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sexta-feira, 7 de julho de 2017

sexta-feira, 7 de julho de 2017 Marília Arraes: "Pernambuco não tem Governo! Pernambuco tem uma pessoa que está no cargo, mas que não se comporta como Governador".



DO BLOG DO DIMAS ROQUE, de Juazeiro da Bahia
Marília Arraes é de família tradicional da política Pernambucana, mas como ela mesma disse, tem “um caminho próprio percorrido nesse campo”. Reconhece a força que teve seu Avô Miguel Arraes, ex-governador do Estado e uma personalidade política história. Desde os 14 anos de idade, que ela já participava das movimentações políticas nas ruas do Recife. Em 2002, ingressou na Faculdade de Direito do Recife (UFPE), onde atuou no Movimento Estudantil, defendendo o Movimento Faculdade Interativa.

É hoje uma das mais fortes vozes da oposição no Estado ao governo Paulo Câmara, PSB. Fazendo denúncias contundentes e críticas à “falta de governo e abandono das políticas públicas propostas”. 

Blog: Vereadora, essa sua militância política está no sangue, é de família?
Marília Arraes: Não acho que esteja no sangue. São escolhas que nós fazemos na vida. Inclusive sou contra esse tipo de visão da política, apesar de ter tido o meu avô com a vida dedicada a política. Veja, ele nunca investiu nisso como um negócio de família. Muito pelo contrário. Ele nunca incentivou, nem procurou nos colocar neste meio. Quem se engajou, quem participou, foi porque quis. Inclusive enfrentando muitas dificuldades.

Blog: Qual a sua participação no movimento estudantil em Recife?
Marília Arraes: Quando eu cheguei a faculdade, eu já tinha uma militância macro. Não foi como algumas pessoas que iniciaram os contatos políticos no movimento estudantil. Eu participava do Movimento Faculdade Interativa na UFPE – Universidade Federal de Pernambuco, no curso de Direito. Lá sempre houve uma movimentação política muito grande entorno do DA – Diretório Acadêmico.

Blog: Seu primeiro Partido Político foi o PSB, mas hoje é a líder da oposição ao governo desta agremiação. Por quê?
Marília Arraes: Pernambuco não tem Governo! Pernambuco tem uma pessoa que está no cargo, mas que não se comporta como Governador. Não se coloca a frente dos momentos de dificuldades do estado e nem se porta como uma liderança. Grande parte da situação difícil que Pernambuco tem vivido é por conta da crise política que foi instalada pelo grupo que comanda o estado. Por ser acéfalo, não ter nenhuma liderança legitimada entre eles para dar um rumo político e de gestão ao estado.

Blog: O que a levou a sair do PSB e ingressar no Partido dos Trabalhadores?
Marília Arraes: O meu rompimento com o partido ocorreu em 2014, quando o PSB começou a trair a sua história, toda a sua militância no campo político. Aquele que Miguel Arraes ajudou a construir dentro Brasil, com a defesa da democracia e de estar alinhado ao campo das esquerdas. E que tem como liderança o ex-presidente Lula. Por não aceitar o novo direcionamento, eu rompi. Não aceitei as novas alianças que estavam se formando.

Blog: Na segunda-feira, 03, a Senhora esteve com o Presidente Lula. Ele abençoou a sua candidatura ao Governo de Pernambuco em 2018?Marília Arraes: Não (rindo). Nós não temos falado de nomes atualmente. O debate dentro do PT se dá de outra forma. E mesmo que o presidente Lula estivesse simpático, no Partido não acontece assim. Primeiro se discute o projeto, discute-se o direcionamento que o Partido vai tomar nas próximas eleições, para só depois se discutir qual o melhor nome a ser apresentado. Na reunião, eu e o Senador Humberto Costa, passamos para ele a nossa impressão da conjuntura política no estado. Eu disse a ele que seria muito difícil, muito complicado ter uma política de alianças com os candidatos e os partidos que estão postos lá neste momento para a disputa do governo do estado. Seria incoerente e não teria como convencer a militância a isto.

Blog: Como está o Presidente Lula?Marília Arraes: Nós o encontramos muito empolgado, muito animado para participar das próximas eleições. Ele está muito confiante. Ele é sabedor da receptividade que o povo tem pela candidatura dele.

Blog: No PT de Pernambuco há alguma resistência ao seu nome?
Marília Arraes: O nome não foi colocado ainda. Nem o meu, nem de mais ninguém. O que temos criado dentro do Partido é a busca de um consenso de que deve haver uma candidatura própria. Inclusive foi aprovada uma resolução neste sentido no congresso estadual do PT. Haverá reuniões nas próximas semanas e essa discussão ocorrerá. A partir do momento que for ratificava a tese da candidatura própria, os nomes serão colocados e discutidos. Até porque, nós precisamos dialogar para dentro, mas também para fora do partido. E eu estarei disposta a construir este projeto, independente do que aconteça.

Blog: O que lhe diferencia dos outros candidatos?Marília Arraes: O que vai fazer a diferença não é uma eventual candidatura de Marília Arraes. O que vai fazer a diferença para os outros candidatos será o projeto político que o PT defende. Que é o projeto que colocou o povo mais carente como prioridade, mudando a vida dessas pessoas, fez com que a classe trabalhadora pudesse ascender socialmente, poder ter acesso a universidade, ao consumo, a uma vida digna que antes não tinham. Veja, a política que predominava no Brasil era outra. Então, nós vamos ter uma candidatura no Partido que vai representar tudo que o partido proporcionou e que o povo terá como comparar, como era a vida de antes e na época que o PT governou o Brasil. E os outros projetos são contrários a tudo isto que nós defendemos. Essa é a diferença!

Blog: Sendo a senhora candidata, o que o Sertão Pernambucano pode esperar do seu governo?Marília Arraes: Nós ainda não estamos em campanha. Mas o que defendemos dentro do PT e para onde mais eu tenho ido, é ao interior, para dialogar com os diretórios do Partido, onde temos nomes fortes internamente como o prefeito Luciano Duque, da cidade de Serra Talhada, no Sertão do Pajeú. Assim como em Petrolina com os vereadores, Professor Gilmar Santos e a Cristina Costa. Assim como o vereador André Cacau em Salgueiro. Temos dialogo muito com essas pessoas. Nós sabemos que existe essa dificuldade, mas pela minha formação, pelo início da minha militância que se deu com o meu avô, não tem como ficar distante deste diálogo com o Sertão

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