A coluna Painel, da Folha de S. Paulo, divulgou, nesta sexta-feira (7), que o senador paraibano Cássio Cunha Lima (PSDB) teria dito a um grupo de investidores que o governo de Michel Temer (PMDB) “caiu” e o “país terá novo presidente dentro de 15 dias”.
De acordo com a publicação, Cássio avaliou alguns fatores “fizeram a instabilidade aumentar”, a exemplo da prisão de Geddel Vieira, do avanço na delação de Eduardo Cunha e da escolha de Sergio Zveiter (PMDB) como relator da denúncia a Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A coluna diz também que Cássio contou que uma ala do partido tucano “rifou” o presidente. “O governo caiu”, teria afirmado o paraibano. A Folha ainda noticiou que, para Cássio, as propostas do governo Temer não passarão no Congresso se ele continuar no poder.
“O senador ainda enfatizou que Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, já teria dado sinais de que não mexerá na equipe econômica se assumir o governo”, garante a Painel.
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, cordenador da Lava Jato no Ministério Público antipetista, quem, desde 2014, tratou de investir com fúria contra Lula e seu partido, pareceu surpreso com o desmonte da força-tarefa da Lava Jato no Paraná.
Ao lado de Deltan Dallagnol, outro procurador petefóbico do MPF – na verdade, quem elucubrou uma versão maluca sobre Lula ser chefe de toda a corrupção no país e no mundo –, ao lado de Igor Romário de Paula, coordenador da Lava Jato na Polícia Federal, e ao lado de Sergio Moro, o inquisidor bicudo que só sabe prender petistas e ex-aliados do PT, Santos Lima foi o único que não percebeu quem era o chefe da quadrilha.
O plano dos golpistas de usar a Lava Jato e os procuradores e policiais federais loucos para aparecer era esse: usariam esses fanáticos de direita para derrubar Dilma e depois, quando tentassem brincar de polícia e bandido com os corruptos graúdos (tucanos, demos etc), a brincadeira acabaria.
Temer encerrou a brincadeira. Cortou a mesada dos meninões lá de Curitiba e pronto.
Ah, Lula deveria ter feito a mesma coisa?
Ah, Dilma deveria ter feito a mesma coisa?
Ah, tinha que nomear um compadre para chefiar a Procuradoria, a PF e o MP?
Um momento, pessoal. É isso mesmo que queremos, que o Brasil continue tendo governos que põem apaniguados nos órgãos de controle para deixarem a corrupção rolar solta?
Ah, mas Lula e Dilma foram “ingênuos”. Não, pra mim eles foram honestos.
Os procuradores, policiais e membros do Judiciário que estiverem genuinamente surpresos com o desmonte da Lava Jato perpetrado pelos golpistas, que saibam que se surpreendem porque o fanatismo político os cegou.
Quem, em sã consciência, diria o que disse Carlos Fernando dos Santos Lima sobre o PT antes de mergulhar nessa cruzada insana antipetista, e depois se surpreende por ver seu trabalho ser encerrado de cima para baixo? O que disse Santos Lima? Leia, abaixo.
Se esses dois sabiam que os governos do PT fortaleceram o combate à corrupção, por que ajudaram a derrubar um governo que lhes deu as condições de fazer seu trabalho?
Burrice ou má fé?
Enfim, o Blog da Cidadania fez em vídeo uma reportagem esclarecedora sobre a morte anunciada da Lava Jato, que só surpreendeu os muito estúpidos ou muito mal-intencionados, pois a intenção de acabar com as investigações após derrubar Dilma, para não pegar tucanos e cia., foi anunciada mil vezes nesta página, entre tantas outras.
A terra que sempre elegeu Sebastião Urbano, hoje reclama do descaso do prefeito e seu neto.
