A pressa é muito amiga das intenções.
Não era algo urgente, mas certamente era algo muito conveniente.
Portanto, Jair Bolsonaro delegou e Hamílton Mourão assinou decreto permitindo que não apenas um grupo muito restrito de autridades – presidente da República, vice-presidente, ministros de Estado, comandantes das Forças Armadas e chefes diplomáticos – pudessem limitar o acesso à informação dos atos de governo.
Estendeu o poder para “maçanetas” de segundo e de terceiro escalão, que agora podem, sem os ônus políticos que seus chefes teriam, carimbar “reservado”, “secreto” ou “ultrassecreto” a papeis cujo conteúdo ficará fora do alcance do público por até 25 anos.
Isso enquanto o ministro da Justiça, que considera que devam ser de conhecimento público até escutas não-autorizadas do telefone da Presidente da República passeia em Davos…
Uma bela maneira de cumprir o que ele está prometendo em Davos, acabar com a corrupção: tornando secreta a informação que ermita ao cidadão e à imprensa chegar a ela.
Taí, é a velha máxima sendo posta em prática: o que os olhos não vêem é corrupção que não se sente.
Ou ainda o que pregava o físico Niel Bohr, um dos gênios da física quântica: “Nenhum fenômeno é fenômeno até ser observado.”
Talvez, porém, a razão seja a de que permaneça entre poucos o que poderia causar constrangimento fora da “turma”.
A versão governamental do “acuenda o pajubá” oficial, a bobagem inserida na prova do Enem sobre o “dialeto secreto” gay que virou cavalo de batalha presidencial.
Madalena França via Tijolaço
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