente. De falar numa serenidade", lembra.

Ele sabia da gravidade do caso dele, isso me tocou profundamente. Quando ele olhou para mim, ele podia ter chorado, esperneado, mas ele sorriu e disse que foi muito bom viver." Contou Artur Milach.

O quadro do senhor de 75 anos era grave e ele morreu dentro de 24 horas. "Foi muito duro. Fazia tempo que eu não chorava na pandemia. Esse dia eu chorei bastante quando cheguei no carro. Esse paciente eu levei a semana inteira comigo, isso me fez ressignificar inclusive a minha força pra trabalhar."

Artur Milach está na linha de frente da covid-19 desde o início da pandemia. Primeiro trabalhou no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. No ano passado, se mudou para Recife e atua hoje como coordenador de UTI-covid em dois hospitais da capital pernambucana: o Hospital de Referência Unidade Boa Viagem Covid-19 e o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa.

No entanto, o perfil que ele tem visto nesta segunda onda da doença não é apenas o do senhor idoso com comorbidades. Assim como já relataram muitos profissionais de saúde, o intensivista vê um aumento de pacientes jovens necessitando de cuidados intensivos, em especial os que sofrem de obesidade. Mas o que preocupa Milach é que esses pacientes têm chegado em estado cada vez mais grave ao hospital.

O perfil de paciente jovem que está chegando é muito grave. É isso que está nos assustando. Muito parecido com alguns idosos que chegavam, entravam em insuficiência respiratória, precisavam de um consumo de oxigênio grande até serem intubados."

Muitos dos jovens que chegam contam terem utilizado o "kit covid de tratamento precoce", defendido pelo governo federal, mas que não possui eficácia no combate à covid-19.

A diferença é que alguns jovens respondem bem, respondem rápido, e a gente pensou: 'como agora está adoecendo mais jovens, a gente vai conseguir tirar mais rápido do respirador e vai ter menor mortalidade'. E não foi isso que aconteceu.

"A gente vê nas redes sociais gente falando que a família toda tomou e ficou bem. Ela iria ficar bem com ou sem o medicamento. As UTIs estão lotadas de pacientes com tratamento precoce."

Agora com a nova onda da covid-19 ocorrendo simultaneamente em todo o país, o desafio para um coordenador de UTI é ter equipes suficientes para atender à demanda.

"A gente está pedindo ajuda para vários profissionais médicos até não intensivista que estão vindo ajudar a gente. Só que ter o leito não é a garantia de que você vai ter a melhor assistência e isso preocupa bastante a gente."

Atualmente Pernambuco tem mais de 90% dos seus leitos UTI covid ocupados, tanto na rede pública quanto na rede privada. Somente na rede pública esse número está em 96% e a abertura de novos leitos não ajudou a aliviar essa pressão.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO UOL

Postado por Madalena França

Orobó: Um encontro para celebrar a dignidade política e a vitória de ser cidadão pleno...

  No último domingo, 17 de Outubro, houve um encntro de amigos, que celebraram juntos o direito de ser livre, de ter dignidade cidadã, de di...