Uma tentativa de assalto acabou em tiroteio no Centro de Carpina, no fim da manhã de ontem quinta- feira dia (5). Segundo a Policia Militar, um dos assaltantes foi baleado, mas conseguiu fugir.
De acordo com uma funcionária do supermercado, que não quis se identificar, uma moradora da cidade,
depois de sacar dinheiro em uma agência bancária, se dirigiu ao Gonzagão, onde iria fazer compras,
quando foi abordada por dois homens em uma moto. Os seguranças do comercio, localizado na Rua José
Batista Ramos, no bairro São Sebastião, Centro de Carpina, viram a investida e reagiram, trocando tiros
com os criminosos.
O local está bem movimentado durante a troca de tiros, causando pânico entre funcionários e fregueses.
Policias da 1º Companhia Segundo Batalhão Duarte Coelho estão em busca dos criminosos, ate o presente
momento não foi não foram localizados.
Ele teve que ser transferido para outra ala por ameaças
"Não sei mais o que fazer para sair daqui."
É assim que o ex-ministro Geddel Vieira Lima tem declarado sua atuação situação.
Ele diz que está chegando a seu limite e fará uma delação; ou seja: fechando o acordo de colaboração premiada, o político baiano pode revelar para quem se destinava a fortuna de R$ 51 milhões encontrada em dinheiro vivo em seu bunker em Salvador; revelação tem potencial para complicar ainda mais a situação de Michel Temer.
Ontem, noticiamos que Geddel, Saud e Funaro brigam frequentemente na prisão. Eles se ameaçam de morte e tiveram que ser transferidos para diferentes alas da Papuda, mas ainda se encontram durante o banho de sol.
A Veja desta semana dedica sua capa à “Ameaça Bolsonaro”.
O Globo ocupa grande parte de sua homepage com protestos contra a interdição moralista nas artes e no comportamento.
O Estadão protesta, em editorial, contra o fato de o Supremo, em nome da moralidade eleitoral, ter rasgado a Constituição e criado a “retroatividade” da Lei da Ficha Limpa até o início dos tempos bíblicos.
Estará a nata da direita brasileira renegando seus filhos pavorosos?
Como no velho conto de Monteiro Lobato, O mata-pau,o que eram um raminhos aparentemente inofensivos, bons para vergastar o governo democrático, envolveram o Brasil e são hoje lenhos vigorosos, que já nos constringem e ameaçam sufocar o que resta de nossas liberdades.
Sim, não é exagero falar em liberdades quando se vivem situações como a da mãe e filha, em Brasilia, terem sido agredidas por estarem abraçadas, ou quando se dirigem os prazos de um processo judicial para tirar dele o franco favorito dos eleitores, ou quando se admite que a deduragem de qualquer histérico leve à censura, ou quando a simples nudez – até nos museus, onde habita há séculos – seja castigada por hordas hipócritas, moleques financiados pelos negocistas de mercado.
Um país onde se aplaude a morte desesperada de um professor aviltado em sua honra e dignidade, com base num imbecil “quem não deve não teme”, como se a das feridas fundas não ficassem cicatrizes indeléveis.
Em quatro anos, aqueles inofensivos raminhos dos “20 centavos”, do “blacbloquismo como tática”, do “padrão Fifa”, dos “bundinhas” moralizadores de Curitiba, com o esterco da frustração político-eleitoral da direita e o sol da mídia a nutri-los, tornaram-se galhos grossos, fortes, porque se permitiu transformar o ódio, a vingança, a prisão, a perseguição nos valores sociais.
Levaram ao governo uma quadrilha da pior espécie, sem qualquer discurso ou programa que não seja o de fazer dinheiro e se acobertar. Fuçam e reviram tudo, atrás de qualquer coisa que sirva para apontar como sujo e corrupto qualquer coisa que possam, para alimentar com a seiva do veneno as mentes miúdas dos vira-latas de todas as classes e rendas que acham o Brasil “uma merda mesmo”, a ser conduzida mais velozmente nesta corrente de ódio que inunda o mundo.
