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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

RBS requenta denúncia antiga para atingir deputado do PT Paulo Pimenta


 
A Rede Brasil Sul de Comunicações (RBS) que domina a imprensa com TVs, Rádios e Jornais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina resolveu atacar o deputado Paulo Pimenta (PT-RS). Eles requentaram uma denúncia de dez anos atrás.
A denúncia é de estelionato na produção e venda de arroz, mas não há provas de que o deputado tenha envolvimento, tanto que o inquérito se arrasta há uma década.
O real objetivo da RBS é minar a liderança do deputado que um dos mais combativos do país.
Pimenta vem denunciando as falcatruas do presidente Bolsonaro, o corte do programa Bolsa Família, os mal-feitos da Empresa Vale do Rio Doce, os ataques aos direitos dos trabalhadores, as mentiras do Juiz Sérgio Moro e diversas outros absurdos da vida política nacional.
Estes posicionamentos incomodam muito os poderosos do Rio Grande do Sul e de todo o país. Da mesma forma que tentaram fazer com o ex-presidente Lula, a velha mídia tenta destruir a reputação de Pimenta para inviabilizar sua atuação política.
Sobre as acusações o deputado disse ao G1: “Esse assunto não me diz respeito, não existe nada no processo que me vincule a essas denúncias, essa investigação tem mais de 10 anos. Nós temos certeza da nossa absoluta inocência nesse processo, da manipulação que está sendo feita envolvendo o meu nome e o nome de outras pessoas. E ninguém mais do que eu quer que esse processo seja concluído o mais rapidamente possível”.
Madalena via Esmael

Onde está a intervenção militar em Brumadinho?


Chama a atenção nas imagens onipresentes da cobertura da mídia sobre o desastre de Brumadinho o fato de quase não aparecerem mas atividades de resgate militares do Exército Brasileiro.
Os helicópteros que vi trabalhando no resgate eram quase  todos dos bombeiros e alguns aparentemente civis.
A contrário a toda hora, hoje, se fala dos 130 militares israelenses que estão voando para apoiar as buscas.
No site do Exército, até a manhã deste domingo, 48 horas após o rompimento da barragem, nenhum comunicado oficial sobre a mobilização, apenas links para jornais que noticiam uma nota oficial  divulgada sexta-feira que fala no emprego de um helicóptero Jaguar e diz que estão “na situação de “prontidão para emprego imediato” 930 militares.
Muito, muito menos do que se empregou na intervenção em operações de segurança pública ou dos 3 mil que usou para cercar a comunidade da Mangueira, em 2017.
E não estamos falando numa área remota: o local do acidente fica a apenas 60 km de Belo Horizonte, que tem toda a infraestrutura para receber um deslocamento de tropas e equipamentos.
Divulgada  cinco horas depois do acidente, a nota fala que o helicóptero – e dois outros da FAB e da Marinha” iriam pousar no aeroporto de Confins para também “dar apoio ao transporte do presidente da República, Jair Bolsonaro, na manhã do sábado (26)”.
A ação imediata, ainda mais onde o socorro, como acontece agora, pode ter de ser suspenso por riscos de novos rompimentos ou mesmo por mau tempo, é essencial.
Já que se fala tanto em “intervenção militar”, seria uma oportuna ocasião de vermos isso acontecer em Brumadinho.
Capacidade os militares têm. O que falta?
PS. Agora, às 17 horas de domingo, dois helicopteros do Exército deram o ar da graça em Brumadinho, Um pousou na lama e depois decolou, o outro passou a grande altitude.
Madalena via Tijolaço

Celso Barros: sem escândalos, milicianos fariam festa no Planalto?


MADALENA FRANÇA VIA TIJOLAÇO
Demolidor, por absolutamente lógico e factual, o resumo da situação feito hoje por Celso Rocha de Barros na Folha de S. Paulo.
Nem o mais pessimista entre os opositores de Bolsonaro seria capaz de imaginar que o mais alto mandatário da República, com tão poucos dias no cargo, se veria eclipsado pela sombra cinzenta de uma área onde política, polícia e crime se mesclam.
Vale muito a leitura para ver não só em que estamos metidos como em que se meteram os que se tinham o dever de defender o país e o entregaram, em nome de uma suposta moralidade, a um caldo asqueroso de promiscuidade entre política e gangsterismo.