Segundo postagem do blog do Dr. Feliciano. Em Umburetama - Orobó, faz mais de 4 meses, que não tem médico, não tem remédios controlados, não tem ambulância e as famílias estão sofrendo por todos esses motivos. E segundo a postagem, as pessoas tem que se deslocarem de lá para a cidade de Orobó pagando passagem e mesmo assim, lá não dar encaminhamento, nem tem receita de controle. As famílias estão sofrendo. A reportagem afirma também que tiraram a ambulância de Umburetama, e deixaram na garagem da prefeitura em Orobó. E a pessoa ainda indaga. Como pode isso?Clique: http://deuseocaminhoeavida.blogspot.com.br/
Noticiaram os blogueiros: Feliciano Souza e Manuel Mariano.
Venho desejar a você, saúde, sucesso, longos anos com alegria e muitas paz. Agradecê-lo também pela assiduidade com que curte as matérias desde blog, Obrigada.
Na passagem do seu aniversário desejo-lhe excelente comemoração e que as alegrias de hoje sejam levadas para o limiar de cada novo amanhecer.
Parabéns e muita luz na sua vida! pra você com o carinho da minha amizade!
A presidente eleita Dilma Rousseff comentou em sua página no Twitter nesta sexta-feira (7) sobre o cenário político brasileiro. "Desde Marx sabemos: a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. Golpe 2016: tragédia. 2017: farsa das elites."
"Em vez de carta Twitter; verba volant scripta manent!", concluiu Dilma em seguida. A famosa carta de Temer a Dilma no final do governo da petista começava com o provérbio em latim, que significa "As palavras voam, os escritos permanecem".
A Secretaria de Assistência Social de Casinhas promove na próxima segunda-feira (10) o I Baile Municipal Anos 60, dentro das comemorações alusivas ao aniversário de 22 anos de emancipação política da cidade. A festa temática será realizada no Auditório Senador Antônio Farias, anexo à Escola Municipal São Luiz, a partir das 15h. A organização do evento divulgou convite aberto à população, acrescentando um pedido especial: que todos compareçam vestidos à caráter com figurinos inspirados na década de 60.
O tiro de misericórdia em Michel Temer não foi o do empresário Joesley Batista, que o gravou no Palácio do Jaburu dando aval à compra do silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro; ele será dado pelo próprio Cunha, que, ao perder a mesada de Joesley, ficou sem saída; já condenado a 15 anos e quatro meses de prisão por corrupção e lavagem, ele receberia fatalmente uma nova condenação por obstrução judicial, ao vender o seu silêncio; sua delação, já em fase adiantada, tem mais de 100 anexos e atinge diretamente Temer, colocado no poder graças ao impeachment sem crime de responsabilidade aceito por Cunha. BR 247
Se alguém ainda levasse a sério Michel Temer, diria, depois desta declaração, que ele enlouqueceu. Pois olhe o que ele disse ao chegar á reunião do G-20, talvez o último compromisso internacional de seu período na Presidência:
“Crise econômica no Brasil não existe. Pode levantar os dados que você verá que nós estamos crescendo no emprego, estamos crescendo na indústria, estamos crescendo no agronegócio. Lá (no Brasil) não existe crise”.
Mas ele não ensandeceu, não.
Isso é o retrato puro de Michel Temer, o homem tão centrado em si mesmo que não consegue se dar conta da realidade, apenas cavalga a sua imensa vaidade.
Temer, transtornado por seu ego, crê que as pessoas vão acreditar no que diz apenas porque ele diz, desprezando todas as evidências.
Sejam as evidências o desemprego, a recessão, as malas ou as gravações obscenas ou todas e qualquer uma das que surgem em profusão.
Temer foi destruído por isso, não por Joesley Batista e pela mídia, que apenas catalisaram este seu descolamento do real, imerso que sempre esteve no pântano da politicagem parlamentar.
A mala existe, o golpe existe, a crise existe.
O que não existirá, daqui a alguns dias, será Michel Temer.
