O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, acredita que o vírus é uma conspiração. Seus seguidores saem às ruas – estão prontos para morrer, aponta a reportagem
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segunda-feira, 23 de março de 2020
Bolsonaro declara a guerra a governadores e imprensa
Postado por Madalena França
(do blog da Cidadania)
Foto: Reprodução
O presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista à TV Record na noite de domingo que a população descobrirá em breve que foi enganada pelos governadores de Estados e pela imprensa na crise causada pela pandemia do novo coronavírus e voltou a afirmar que existe um exagero nas medidas de combate à Covid-19, doença causada pelo vírus.
Bolsonaro —apesar de dizer que jamais atacou governadores, mas que é atacado por eles constantemente— acusou os chefes dos Executivos estaduais de “exterminarem” empregos, e disse esperar não ser responsabilizado no futuro pelo caos econômico que, segundo ele, resultará das medidas estaduais.
“Brevemente o povo saberá que foi enganado por esses governadores e por grande parte da mídia na questão do coronavírus”, disse Bolsonaro.
“Calma, tranquilidade, não levar pânico à população. Não exterminar empregos, senhores governadores. Sejam responsáveis. Espero que não queiram me culpar lá na frente pela quantidade de milhões e milhões de desempregados”, afirmou.
Bolsonaro disse ainda que os impactos de medidas restritivas adotadas por governos estaduais sobre os empregos será maior do que o que a Covid-19 terá no país. Sem dar detalhes, ele fez a previsão que o número de mortes causadas pelo coronavírus no Brasil será menor do que as 800 causadas no ano passado no país pela gripe H1N1.
O presidente que, recentemente chamou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de “lunático” e também entrou em atrito público com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), negou que venha atacando os chefes de governo dos Estados.
“Você não me vê atacando nenhum governador. Eles é que me atacam constantemente”, disse. “Isso não começou agora não, desde o início do ano passado que eles me atacam.”
Bolsonaro negou estar preocupado com os impactos da crise sobre sua popularidade, ao mesmo tempo que minimizou panelaços recentes realizados contra ele em várias cidades do país, alegando que eles foram incentivados pela TV Globo.
No domingo, o Ministério da Saúde informou que o Brasil tem 1.546 casos confirmados de Covid-19 —com casos da doença registrados em todos os Estados do país— e 25 mortes.
Especialista prevê povo unido contra Bolsonaro
Postado por Madalena França
Foto: Felix Lima/Folhapress
O economista e filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca vê sinais de descontentamento social contra o governo Jair Bolsonaro que podem crescer na esteira da crise do coronavírus, levando o país a uma conflagração.
“Podemos ter uma situação de privação material gravíssima. A próxima onda de descontentamento já está começando a se erguer”, diz.
Um dos intelectuais mais respeitados do país, Giannetti tem estudado os movimentos sociais que se tornaram cíclicos desde junho de 2013, quando o reajuste de tarifas de transporte deflagrou protestos em várias cidades.
“Houve uma perda, possivelmente irreparável, de capital político pelo equívoco cometido diante da crise atual”, diz o economista, que foi assessor de Marina Silva nas três candidaturas presidenciais dela.
Segundo ele, ao agir como um “sub-Trump” —referência ao presidente dos EUA, Donald Trump—, Bolsonaro acreditou que poderia empurrar o custo das medidas necessárias à contenção da propagação do coronavírus para o futuro.
“É uma postura negacionista igualzinha à que eles têm em relação à mudança climática, o mesmo menosprezo pela ciência. Mas com uma diferença: a temporalidade da pandemia não é a mesma da mudança climática.”
Giannetti acrescenta que, como a fatia da população vulnerável no Brasil é muito maior que a de países ricos, a tendência é que os efeitos econômicos adversos da crise sejam mais acentuados aqui. Mas ele vê a chance de um efeito colateral positivo da calamidade:
“Se esta crise tiver como efeito colateral a corrosão, a destruição e a redução a pó dessa direita populista, ela não terá sido totalmente perdida. Lideranças desse tipo colocam em risco à humanidade”.