Bolsonaro e a as milícias

Celso Rocha de Barros, na Folha
A esta altura, é difícil não concluir que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, é enrolado com milícias. O jornal O Globo descobriu que, quando o escândalo dos depósitos suspeitos veio à luz, Queiroz se escondeu na comunidade do Rio das Pedras, berço das milícias cariocas, onde sua família operaria um negócio de transporte alternativo (atividade tipicamente controlada por milicianos).
A jornalista Malu Gaspar, da revista piauí, apurou que Queiroz foi colega de batalhão de Adriano da Nóbrega, foragido da polícia e acusado de liderar a milícia Escritório do Crime, sob o comando de um coronel envolvido com a máfia dos caça-níqueis (outra atividade típica de milícia).
A polícia e o Ministério Público cariocas suspeitam que o Escritório do Crime matou Marielle Franco, a da placa que os bolsonaristas volta e meia rasgam às gargalhadas. Adriano da Nóbrega é foragido da polícia.
E, antes que os bolsonaristas digam que não acreditam em polícia, Ministério Público ou imprensa que não entreviste Bolsonaro de joelhos, lembrem-se do que disse Flávio Bolsonaro, o zero-um: Fabrício Queiroz, segundo o filho do presidente da República, lhe indicou a mãe e a mulher de Adriano da Nóbrega para cargos de assessoria em seu gabinete.
Repetindo: essa é a versão oficial, em que o único pecado da família presidencial foi amar demais o Queiroz.
A versão oficial confessa, portanto, o seguinte: o presidente da República emprestou R$ 40 mil para um enrolado com milícias cuja filha, Nathalia Queiroz, era funcionária fantasma de seu gabinete. Sim, fantasma: Nathalia trabalhava como personal trainer no Rio de Janeiro enquanto seu ponto era assinado no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro.
O empréstimo foi pago pelo enrolado com milícias por meio de um depósito na conta da primeira-dama. 
Mesmo na versão oficial, é um PowerPoint do Dallagnol bem curto: três círculos, duas linhas, milícia-Queiroz-Bolsonaro.
Com base só na versão oficial, portanto, pode-se dizer, sem medo de errar: se o Coaf não tivesse feito seu trabalho, já teríamos milicianos fazendo churrasco no Palácio da Alvorada, brindando com os generais, escolhendo Moro para zagueiro do time na pelada.
Se essa é a versão oficial, imagine o que deve ser a versão verdadeira.
Temos algumas pistas.
A família Bolsonaro já defendeu as milícias publicamente repetidas vezes. E conhecia muito bem Adriano da Nóbrega muito antes da suposta indicação de Queiroz. Jair Bolsonaro defendeu o sujeito no plenário da Câmara já em 2005.
Flávio Bolsonaro foi mais longe: já homenageou o suposto líder do Escritório do Crime na Assembleia Legislativa duas vezes, nas duas ocasiões elogiando-o com entusiasmo. Concedeu-lhe a Medalha Tiradentes, maior honraria oferecida pelo legislativo estadual fluminense. Na ocasião, Nóbrega estava preso por assassinato. Recebeu a medalha na cadeia.
Vamos ver se novas pistas aparecem. Mas o quadro já é bem feio.
É como disse na última coluna antes das eleições: Bolsonaro é o herdeiro ideológico da facção das Forças Armadas ligada aos torturadores, que não aceitou a abertura democrática e partiu para o crime: esquadrão da morte, garimpo, jogo do bicho. É a mesma linhagem que nos deu as milícias. 
Essa herança agora ronda o Planalto.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Uma História de arrepiar:Se eu soubesse ler e escrever, ainda seria o porteiro do puteiro...

Motivacional! Não desvalorizamos o estudo. Mas a coragem, o trabalho e a dignidade, são peças chaves para o sucesso!