Assim mesmo, sem ordem judicial ou qualquer senão. ” Em benefício da segurança pública, o cidadão não pode alegar que vai ter sua privacidade invadida quando na verdade a lei é feita para proteger o bom cidadão, não para o mau cidadão”. Qualquer PM, com isso, será Deus, para decidir que é o bom, quem é o mau.
Não podem, portanto, reclamar de que estejam surgindo estas monstruosidades.
Os que têm ideias liberais, se é que ainda existem, se tivessem alguma lucidez a restar em suas mentes agora varridas de todo o humanismo que o impregnou (verdade que faz tempo) entenderiam que estão prestes a destruir a única muralha que nos separa da barbárie e do fascismo.
Se impedirem que o povo brasileiro expresse no seu voto o desejo de voltar aos tempos de normalidade, de convívio, de algum grau de esperança no progresso e no bem-estar, só o que lhes aguarda é o abraço do mata-pau.
Não importa se de topete, toga ou farda, o que terão nem mesmo será um Führer.
Será a selva, a morte, a destruição de um país que se construiu, com erros e acertos, em 500 anos e ameaça ser destruído em apenas cinco.
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu ontem (5) que a corte deve discutir a possibilidade de pessoas sem filiação partidária concorrerem a cargos eleitorais, mas esse debate não ocorrerá a tempo de valer para as eleições de 2018. Nesta quinta, os ministros decidiram ainda que, quando o assunto for julgado, o resultado terá repercussão geral, ou seja, valerá para todas as instâncias do Judiciário. Não há data prevista para o tema entrar novamente na agenda do Supremo. Nesta quinta, estava em pauta uma questão de ordem sobre se cabia ou não ao tribunal deliberar sobre esse assunto.
A Constituição exige que, para concorrer em uma eleição, a pessoa esteja filiada a um partido. No entanto, o Brasil assinou tratados internacionais, como o Pacto de São José da Costa Rica, que asseguram esse direito ao cidadão. O caso chegou ao Supremo em junho de 2017 por meio de um advogado que tentou se candidatar na eleição de 2016 para a Prefeitura do Rio, mas teve o registro indeferido.
Para parte dos ministros do STF -Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio-, o caso sequer deveria ser analisado. Lewandowski, por exemplo, destacou que um pacto internacional não tem status de emenda constitucional. Relator da ação, Luís Roberto Barroso defendeu que o assunto deveria ser discutido, mesmo que o resultado não servisse mais para o autor da ação. Ele foi seguido por Edson Fachin, Rosa Weber, Luiz Fux, Celso de Mello e Cármen Lúcia. Em manifestação enviada ao STF, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu as candidaturas avulsas.
Continua…
LiminaresAtual presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro do STF Gilmar Mendes se posicionou contra a possibilidade de um cidadão se candidatar sem partido. Mendes afirmou que o TSE não tem condições de realizar a próxima eleição com candidaturas avulsas, por questões técnicas envolvendo o atual sistema eleitoral.
“Pelo menos não na minha gestão, não sei na gestão da ministra Rosa e do ministro Fux consiga fazê-lo, mas na minha gestão, estou informando publicamente que não temos condições de realizar eleições com candidaturas avulsas”, afirmou. “Mas, certamente, haverá gênios que serão capazes de fazê-lo.” Fux vai presidir o TSE entre fevereiro e agosto de 2018, quando Rosa Weber assume o cargo.
De acordo com o TSE, mais de 80% dos softwares que serão utilizados na eleição de 2018 já estão prontos e sendo testados. Assim, a candidatura avulsa, se permitida, colocaria em risco a segurança do processo de votação porque alteraria os programas utilizados, segundo o tribunal.
