Madalena França via Noelia Brito
Do Congresso em Foco
Depois de investigar denúncias, a Polícia Federal descobriu em abril conversas na chamada dark web ou deep web em que os envolvidos tratavam, desde 2018, de ameaças de morte e planos contra a deputada federal Talíria Petrone (PSol-RJ). A informação foi divulgada nesta quinta-feira (27) pela assessoria do partido na Câmara. De acordo com a nota, a própria PF entrou em contato com a polícia legislativa e com o presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para sugerir proteção policial para a deputada, que está em seu primeiro mandato.
Talíria já foi vereadora na cidade de Niterói (RJ) e já tinha recebido ameaças pelas redes sociais, mas o caso investigado pela PF é, segundo ela, o de maior gravidade e o primeiro depois que ela assumiu o posto no Legislativo federal. “Desde o mandato de vereadora a agente já viveu muitas situações de ameaças seja na internet até no período da campanha para deputada, quando teve gente armada na porta do comitê”, relata Talíria Petrone.
A deputada está sendo acompanhada por agentes da polícia legislativa em todos os lugares nos quais circula em Brasília. Como o caso está sob sigilo, ela não deu informações detalhadas, mas confirmou que as conversas faziam comparações dela com sua colega de partido Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, assassinada em 2018 junto com seu motorista, Anderson Gomes.
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O presidente da Câmara também entrou em contato com o governo do Rio de Janeiro solicitando que o estado garantisse proteção para a parlamentar quando ela estiver no Rio de Janeiro. De acordo com o PSol, dois ofícios foram enviados, em 23 de abril e 10 de maio, mas ainda não foram respondidos. A falta de retorno do governo estadual foi um dos motivos para que a deputada tornasse a situação pública. A bancada do partido na Câmara também encaminhou ofício para o Executivo estadual pedindo providências para garantir a segurança de Talíria. Nossa reportagem entrou em contato com o governo do Rio de Janeiro e aguarda posicionamento. A deputada comenta que quando esteve na Polícia Federal, foi informada que a escolta por longos períodos não é atribuição da PF, mas das polícias estaduais.
“A gente tem limitado algumas agendas, mas isso fica muito complicado porque nosso mandato é muito territorial, temos isso como essência do mandato, circular nos territórios e fazer agendas nas praças, então temos limitado agenda e andado com carro blindado”, afirma a deputada. As investigações seguem em curso.