DO BLOG DO DIMAS ROQUE, de Juazeiro da Bahia Marília Arraes é de família tradicional da política Pernambucana, mas como ela mesma disse, tem “um caminho próprio percorrido nesse campo”. Reconhece a força que teve seu Avô Miguel Arraes, ex-governador do Estado e uma personalidade política história. Desde os 14 anos de idade, que ela já participava das movimentações políticas nas ruas do Recife. Em 2002, ingressou na Faculdade de Direito do Recife (UFPE), onde atuou no Movimento Estudantil, defendendo o Movimento Faculdade Interativa.
É hoje uma das mais fortes vozes da oposição no Estado ao governo Paulo Câmara, PSB. Fazendo denúncias contundentes e críticas à “falta de governo e abandono das políticas públicas propostas”.
Blog: Vereadora, essa sua militância política está no sangue, é de família? Marília Arraes: Não acho que esteja no sangue. São escolhas que nós fazemos na vida. Inclusive sou contra esse tipo de visão da política, apesar de ter tido o meu avô com a vida dedicada a política. Veja, ele nunca investiu nisso como um negócio de família. Muito pelo contrário. Ele nunca incentivou, nem procurou nos colocar neste meio. Quem se engajou, quem participou, foi porque quis. Inclusive enfrentando muitas dificuldades.
Blog: Qual a sua participação no movimento estudantil em Recife? Marília Arraes: Quando eu cheguei a faculdade, eu já tinha uma militância macro. Não foi como algumas pessoas que iniciaram os contatos políticos no movimento estudantil. Eu participava do Movimento Faculdade Interativa na UFPE – Universidade Federal de Pernambuco, no curso de Direito. Lá sempre houve uma movimentação política muito grande entorno do DA – Diretório Acadêmico.
Blog: Seu primeiro Partido Político foi o PSB, mas hoje é a líder da oposição ao governo desta agremiação. Por quê? Marília Arraes: Pernambuco não tem Governo! Pernambuco tem uma pessoa que está no cargo, mas que não se comporta como Governador. Não se coloca a frente dos momentos de dificuldades do estado e nem se porta como uma liderança. Grande parte da situação difícil que Pernambuco tem vivido é por conta da crise política que foi instalada pelo grupo que comanda o estado. Por ser acéfalo, não ter nenhuma liderança legitimada entre eles para dar um rumo político e de gestão ao estado.
Blog: O que a levou a sair do PSB e ingressar no Partido dos Trabalhadores? Marília Arraes: O meu rompimento com o partido ocorreu em 2014, quando o PSB começou a trair a sua história, toda a sua militância no campo político. Aquele que Miguel Arraes ajudou a construir dentro Brasil, com a defesa da democracia e de estar alinhado ao campo das esquerdas. E que tem como liderança o ex-presidente Lula. Por não aceitar o novo direcionamento, eu rompi. Não aceitei as novas alianças que estavam se formando.
Blog: Na segunda-feira, 03, a Senhora esteve com o Presidente Lula. Ele abençoou a sua candidatura ao Governo de Pernambuco em 2018?Marília Arraes: Não (rindo). Nós não temos falado de nomes atualmente. O debate dentro do PT se dá de outra forma. E mesmo que o presidente Lula estivesse simpático, no Partido não acontece assim. Primeiro se discute o projeto, discute-se o direcionamento que o Partido vai tomar nas próximas eleições, para só depois se discutir qual o melhor nome a ser apresentado. Na reunião, eu e o Senador Humberto Costa, passamos para ele a nossa impressão da conjuntura política no estado. Eu disse a ele que seria muito difícil, muito complicado ter uma política de alianças com os candidatos e os partidos que estão postos lá neste momento para a disputa do governo do estado. Seria incoerente e não teria como convencer a militância a isto.
Blog: Como está o Presidente Lula?Marília Arraes: Nós o encontramos muito empolgado, muito animado para participar das próximas eleições. Ele está muito confiante. Ele é sabedor da receptividade que o povo tem pela candidatura dele.
