247 - Um grupo fortemente armado roubou três aeronaves do aeroclube de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul, na madrugada nesta segunda-feira (6). Uma delas pertence ao cantor Almir Sater, segundo a polícia. A informação é do portal CNN.
Segundo o delegado Jackson Frederico Vale, da Primeira Delegacia de Polícia Civil de Aquidauana, a cerca de 100 km de Campo Grande, disse que o grupo era formado por cerca de 15 homens, que fizeram três funcionários de reféns, por volta das 2h00.
Uma das vítimas foi obrigada pelos criminosos a abastecer as aeronaves para a fuga.
De acordo com relato das vítimas, parte dos suspeitos falavam espanhol. Segundo o delegado, acredita-se que sejam bolivianos ou paraguaios, mas também havia brasileiros no grupo.
7 de Setembro é o aniversário da Independência do Brasil. Dia especial, sempre comemorado com desfiles escolares e militares, recreação e atividades culturais exaltando a história e as cores nacionais.
Neste ano, o feriado e as cores nacionais foram sequestrados por interesses políticos.
As manifestações dentro da lei são válidas e importantes. As liberdades de expressão e de opinião são fundamentais. No entanto, não se deve confundir liberdade de opinião com liberdade de acusação e de ações irresponsáveis.
A vontade popular é bem intencionada. Os fanáticos não representam a maioria da população ordeira que se manifesta. Extremistas não representam aqueles que votaram por transformações em ambiente de paz, legalidade e prosperidade.
Não é hora de rodeios. Os riscos precisam ser avaliados e mitigados, pois a politização, o extremismo e a manipulação da opinião pública ameaçam gravemente o Brasil. Alguns “super-heróis” irresponsáveis de internet empurram pessoas de boa-fé para o radicalismo e a violência. Aqueles que estimulam ilegalidades desaparecem e ficam impunes, deixando o preço para os inocentes úteis. Os fanfarrões estimulam ações, mas não têm coragem de assumir responsabilidades e nem são os primeiros a liderar as ilegalidades propostas.
O fanatismo de pessoas e grupos sempre acaba em violência. Se não generalizada, ao menos em atos isolados. As autoridades e as pessoas de bem não podem deixar que isso aconteça. Normalmente a maioria é motivada por interesses honestos, mas os extremistas são motivados por interesses pessoais, campanha política e ideologia extremada.
Há poucos dias, em visita do presidente da Guiné-Bissau ao Brasil, a Esplanada dos Ministérios teve os postes enfeitados alternadamente, de maneira organizada, com as cores verde e amarelo do Brasil e verde, amarelo e vermelha da Guiné-Bissau. Vi pessoas indignadas, dizendo que era absurda a ousadia da “esquerda”; vi outros dizendo que era coisa “da direita”, tentando incriminar a esquerda, violando as cores verde e amarelo com a cor vermelha. Esse é um exemplo do fanatismo ignorante e inconsequente. Os extremos sempre irão se acusar mutuamente.
Populistas e oportunistas se manifestam de maneira demagógica, com discursos incentivando a violência e palavras de ordem sem objetividade, mas com aspirações teoricamente válidas – “liberdade”, “segunda independência” (de quem?), “última excelente oportunidade” (para que?), “estamos em guerra” (com quem?), ultimatos fanfarrões sem dizer para quem, incentivo para comprar armas por motivação política (total irresponsabilidade e inconsequência), Brasil à beira do abismo, teoria da conspiração, e, finalmente, a grotesca necessidade de um salvador da Pátria. Tudo isso estimula o ódio e a agressão a instituições e pessoas.
Militares (Forças Armadas, policiais e bombeiros) têm o direito de ter preferências políticas e partidárias, mas também têm responsabilidade institucional. Militares fazem parte de instituições que têm como fundamentos a disciplina e a hierarquia. São instituições armadas para defender a Pátria, as instituições, a lei e a ordem. Não é possível ser militar apenas quando interessa. Os militares têm responsabilidade institucional com o Estado brasileiro, com a Constituição, e não podem cair na armadilha de serem arrastados como instrumento de uso político individual e de grupos. Polícias e bombeiros militares são muito bem preparados e têm sua estrutura hierárquica estadual, subordinadas aos governadores e são comprometidos com a proteção das populações de seus Estados. Incentivar militares a romper suas obrigações legais e seu comportamento institucional e estimular a quebra da disciplina e da hierarquia é subversão. Sempre foi.
Casos isolados de violação da disciplina não caracterizam as instituições e precisam ser tratados pelas autoridades de acordo com a lei.
