Vestibular
Enem 2014: como fazer uma redação nota 1.000
Confira as cinco competências cobradas na prova federal, saiba quais falhas são fatais e leia textos que obtiveram nota máxima
Luana Massuella
(Thinkstock/VEJA)
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A redação representa 20% da nota final do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Por isso, é preciso atenção redobrada nessa parte da avaliação. Uma boa nota é fundamental para garantir o sucesso no exame; um zero, por outro lado, elimina automaticamente o candidato que deseja conquistar uma vaga em universidades federais, estaduais e até privadas que usam o Enem como processo seletivo.
A pontuação atribuída à correção da redação varia de 0 a 1.000 pontos. Em 2013, das 5.049.248 redações corrigidas, 106.742 receberam nota zero. Pouco menos de 33.000 estavam em branco e cerca de 73.000 foram anuladas por desrespeitarem alguma norma da avaliação. Do outro lado, apenas 481 conquistaram a tão sonhada nota 1.000.
Não existe uma fórmula perfeita para tirar nota máxima na redação do Enem, mas algumas orientações são importantes garantir um bom resultado.
Confira as principais orientações nas listas abaixo:
As cinco competências avaliadas na redação
Como é feita a correção dos textos
Por que uma redação recebe nota zero
Leia algumas redações nota 1.000 no Enem
Como é feita a correção dos textos
Por que uma redação recebe nota zero
Leia algumas redações nota 1.000 no Enem
As cinco competências avaliadas na redação do Enem
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Domínio da norma padrão da língua escrita
Nessa competência, o avaliador espera que o candidato demonstre conhecimento da modalidade escrita formal da língua. Em outras palavras, que ele saiba que existe diferença entre a fala e a escrita.
“Existem algumas palavras que usamos no dia a dia que a norma culta não reconhece na escrita padrão”, diz Díran Ferreira, professor de língua portuguesa e redação do Cursinho da Poli. Como exemplo podemos citar o verbo “ter” no sentido de “existir”, que é muito usado em conversas informais, mas que na redação deve dar lugar a “existir” ou “haver”.
O texto dissertativo-argumentativo precisa ser claro, objetivo e direto. “É preciso ficar atento principalmente à obediência às regras de concordância nominal e verbal, pontuação, flexão de nomes e verbos e grafia das palavras”, diz Francisco Platão Savioli, supervisor de português do Anglo Vestibulares.
Como é feita a correção das provas de redação
Por que uma redação recebe zero
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Fuga do tema
A redação elaborada pelos participantes do Enem deve estar relacionada ao tema proposto pelos examinadores e aos textos motivadores apresentados na prova. A fuga total do tema resulta em nota zero na correção. Desde 2013, os candidatos que escrevem em sua redação trechos ou parágrafos sem ligação com o tema proposto também têm a redação anulada.
O Ministério da Educação (MEC) implantou a norma para evitar deboches como os ocorridos na prova de 2012. Naquela edição, participantes incluíram nos textos receita de macarrão instantâneo e atéhino de clube de futebol. Assim mesmo, obtiveram pontuação relativamente boa.
Redações nota 1.000 no Enem comentadas por professores
Leia a íntegra de dois textos apresentados por estudantes em edições passados da prova. Abaixo de cada parágrafo, em vermelho, estão os comentários dos professores Tiago Fernandes, do CPV Vestibulares, e Eclícia Pereira, do Cursinho da Poli, respectivamente.
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'Redes sociais: o uso exige cautela'
"Redes sociais: o uso exige cautela", por Camila Pereira Zucconi Viçosa-MG
É um ótimo TÍTULO e já indica a posição da candidata sobre o tema.
É um ótimo TÍTULO e já indica a posição da candidata sobre o tema.
Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais recente e talvez o mais fascinante desses meios são as redes virtuais, consagradas pelo uso, que se tornam cada vez mais comuns.
A contextualização desta INTRODUÇÃO é muito boa. A candidata acerta ao citar a evolução sofrida pelos meios de comunicação.
A contextualização desta INTRODUÇÃO é muito boa. A candidata acerta ao citar a evolução sofrida pelos meios de comunicação.
