‘Quem mandou matar Bolsonaro?‘ Trata-se de uma patológica pergunta. Um prestador de serviço arriscou a resposta para mim: “Zé Dirceu e o PT”. Confesso que ontem eu nem sabia da treta, mas seu “Seu Gumercindo” [nome fictício] já tinha recebido a “informação” pelo WhatsApp. Nas redes sociais virou a hashtag #QuemMandouMatarBolsonaro.
A máquina de fake news e de ódio está em pleno funcionamento. Foi deflagrada nesse episódio pelo deputado bolsonarista Carlos Jordy (PSL-RJ) e reverberado na Câmara pelo deputado Bibo Nunes (PSL-RS).
A meu ver, não é caso de impeachment, cassação ou prisão. Mas sim de internação.
Faltando menos de um mês para completar três anos da facada, os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reavivam o tema. Isso anima a torcida antipetista, anti-Lula e anti-Brasil. É mais uma cortina para esconder a falta de governo no País.
O ex-ministro José Dirceu fazia uma análise de conjuntura numa live quando disse que “se a Dilma governasse até o final do governo dela e o Lula sendo candidato em 2018, nós venceríamos a eleição. Aliás, ele venceria em 2018 com tudo que aconteceu ou, em liberdade, elegeria o Haddad… A possibilidade era grande, podia acontecer qualquer fato como acontece às vezes que impedisse isso, ou erros nossos, como foi a facada ao Bolsonaro”.
Os parlamentares bolsonaristas distorceram a fala de Dirceu. Eles quiseram entender que “José Dirceu tem que ser investigado urgentemente por essa declaração de que foi um erro “nosso” a facada em Bolsonaro”. No entanto, o ex-ministro não se referia à facada como um “erro nosso”, mas sim como um fato imprevisível.
“Minha fala é uma lista de fatos imprevisíveis na política, que poderiam impedir a eleição do Lula ou do Haddad em 2018. Dentre eles, possíveis erros nossos E a facada em Bolsonaro. Coisas diferentes, compondo a mesma listagem de fatos imprevisíveis”, tuitou Dirceu, no Twitter.
A Polícia Federal já descartou a hipótese de um complô para matar Bolsonaro e afirmou em inquérito já encerrado que o agressor, Adélio Bispo, agiu sozinho. Ou seja, a tentativa de homicídio foi obra de um “lobo solitário” e que não houve uma organização por trás como insistem os bolsonaristas.
A fake news ganhou o Brasil, inclusive “Seu Gumercindo”, em Curitiba, porque o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) compartilhou a notícia falsa nas redes sociais. O filho do presidente exerce a linha de comando na disseminação das mentiras nas redes sociais.
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