Indefinição sobre legalidade de contribuições de empresas deve impactar campanhas
Dentro do STF (Supremo Tribunal Federal) e entre empreiteiras, a avaliação é que as eleições municipais do próximo ano serão marcadas por uma seca nas doações eleitorais diante da crise provocada pela Operação Lava Jato e pelo risco de uma indefinição sobre o modelo de financiamento de campanhas.
Dois dirigentes de empreiteiras ouvidos pela Folha disseram que neste momento a decisão é não doar em 2016.
Um deles disse, inclusive, que as empreiteiras torcem para que o ministro do STF Gilmar Mendes dê logo seu voto no julgamento que proíbe o financiamento privado de campanha e resolva o "problema para nós".
O caso está paralisado há um ano --Mendes pediu vista quando já havia maioria de votos (6 a 1) contra as doações de empresas. Embora pressionado a dar seu voto para encerrar o julgamento, o ministro prefere que o Congresso defina antes a situação.
No Supremo, a expectativa é que, ainda que o julgamento não seja concluído, as próximas eleições sejam marcadas pela ausência de doações de pessoas jurídicas.
O chamado clube das empreiteiras, investigado na Lava Jato, financiou cerca de 40% dos congressistas eleitos em 2014. Foram ao menos R$ 50 milhões em doações. (Da Folha de S.Paulo)