Apopularidade de Neymar como influenciador digital sofreu um forte abalo na
Copa do Mundo. Pesquisa global realizada pela Kantar Sports, representada pelo Ibope
Repucom no Brasil, mostra que o atacante da seleção brasileira foi assunto em mais
de 25 milhões de postagens nas redes sociais, somando Facebook, Twitter, Instagram
e YouTube, superando Messi (20 milhões) e Cristiano Ronaldo (17 milhões).
A maioria do conteúdo, porém, tinha teor negativo. O estudo analisou publicações
entre 1º de junho, duas semanas antes da abertura da Copa da Rússia, e 18 de julho,
três dias após a final.
Na véspera da estreia do Brasil, diante da Suíça, Neymar tinha 28% de citações negativas
nas mídias sociais, mas o índice mais que dobrou a partir do primeiro jogo (61%) e
chegou ao ápice (68%) até o dia seguinte à eliminação no torneio, para a Bélgica, nas
quartas de final.
Até entrar em campo, o camisa 10 da seleção recebia mais comentários neutros (51%)
do que depreciativos. Os elogios, antes englobados em 21% das postagens, despencaram
para 1% no período de medição.
De modo geral, a cada cem comentários sobre Neymar nas redes sociais após a
derrota para os belgas, apenas um era positivo.
Em artigo vinculado à pesquisa, publicada nesta terça-feira (24), o diretor do Ibope
Repucom, José Colagrossi, explica que, "em média, mais de 90% deste volume
total de comentários negativos são piadas e memes, e foram classificados como negativos
pela possibilidade de impacto em sua imagem devido à sua conduta em campo
(tema discutido em todos os países analisados) e não por sua qualidade técnica".
As redes sociais, então, foram o reflexo da antipatia que Neymar gerou entre fãs e opinião
pública por conta das reações exageradas em campo diante da marcação dos adversários.
Ídolos do futebol, como o alemão Lothar Matthaus, o inglês Gary Lineker e o
francês Eric Cantona, engrossaram o coro no rótulo de cai-cai que impregnou no
astro do Paris Saint-Germain durante e após a Copa.
A frustração com a campanha da seleção, que buscava o sexto título mundial na Rússia,
também ajuda a potencializar as críticas.
Na Copa, Neymar foi bastante presente no ataque, mas pouco efetivo. Anotou dois
gols na competição, contra Costa Rica e México.
Coincidência ou não, Neymar não ficou entre os dez selecionados para disputar o The
Best, premiação da Fifa ao melhor jogador da temporada - a entidade divulgou os nomes
dos concorrentes nesta terça.
O levantamento listou os dez países em que Neymar mais recebeu citações negativas.
O Brasil lidera, seguido de Estados Unidos, México, França, Reino Unido, Espanha,
Portugal, Argentina, Colômbia e Chile.
Aqui cabem duas observações. Os franceses formam o principal mercado do jogador,
contratado há um ano pelo Paris Saint-Germain por 222 milhões de euros
(cerca de R$ 970 milhões na cotação atual).
Em sua primeira temporada no país, Neymar sofreu lesão, ficou três meses sem jogar e
teve atritos com o atacante Cavani e o técnico Unai Emery, mas foi eleito o melhor
jogador do Campeonato Francês.
Com os mexicanos, os ânimos se acirraram no confronto pelas oitavas de final da Copa,
] em que Neymar se envolveu em episódio com Layun, que pisou na perna do brasileiro
fora de campo, mas a arbitragem nada marcou. No entanto, a reação do atacante ao lance
passou a impressão de exagero e até de simulação.
Celebridade digital Neymar é uma das poucas personalidades que conseguem alcance
global por meio das redes sociais. Ainda que tenha recebido uma avalanche de
comentários negativos, a Copa do Mundo o ajudou a ganhar mais 6,8 milhões de seguidores.
Atualmente, mais de 200 milhões de pessoas acompanham as postagens nos perfis do
atacante nas quatro principais mídias - Facebook, Instagram, Twitter e Youtube.
Somente no Instagram, única rede administrada pelo próprio jogador, ele é o único
brasileiro a ultrapassar a marca de 100 milhões de seguidores.
No Mundial da Rússia, ele foi o jogador mais comentado do campeonato entre os
usuários do Twitter. Com informações da Folhapress.