Rede Brasil Atual - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (10) na Assembleia Legislativa de São Paulo que se for reeleito para a presidência do país em 2018 seu futuro governo vai começar com a regulação dos meios de comunicação, entre as primeiras medidas."Vamos fazer melhor neste país a começar pela regulação dos meios de comunicação", afirmou ao fim do seu discurso na cerimônia de posse Luiz Marinho, o novo presidente estadual do partido.
Lula fez a afirmação depois de defender que é preciso governar para os mais pobres do país. "A gente pode ter uma sociedade mais justa, mais igual, uma sociedade onde todo mundo possa subir um degrauzinho. A gente não quer tirar nada deles, o que nós queremos é que o pobre vá subindo, vá subindo... Como é bom a gente ter emprego, como é bom a gente receber o salário do final do mês, como é bom a gente poder comprar as coisas para dentro de casa, poder comprar presente para os filhos. Não tem coisa mais triste do que levantar de manhã e não ter o que comer em casa", afirmou. "E hoje, na rua, lá em São Bernardo do Campo voltou a ter criança na rua pedindo esmola", destacou ainda referindo-se aos moradores de ruas e pessoas sem direitos em todo o país.
O ex-presidente também destacou que a hipótese de um novo governo popular no país terá a missão de restituir os direitos e a seguridade social ameaçada com os projetos do governo de Michel Temer. "Quando chegar lá vamos ter que enfrentar uma guerra para desmontar a desgraceira que eles estão fazendo lá", afirmou, referindo-se aos projetos e medidas do governo, como as reformas trabalhista e da Previdência. "Quero que você saibam que minha vontade de brigar é muito grande", afirmou.
No começo do discurso, Lula destacou que a sociedade brasileira não pode ser tomada pela desesperança. "E o Brasil neste momento está precisando do PT. Nunca o Brasil precisou tanto do PT como agora", afirmou em meio a aplausos.
O ex-presidente falou também sobre a importância da educação voltar a ser acessível no país. Deu como exemplo o fato de que um curso de medicina no país em escola particular tem mensalidade em torno de R$ 6 mil, o que impede que filhos de trabalhadores possam seguir a carreira médica. "Todos deveriam ter as mesmas oportunidades e que vença aquele que estudar mais", disse Lula. "O papel do Estado é dar oportunidade", defendeu ainda. "Eu só quero que a filha da empregada doméstica tenha a mesma oportunidade que a filha da patroa", afirmou.
Referindo-se à Lava Jato, o ex-presidente afirmou que "não é o Lula que está em julgamento, o que o Lula está passando é pouco diante de milhões e milhões de brasileiros". Ele destacou que a situação de desemprego que o país enfrenta faz com que famílias inteiras estejam desempregadas neste momento. "E não há perspectiva por mais que setores da imprensa defendam que está tudo maravilhoso", continuou.
Ironia com Miriam Leitão
"Não posso nem falar de candidatura porque o Ministério Público quer me processar por antecipação de campanha, mas eu quero dizer que se um dia, se Deus quiser e o povo brasileiro assim desejar, e eu voltar, eu vou chamar a Miriam Leitão (jornalista de economia da Rede Globo) para ser a minha ministra da Fazenda. Eu nunca vi ninguém dar mais palpite errado do que essa mulher. Eu sinceramente não sei como a Globo mantém uma pessoa que não acerta uma", afirmou com ironia, provocando risos da plateia.
Sobre as alegações finais do Ministério Público em seu processo na Lava Jato, Lula disse que "vocês vão perceber que se houver Justiça neste país deviam pedir a condenação dos procuradores da Lava Jato. Não pode pessoas criarem uma imagem como eles estão criando". Ele também disse que "o que está em julgamento não é o Lula, o que está em julgamento é uma coisa que o povo julgou e aprovou, o meu governo com 87% de apoio quando eu deixei a presidência".