O governo não pode jogar a sua responsabilidade política para as Forças Armadas e Polícias Militares. Ele precisa é ter coragem e capacidade de assumir as suas obrigações.
A maneira mais eficiente de corrigir e evitar problemas é governar corretamente, promover a união e a paz social, estabelecer critérios, praticar a transparência ao máximo, combater a corrupção, eliminar privilégios e reduzir a desigualdade social.
A grande massa das pessoas de bem, motivada por boas intenções, não deve servir de escudo para extremistas, irresponsáveis e inconsequentes.
O 7 de Setembro é dia de celebração e não deve ser transformado em dia de conflito.
O povo brasileiro volta às ruas nesta terça-feira, dia 7 de setembro. O grande ato é um protesto contra o governo genocida de Bolsonaro, contra do desemprego, a fome, as privatizações e a todos os retrocessos que assolam o país. Os organizadores estimam protestos pelo fora Bolsonaro em mais de 100 locais no Brasil e no mundo.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) produziu um mapa online para dimensionar a mobilização nacional pelo #ForaBolsonaro e Grito dos Excluídos. Com a ferramenta online, é possível acessar as informações exatas sobre o local e a hora em que os atos estão programados.
Confira o mapa das manifestações pelo Fora Bolsonaro:
Neste ato de 7 de setembro, o Grito dos Excluídos e a campanha #ForaBolsonaro estarão juntos nas ruas do país. O Grito dos Excluídos completa 27 anos de luta, mobilização e organização em defesa dos interesses do povo. Desde maio, o #ForaBolsonaro leva milhares de pessoas às ruas do país.
A Campanha Fora Bolsonaro, inciativa que se reúne há cerca de um ano e meio, é composta pela Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo, todos os partidos de esquerda, as centrais sindicais, a Coalização Negra por Direitos, a UNE, a UBES, a CMP, o MTST, o MST, o Fórum Nacional de ONGs e outras diversas organizações.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, convoca o povo brasileiro para irem às ruas no Dia da Independência. Assista o vídeo abaixo.
Cuidados na pandemia
Os protestos seguem com os protocolos de segurança contra a pandemia da Covid-19. Por isso, ao participar do ato em sua cidade, não se esqueça:
Máscara (leve mais de uma)
Álcool em gel
Distanciamento social sempre que possível
Locais de concentração e de manifestaçao</h3 Veja abaixo se o ato do #7SForaBolsonaro e Grito dos Excluídos em sua cidade já está marcado:
Norte AC – Rio Branco – Gameleira (Aguardando infos)
AM – Manaus – Bicicletada do Grito, Concentração no T1 | 15h
AM – Manaus – Ato Central Av. Lourenço da Silva Braga Centro (Largo do Mestre Chico) | 15h
AM – Humaitá – Praça da Matriz | 17h
AP – Macapá – Praça Veiga Cabral | 9h
PA – Altamira – Em frente à Equatorial Energia | 8h
PA – Belém – Largo do Redondo, Av. Nª Sra. de Nazaré com Trav. Quintino | 8h
PA – Santarém – Praça da Matriz | 17h
RO – Porto Velho – Centro Político Administrativo (CPA) na av. Farquar | 16h
A taxa de brasileiros que avaliam o governo Jair Bolsonaro como ruim ou péssimo chegou a 61%, maior índice da série histórica do Instituto Atlas, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira. O desempenho pessoal do presidente também atingiu seu pior resultado, com 64% dos entrevistados desaprovando a sua gestão.
Na sondagem anterior, de julho, a taxa de ruim ou péssimo era de 59%. O percentual de pessoas que avaliam o governo como ótimo ou bom oscilou para baixo, passando de 26% para 24%. A taxa de regular passou de 15% para 14%, e 1% não soube responder. A desaprovação de Bolsonaro também oscilou negativamente dentro da margem de erro, passando de 62% em julho para 64% agora.
Quando a pesquisa começou a ser feita, em janeiro de 2019, Bolsonaro tinha 39% de ótimo ou bom, 30% de regular e 23% de ruim ou péssimo. A piora da avaliação se acentuou em meados do ano passado, coincidindo com o avanço da pandemia de covid-19 e a deterioração do quadro econômico.
“A tendência continua sendo de deterioração. No entanto, há um núcleo-duro do bolsonarismo que continua muito resiliente, e essa tendência de erosão será cada vez mais lenta”, avalia o cientista político Andrei Roman, CEO do Atlas Intel.
A pesquisa mostra o desempenho de Bolsonaro de acordo com o perfil do entrevistado. O presidente se sai pior entre as mulheres e os eleitores do Nordeste, com 71% e 70% de ruim ou péssimo, respetivamente. O apoio (ótimo ou bom) é maior entre os eleitores do Centro-Oeste (33%) e que cursaram apenas o ensino fundamental (25%).