A área técnica do TSE também apontou outros problemas, incluindo o aumento dos custos. Nas campanhas eleitorais, “o problema estaria no horário eleitoral, que é calculado levando em conta a representatividade dos partidos na Câmara”, informa o documento. Os técnicos destacaram que as vagas dos partidos têm como base o total de votos dos partidos. (AB)
A reforma política aprovada no Congresso, que modifica regras eleitorais para 2018, concede uma espécie de “anistia” das multas aplicadas a partidos políticos ao permitir o parcelamento do débito a perder de vista. Pelo texto, que aguarda a sanção ou veto de Michel Temer, podem ser parceladas não só as dívidas eleitorais como também outras penalidades contra os partidos, incluindo eventuais punições decorrentes de ações da Operação Lava Jato.
A regra estabelece que a legenda não poderá pagar por mês um valor maior do que o correspondente a 2% do repasse mensal do Fundo Partidário.
“O parcelamento de multas eleitorais e de outras multas e débitos de natureza não eleitoral imputados pelo poder público é garantido também aos partidos políticos em até 60 meses, salvo se o valor da parcela ultrapassar o limite de 2% (dois por cento) do repasse mensal do Fundo Partidário, hipótese em que poderá estender-se por prazo superior, de modo que as parcelas não ultrapassem o referido limite”, diz o trecho do projeto aprovado nesta quinta-feira, 5, pelos senadores depois de ter passado pelo plenário da Câmara na madrugada.
Um dos beneficiados pode ser o Partido Progressista (PP), o primeiro a ser alvo de ação por improbidade administrativa na Lava Jato. Caso seja condenado a pagar R$ 1,38 bilhão em multa cobrada pelo Ministério Público Federal, poderá quitar o valor em mais de 24 mil parcelas mensais (cerca de dois mil anos) de R$ 56,5 mil. Esse valor é o equivalente aos 2% dos R$ 2,82 milhões que a sigla recebe por mês de Fundo Partidário. Fonte Brasil 247
Numa visita marcada por espera de uma hora para discursar e vidro quebrado no local de uma palestra, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) defendeu nesta quinta-feira (5) em Belém a ampliação do porte de armas no país e afirmou que, com ele, "não existirá o politicamente correto".
Recebido por apoiadores no aeroporto, Bolsonaro desembarcou na cidade por volta das 14h30, mas teve de esperar cerca de uma hora até que a chuva cessasse.Bolsonaro, um dos vice-líderes na corrida presidencial, conforme a mais recente pesquisa Datafolha, visitou a capital paraense no período de festejos do Círio de Nazaré, uma das maiores festas populares do Brasil, e uma semana após ter o título de cidadão belenense negado pela Câmara de Belém.
Em carro aberto, discursou ao lado da "bancada da bala" paraense -deputado federal delegado Éder Mauro (PSD), deputado estadual coronel Neil (PSD) e vereador sargento Silvano (PSD)- e disse que, com ele, "não existirá o politicamente correto"."No que depender de mim, com a ajuda de vocês, todos terão porte de arma de fogo", afirmou.
MAM
Sobraram críticas também à performance do MAM (Museu de Arte Moderna) de São Paulo, em que um homem aparece nu. "Essa história de criança passar a mão em homem nu não vai ter não." Disse ainda que "não vai ter dinheiro da Lei Rouanet para esses picaretas".
Durante o discurso, Bolsonaro vestiu as camisas de Remo e Paysandu, maiores times de futebol no Pará.A programação previa uma palestra do deputado no auditório de uma loja de informática no centro da capital.Uma multidão se formou à entrada e, quando foi anunciado que os ingressos estavam esgotados, o público tentou entrar à força.
Houve confusão e partes da vidraça e da porta foram depredadas. Ninguém ficou ferido. O deputado, então, começou o discurso do lado de fora. Os proprietários da loja cancelaram o evento, mas Bolsonaro falou num trio elétrico que estava na rua. O trânsito foi interrompido.
"Vocês estão em cima de uma Serra Pelada. A política mineral vai ter que mudar", disse.Também nesta quinta, o presidente Michel Temer (PMDB) defendeu os indicadores econômicos de seu governo em viagem a Belém, onde assinou protocolo que destina um terreno da União à Arquidiocese de Belém.