Blog: No PT de Pernambuco há alguma resistência ao seu nome? Marília Arraes: O nome não foi colocado ainda. Nem o meu, nem de mais ninguém. O que temos criado dentro do Partido é a busca de um consenso de que deve haver uma candidatura própria. Inclusive foi aprovada uma resolução neste sentido no congresso estadual do PT. Haverá reuniões nas próximas semanas e essa discussão ocorrerá. A partir do momento que for ratificava a tese da candidatura própria, os nomes serão colocados e discutidos. Até porque, nós precisamos dialogar para dentro, mas também para fora do partido. E eu estarei disposta a construir este projeto, independente do que aconteça.
Blog: O que lhe diferencia dos outros candidatos?Marília Arraes: O que vai fazer a diferença não é uma eventual candidatura de Marília Arraes. O que vai fazer a diferença para os outros candidatos será o projeto político que o PT defende. Que é o projeto que colocou o povo mais carente como prioridade, mudando a vida dessas pessoas, fez com que a classe trabalhadora pudesse ascender socialmente, poder ter acesso a universidade, ao consumo, a uma vida digna que antes não tinham. Veja, a política que predominava no Brasil era outra. Então, nós vamos ter uma candidatura no Partido que vai representar tudo que o partido proporcionou e que o povo terá como comparar, como era a vida de antes e na época que o PT governou o Brasil. E os outros projetos são contrários a tudo isto que nós defendemos. Essa é a diferença!
Blog: Sendo a senhora candidata, o que o Sertão Pernambucano pode esperar do seu governo?Marília Arraes: Nós ainda não estamos em campanha. Mas o que defendemos dentro do PT e para onde mais eu tenho ido, é ao interior, para dialogar com os diretórios do Partido, onde temos nomes fortes internamente como o prefeito Luciano Duque, da cidade de Serra Talhada, no Sertão do Pajeú. Assim como em Petrolina com os vereadores, Professor Gilmar Santos e a Cristina Costa. Assim como o vereador André Cacau em Salgueiro. Temos dialogo muito com essas pessoas. Nós sabemos que existe essa dificuldade, mas pela minha formação, pelo início da minha militância que se deu com o meu avô, não tem como ficar distante deste diálogo com o Sertão .
Diretores da ABLOGPE são homenageados em voto de aplausos pelo deputado Ricardo Costa
O deputado Ricardo Costa solicitou o voto de aplausos ao Dia do Mídia Social que foi aprovado em Plenário da Assembléia Legislativa dentro das formalidades regimentais, segundo requerimento nº3428/2017, celebrado em 30 de junho. No documento – carta (cópia publicada a seguir) que deu ciência ao Governador do Estado de Pernambuco – Paulo Câmara e sua equipe, foram mencionados para receber esses aplausos nomes da diretoria executiva da Associação dos Blogueiros do Estado de Pernambuco – ABLOGPE e de alguns blogueiros de credibilidade, junto de nomes de jornalistas ilustres em Pernambuco e no Brasil.
Os nomes da diretora da ABLOGPE citados nesta homenagem através deste voto de aplausos foram: Paulo Fernando de Oliveira Santana Lemos Martins (Presidente); Cristiano de Melo Vasconcelos Barros (Vice-Presidente); Wagner Wilker Lopes Brainer (Diretor Executivo); Lissandro Antônio do Nascimento (Diretor Financeiro); Manuel Mariano da Silva (Secretário Geral); Amanda Maciel de Lemos Vasconcelos Ferraz ( Diretora de Imprensa); Paulo Xavier de Brito Junior ( Diretor de Relações Institucionais); Lúcio Mauro de Oliveira Cabral (Conselheiro).
O motivo desta homenagem referente ao Social Midia Day é devido ao impacto, revolução e influência que as mídias provocam nas sociedades contemporâneas, proporcionando também uma maior interação entre os produtores de conteúdo e seu público. Democratizando a informação. A ideia do surgimento da ideia desta data que atualmente é comemorado com ações em mais de 90 países surgiu no site Mashableno ano de 2010 que foi festejado oficialmente pela primeira vez na Organizaçãodas Nações Unidas – ONU em 2015.
