Raquel nunca votou em Lula
Por Jair Pereira*
A candidatura de Raquel Lyra (PSDB) representa uma conquista de território para
os bolsonaristas em Pernambuco. A desfaçatez dos que estão no palanque dela
só é proporcional à negação do presidente Jair Messias Bolsonaro sobre a sua
responsabilidade frente ao chamado Orçamento Secreto, que é o maior
escândalo de corrupção hoje no Planeta Terra, como bem definiu a senadora
Simone Tebet (MDB).
Raquel não votou com o palanque de Lula nas eleições de 2014, 2018, 2020, no primeiro turno de 2022 e não votará no segundo turno. O presidente nacional do seu partido, Bruno Araújo, é anti-Lula. Seus aliados do União Brasil, Miguel Coelho e Mendonça Filho, já declararam publicamente que vão votar em Bolsonaro. Anderson Ferreira e Gilson Machado, do PL, são bolsonaristas convictos.
A candidata a vice-governadora, Priscilla Krause (Cidadania), já declarou que
não vota com Lula. Ganha uma viagem à Paris, em classe executiva, quem
descobrir qualquer declaração pública da ex-prefeita de Caruaru contra Bolsonaro.
“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos,
dos sem caráter, dos sem ética… O que me preocupa é o silêncio dos bons”.
Esse pensamento é atribuído ao ativista negro de direito humanos Martin Luther King
. Mas, a propósito, é muito exato para a compreensão dos que ainda têm dúvidas sobre
o voto a dar no próximo dia 30. A história registra que foi sob o silêncio cúmplice
dos decentes, a omissão e a conivência dos que se disseram neutros que alguns dos
maiores crimes acabaram sendo perpetrados contra a democracia e contra a humanidade.
Quando os bons se calam, os maus triunfam. Os movimentos podem até ser distintos,
mas se conjugam no resultado final. Com um Brasil completamente polarizado na
dicotomia “nós x eles”, precisamos refletir sobre o barulho feito por aqueles que são
maus em essência e que se aproveitam do silêncio dos bons para nadar de braçada.
Precisamos ser melhores. Enquanto nação, enquanto povo. Não apenas enquanto
eu ou você, que lê este artigo.
O País está dividido entre aqueles que são contra Lula e aqueles que são contra Jair
Bolsonaro. Ambos os lados têm suas razões e suas justificativas para tanto. Mas
muitos tentam, de última hora, viabilizar a tal candidatura neutra de Raquel fora
desse eixo. Estão sim a serviço da extrema direita do Estado e ajudando a limpar
o território para que os bolsonaristas ocupem uma posição privilegiada em
Pernambuco, pela primeira vez.
*Jornalista
Marília bate no presidente – Tão logo acabou o debate na Band entre Lula
e Bolsonaro, a candidata ao Governo do Estado pelo Solidariedade, Marília
Arraes, postou sua avaliação, não poupando críticas ao presidente Jair Bolsonaro,
candidato à reeleição pelo PL. “Bolsonaro tem compulsividade em mentir. O
que é isso, minha gente? Que pessoa lamentável”, afirmou. Já Raquel Lyra,
sua adversária na disputa do segundo turno, nada comentou. Ficou, literalmente,
em cima do muro, como tem agido a candidata.
DA Coluna do Magno Martins
Postado por Madalena França