Por que o coronavírus levou a uma pandemia? Crises de saúde pública e propagação de doenças contagiosas são uma constante na história. Nada seria menos improvável do que um mundo em que eventos de baixíssima probabilidade nunca acontecem. Eles acontecem. A diferença é que, no passado, eram locais; agora, são globais. Além disso, nos últimos 12 meses, o mundo ficou mais imprevisível.
Por quê? Há três razões. Aumentou muito a interdependência na produção, nas finanças, no transporte, no comércio. O fato de as pessoas viajarem muito hoje deu uma outra dinâmica à propagação dessa doença.
O segundo fato é a tecnologia. Ela nos faz ficar com o radar ligado permanentemente e propaga com uma rapidez de vírus situações de aguda incerteza em relação ao futuro.
O terceiro ponto é que estamos em um território novo em termos de política, que é a polarização raivosa. Ela aumenta a imprevisibilidade.
Como isso ocorre? A guerra comercial entre EUA e China foi, claramente, motivada pelo projeto de perpetuação no poder de Trump. A iniciativa de bombardear o Iraque foi uma medida intempestiva, sem aval do Congresso, que só um presidente desgovernado faz, ameaçando levar a humanidade a uma guerra.
Essa forma de governar tem levado a falhas de política pública? Sim . E o Bolsonaro é um sub-Trump. Ele copia mal o que o Trump faz nos EUA. A reação inicial de Trump e Bolsonaro à epidemia foi minimizar. Dizer que era uma histeria, um falso alarme da mídia, que não afetaria a economia.
É uma postura negacionista igualzinha à que eles têm em relação à mudança climática, o mesmo menosprezo pela ciência, pelas evidências e também pelo futuro. Mas com uma diferença: a temporalidade da pandemia não é a mesma da mudança climática. Eles foram atropelados e, felizmente, vão sofrer uma enorme erosão de seu capital político.
Há ignorância por trás dessa postura ou é uma estratégia? Isso é puramente estratégia de perpetuação no poder. As pessoas se incomodam com cenários ameaçadores. O raciocínio deles é de cálculo eleitoral. Se a economia continuar indo bem, eu me reelejo. Então, não vou tomar as medidas necessárias para conter a expansão da epidemia que vão prejudicar a economia, porque isso mina a minha condição de reeleição. Mas a realidade se encarregou de atropelá-los, porque ela tolera desaforo até um certo ponto, depois, não mais.
Se essa crise de saúde pública tiver como efeito colateral a corrosão, a destruição e a redução a pó dessa direita populista, ela não terá sido totalmente perdida. Lideranças desse tipo colocam em risco a humanidade.
Eles perderam totalmente o pé da situação. Os dois [Bolsonaro e Trump], agora, parecem cachorros com o rabo entre as pernas e estão em apuro político.
Bolsonaro chegou a desautorizar, com ações, as recomendações de seu ministro da Saúde. Ele encarna o pequeno corporativismo brasileiro, age olhando para seu eleitorado potencial e tentando favorecê-lo.
O tempo todo. Na reforma da Previdência aos militares, na sublevação das polícias civis e militares, favorecendo os canais de televisão que o apoiam. Ele é a encarnação do que há de mais mesquinho no corporativismo brasileiro.
Já há sinais de como a população está reagindo a essa postura do presidente? Eu não tenho elementos de pesquisas, mas tudo o que eu observo em conversas, encontros, os panelaços, o sentimento geral que eu detecto é que eles, realmente, sofreram uma perda, possivelmente irreparável, do seu capital político pelo equívoco que cometeram.
A crise revela a qualidade do líder. Tem líderes que crescem em uma crise e outros que encolhem. Claramente, Trump e Bolsonaro encolheram. Com a mudança climática, a temporalidade não permite que isso aconteça, mas o coronavírus os desmascarou.
Como o sr. avalia os anúncios de medidas econômicas no Brasil contra crise? A notícia de hoje [sexta, 20] é o conflito entre o presidente e os governadores. Era só o que faltava, dentro do Estado brasileiro cada um dizendo uma coisa. O conflito entre Executivo, Legislativo e Judiciário. No meio desta crise, o presidente participa de um movimento contra os Poderes da República.