Ademir Nunes da Silva
azer aquele homem?
O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício.
Um dia, entrou como gerente do puteiro um jovem cheio de ideias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.
Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções.
Ao porteiro disse:
- A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.
- Eu adoraria fazer isso, senhor, balbuciou – Mas eu não sei ler nem escrever.
- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.
- Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida inteira, não sei fazer outra coisa.
- Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte.
Dito isso, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse. Que fazer?
Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho.
Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego.
Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado.
Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa.
Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra. E assim fez.
No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:
- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.
- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar, já que…
- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.
- Se é assim, está bem.
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse:
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?
- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens mais próxima está a dois dias de viagem, de mula.
- Façamos um trato – disse o vizinho.
Eu pagarei os dias de ida e volta, mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?
Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias. Aceitou.
Voltou a montar na sua mula e viajou.
No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua casa.
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo.
Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras.
Que lhe parece?
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora. E nosso amigo guardou as palavras que escutara: ‘não disponho de tempo para viajar para fazer compras’.
Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas.
Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro, trazendo mais ferramentas do que as que já havia vendido.
De fato, poderia economizar algum tempo em viagens.
A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viagem, faziam encomendas.
Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes.
Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois, comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira loja de ferragens do povoado. Todos estavam contentes e compravam dele.
Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam os pedidos. Ele era um bom cliente. Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, a ter de gastar dias em viagens.
Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos.
E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc …
E após foram os pregos e os parafusos…
Em poucos anos, ele se transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas.
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado.
Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam algum ofício.
No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e disse:
- É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do livro de atas desta nova escola.
- A honra seria minha, disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto.
- O Senhor? disse incrédulo o prefeito. O senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado. Eu pergunto:
- O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever?
- Isso eu posso responder, disse o homem com toda a calma: – Se eu soubesse ler e escrever… ainda seria o PORTEIRO DO PUTEIRO.
Então diga seu nome para que possamos escrever ao menos na ata. Meu nome é Valentin Tramontina, respondeu ele.
Essa história é verídica, e refere-se ao grande industrial Valentin Tramontina, fundador das Indústrias Tramontina, que hoje tem 10 fábricas, 5.500 empregados, produz 24 milhões de unidades variadas por mês e exporta com marca própria para mais de 120 países – é a única empresa genuinamente brasileira nessa condição. A cidadezinha citada é Carlos Barbosa, e fica no interior do Rio Grande do Sul.
Geralmente as mudanças são vistas como adversidades.
As adversidades podem ser bênçãos.
As crises estão cheias de oportunidades.
Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas.
Lembre-se da sabedoria da água: ‘A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna’.
Que a sua vida seja cheia de vitórias, não importa se são grandes ou pequenas, o importante é comemorar cada uma delas.

Bolsonaro promete liberar educação domiciliar por Medida Provisória



 
O governo Bolsonaro (PSL) prometeu liberar e regulamentar o ensino domiciliar através de Medida Provisória a ser publicada antes do mandato completar 100 dias.
O ensino domiciliar seria a modalidade de educação promovida pela própria família. As crianças não precisariam frequentar as escolas.
Essa modalidade é considerada ilegal; pois, atualmente, todas as crianças têm o direito de frequentar as escolas dos 6 aos 14 anos, para o ensino básico e fundamental.
Quem defende a educação familiar geralmente discorda da linha pedagógica das escolas por questões religiosas.
Mas as escolas são importantes espaços de socialização, fundamentais para o pleno desenvolvimento das pessoas.
Independente das opiniões, esse é um assunto muito sério para ser resolvido em uma canetada.
Madalena França via  Esmael Morais.

Mourão assina “transparência secreta” de Bolsonaro. “Acuenda o pajubá”, Moro


A pressa é muito amiga das intenções.
Não era algo urgente, mas certamente era algo muito conveniente.
Portanto, Jair Bolsonaro delegou e Hamílton Mourão assinou decreto permitindo que não apenas  um grupo muito restrito de autridades – presidente da República, vice-presidente, ministros de Estado, comandantes das Forças Armadas e chefes diplomáticos – pudessem limitar o acesso à informação dos atos de governo.
Estendeu o poder para “maçanetas” de segundo e de terceiro escalão, que agora podem, sem os ônus políticos que seus chefes teriam, carimbar “reservado”, “secreto” ou “ultrassecreto” a papeis cujo conteúdo ficará fora do alcance do público por até 25 anos.
Isso enquanto o ministro da Justiça, que considera que devam ser de conhecimento público até escutas não-autorizadas do telefone da Presidente da República passeia em Davos…
Uma bela maneira de cumprir o que ele está prometendo em Davos, acabar com a corrupção: tornando secreta a informação que ermita ao cidadão e à imprensa chegar a ela.
Taí, é a velha máxima sendo posta em prática: o que os olhos não vêem é corrupção que não se sente.
Ou ainda o que pregava o físico Niel Bohr, um dos gênios da física quântica: “Nenhum fenômeno é fenômeno até ser observado.”
Talvez, porém, a razão seja a de que permaneça entre poucos o que poderia causar constrangimento fora da “turma”.
A versão governamental do “acuenda o pajubá” oficial, a bobagem inserida na prova do Enem sobre o “dialeto secreto” gay  que virou cavalo de batalha presidencial.
Madalena França via Tijolaço

