04/01/2015 14:0
Ele está sendo velado desde as 3h deste domingo (4) no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, no Centro
Chico de Assis iniciou a carreira como ator de rádio em 1953 / Reprodução
Por: Agência Brasil
O dramaturgo Francisco de Assis Pereira, o Chico de Assis, 81 anos, morreu na tarde deste sábado (3) na capital paulista em decorrência de um infarto fulminante. Ele está sendo velado desde as 3h deste domingo (4) no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, no centro da cidade. O sepultamento está previsto para as 15h no Cemitério Vila Alpina.
De acordo com o ator e autor de teatro, Oswaldo Mendes, amigo do dramaturgo há pelo menos 50 anos, o corpo de Chico de Assis foi encontrado no apartamento dele no Jardins, onde morava sozinho. Ele conta que a filha foi ao local depois de tentar, sem sucesso, falar com o pai ao telefone e já o encontrou morto. “É uma grande perda para o teatro e para o Brasil”, declarou.
Mendes lembra que, neste ano, o Teatro de Arena completaria 60 anos. “Estamos prevendo comemorações. Infelizmente, não teremos ele aqui conosco, mas ele certamente estará presente de alguma forma”, lamentou. Hoje, o teatro, fundado em 1955, é administrado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte).
Chico de Assis nasceu em São Paulo em 1933 e iniciou a carreira como ator de rádio em 1953. Em mais de 60 anos de carreira, trabalhou como ator, dramaturgo, compositor e diretor. Ele entrou para o Teatro de Arena em 1958 e, neste mesmo ano, integrou o elenco de A Mulher do Outro, de Sydney Howard, com direção de Augusto Boal, e de Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri, dirigido por José Renato – fundador e diretor do teatro.
O dramaturgo foi um dos fundadores do Seminário de Dramaturgia do Teatro de Arena. De acordo com a Funarte, o evento marca a história do teatro brasileiro com um movimento de aproximação à realidade popular e de valorização de autores nacionais. Nessa época, ele escreve O Testamento do Cangaceiro, encenado em 1961, tendo Boal como diretor.
No ano passado, Chico de Assis, recebeu a Ordem do Mérito Cultural, concedida pelo Ministério da Cultura, que homenageia personalidade brasileiras e estrangeiras por contribuições à cultura nacional. A 20ª edição do prêmio, concedeu a honraria a quatro instituições e 26 personalidade, entre elas o dramaturgo.