13 de dezembro de 2018
Acabou o que era doce para alguns parlamentares, que não se reelegeram em outubro último. Por conta disso, 50% das cadeiras na Câmara serão renovadas a partir de 1º de fevereiro de 2019.
No Senado, a guilhotina foi mais pesada ainda: apenas 8 das 54 vagas em disputa serão ocupadas por candidatos que disputaram reeleição deste ano.
Pois bem, vamos ao choro que, aliás, é livre.
Segundo registro do Estadão, o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) se desmanchou em lágrimas ao se despedir dos colegas e da Câmara. Ele entrou na Casa em 1991, ‘quando o Brasil ainda tinha 150 milhões de habitantes’ (hoje somos cerca de 210 milhões de brasileiros).
“Espero ter deixado amigos e amigas. Se alguma inimizade ficou, por alguma ofensa, peço desculpas e perdão. Eu disse que não ia chorar”, disse. Mas Hauly chorou copiosamente.
Houve choro na esquerda também, ainda de acordo com o Estadão. Chico Alencar (PSOL-RJ) disse adeus ao parlamento depois de 15 anos. O deputado tentou o Senado, mas não deu. Bateu na trave. O psolista reconheceu que colecionou “muito mais derrotas do que vitórias” na Câmara.
A direita foi mais chorona, entretanto. O deputado Arnaldo Faria de Sá (PP-SP), que deixará a Câmara após 32 anos, se emocionou ao falar sobre sua defesa pela previdência, aposentados e idosos.
No Senado, Roberto Requião (MDB-PR) embargou a voz, mas aguentou firme. Engoliu o choro. Afirmou que continuará a luta em defesa da soberania e disse que se nega a recolher-se à vida privada.
“Não me recolho à vida privada. Não tenho também esse direito. Enquanto respirar, viverei pelo Brasil, fiel, intransigentemente fiel à utopia que me embala desde a meninice. O sonho de um país soberano, desenvolvido, e bom para todos”, despediu-se o velho emedebista de guerra.
Moral da história: a morte só não é definitiva na política e no cinema.
Madalena França via esmael