Líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT), o senador Humberto Costa comemorou a saída do presidente da Petrobras, Pedro Parente (PSDB) do cargo. Para o senador, a demissão de Parente é o resultado da luta dos brasileiros contra o aumento dos combustíveis, mas advertiu que a queda do presidente da Petrobras não resolve o problema.
“Isso mostra a força da luta do povo brasileiro. Os caminhoneiros paralisaram a economia do Brasil por 10 dias e conseguiram baixar o preço do diesel e tirar do posto Pedro Parente. Mas a saída dele, por si só, não resolve o problema. O que precisa mudar é a lógica deste governo que aí está e que privilegia um grupo pequeno de acionistas bilionários, em detrimento de toda a população brasileira”, afirmou.
O senador também questionou a decisão do governo de realizar cortes no orçamento de R$ 3,82 bilhões de áreas como saúde, educação, desenvolvimento agrário para garantir a subvenção ao diesel. Só do ministério da Saúde serão cortados mais de R$ 179 milhões. Projetos como o Samu e o Farmácia Popular serão afetados.
“O governo perdeu as condições de governabilidade. Há um descontentamento geral da população com a política de aumento de combustíveis adotada pelo governo de Michel Temer. Para tentar camuflar o problema, o governo quer que todos paguem a conta, tirando de setores importantíssimos como a saúde e a educação”, disse Humberto.
A atual situação de desabastecimento de combustíveis é apenas a face mais evidente da pior crise econômica, social e política da História do Brasil.
Assiste-se, em nosso país, a uma avassaladora devastação social e econômica, que afeta, sobretudo, os mais pobres. O desemprego aumenta em níveis insustentáveis, a pobreza volta a se espalhar pelo Brasil, a subnutrição golpeia de novo as nossas crianças e o país volta a entrar no vergonhoso Mapa da Fome.
A prometida retomada econômica não veio e a economia brasileira passa da recessão à depressão prolongada. O resultado do último trimestre (0,4), puxado apenas pela agricultura, foi decepcionante. O próximo trimestre deverá ser negativo em cerca de 0,5% ou mais, em razão do caos criado pela política de preços dos combustíveis da Petrobras, concebida para gerar lucros para acionistas estrangeiros e prejuízos para o país. Neste ano, com a incerteza política das eleições e o caos criado pelo golpe, o PIB deverá ficar na casa de 1%, se não cair a zero. Dois ou três por cento era delírio dos golpistas.
O patrimônio público volta ser vendido a preços aviltados e a soberania nacional é vilipendiada por uma política externa subserviente aos interesses de grandes potências.
Nunca o Brasil caiu tão baixo.
Completando o quadro de desastre, temos um governo notoriamente corrupto, impopular, ilegítimo e totalmente incapaz de dar respostas minimamente adequadas aos desafios postos.
Isso ficou evidente na justa greve dos caminhoneiros. Em vez de atacar a causa do problema, a política de preços volátil e irracional da Petrobras, construída para beneficiar acionistas estrangeiros, o governo preferiu subsidiá-la à custa do corte de impostos que beneficiam os brasileiros mais pobres.
Trata-se de um governo que governa única e exclusivamente para os mais ricos. A questão do aumento dos preços dos combustíveis nunca teve nada a ver com tributos e, portanto, não será solucionada por corte de tributos. A questão diz respeito exclusivamente às taxas de lucros estratosféricas da Petrobras privatista de Pedro Parente, as quais, segundo alguns cálculos, chegam a até 150%. A empresa mantém uma política de preços volátil, atrelada ao dólar, com o intuito de remunerar os acionistas da Bolsa Nova Iorque. Ao mesmo tempo, diminui a nossa capacidade de refino em 25% para estimular as importações de combustíveis dos EUA e a venda das refinarias da Petrobras.
A política antinacional e antissocial da atual gestão da Petrobras, que sacrifica o país, os pobres e a soberania nacional, é a quintessência do golpe, que retirou o governo do povo e jogou o Brasil no leito de Procusto do grande capital. E é essa política do golpe, precedida pelo golpismo que inviabilizou o segundo governo de Dilma Rousseff, que jogou o país no caos e na crise.
