A TV Globo precisou mais de um ano e meio para confirmar a notícia que o leitor sempre encontrou aqui no Blog do Esmael: a fome e o desemprego são chagas anteriores à pandemia, produtos da falta de governo e de escolhas de Jair Bolsonaro que favorecem especuladores em detrimento do desenvolvimento nacional. As reformas trabalhista e previdenciária agravaram a crise com o subemprego, a precarização da mão de obra, o aviltamento dos salários, a institucionalização da semiescravidão no País.
Dito isso, uma reportagem do Jornal Nacional, na noite de quinta-feira (19/08), corroborou a tese do Blog do Esmael segunda qual a crise econômica é anterior à pandemia iniciada em março de 2020. De acordo com a televisão dos Marinho, citando pesquisa do IBGE, 41% já tinham dificuldade para se alimentar no Brasil nesse período.
Antes de os bolsonaristas disseminarem mentiras, mais um esclarecimento: Jair Messias Bolsonaro já era o presidente da República antes da pandemia e os alertas de que a situação econômica iria piorar eram anteriores à chegada do vírus; a diabólica degradação e empobrecimento dos brasileiros é, portanto, uma construção que vem desde 2016 com o golpe de Michel Temer (MDB), de quem o atual mandatário tem inestimável apreço.
Sem citar o nome do ministro da Economia, a matéria de 4 minutos mostrou que a Globo teve desacerto no passe de dança com Paulo Guedes. Pode ser que voltem acertar o ritmo, mas, nesses momentos de dissenso, a emissora acaba cumprindo sua função social que é bem informar a sociedade.
Durante um ano e meio, esta página vem mostrando o enriquecimento de banqueiros e fundos de especulação –que roubam nosso orçamento público– enquanto aumenta o exército de famintos, que dependem de ajuda do poder público para sobreviverem. Famílias inteiras, antes empregadas, agora são sem tetos; trabalhadores foram pejotizados e transformados em semiescravos de aplicativos [uberização]; o Brasil é a nação que mais tem desocupados no planeta: oitenta milhões de pessoas, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho).
O Jornal Nacional revelou a carestia, que tira os produtos da cesta básica dos brasileiros. Farinha, óleo de soja, feijão, carnes, são uma abstração para a metade da população. O consumo de açúcar, arroz, leite e biscoito miragens são um sonho a ser alcançado para muitos em situação de fome.
E o que o governo Jair Bolsonaro (sem partido) faz, em conluio com Guedes, ministro dos bancos? Ora, transferem trilhões de reais dos cofres públicos para os banqueiros. Tudo à luz do dia. Sem a amolação do Ministério Público, do Congresso Nacional e da velha mídia. Os jornalões não avançam mais nessa pauta econômica porque eles são hoje, em sua maioria, braços de fundos de investimentos ou propriedade de casas bancárias importantes.
A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE afirma que 41% as pessoas não conseguiam o básico para sua alimentação. Em números absolutos, considerando a população de 211 milhões, antes da pandemia 86,6 milhões de irmãos e irmãs passavam fome. Agora, no desgoverno, a situação deve estar mais grave.
O auxílio emergencial de R$ 250 é um acinte diante da carestia e da roubalheira nas gôndolas dos supermercados, do juros altos, e da falta de crédito barato.
É por tudo isso que ou Bolsonaro renuncia ou o povo tira ele de lá pelo voto, em 2022, já que o Congresso se acovardou e não abre o impeachment; o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não cassa porque também faz política…