DORIA
Outro pré-candidato a disputar palanque durante o Círio de Nazaré será o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). Ele desembarca em Belém nesta sexta-feira (6), para palestra na Associação Comercial do Pará.
Durante o evento, receberá o título de cidadão belenense e a medalha de cidadão paraense. À tarde, o prefeito se reúne com o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), e outros governadores e prefeitos da Amazônia.
No sábado (7), Doria ainda participa do Círio Fluvial, romaria de embarcações que percorre o rio Guamá e a baía do Guajará, na orla de Belém, além de almoço no Consulado da Finlândia. Com informações da Folhapress.
SOS Municípios: gestores e CNM elaboram carta ao sistema judiciário
Paineis temáticos e oficinas marcaram os trabalhos do Seminário Liderança Municipal da Redução da Judicialização da Saúde neste dia 5 de outubro. A iniciativa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) identificou as demandas existentes e também os principais entraves da área, que foram resumidos em uma carta.
Durante todo o dia, os participantes puderam mergulhar no universo da judicialização da saúde e compreender seu impacto sobre as administrações locais. O evento teve como uma das principais propostas a implantação de comitês, de modo a serem compostos por representantes do Município e Poder Judiciário.
Essa reivindicação é o primeiro ponto da Carta dos Municípios ao Sistema de Justiça, que reafirma a urgência de se criarem esses grupos. Segundo o documento, o objetivo é elaborar “soluções dialogadas, estabelecendo parâmetros comuns de fluxo de demandas garantindo a atenção integral da população”.
Outro item da pauta diz respeito à realização da convergência e da qualificação das ações judiciais. Os gestores participantes do seminário estão de acordo com o posicionamento da CNM quando alerta para o quantitativo elevado de processos judiciais responsabilizando os Entes locais.
A carta será encaminhada a diversos órgãos como a Advocacia-Geral da União (AGU), o Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério Público Federal (MPF), o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), entre outros.
PSC cede vaga e tucano Bonifácio de Andrada segue na CCJ
Por: Paloma Rodrigues/Poder 360
O relator da 2ª denúncia contra o presidente Michel Temer, deputado Bonifácio de Andrada (MG), afirmou que se manterá na função, mesmo com seu partido, o PSDB, o retirando da vaga na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). “Sou daqueles que acha que a Câmara é mais importante que os partidos, porque é parte do povo, e faz parte do legislativo, que é o poder do povo”, disse.
O deputado ficará com a vaga do PSC na comissão. Segue como relator da denúncia. O acordo foi costurado pelo presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).
Sobre a decisão do próprio partido, o deputado afirmou se tratar de 1 ato político do líder da bancada na Câmara, Ricardo Tripoli (SP). “Foi 1 ato político, da consciência dele”, afirmou. “Ele tem esse poder, porque é o líder do partido. Elegante e delicado ele foi, mas me tirou da comissão.”
O relator afirmou que não pretende conversar com os advogados de defesa do presidente Michel Temer e dos ministros denunciados. Segundo ele, ao ouvir a defesa, precisaria também ouvir a parte que fez a denuncia –a PGR (Procuradoria Geral da República).
O deputado defendeu que a atribuição de definir a admissibilidade da denúncia deve ficar com a Câmara. “Um juiz tende a fixar todos os seus raciocínios a norma da lei, mas não está muito acostumado a vida social. Nós estamos mais próximos ao povo.”
Uma emenda aprovada pelo Congresso obrigará sites a suspender, sem a necessidade de ordem judicial, a publicação de conteúdo denunciado como "discurso de ódio, disseminação de informações falsas ou ofensa em desfavor de partido ou candidato".
A proposta foi votada na madrugada de quinta (5) pela Câmara e na tarde do mesmo dia pelos senadores. O tema não chegou a ser abordado nas discussões dos senadores -sua aprovação passou despercebida.O trecho da censura está na parte da reforma política que trata de propaganda eleitoral na internet por candidatos ou partidos em 2018.