Essa crise profunda e extensa tem sua origem na ruptura com a soberania popular e com o pacto democrático estabelecido pela Constituição de 1988. O golpe de 2016 devastou as instituições democráticas e o sistema de representação e permitiu que o país fosse totalmente capturado pelos interesses do grande capital financeiro, especialmente do grande capital internacional.
Desse modo, foi imposta ao povo brasileiro a agenda derrotada nas urnas, a qual visa, propositalmente, destruir direitos trabalhistas e previdenciários, erodir o Estado de Bem-Estar, aumentar a desigualdade, a pobreza e o desemprego, como fórmula macabra para restituir e ampliar margens de lucro. A democracia brasileira foi sequestrada pelo mercado, representado politicamente pela turma da sangria. Essa é a tragédia do Brasil. Com tal agenda, o país não tem presente nem futuro. Só a regressão a um passado sombrio.
Sem completar a implantação dessa agenda extremamente regressiva e impopular, o golpe perde a sua razão de ser. Por isso, consideram necessário manter preso o maior líder popular da história brasileira. Pela mesma razão, já surgem, ante a inexistência de um candidato viável que dê sustentação política à agenda do golpe, especulações sobre a implantação do impopular parlamentarismo, incitações à intervenção militar e outras iniciativas que visam golpear ainda mais a combalida democracia do Brasil.
O Brasil não sairá da crise com menos democracia e com novas manobras golpistas, que tentam se aproveitar do caos criado pelo próprio golpe. O Brasil só sairá dessa profunda crise com o pleno restabelecimento da soberania popular e da democracia. O Brasil somente se libertará do sequestro imposto pelo golpe com mais democracia. Somente eleições livres com a participação de Lula poderão devolver a paz e a ordem ao Brasil e constituir um governo com legitimidade suficiente para retirar a nação da crise.
Ninguém mais aguenta essa agenda de regressão, de crueldade social, de afronta à soberania nacional, de caos e de escárnio contra o povo.
O país precisa sair das garras do grande capital e das amarras dos interesses estrangeiros e ser devolvido a quem de direito: o povo brasileiro. Libertar Lula é libertar o Brasil.
O PT federal terá de decidir se quer disputar o governo de Pernambuco ou se deseja virar um estorvo para atrapalhar a candidatura da neta petista de Miguel Arraes, a vereadora de Recife Marília Arraes. Bem-posta nas pesquisas, Marília divulgou um vídeo nas redes sociais para reafirmar seu projeto político. Fez isso para se contrapor à articulação subterrânea que aproxima o PT do seu principal rival, o governador pernambucano Paulo Câmara, que pleiteia a reeleição pelo PSB.
Num arranjo que conta com a simpatia de Lula, o PT pernambucano se aliaria ao PSB de Paulo Câmara, jogando ao mar as pretensões de Marília Arraes. Em troca, o PSB de Minas Gerais descartaria a candidatura a governador de Márcio Lacerda, ex-prefeito de Belo Horizonte, para se coligar com o PT, que tenta reeleger Fernando Pimentel. O problema é que, tomada pelas pesquisas, Marília não se parece com um fardo. E a militância petista resiste à ideia de descartá-la.
Na pesquisa mais recente, feita pelo instituto Múltipla, Marília Arraes (15%) obteve um notável empate técnico com Paulo Câmara (15,5%) e o senador Armando Monteiro (14,5), que disputará a cadeira de governador pelo PTB. Ex-governador e ex-ministro da Educação de Michel Temer, o deputado Mendonça Filho amealhou 11%.
O pedaço do PT que considera a hipótese de rifar Marília tem pouco tempo para agir. Está marcada para 10 de junho a convenção que pode resultar na formalização da candidatura da vereadora ao governo estadual. Para livrar-se da neta de Arraes, o petismo terá de justificar um paradoxo: o PSB de Paulo Câmara apoiou o impeachment de Dilma Rousseff.