Governo Bolsonaro quer taxar vale-refeição do trabalhador


 
O governo Bolsonaro adota mais uma medida que fere os direitos dos trabalhadores. A Receita Federal decidiu que o vale-refeição e de alimentação pagos em vales, cartão ou dinheiro fazem parte dos salários e devem sofrer cobrança de contribuições previdenciárias.
A Coordenação Geral de Tributação, órgão da Receita Federal, determinou a cobrança previdenciária proferida em uma solução de consulta do órgão em documento de 26 de dezembro de 2018.
Os entendimentos proferidos nas soluções de consulta valem para todos os auditores e contribuintes, e não só para quem fez o questionamento sobre o assunto, segundo especialistas tributários. A Receita Federal informou que “não vai se manifestar” sobre a decisão da Cosit.
O vale-alimentação assegura o acesso a comida para milhões de trabalhadores durante a atividade laboral e integra o rol de cláusulas econômicas e sociais das convenções coletivas de trabalho da maioria dos trabalhadores regidos pela CLT.
Madalena França via Esmael Morais

Janio de Freitas: uma história implausível



Mestre Janio de Freitas, acostumado a ver nascerem e morrerem escândalos na política na sua longa carreira no jornalismo adverte:  se não acontecerem “os dirigismos e limitações próprios dos grandes inquéritos brasileiros”, o caso Queiroz-Bolsonaro está fadado a produzir evidências mais chocantes do que as que se têm hoje.
Vale a pena a leitura, que aborda algo que tem passado em branco na cobertura da mídia: a dificuldade quase intransponível de ultrapassar o muro das cumplicidades policiais e investigar-se, com seriedade, os envolvimentos da polícia com as – estas, sim – organizações criminosas que controlam a vida nas periferias urbanas e aqui no Rio, faz muito tempo.
E que sempre dependeram dos políticos e da mídia para se legitimarem, porque discursos como o da Flávio e Jair Bolsonaro, justificando-as em nome da “segurança” pública não só eram pronunciados como louvados.
Acontece, porém, que a caminhada daquilo que, no início, dependia apenas de uma “história plausível” para ser encerrado sob o silêncio da cumplicidade política, até chegar a um história implausível de que “não tenho nada com isso”, mesmo com homenagens, medalhas, família empregada e tudo o que se vê pode se desfazer na sórdida verdade da frase dita, segundo a coluna de Ancelmo Góis, por um dos milicianos presos: ” Rapaz, deixa disso, não vai acontecer nada. ”

Por ora, o começo

Janio de Freitas, na Folha
Impossível não é, mas também não é convincente que Flávio e Jair Bolsonaro pontuassem seus percursos políticos com defesas, elogios e apoios práticos às milícias apenas por ideias degenerativas. Sem sequer conhecer a ligação do seu influente amigo e assessor Fabrício Queiroz com a poderosa milícia de Rio das Pedras.
O que emerge, quase só por acaso, da simplória denúncia de que um PM movimentou pouco mais de um milhão em um ano, tem potencial de chegar a desfechos dramáticos em várias frentes.
Tudo depende da disposição de investigar e, a fazê-lo, que não haja os dirigismos e limitações próprios dos grandes inquéritos brasileiros.
A operação de há dois dias em Rio das Pedras, aliás, foi um feito sem precedente que a intervenção militar no Rio construiu, mas não pôde concluir.
Sua continuidade, pedida pelo novo governador, foi negada pelo governo Bolsonaro. Se por desejo do Exército ou por motivos que fatos atuais e futuros sugiram são hipóteses disponíveis para os exercícios interpretativos. Apesar de hipóteses, valem mais do que as explicações dadas.
Os generais Braga e Richard, no pouco que saíram do silêncio, deram pistas da prioridade à apreensão de armas (sem êxito) e às milícias. O que combinava com as principais suspeitas sobre a morte de Marielle e do motorista Anderson.
Mas uma operação contra a milícia da Rio das Pedras precisava de mais do que as informações necessárias: exigiu uma composição humana especial, pelos riscos implícitos e até para evitar o vazamento ameaçador.
O problema para a operação era conhecido e vinha de muito longe. O comando da milícia por um major da ativa na PM, agora preso, e de um major expulso da PM, agora foragido, ambos tidos como muito perigosos e competentes, bloqueava as polícias.
Era mais do que suficiente ao corporativismo de uns e ao medo de outros, quando não ao comprometimento, para evitar ações policiais contra os milicianos e suas atividades a partir de Rio das Pedras.
O numeroso transporte em vans, controlado por aquela milícia, proporciona às investigações uma informação útil ao levantamento dos elos: os Queiroz têm permissão do comando miliciano para explorar esse serviço, e o fazem.
Se pagam a quota convencionada, é incerto, consideradas as retribuições às honrarias da Assembleia Legislativas patrocinadas por Flávio Bolsonaro para os dois majores.
Presença anotada no gabinete de Bolsonaro na Câmara, para uma filha de Queiroz que exercia sua profissão no Rio. Contradições nos dados de compras e vendas de imóveis por Flávio. Discordâncias entre fatos e as explicações por ele dadas. Os discursos em Brasília e no Rio pró-milícias. Condecoração a milicianos. A intermediação do amigo e “motorista” Queiroz com oficiais PM problemáticos. Empregos para filha e mulher de chefe miliciano, emprego fantasma para outra. As sucessivas derrubadas das explicações defensivas —enfim, nada disso é desconectado.
E o todo não é uma ilha isolada de outras realidades. Não pode ser. Não é crível que seja
Madalena França Via Tijolaço

