Foto: Adriano Machado/Reuters
Desde que o primeiro caso de um paciente com Covid-19 foi confirmado e o novo coronavírus passou a circular no país, o presidente Jair Bolsonaro minimizou e relativizou em diversas situações e em entrevistas a gravidade do vírus. Bolsonaro já chamou a doença causada pelo novo vírus de “gripezinha”, caracterizou medidas de governadores para conter a disseminação como “histeria”, disse que o coronavírus estava sendo “superdimensionado” e que a mídia propagava “fantasias”.
— Durante o ano que se passou, obviamente, temos momentos de crise. Muito do que tem ali é muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propaga. Alguns da imprensa conseguiram fazer de uma crise a queda do preço do petróleo —presidente minimizou o novo vírus no dia 9 de março em entrevista à imprensa.
— Os governadores são verdadeiros exterminadores de emprego. Essa é uma crise muito pior do que o próprio coronavírus vem causando no Brasil — em Miami, nos Estados Unidos, Bolsonaro usou o termo fantasia para se referir a crise causada pelo novo coronavírus.
— Não vou viver preso dentro do Alvorada. Se eu resolvi apertar a mão do povo, é um direito meu, eu vim do povo. Tenho obrigação de saudar o povo — afirmou o presidente após descer a rampa do Palácio do Planalto para cumprimentar apoiadores que participaram da manifestação a favor do governo e contra o Congresso e o Judiciário.
— A questão do coronavírus também que, no meu entender, está superdimensionado, o poder destruidor desse vírus. Então talvez esteja sendo potencializado até por questão econômica, mas acredito que o Brasil, não é que vai dar certo, já deu certo — declarou o presidente durante um encontro com a comunidade brasileira em Miami, durante viagem oficial de quatro dias aos Estados Unidos.
— Se eu me contaminei, tá certo? Olha, isso é responsabilidade minha, ninguém tem nada a ver com isso — disse o presidente após ser questionado sobre cumprimentos à apoiadores no Planalto.
— É uma questão grave, mas não podemos entrar no campo da histeria — afirmou ao responder pergunta sobre o que o governo federal estava fazendo contra o desabastecimento de alimentos e produtos nas cidades, em entrevista para a TV Record.
— Esse vírus trouxe uma certa histeria e alguns governadores, no meu entender, eu posso até estar errado, estão tomando medidas que vão prejudicar e muito a nossa economia — em meio a um acirramento entrre o governo federal e os governadores sobre as medidas de contenção do novo coronavírus, Bolsonaro criticou os chefes estaduais em entrevista à “Rádio Tupi” na manhã de hoje, dia 17 de março.
— Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar — afirmou Bolsonaro, referindo-se à facada que recebeu durante a campanha presidencial em 2018, em entrevista coletiva no dia 18 de março.
— O número de pessoas que morreram de H1N1 foi mais de 800 pessoas. A previsão é não chegar aí a essa quantidade de óbitos no tocante ao coronavírus — disse ao se referir ao surto de H1N1, ocorrido em 2009.
— Vão morrer alguns pelo vírus? Sim, vão morrer. Se tiver um com deficiência, pegou no contrapé, eu lamento — disse Bolsonaro, que afirmou ainda que é preciso “alongar a curva da contaminação” para atender aos idosos, mas avaliou que é inevitável a morte de pessoas nos considerados grupos de risco.