Antes da deposição de Dilma, o PSB desembarcara da parceria nacional que mantinha com o PT para lançar, em 2014, a candidatura presidencial de Eduardo Campos, primo de Marília Arraes. Para acrescentar ironia no enredo, Marília trocou o PSB pelo PT em 2013. (Josias de Souza)
Não é só no tanque de gasolina que a política de “livre mercado” mostra à classe média o que quer dizer a liberação total de preços e tarifas.
Vinícius Casagrande, no UOL, aponta hoje que, um ano depois da liberação da cobrança por despacho de bagagem nos voos comerciais, não só o preço das passagens aéreas subiu – um aumento real médio de 6% (já descontada a inflação) – como a própria taxa cobrada pelas malas decolou: o transporte de uma mala de até 23 kg já subiu 67%.
Claro que não faz muita diferença para quem vai passar umas férias em Miami gastar mais 20 ou 30 dólares para despachar a mala, até porque é na volta que os pacotes serão muitos.
Mas para o passageiro modesto, para aquela senhora que comprou “em vezes” uma passagem para visitar a mãe em Quixadá, no Ceará, os 60 reais que se cobra por qualquer bagagem despachada são um verdadeiro assalto.
Não é preciso muita imaginação para ver o que acontecerá com o “desconto de 46 centavos” no diesel, em pouco tempo.
As grandes trasnportadoras, que negociam contratos “em bloco” para seus combustíveis vão ter; o comprador no varejo, o autônomo que serviu de massa de manobra, não terá.
A queda nas ações da Petrobras, cuja negociação foi suspensa tão logo se noticiou a demissão de Pedro Parente do cargo de presidente, será imensa.
É o que indica o comportamento do preço as ações (ADR) da empresa na Bolsa de Nova York, onde continuaram a ser negociadas.
Caem 14% neste momento, acumulando um baque de 27% em três meses.
Quem tinha ido na conversa do resultado “espetacular” da companhia – palmas para Miriam Leitão – e ainda não tinha se desfeito de posições compradas da ação, esperando a recuperação pós-greve dos caminhoneiros está subindo pelas paredes.
Talvez – e só talvez – a coisa se acalme um pouco – e só um pouco – com a designação de um interino para o cargo.
Para logo descer outro degrau com a inevitável revogação da política de preços suicida de Parente.
Funcionários da Petrobras concentrados na porta da Refinaria Gabriel Passos, em Betim, comemoraram a notícia da demissão de Pedro Parente da presidência da empresa. , uma das reivindicações da categoria na greve abortada ontem, depois do acumpliciamento da Justiça ao governo, estabelecendo multas estratosféricas aos sindicatos, caso a paralisação seguisse.
Como na época da ditadura, estamos chegando a um ponto em que notícias boas só se lê nos obituários “políticos”.
Aliás, para quem gostar de clima fúnebre, sugere-se assistir, neste momento, a programação da Globonews.
A defenestração de Parente é apenas mais um parágrafo em outro destes textos necrológicos: o de Michel Temer.
Novo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, do Partido Socialista Espanhol.
Novo premiê espanhol disse que Lula é “uma referência em política global”
O secretário-geral do Partido Socialista Obrero Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, participou de uma reunião na sexta-feira, em São Paulo, com aquele que considera uma “referência da boa política” global, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como ponto de partida de uma rápida viagem de três dias à América Latina, que ainda o levará à cerimônia de posse do presidente Tabaré Vázquez, no Uruguai. A reunião, que durou cerca de uma hora, serviu para compartilhar ideias econômicas, segundo Sánchez, e transmitir “o sentimento de proximidade do povo espanhol com o povo brasileiro”. “Lula tirou o Brasil de uma situação de crise econômica e deu oportunidades às pessoas que não as tinham tido até então. Apostou na construção de uma classe média forte no Brasil por meio de um progresso inclusivo, uma economia justa”, comentou Sánchez no Instituto Lula.
247 - A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, exigiu a mudança na política de reajustes de preços dos combustíveis, após a demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras.
"Não basta trocar o entreguista Pedro Parente na presidência da Petrobras. Tem de mudar sua política de preços para os combustíveis e a ofensiva privatista na empresa e na entrega do pré-sal. Tem de recuperar a Petrobrás para o Brasil e para os brasileiros", disse Gleisi pelo Twitter.