O que mais lhe preocupa em termos econômicos? Temos uma situação de profunda desigualdade e de população vulnerável economicamente muito mais séria do que nos países maduros. São pessoas que vivem com o orçamento muito apertado a cada mês e que vão perder a renda.
Acho que R$ 200 [ajuda proposta pelo governo para os mais vulneráveis] é pouco. Não vai dar conta. É o contingente enorme de brasileiros que vive um dia de cada vez —e estamos falando de dezenas de milhões— que deve ser o foco maior de preocupação.
Como o governo pode aumentar gastos no atual contexto de aperto fiscal? O Estado brasileiro tem três caminhos. Ou ele tributa, o que, no momento, é totalmente inviável. Pelo contrário, vai cair muito a arrecadação e ele será mais flexível na cobrança dos impostos, o que é correto.
Ou ele se endivida, ou seja, joga a conta para gerações futuras. Ou ele faz emissão primária, expande a base monetária. Se houver demanda voluntária por dívida pública, será esse o caminho. Se não houver, ele vai gastar imprimindo dinheiro.
Esse terceiro cenário não causaria inflação? Essa relação não é tão direta e tão linear. Na crise de 2008 e 2009, os bancos centrais expandiram brutalmente seus passivos e fizeram emissão primária em doses cavalares, e não veio uma onda de inflação porque essa massa financeira não foi exercida como poder de compra. Como a demanda estará muito deprimida, acho que a emissão primária agora não terá impacto.
Mas a prerrogativa do governo de criar dinheiro do nada é um brinquedo muito perigoso. É a bomba atômica econômica. É uma tecnologia para ser usada com muita parcimônia, em circunstâncias muito especiais. Não pode virar, como já ocorreu no Brasil, um novo modo de vida.
Em que o governo deveria gastar neste momento? Em saúde pública e assistência direta às pessoas —que, de outra maneira, vão morrer de fome ou ficar em uma situação desesperadora— e em situações que geram renda, como investimentos em saneamento.
Há o risco de que o tecido social brasileiro não aguente mais essa crise? Podemos ter uma situação de privação material gravíssima para milhões de brasileiros e podemos caminhar para algum tipo de onda de descontentamento que gere conflagração. Tenho acompanhado as sucessivas ondas de descontentamento que tem se visto no Brasil desde 2013.
A próxima onda já está começando a se erguer, aparentemente, vai ser contra o Bolsonaro. Assim como uma onda o elegeu, muito baseado no sentimento antipetista, essa mesma dinâmica, que é muito violenta de um tempo para cá no Brasil, pode desaguar em uma situação de contestação popular ampla da legitimidade desse status quo.
O sr. vê motivos para a abertura de um impeachment? Impeachment não é “recall”. Não temos esse instituto. Tem de ter um fato jurídico muito definido e sustentado. Francamente, não vejo ainda esse ato que justificaria a gravidade de um impeachment, por mais que meu desejo pessoal seja que este governo termine o mais rapidamente possível.
Mas acho que o melhor efeito dessa crise pode ser derrubar essa mascarada, essa chanchada macabra.
Nas urnas? Sim. O ideal, para Bolsonaro e seu grupo político, é, de novo, uma polarização com o Lula e o petismo. Para o país, seria realmente um desastre.
Acho que temos de unir as forças do campo democrático progressista como elas se uniram contra a ditadura militar. Hoje, temos um inimigo que é igual ou pior que o regime militar. Se não conseguirmos nos unir em uma oposição democrático-progressista, com um projeto que seja aceito por todos, vamos polarizar de novo, e a chance de eles continuarem aumenta muito.
Por que o governo Bolsonaro é igual ou pior que a ditadura militar? Porque ele ameaça destruir todas as conquistas que tivemos no Brasil da redemocratização para cá. A ordem democrática, o início de um processo de redistribuição de renda, de direitos de minorias. É uma ameaça de retrocesso e de uma nova forma de autoritarismo que acho gravíssima e que, no plano simbólico, já está mais do que escancarada. Eles trabalham para criar uma situação de conflagração em que se justifique um gesto de ruptura.