Quando se observa a renda dos eleitores, o desempenho é pior entre aqueles que declaram ganhar até R$ 2 mil e acima de R$ 10 mil – em ambos a taxa de ruim ou péssimo chega a 64%.
Para Roman, a situação econômica é a principal explicação para a avaliação negativa do presidente e será também o fator essencial para reverter a tendência de queda.
“[Têm influência na avaliação] a inflação e a não recuperação econômica no ritmo esperado mesmo diante da melhora da economia. Por mais que a mídia e analistas foquem nas questões institucionais, no meu entender a maioria da população está focada na questão econômica. E a inflação tem cada vez mais um peso maior nisso”, afirma.
O Instituto Atlas coletou respostas de 3.146 pessoas por meio de questionário on-line, entre 30 de agosto e 4 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Por meio de anúncio publicitário, a consultoria dispara milhares de convites aleatoriamente para internautas da área a ser investigada. Ao clicar no convite, o eleitor é direcionado ao questionário do estudo. Segundo o instituto, mecanismos de segurança impedem que o respondente repasse a pesquisa a outras pessoas ou preencha o questionário mais de uma vez.
A amostra depois é estratificada para representar adequadamente o perfil da população brasileira adulta.
Daqui a pouco, às 19h, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá fazer um pronunciamento às 19h desta segunda-feira (06/09) sobre 7 de setembro, Dia da Independência.
O petista deverá reforçar sua crença na democracia e pedir paz nesse momento de conturbação política provocada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Lula ainda vai abordar as questões econômicas como preço da gasolina, volta da fome, falta de auxílio emergencial, desemprego, cortes nos salários, dentre outras mazelas provocadas pelo governo.
O ex-presidente ainda convocará as manifestações do Grito dos Excluídos desta terça-feira (07/09), realizado há 27 anos, e pedir para que a militância progressista não caia em provocações bolsonaristas.
O Blog do Esmael vai transmitir ao vivo a fala do ex-presidente Lula. Acompanhe aqui.
Nos últimos dias, o dólar tem se mantido em relativa estabilidade, na casa dos R$ 5 (hoje abriu o dia em R$ 5,19). No primeiro semestre deste ano, a moeda norte-americana ainda teve recuo de 4,13% em relação ao real.
Porém, mesmo com a influência do dólar na cotação dos combustíveis, a Petrobras não deixou de aumentar os preços da gasolina e do diesel nas refinarias no começo deste mês. Já é o nono reajuste somente em 2021. Enquanto anuncia mais sofrimento para os pobres, a estatal distribui R$ 31,6 bilhões para os seus acionistas.
Quem sofre com os sucessivos aumentos é o consumidor final que paga o preço da soma de tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de etanol anidro, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores.
O preço médio do litro da gasolina já superou a casa dos R$ 6 e em algumas regiões do país já está sendo vendido a R$ 7, e a tendência aumentar ainda mais com esse novo reajuste anunciado pela estatal.
Esses sucessivos reajustes no preço do combustível aumenta os índices de inflação porque impacta nos preços de todas as mercadorias, que ficam muito mais caras e aprofundam ainda mais a crise social que atinge as famílias mais pobres, já bastante afetadas pelo desemprego e pela diminuição dos salários.
Com a adoção da política de dolarização dos preços dos combustíveis,os preços da gasolina e do diesel já atingiram os maiores níveis do ano nos postos, além dos valores do gás de cozinha que também já atingiram níveis astronômicos para as famílias de baixa renda.
O expressivo lucro da Petrobras de R$ 42,85 bilhões no segundo trimestre deste ano que foi comemorado pelos acionistas é uma das consequências do aumento dos preços dos derivados, em detrimento do consumidor. E isso ocorre justamente em um cenário de precarização do mercado de trabalho, com o desemprego em alta e a renda em queda total, o que aumenta a pobreza e a fome no país.
Desde 2016, a Petrobras realiza uma política de paridade de preços internacionais para definir o valor vendido nas refinarias. Isso significa que fatores externos que possam aumentar os custos da estatal chegam invariavelmente direto para o consumidor.
O economista e professor da FGV, Mauro Rochlin, aponta dois principais fatores que motivaram a decolada do preço dos combustíveis: o petróleo e valorização do dólar. No início do ano passado, o preço do barril de petróleo despencou. As medidas de restrição em razão da pandemia desaqueceram a economia e diminuíram a procura pela matéria prima, tornando-a mais barata.