Segundo o texto, uma publicação deverá ser suspensa "em no máximo 24 horas" após a denúncia feita por qualquer usuário de internet ou rede social em canais disponibilizados pelo provedor para esse fim.
Ou seja, basta uma denúncia para que a publicação seja retirada, mesmo que temporariamente, do ar sem que a Justiça seja provocada a decidir sobre o tema.
A suspensão do conteúdo deve ocorrer, segundo o texto, "até que o provedor certifique-se da identificação pessoal do usuário que a publicou, sem fornecimento de qualquer dado do denunciado ao denunciante, salvo por ordem judicial".
O projeto de lei foi enviado no início da noite para avaliação de Michel Temer, que decidirá sobre sua sanção.
O Planalto não informou, até a conclusão desta reportagem, se o presidente pretende vetar algum ponto dele, incluindo, por exemplo, o da censura.
A decisão tem de ser tomada até esta sexta-feira (6) para que a reforma possa valer para 2018.
O autor da emenda polêmica é o líder do Solidariedade na Câmara, deputado Áureo (RJ). Ele disse que não se trata de uma censura, mas de uma medida para "evitar uma guerrilha com fakes".
Na visão do deputado, o trecho obrigará que redes sociais, como o Facebook, por exemplo, façam uma verificação sobre a autoria de comentários feitos nas redes de candidatos.
Segundo ele, trechos caluniosos serão submetidos à análise da rede social, que terá um prazo de 24 horas para verificar se o perfil é verdadeiro ou falso. A eliminação das postagens, diz, só ocorrerá se não for provada a autenticidade do autor.
"A única coisa que a gente quer é que o Facebook tenha agilidade prevista na lei", afirma. "É um crime já [fazer comentários com perfis falsos]. Isso pode mudar o resultado de uma eleição. A diferença é que queremos agilidade porque se ficar provado que o autor não é verdadeiro, aí já passou o resultado das eleições", diz o deputado.
Argumento parecido foi usado pelo senador Fernando Bezerra (PMDB-PE), que atuou na quinta como líder do governo no Senado. "Queríamos apenas evitar a divulgação de notícias falsas", disse.
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) considerou o texto uma forma de censura "inócua". "Ninguém controla internet. Precisamos aprender a viver num mundo em que a gente não contro- la", disse.
Relator da reforma política na Câmara, o deputado Vicente Cândido (SP) defendeu o artigo. "A imprensa gosta da liberdade absoluta, que não existe no mundo. Liberdade existe com regra, com punição, com limites. As redes sociais hoje viraram uma faca de dois gumes, como diz, ela é boa para construir e boa pra destruir", afirmou.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que estuda recorrer ao Supremo Tribunal Federal se o presidente Temer não vetar o trecho. Com informações da Folhapress.
Quando criança, sempre que meu pai se referia a alguém como descarado, imaginava o dito sem os contornos faciais. Logo corria ao espelho e, sorte, estava tudo ali. Até que o Brasil pós-2015 fez-me entender o significado de descaramento, uma epidemia que me parece atravessará o século 21
Quando criança, sempre que meu pai se referia a alguém como descarado, imaginava o dito sem os contornos faciais. Logo corria ao espelho e, sorte, estava tudo ali. Como na música, todos poderiam entrar em mim “pelos sete buracos da minha cabeça”. Não preciso citá-los, vocês os conhecem bem.
“Isto é um descaramento”. Pronto, lá ia eu procurar pelos cômodos da casa onde estava sendo feita a cirurgia. Não encontrava sangue e logo pensava em massa de pedreiro e ferro de passar.
“João Alfredo? O maior descarado”. Seria pela altura do pobre João ou mereceria ele tratamento rápido. Degola, por exemplo.
“Vai encarar?” Sou dado a melancolias. Era quando sentia pena dos descarados. Nunca sabiam como responder.
– Olha, por que está me encarando?
– Quem? Eu?
Percebia o constrangimento do descarado pelos movimentos do gogó em seu pescoço. Um sobe e desce agitado, veloz, proeminente.