Bolsonaro edita MP que deixa os trabalhadores sem salário por 4 meses
Postado por Madalena França
Via Esmael Morais
O presidente Bolsonaro editou na calada da noite deste domingo (22) uma medida provisória ferrando de vez com os trabalhadores de todo o país.
A MP publicada em edição extra do Diário Oficial da União permite a suspensão dos contratos de trabalho por até quatro meses, sem pagamento de salários.
Ou seja, Bolsonaro corre para salvar os empresários e deixa os trabalhadores abandonados à própria sorte.
O texto passa a valer imediatamente, mas precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional no prazo de até 120 dias para não perder a validade.
Segundo a MP, a suspensão de contratos deve ser feita para a participação do trabalhador em curso ou programa de qualificação profissional não presencial oferecido pelo empregador ou alguma entidade.
A medida provisória também estabelece que:
- O empregador não precisará pagar salário no período de suspensão contratual, mas “poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal” com valor negociado entre as partes;
- A suspensão dos contratos não dependerá de acordo ou convenção coletiva;
- Acordos individuais entre patrões e empregados estarão acima das leis trabalhistas ao longo do período de validade da MP para “garantir a permanência do vínculo empregatício”, desde que não seja descumprida a Constituição;
- Benefícios como plano de saúde deverão ser mantidos.
Com informações do G1.
Campanha de vacinação contra a gripe começa hoje
2020
Madalena França via Magno Martins
Postado por Magno Martins às 05:30
Com edição de Ítala Alves
Com edição de Ítala Alves
A vacinação não é eficaz contra o coronavírus
Por O Globo
Começa nesta segunda-feira a Campanha Nacional da Vacinação contra a Gripe, que pretende imunizar 67,6 milhões de pessoas em todo o país. A proteção não é eficaz contra o coronavírus. No entanto, a vacina pode auxiliar os profissionais de saúde a excluir o diagnóstico para o novo patógeno, já que os sintomas são parecidos.
A campanha, batizada “Movimento Vacina Brasil contra a Gripe 2020”, custou R$ 1 bilhão ao Ministério da Saúde, que enviou 15 milhões de doses ao estado até semana passada — até o final do mês, mais 4 milhões serão distribuídas. Ao todo, serão fabricadas 75 milhões de doses. O programa será encerrado no dia 22 de maio.
A iniciativa atende ao público mais vulnerável à gripe. A partir de hoje, a imunização está disponível para idosos com mais de 60 anos, que correspondem a 20,8 milhões de pessoas no país — e profissionais de saúde. Mesmo quem se vacinou no ano passado deve voltar aos postos para uma nova dose.
Ele cantou o amor e a beleza do Sertão
Madalena França via Magno Martins
Postado por Magno Martins às 06:01
Com edição de Ítala Alves
Com edição de Ítala Alves
Arrastado de repente para o outro mundo por um infarto fulminante aos 64 anos, no início da noite deste domingo, o poeta Valdir Telles fazia da vida uma poesia. Versejar era o seu dom, a viola, sua paixão. Desafios, nunca fugiu de um só. Era versátil, um monstro sagrado do repente. Só comparável a Louro do Pajeú ou João Paraibano, com quem fez dupla a vida inteira.
Assustado com o avanço do coronavírus no mundo, mesmo não alcançando a sua ilha poética Tuparetama, no Sertão do Pajeú, onde morava, nem a sua Livramento, no Cariri paraibano, berço em que Deus o colocou no mundo, fez, ontem, sem saber que estava partindo para a eternidade, um belo improviso sobre o vírus da morte (no vídeo).
Valdir falava de flores, dos encantos e encantos do seu torrão natal. Dos seus versos brotavam uma beleza imensurável, apaixonante, de arrepiar e embolar corações. Incapaz de não se verter uma lágrima.
Seu canto e maior inspiração estava no campo, na natureza, nos roçados, numa simples borboleta colorida, de passos à sua frente lembrando um balé. Sertão, para ele, era galo cantando ao amanhecer, Ave Maria no crepúsculo, cheiro de café torrado, jumento dando as horas, procissões pedindo a chuva que nunca vem.
