Criança era chamada por nome feminino, tinha cabelos longos e usava vestimentas de menina, até que exame apontou tratar-se geneticamente de um menino
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BRASIL AMBIGUIDADE GENITAL
Um menino de 3 anos que nasceu com dois sexos foi registrado como menina antes da mãe descobrir a ambiguidade genital. A mãe, uma dona de casa de 45 anos, moradora do Acre, luta para alterar o nome do filho na certidão de nascimento.
Como explica o G1, a criança era chamada pelo nome feminino, tinha cabelos longos e vestimentas de menina até os dois anos de idades. Em agosto de 2017, a mãe teve acesso ao resultado do exame cariótipo – que analisa a quantidade e a estrutura dos cromossomos em uma célula –, que apontou que a criança é geneticamente um menino.
Agora, ela luta na justiça para alterar o nome do menino na certidão de nascimento. Segundo ela, a criança passou por consultas sociais e psicológicas, além de ter ido a uma geneticista, que fez um relatório explicando a situação ao juiz.
“A médica analisou o exame que saiu em agosto do ano passado e constatou que ele pertence ao sexo masculino. Emitiu um laudo sugerindo que ele pudesse trocar de nome. Diante disso, ela pediu novos exames para ter uma visão mais ampla dos órgãos internos, mas, devido ao atendimento público, o menino não consegue fazer, porque precisa estar com a bexiga cheia e a criança não consegue segurar”, explica o presidente da Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil no Acre (OAB-AC), Charles Brasil.
O advogado pretende encontrar o juiz nesta semana para despachar o processo e explicar a situação.
Enquanto aguarda a liminar, a dona de casa precisou matricular a criança na creche com nome de menina. “Estou triste porque matriculei ele com nome de menina, mas não tinha outro jeito. Vai ter que ser assim até eu conseguir mudar o nome dele. Inclusive, vou acionar o MP para pedir uma mediadora para ele, porque não quero que pessoas diferentes deem banho nele. Quero uma pessoa que acompanhe ele de perto e para conversar com a direção da escola para que ele seja tratado como menino”, explicou.