Ficava aflito. Certo dia, na saída do colégio, tentei intervir.
– Ô Gordo, você não percebeu que ele é descarado? Nem olha nem encara. Como pode?
– É por isso mesmo. Na dúvida, arrisco.
– Cruel, não? Já pensou a confusão que você cria na cabeça do descarado?
– E quem não tem cara tem cabeça?
– É de se pensar, Gordo. Mas acho que sim, cérebro e tudo, lá nos interiores, sabe?
– Será que ouvem sem as orelhas?
– Sabe-se lá, os ouvidos podem estar embutidos. Percebo reações de quem bem escutou e sofreu.
– Dane-se. Ele é um descarado.
Talvez, de lá até cá, tenham-se passado seis décadas sem que eu pensasse no assunto nessas bases. O tempo fizera a conotação mudar meu pensamento. O descarado mantinha todos os sete buracos, eles não estavam “mais embaixo” como é costume dizer, mas sim internalizadas em seus cérebros. Sem ideias, noções, caráter, vergonha.
A última vez que me confundi com o assunto, creio, foi por volta de 1964. Assistia num cineclube ao filme “O homem da máscara de ferro“, EUA, versão de 1939, dirigido por James Whale, e baseado na obra de Alexandre Dumas, pai. Estreava no cinema o notável ator Peter Cushing, fonte para várias adaptações cinematográficas posteriores do romance.
Um amigo, comenta: “Apesar da época, cinema ainda a evoluir, creio que o diretor descaracterizou demais o personagem”.
Prá quê? Voltei à infância e desci a Teodoro Sampaio, procurando descarados. Não importavam, ferro, massa de pedreiro ou gesso. Fiquei um tempo assim, a desvendá-los. Com o tempo, fui desencanando deles. Mesmo quando alguém assim se referiu a Fernando Collor, não dei bola.
Até que o Brasil pós-2015 fez-me entender o significado de descaramento, uma epidemia que me parece atravessará o século 21.
E como não poderia abandonar a galhofa, cito aqui dez importantes descarados do Brasil atual. Claro que não cairia na vala comum de Gilmar, Temer, Serra, Moro, Irmãos Batista, et caterva. As tristes valas deixadas pelos alemães com corpos judeus seriam insuficientes para abriga-los. Vamos lá:
1. O jornal Valor, que depois passou a ser 100% das Organizações Globo, vê a economia brasileira em franca recuperação;
2. Todas as associações patronais ou não, ligadas à imprensa, que não abriram a boca para se manifestar contra a censura e os ataques que hoje sofrem os blogs progressistas, suprimida sua liberdade de expressão digital;
3. João Dória Júnior, o Doriana, que se derrete ao primeiro calor e se entrega ao mais baixo e inculto corporativismo;
4. Ronaldo Caiado, colunista de agronegócios da Folha de São Paulo. Desde sua estreia, não escreveu um só artigo sobre o tema;
5. Sérgio D’Ávila, editor da Folha, que aproveita ter sido correspondente de guerra do jornal e genro do excepcional Hamilton Ribeiro, do Globo Rural, para não perceber o quanto o jornal desinforma a nação;
6. Luciano Huck, o boca-júnior no dizer malévolo do Pasquim sobre Flávio Cavalcanti, na época;
7. As grossíssimas pernas cruzadas e saias justas das apresentadoras da Globo News e seus equivalentes masculinos, cabelos alinhados, bigodes medievais e ternos saídos dos estoques remanescentes das Lojas Ducal;
8. Um japonesinho jovem, não sei o nome, muito feio. Pretende ser o sucessor de Jack Chan e comprovar a supremacia dos EUA;
9. Pastores religiosos, sem cabras e ovelhas, muito menos “pastando no meu jardim”, mas surrupiando dízimos de gente pobre;
10.Fernando Henrique Cardoso, que a tudo percebe, tudo entende, mas prefere rebolar em meneios de cintura, como sensacional cabrocha.