Fez pareia na viola e no repente a vida inteira com João Paraibano, outro monstro sagrado com quem vai se juntar lá no Céu em memoráveis cantorias.
Talvez a infância dura e sofrida, superada no bom combate, tenha ficado como uma foto na parede nunca esquecida, vertente da sua inspiração. Valdir Teles ficou órfão de pai aos 11 anos e como filho mais velho, desde cedo assumiu a responsabilidade de sustentar a mãe e os quatro irmãos, trabalhando como agricultor até os 19 anos, quando resolveu sair do sertão pra tentar a profissão de "operário de firma" na Bahia, chegando ainda a trabalhar em Sobradinho, Itaparica e Paulo Afonso.
Fez bico como retratista nas horas vagas, durante o período que morou na Bahia. Anos mais tarde, o poeta traduziu em versos parte da infância.
Pai vinha de São José/Com uma bolsa na mão/ Minha mãe abria a bolsa/ Me dava a banda de um pão/ Porque se desse o pão todo/ Faltava pro meu irmão".
Em 1979 regressou ao sertão pernambucano quando em uma cantoria da dupla Sebastião da Silva e Moacir Laurentino no Sítio Grossos em São José do Egito foi apresentado aos poetas pelo Mestre das Artes e Poeta Zé de Cazuza, onde teve a oportunidade de mostrar seus dotes poéticos sendo de imediato convidado para apresentar um programa de viola numa rádio da cidade de Patos.
A partir de 1979, quando fixa residência em Patos, inicia a trajetória poética que já se anunciava de grande dimensão para a cultura popular nordestina. Os anos vindouros marcaram a gravação do seu primeiro LP com o poeta Lúcio da Silva pela gravadora Chantecler, a popularização dos maiores programas do gênero, em emissoras como a Rádio Panati e a Rádio Espinharas de Patos, a participação nos grandes eventos da cantoria e o destaque nos congressos e festivais.
Em 1993, Valdir Teles muda-se para Tuparetama, cidade vizinha a São José do Egito e também situada no alto sertão do Pajéu, região internacionalmente conhecida como a Grécia dos cantadores e o reino imortal da poesia. Com admirável acesso no meio artístico, Valdir traz em seu rol de confrades artistas como Maciel Melo, Alcymar Monteiro, Chiquinho de Belém, Santana, Flávio José, Flávio Leandro, Galego Aboiador, Nico Batista, Amazam, Bia Marinho, Val Patriota e Raimundo Fagner.
Seja nos palcos ou sentado num tamborete nas cantorias de pé de parede, Valdir já cantou em dupla com os maiores nomes do universo da poesia popular a exemplo de Louro do Pajeú, Ivanildo Vila Nova, Sebastião Dias, Sebastião da Silva, Zé Viola, Geraldo Amâncio e Zé Cardoso.
Com mais de 500 troféus de primeiros e segundos lugares, uma turnê pela Europa com Ivanildo Vila Nova, outra pelo norte do país até a Bolívia, Valdir foi reconhecido e mencionado em tudo que envolve os grandes nomes da viola. Quando completou 60 anos, ganhou uma festa linda organizada por sua filha, a poetisa Mariana Telles, que é ele de saia, na verdadeira expressão do talento.
Sobre o pai, Mariana fala muito da beleza da sua alma e do seu canto parecido com o pai. "Eu sou uma cópia do meu pai que o destino esqueceu de autenticar", diz ela num dos versos em que se confunde com o pai.
Emocionado na festa dos 60 anos, ao lado dos quatro filhos, Valdir Telles declamou:
"Eu não posso negar que sou feliz/Carregando a viola em minha mão/ A viola levou-me até Milão/Antuérpia, Bruxelas e Paris/Fiz primeiro uma base em meu País/Pra depois pelo mundo viajar/Meu estoque de glórias não tem par/Meu sucesso rompeu Brasil afora".
