Quando amizade de infância transforma-se em lágrimas: Vá em paz amiga Zefinha, que Deus lhe receba no céu com a mesma alegria que cantávamos para Ele.

 

Na infância fomos boas amigas. Corríamos pelos verdes campos, tomávamos banhos no Rio Orobó, pescávamos as piabinhas do mesmo rio e fazíamos comidinhas dos batizados das bonecas, brincávamos com bonecas de cabelos de milho, subíamos nos pés de manga e rezávamos com muito louvou o mês Mariano. Casamos cedo e nossas vidas tomou rumos diferentes. Você se tornou uma dona de casa discreta e fechada no seu mundo , eu tornei-me a professora ocupada demais, inclusive sendo responsável pela aprendizagem de seus filhos, Tânia, Tayson e outros aos quais envio um abraço de solidariedade nessa hora de dor. Nos perdemos no tempo e a aquela fina amizade ficou apenas nas doces lembranças chamadas saudades. Nossas famílias eram vizinhas parceiras, daquela que emprestavam o açúcar e o sal, quando o outro certo dia não tinha nada. É não se faz mais vizinhos com corações de irmãos, como fomos um dia.

Você partiu tão precocemente , que essa notícia  inusitada me deixou bem  triste. Soube que estava doente, mas não conhecia a gravidade e você se foi sem um momento de adeus. Me fez pensar a brevidade e as surpresas que a finitude da vida produz nos humanos. De repente como num filme passou toda nossa infância juntas , as lágrimas vieram e me dei conta que é tarde demais para recuperar tantos anos de saudades.

Rogo a Deus e a nossa Mãe do céu que você seja acolhida com a mesma alegria que cantámos louvores a eles nos terços marianos na casa dos meus pais .

Descanse em paz! Meu coração está entristecido. Obrigada pela nossa parceria da primeira fase da vida. Uma infância inocente, linda e feliz. Agora acabou sua luta terrena e se abre um lindo mundo sem dor, sem lágrimas e sem mais sofrimento. Segure na mão de Deus e vá.

Sentirei saudades da nossa infância. Até um dia.

Pega é para você! Bem parecida com as que colhíamos no campo.

Vai com Deus.

Atenção Zefinha faleceu as seis da manhã de hoje e deve ser sepultada amanhã cedo. Volto a enviar meus sentimentos a minhas amigas Graça e Ana irmãs, Maria Bolô Mãe, seu esposo Heleno e todos os seus filhos. Meu abraço solidário a todos.

Madalena França