ONU pede diálogo para evitar conflito desastroso na Venezuela



 
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, pediu nesta quinta-feira (24) um diálogo na Venezuela para evitar um desastre no país depois que o líder oposicionista se autoproclamou presidente interino.
LEIA TAMBÉM:
“O que esperamos é que o diálogo seja possível e evitar uma escalada que nos levaria a um tipo de conflito que poderia ser um desastre para o povo da Venezuela e para a região”, afirmou no Fórum Econômico de Davos.
Ontem (23), o líder da oposição ao governo legítimo de Nicolás Maduro, deputado Jaun Guaidó, se autoproclamou presidente interino da Venezuela, com o reconhecimento dos Estados Unidos e de outros países, incluindo o Brasil.
Com informações do Uol
Madalena frança via Esmael Morais

Bolsonaro recua, defende Flávio, e volta ao centro do escândalo


“Não é justo atingir o garoto, fazer o que estão fazendo com ele, para tentar me atingir. O Brasil vai muito bem e nós não recuaremos no nosso propósito de fazer o Brasil e colocar no lugar de destaque que ele merece. Ao meu filho, aquele abraço. Fé em Deus que tudo será esclarecido, com toda certeza.”
A fala de Jair Bolsonaro, em mais uma entrevista “amestrada” a TV Record, desfez tudo o que ele havia dito pela manhã à Bloomberg.  Já não é o “se errou, que pague”de antes: agora é, de novo, “o assunto é comigo”.
Aceite-se, portanto, a vontade do Presidente e tome-se tudo o que fizer “o garoto” – de resto, à beira de completar 38 anos – como algo que atinja o pai. Inclusive os negócios, as promiscuidade com as milícias envolvidas, como sugerem as investigações policiais,  com extorsão e assassinatos.
Não são “terceiros”, aliados ou apoiadores do ex-capitão, mas o núcleo familiar que ele colocou na política e de onde veio boa parte de sua sustentação eleitoral, nos primeiros tempos de sua aventura.
Fabrício Queiroz não era um ilustre desconhecido, nem figura afastada, mas íntimo o suficiente para pegar-lhe R$ 40 mil emprestados, de boca e para empregar a parentalha nos gabinetes bolsonarianos.
O comportamento errático de Jair Bolsonaro mostra que não há uma estratégia de enfrentamento da crise provocada por este escândalo.
Das maracutaias de Fabrício Queiroz chegou-se aos negócios imobiliários de Flávio e que  o caudal vergonhoso recebeu o afluente das milícias e de ex-PMs criminosos, que ganhavam o “bolsa-milícia” em seu gabinete, já há mais do que simples suspeitas, há fatos.
“Fé em Deus” não resolve sem que haja confissão dos pecados, que nenhum deles admite.
Resta saber quem abençoava suas trampolinagens. E se elas se enroscavam, por gosto ou conveniência, com as atividades de criminosos.
O mais constrangedor, porém, seja o presidente de um país afundado na miséria e na crise , mais do que o compreensível  defender o filho, dizer que “O Brasil vai muito bem”.
PS: Na entrevista, Bolsonaro fala uma frase sensacional, reveladora do que foi a sua fala em Davos: “Em poucos minutos, demos uma retrospetiva do Brasil do futuro”. Assista aqui.https://youtu.be/xM4nh0QDu0M?t=47
Madalena França via Tijolaço

Sancionada lei contra abuso sexual de crianças e jovens atletas

  O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a lei que estabelece diretrizes para prevenir e combater abusos sexuais co...