Em abril do ano passado o barril do petróleo Brent desceu ao menor patamar de 2002, chegando a menos de US$ 20. A queda no preço, contudo, não chegou às bombas. “A gente não observou a gasolina cair quando o preço do petróleo caiu porque no início da pandemia teve uma alta muito grande no preço do dólar. O dólar saiu de R$ 4,10 e chegou a R$ 5,80 em maio do ano passado. A queda do petróleo foi mais que compensada pela alta do dólar”, explica o especialista.
O retorno gradual das atividades econômicas, sobretudo com a vacinação, voltou a aquecer a demanda pelo produto, mas, diante dos prejuízos no ano passado, os produtores internacionais de petróleo têm segurado a oferta. Nessa segunda feira (06) o barril do petróleo Brent está sendo vendido a $ 72,14.
A recente disparada no preço, portanto, tem relação direta com a política de preços da Petrobras e o comportamento do mercado externo. O preço nas refinarias, definido pela Petrobras, é uma das variáveis que compõem o valor final que chega aos consumidores.
No meio do caminho, a gasolina ainda passa por adição de álcool anidro, sofre incidência de impostos e tem uma parcela de distribuição e venda, definida livremente por cada posto.
O álcool anidro, que representa 16,3% do preço da gasolina, também contribuiu para uma alta na gasolina. O Indicador Cepea/Esalq, da USP, apontou aumento de 5,18% na matéria prima na semana passada.
Ainda assim, a carga tributária também vem gerando debates. O ICMS (estadual) sobre a gasolina em Pernambuco é de 29% e, junto com Cide, PIS e Cofins (federais), os impostos sobre o combustível chegam a 41%.
No entanto, a incidência de ICMS sobre a gasolina e o diesel permanece inalterada há vários anos. Embora este imposto seja, de fato, importante na composição do valor final, os aumentos da gasolina em 2021 não foram impulsionados diretamente por ele.
O ICMS acaba tendo uma bitributação que não é compensada aos contribuintes. Isso porque a alíquota é aplicada em diferentes momentos do processo de comercialização do combustível, desde as refinarias, passando pelas distribuidoras até o consumidor final.
Para o consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, tanto os impostos federais quanto os estaduais deveriam ser reduzidos para que haja um alívio no preço da gasolina.
“É preciso mudar a política do ICMS através do Confaz, passando o ICMS a ter um valor fixo e não mais percentual, seguindo em cima do preço de refinaria. Queremos que se atenda a uma necessidade social que é a redução dos preços, mas tem o possível impacto no caixa dos estados. Não dá para agradar dois senhores ao mesmo tempo. Para mim a saída é a mudança do ICMS”, considera.
Diretor de formação sindical e relações intersindicais da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), Francelino Valença defende que a unificação do ICMS traria problemas às federações e municípios.
“Ter uma unificação do ICMS para remediar a crise, torna mais aguda a desigualdade entre os estados. Impacta os municípios, que recebem ICMS”, defende.
Está tudo muito caro no Brasil, e no caso dos combustíveis não seria diferente. Se por um lado a alta do dólar impacta no preço do petróleo, por outro, temos um cenário de crescente inflação. Embora o preço dos combustíveis seja composto por um conjunto de fatores internos (impostos, distribuição, custos Petrobras etc), a variação do câmbio tem reflexo direto no alto valor da gasolina/diesel hoje. Para checarmos se a gasolina está cara no Brasil hoje, basta compararmos com os valores no mesmo período o ano passado.
Se eventualmente continuar um processo de variação do preço do barril do petróleo no mercado internacional, com os preços das commodities tendo tendência de alta e a política de preços política de Paridade de Preços de Importação (PPI) da Petrobras tiver continuidade, é possível termos um processo de continuidade de elevação dos preços dos combustíveis até o final do ano.
O cenário é de alta nos preços. No caso do etanol os impactos das geadas e da seca devem reduzir a produção das usinas sucroalcooleiras, justamente no período em que deverá aumentar a demanda por causa do aumento da circulação de veículos motivada pela reabertura da economia. No caso da gasolina, o cenário também é de alta devido a pressão do dólar que influencia no preço do litro em reais e o aumento do consumo.
Existe muita discussão sobre o cenário para os próximos meses, mas alguns especialistas têm apontado que a expectativa é de que com a redução do preço do dólar e estabilização do mercado internacional, a tendência é que haja uma redução no valor dos combustíveis no país até o final deste ano. Contudo, é importante ressaltar que existem variáveis externas que podem interferir no desdobramento desse cenário, e a variante Delta pode ser uma delas. Hoje tem sido bem difícil desenhar, com precisão, qualquer cenário para o médio prazo.