Orkut, Twiter e Facebook são alguns exemplos das redes sociais (virtuais) mais acessadas do mundo e, convenhamos, a popularidade das mesmas se tornou tamanha que não ter uma página nessas redes é praticamente como não estar integrado ao atual mundo globalizado. Através desse novo meio as pessoas fazem amizades pelo mundo inteiro, compartilham ideias e opiniões, organizam movimentos, como os que derrubaram governos autoritários no mundo árabe e, literalmente, se mostram para a sociedade. Nesse momento é que nos convém cautela e reflexão para saber até que ponto se expor nas redes sociais representa uma vantagem.
A autora do texto entendeu satisfatoriamente a proposta. Ao desenvolver sua ideia, mostra um conhecimento de mundo amplo, citando amizades, informações disseminadas e movimento políticos. Cabe destacar um ponto negativo na passagem: o uso do termo "convenhamos", típico da língua falada e que deve ser evitado em textos mais formais.
A autora do texto entendeu satisfatoriamente a proposta. Ao desenvolver sua ideia, mostra um conhecimento de mundo amplo, citando amizades, informações disseminadas e movimento políticos. Cabe destacar um ponto negativo na passagem: o uso do termo "convenhamos", típico da língua falada e que deve ser evitado em textos mais formais.
Não saber os limites da nossa exposição nas redes virtuais pode nos custar caro e colocar em risco a integridade da nossa imagem perante a sociedade. Afinal, a partir do momento em que colocamos informações na rede, foge do nosso controle a consciência das dimensões de até onde elas podem chegar. Sendo assim, apresentar informações pessoais em tais redes pode nos tornar um tanto quanto vulneráveis moralmente.
A primeira frase é bastante adequada. A partir dela, são discutidos prejuízos à integridade do indivíduo em razão do mau uso das redes sociais.
A primeira frase é bastante adequada. A partir dela, são discutidos prejuízos à integridade do indivíduo em razão do mau uso das redes sociais.
Percebemos, portanto, que o novo fenômeno das redes sociais se revela como uma eficiente e inovadora ferramenta de comunicação da sociedade, mas que traz seus riscos e revela sua faceta perversa àqueles que não bem distinguem os limites entre as esferas públicas e privadas “jogando” na rede informações que podem prejudicar sua própria reputação e se tornar objeto para denegrir a imagem de outros, o que, sem dúvidas, é um grande problema.
O parágrafo relaciona as duas ideias desenvolvidas anteriormente, o que é positivo. Há, contudo, um reparo a ser feito: a utilização de um único e longo período. Essa construção deve ser evitada, pois dá margem a erros e dificulta a leitura.
O parágrafo relaciona as duas ideias desenvolvidas anteriormente, o que é positivo. Há, contudo, um reparo a ser feito: a utilização de um único e longo período. Essa construção deve ser evitada, pois dá margem a erros e dificulta a leitura.
Dado isso, é essencial que nessa nova era do mundo virtual, os usuários da rede tenham plena consciência de que tornar pública determinadas informações requer cuidado e, acima de tudo, bom senso, para que nem a própria imagem, nem a do próximo possa ser prejudicada. Isso poderia ser feito pelos próprios governos de cada país, e pelas próprias comunidades virtuais através das redes sociais, afinal, se essas revelaram sua eficiência e sucesso como objeto da comunicação, serão, certamente, o melhor meio para alertar os usuários a respeito dos riscos de seu uso e os cuidados necessários para tal.
A solução sugerida nesta CONCLUSÃO é adequada porque procura combater o problema apresentado: a confusão entre público e privado. A autora faz um apelo ao bom senso, acrescentando que estado e comunidades virtuais devem cooperar no assunto. A posição satisfaz a orientação do Enem, que demanda do estudante uma proposta de intervenção específica e realizável.
A solução sugerida nesta CONCLUSÃO é adequada porque procura combater o problema apresentado: a confusão entre público e privado. A autora faz um apelo ao bom senso, acrescentando que estado e comunidades virtuais devem cooperar no assunto. A posição satisfaz a orientação do Enem, que demanda do estudante uma proposta de intervenção específica e realizável.