Há pouco, na sua página do Facebook, a filha Mariana Telles prestou a seguinte homenagem ao pai. A foto de Mariana com o seu pai é de Marcelo Patriota. Confira:
Meu pai é o grande amor da minha vida, jamais vou permitir conjugar qualquer verbo em relação a ele no passado. Meu pai é antes de qualquer outra coisa um cidadão de bem, um pai abnegado, um amigo dos amigos. Sua história na cultura popular dispensa qualquer referência. Era um apaixonado pelo verso de improviso, desses que não se via uma semana sem palco ou pé de parede, redutos onde ele construiu o nome e educou com dignidade quatro filhos.
Mas meu pai foi antes de tudo um grande parceiro meu, um grande amigo. Maior entusiasta das minhas conquistas, aos olhos dele eu sempre fui muito maior. Do seu jeito matuto, saí grandes pérolas de demonstração de afeto sem precedentes.
Meu pai faleceu hoje sem me dizer um único NÃO na vida. Eu precisei ouvir tantos e ainda ouvirei. Mas ele sempre tentava construir o sim e me mostrar os caminhos. Aliás, ser sua filha é a palavra mágica que me abre portas em tantos caminhos.
Meu pai tem um patrimônio incalculável de amigos, por toda parte, todo extremo.
Eu nunca me imaginei escrevendo isso.
Meu pai descansou na Serrinha, na nossa pátria. Onde cresceu, onde me ensinou a amar.
Eu estou em Recife, sem saber com qual coragem chegar na Serrinha ainda. Mas parece que estou vendo ele me dizer: "Deixa se ser mole, menina mole. Parece que só tem coragem na língua."
E não é que eu sou mole mesmo, Painho?
Mas até nisso eu sou tu.
Ameaça de adiamento das eleições:Quem não morrer do coronavírus vai morrer de tristeza. Isso não, meu Deus! Tende misericórdia!
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em teleconferência, ontem, com prefeitos de capitais,admitiu, pela primeira vez, que as eleições pode ser adiada, sendo transferida para 2022, coincidindo com a de presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual, a chamada eleições gerais.
Não poderia haver pior notícia. A coisa está muito feia. Arrumar um jeito para ficar pior é ainda mais insuportável.
Estamos num momento de se desprender do terreno e nos voltarmos para as coisas do alto. Mas essa notícia duplica as preocupações de muita gente.
Na maioria dos municípios brasileiros os governos municipais estão no poder há 7 anos e três meses porque já houve a reeleição. Com esse adiamento iria para dez anos, o que fazem com que eles não se liguem em fazer mais nada. A história mostra que todo prefeito trabalha melhor em seu primeiro mandato porque quer se reeleger. No segundo, eles aproveitam para tirar o máximo de proveito aos seus interesses. Imaginem se mais 2 anos caírem de presente no seu colo!? Em tempo de coronavírus, onde não se tem obrigação de mostrar serviço,vão se aproveitar ainda mais, pois toda culpa será atribuído a esse mal.
Como suportar uma pandemia, com tanta dificuldade e ainda mais tamanha ameaça real?
Nos municípios em que há um governante democrático sua população pode suportar, e quem convive com verdadeiros "ditadores"?
Uma decisão dessa abala a alma. O vírus nem todos que contraírem vão morrer. Daqui alguns meses se Deus quiser, se encontra um medicamento eficaz, já os efeitos de um mal governante não tem remédio que cure.
Daqui a pouco com a Graça de Deus , o vírus passa, a vida volta ao normal e se essa decisão for concretizada em muitos municípios , poderá haver a falência múltipla dos órgãos da esperança. Quem não morrer do coronavírus vai morrer de tristeza. Isso não, meu Deus! Tende misericórdia!
Faltam 283 dias! Isso não pode acontecer!
Por Madalena França.
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Do Luzerner Zeitung, via GGN (reportagem de Philipp Lichterbeck, Oaxaca de Juarez) – No Brasil, a pandemia do vírus corona ameaça sair do controle. O simples motivo: Presidente Jair Bolsonaro. Na noite de domingo, o chefe de Estado de extrema direita da maior nação da América Latina contradiz seu próprio ministro da Saúde. Isso alertou para multidões. Bolsonaro respondeu que era errado cancelar os jogos da liga brasileira de futebol. A associação de futebol deve continuar a vender ingressos.
Brasil 247Comentários 14