Os Diretores da ABLOGPE agradecem em público ao deputado Ricardo Costa pela indicação de seus nomes, ao lado de profissionais ilustres na área de comunicação nesta solene homenagem deste voto de aplausos.
A Polícia Federal acabou com o grupo de trabalho da Operação Lava Jato em Curitiba. A decisão foi comunicada aos quatro delegados restantes no GT da operação, informa reportagem do site da revista Época. Em Curitiba, atribui-se à decisão ao diretor-geral da PF, Leandro Daiello.
A direção-geral da PF confirmou o fim do grupo de trabalho em nota, publicada pela Época:
1. Os grupos de trabalho dedicados às operações Lava Jato e Carne Fraca passam a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (DELECOR);
Os delegados e agentes voltarão a ser lotados na Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros, a Delecor e dividirão o tempo entre a Lava Jato e outras investigações. Com a escassez de recursos e pessoal, a produção de provas nos processos atuais e a deflagração de novas etapas de investigação fica severamente comprometida. Para um dos investigadores, é uma "asfixia".
O desmanche do GT não é uma surpresa dentro da PF. O número de delegados caiu de nove para quatro em menos de um ano. Com a saída desses delegados, a velocidade da investigação foi caindo. Para os investigadores, os delegados Érika Marena, Eduardo Maut e Márcio Anselmo eram o "motor" da Operação Lava Jato.
A justificativa para a retirada de pessoal era uma suposta "falta de demanda", ideia refutada pela PF e também pelo Ministério Público Federal. De acordo com o MPF, os funcionários estão atolados em trabalho ordinário e centenas de provas obtidas em fases anteriores estão sem análise. Os três principais delegados deixaram a Lava Jato após atritos com a Direção da PF.
Pela redes sociais, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos principais nomes da força-tarefa, acusou Michel Temer de matar a operação por asfixia. "A Polícia Federal não tem mais dinheiro para passaporte. A Força-tarefa da Polícia Federal na operação Lava Jato deixou de existir. Não há verbas para trazer delegados. Mas para salvar o seu mandato, Temer libera verbas à vontade", escreveu. 2. A medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e facilita o intercâmbio de informações;
3. Também foi firmado o apoio de policiais da Superintendência do Espírito Santo, incluindo dois ex-integrantes da Operação Lava Jato;
4. O modelo é o mesmo adotado nas demais superintendências da PF com resultados altamente satisfatórios, como são exemplos as operações oriundas da Lava Jato deflagradas pelas unidades do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, entre outros;
5. O atual efetivo na Superintendência Regional no Paraná está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade;
6. A Polícia Federal reafirma o compromisso público de combate à corrupção, disponibilizando toda a estrutura e logística possível para o bom desenvolvimento dos trabalhos e esclarecimento dos crimes investigados.
Pesquisa feita pelo Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos aponta que, em 2016, foram assassinadas 66 pessoas que atuavam na promoção e proteção dos direitos básicos individuais ou coletivos. Outros 64 defensores dos direitos humanos foram ameaçados ou se tornaram alvo de ações que visavam a criminalizar suas atuações.
O dossiê Vidas em luta: criminalização e violência contra defensoras e defensores de direitos humanos no Brasil, divulgado na noite desta terça-feira (4), em Marabá (PA), é o primeiro levantamento anual feito pelo comitê. Em 2016, foi divulgado um balanço preliminar que apontava 22 defensores e defensoras assassinados nos quatro primeiros meses do ano. O levantamento foi enviado à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização de Estados Americanos (OEA).
Para o comitê, os riscos para a atuação dos defensores dos direitos humanos têm se agravado em meio “ao quadro de fragilização política, econômica e institucional”. A prova, segundo o comitê, seria o fato de que, no primeiro semestre deste ano, 37 defensores foram mortos - o dobro dos óbitos registrados no mesmo período do ano passado.
