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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Bolsonaro recua, defende Flávio, e volta ao centro do escândalo


“Não é justo atingir o garoto, fazer o que estão fazendo com ele, para tentar me atingir. O Brasil vai muito bem e nós não recuaremos no nosso propósito de fazer o Brasil e colocar no lugar de destaque que ele merece. Ao meu filho, aquele abraço. Fé em Deus que tudo será esclarecido, com toda certeza.”
A fala de Jair Bolsonaro, em mais uma entrevista “amestrada” a TV Record, desfez tudo o que ele havia dito pela manhã à Bloomberg.  Já não é o “se errou, que pague”de antes: agora é, de novo, “o assunto é comigo”.
Aceite-se, portanto, a vontade do Presidente e tome-se tudo o que fizer “o garoto” – de resto, à beira de completar 38 anos – como algo que atinja o pai. Inclusive os negócios, as promiscuidade com as milícias envolvidas, como sugerem as investigações policiais,  com extorsão e assassinatos.
Não são “terceiros”, aliados ou apoiadores do ex-capitão, mas o núcleo familiar que ele colocou na política e de onde veio boa parte de sua sustentação eleitoral, nos primeiros tempos de sua aventura.
Fabrício Queiroz não era um ilustre desconhecido, nem figura afastada, mas íntimo o suficiente para pegar-lhe R$ 40 mil emprestados, de boca e para empregar a parentalha nos gabinetes bolsonarianos.
O comportamento errático de Jair Bolsonaro mostra que não há uma estratégia de enfrentamento da crise provocada por este escândalo.
Das maracutaias de Fabrício Queiroz chegou-se aos negócios imobiliários de Flávio e que  o caudal vergonhoso recebeu o afluente das milícias e de ex-PMs criminosos, que ganhavam o “bolsa-milícia” em seu gabinete, já há mais do que simples suspeitas, há fatos.
“Fé em Deus” não resolve sem que haja confissão dos pecados, que nenhum deles admite.
Resta saber quem abençoava suas trampolinagens. E se elas se enroscavam, por gosto ou conveniência, com as atividades de criminosos.
O mais constrangedor, porém, seja o presidente de um país afundado na miséria e na crise , mais do que o compreensível  defender o filho, dizer que “O Brasil vai muito bem”.
PS: Na entrevista, Bolsonaro fala uma frase sensacional, reveladora do que foi a sua fala em Davos: “Em poucos minutos, demos uma retrospetiva do Brasil do futuro”. Assista aqui.https://youtu.be/xM4nh0QDu0M?t=47
Madalena França via Tijolaço

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