Armando cobra explicações de Câmara sobre isenções fiscais
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O senador Armando Monteiro Neto (PTB), candidato a governador pela coligação Pernambuco Vai Mais Longe, convocou coletiva de imprensa, na manhã desta terça-feira (09), para cobrar esclarecimentos de seu principal adversário, o postulante da Frente Popular, Paulo Câmara. As indagações focaram principalmente na questão da propriedade do jato Cessna que caiu em Santos vitimando o ex-governador Eduardo Campos (PSB), e a concessão de incentivos fiscais do Governo do Estado para a Bandeirantes Pneus.
O petebista questionou a iniciativa da gestão estadual de conceder incentivos fiscais a uma empresa que, segundo ele, “já era, à época, claramente uma empresa inidônea do ponto de vista de sua posição fiscal”. Quando o benefício foi concedido, Paulo Câmara atuava como secretário da Fazenda.
Durante a coletiva, Armando Neto também cobrou explicações do adversário sobre a propriedade do jatinho. “Tendo o atual candidato e antigo secretário admitido que voou no avião cujo um dos coproprietários é exatamente o titular dessa empresa que recebeu incentivos, há um esclarecimento que ainda não estava sendo comentado pelo candidato. Sabia ele de quem era a propriedade do avião? Por que esse voo ou a despesa a ele correspondente não constou da declaração de gastos da campanha até o presente momento?”, questionou.
O senador petebista ainda pediu a opinião de Paulo Câmara sobre uma série de denúncias que envolvem a compra do Cessna. Segundo ele, o socialista teria totais credenciais para falar sobre o caso uma vez que assumiu a responsabilidade de falar pelo seu conjunto político.
“Sabe-se que até hoje a propriedade do avião não é claramente assumida por alguns, mas há, sim, registros que indicam que o pagamento de parte do avião foi feito por uma série de empresas laranjas. Vocês devem ter acompanhado que uma peixaria pagou uma parte do avião, uma pequena empresa de vigilância pagou as despesas de manutenção. Tendo o proprietário dessas empresas, inclusive, negado o fato e logo depois confirmado o fato. E agora, através da Folha de São Paulo, no dia 5 de setembro, há uma informação da maior gravidade que estabelece um nexo entre uma empresa que pagou parte do avião e o doleiro Alberto Youssef, que é um elemento central desse processo de investigação da operação Lava Jato”, argumentou.
Ele também citou o pagamento de R$ 160 mil por parte da empresa Câmara e Vasconcelos à AF. Andrade para a aquisição do avião Cessna e rechaçou as acusações dos adversários de que teria sido a oposição a responsável na denúncia desses fatos.
“Nós queremos nesse momento repelir as acusações que foram feitas de maneira absolutamente descabidas à oposição como tendo a responsabilidade na denúncia desses fatos. Esses fatos foram todos trazidos e nós temos a cronologia aqui todos eles pela imprensa nacional. Mas agora, no momento em que o candidato assume a responsabilidade de falar pelo conjunto, nós queremos endereçar a ele um pedido de esclarecimento que é indelegável, ou seja, intransferível. Ele como líder da Frente, como ele vem se autodenominando, ele precisa trazer esclarecimentos cabais à sociedade pernambucana”, disse.
O pedido de esclarecimento não foi formalizado judicialmente, mas Armando Monteiro Neto cogita fazê-lo. O petebista ainda disse que não vai direcionar os questionamentos ao governador João Lyra Neto (PSB). Procurada pela reportagem, a assessoria da Frente Popular afirmou que está avaliando se vai se posicionar sobre as declarações.