Risco por região
Em 2016, as regiões Norte e Nordeste figuraram como as mais perigosas para a atuação das defensoras e defensores de direitos humanos, concentrando quase a totalidade (56) dos assassinatos identificados na pesquisa. Os estados apontados como os mais violentos contra os defensores foram Rondônia, com 19 assassinatos, Maranhão, com 15, e Pará, com seis.
Sobre Rondônia, o comitê afirma que “está em curso uma alarmante escalada de violência e criminalização de defensoras e defensores de direitos humanos”. Em 2015, o estado despontava nos dados da CPT como a unidade da federação com o maior número de mortes em conflitos agrários (20).
Apesar disso, o Pará é considerado o estado com a “situação mais grave do país” considerando o histórico. Um dos seis mortos em 2016 foi o presidente da Associação Terra Nossa, o trabalhador rural Ronair José de Lima, atingido por vários tiros em São Félix do Xingu.
Detalhamento
No dossiê, o comitê critica o que classifica como “casos de uso excessivo da força policial” e os “abusos do Estado contra cidadãos em situação vulnerável”, além das “tentativas de criminalização de movimentos sociais”. O documento também aponta que algumas empresas e agentes privados e públicos têm atuado para “impedir a efetivação de direitos humanos e a luta de quem os defende”.
Para os pesquisadores, a crise política dos últimos anos “cria um cenário de instabilidade, contribui para o acirramento de discursos de ódio e ataques aos direitos humanos”.
Os organizadores do documento classificam o Brasil como um país extremamente violento contra os defensores dos direitos humanos. Outro levantamento, divulgado em maio pela Anistia Internacional, apontou que, no ano passado, 281 defensores de direitos humanos foram mortos em pelo menos 22 países.
A pesquisa, feita com base em denúncias de organizações que integram o comitê, em levantamentos no noticiário e em pesquisa própria, reconhece que o levantamento realizado não esgota o tema. “Sabemos que o universo de violências é bem superior aos dados aqui apresentados. Isso se dá por diversas razões que vão, como já mencionado, desde a subnotificação dos casos até a dimensão territorial brasileira que dificulta o acesso a essas informações”, aponta o documento. O comitê critica ainda a falta de informações precisas do Estado sobre as práticas contra militantes sociais e ativistas.
Procurado pela Agência Brasil, o presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (Cndh), Darci Frigo, concorda com a conclusão de que o risco para a atuação dos militantes e defensores vem aumentando. “Não há direitos humanos e sua promoção sem os defensores. Quando estas pessoas que estão na linha de frente dos processos de defesa dos direitos começam a sofrer violência e ameaças, temos um quadro grave de retrocessos”, afirmou.
Entre os avanços, destaca a criação e fortalecimento do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (Cndh). No entanto, o Brasil reconhece no relatório que “persistem desafios para a proteção de defensores de direitos humanos no Brasil, em especial, quanto a profissionais de comunicação, lideranças rurais, indígenas, quilombolas e ambientalistas”.
No dossiê, são identificados pessoas de perfis e atuação díspares, como muitas lideranças indígenas, a exemplo de Genésio Guajajara, 30 anos, assassinado em abril de 2016, no Maranhão; e o estudante e militante LGBT Diego Vieira Machado, morto no campus da UFRJ, na Ilha do Fundão, zona norte do Rio.
São definidos como abusos contra defensores de direitos humanos os atentados contra a vida e a integridade pessoal; ameaças e outras ações de hostilidade; violação de domicílio; ingerências arbitrárias ou abusivas a instalações de entidades e em correspondência ou comunicações telefônicas ou eletrônicas; desqualificação moral de defensoras e defensores de direitos humanos, associando-os a “bandidos”; prisões arbitrárias e criminalização dos defensores e de movimentos sociais por meio de processos judiciais arbitrários, entre outras práticas.