Postado por Madalena França
247 - Os economistas Aloizio Mercadante, ex-ministro de Ciência e Tecnologia e da Educação e ex-chefe da Casa Civil, e Guilherme Mello, ambos da Fundação Perseu Abramo (FPA), publicaram na Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira, 13, uma resposta à afirmação Edmar Bacha, que recente declarou ao mesmo jornal que “Bolsonaro é um risco à democracia do Brasil e Lula é um risco à economia”.
Segundo os economistas da FPA, “Bacha atualizou o malfadado bordão ‘uma escolha muito difícil’, que nos legou o bolsonarismo e o atual desastre político, econômico, social, ambiental e institucional”. Em 2018, o Estado de S.Paulo, que apoiou Bolsonaro, publicou um editorial afirmando que a escolha entre os candidatos Bolsonaro e Fernando Haddad (PT), nas eleições de 2018, era “muito difícil”.
“Que Bolsonaro é um risco à democracia, os progressistas já o sabiam muito antes de ele se eleger. Ele nunca escondeu a defesa da ditadura, da tortura, da censura, mas alguns que hoje defendem a “terceira via” o apoiaram abertamente no segundo turno ou se omitiram, pactuando com esta tragédia que o Brasil atravessa. Agora, que Lula representa ‘risco econômico’ é delírio ideológico sem nenhum amparo nos fatos e na história recente o país. É fake news requentada, largamente utilizada nas eleições de 2002, quando a esperança venceu o medo”, destacam os economistas.
“O único risco que Lula representa para a economia brasileira é de o país voltar a crescer e distribuir renda, colocando os pobres no Orçamento e os ricos para pagarem imposto e renda, com inflação baixa e estabilidade macroeconômica. É o risco de reconstruir a democracia e o país, devolver a esperança e a autoestima ao povo do Brasil. O resto não passa de superado e obtuso macartismo econômico”, afirmam.
Ainda, eles destacam que, com Bolsonaro, “não é apenas a democracia brasileira que está em risco, a situação sanitária, econômica e social do povo brasileiro nunca esteve pior”. Os dois integrantes da FPA ressaltaram o aumento da miséria, da fome e do desemprego, que decorreram do golpe de 2016.
E lembram que, “no governo Lula, o PIB cresceu a uma taxa média de 4% ao ano, alcançando o posto de 6º maior economia do mundo; o desemprego se reduziu sistematicamente, partindo de 12,4% em 2003 para 6% em 2011; a desigualdade medida pelo índice de Gini caiu de 0,580 em 2003 para 0,531 em 2011; a pobreza declinou rapidamente, saindo de 28% da população em 2003 para 12,4% em 2011, com a geração de mais de 23 milhões de empregos formais”. “Como o aumento do emprego e a inflação controlada, o poder de compra do salário mínimo cresceu, se valorizando quase 30% em relação a cesta básica entre 2003 e 2010”, pontuam.