O Brasil retrocedeu na tabela de prestígio mundial elaborada pelo "Reputation Institute", ficando atrás da Argentina, que na última terça-feira (15) foi visitada pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, como parte de uma viagem regional que excluiu Brasília.
A "crise institucional" que afeta o gigante latino-americano liderado pelo presidente Michel Temer, influenciou a queda de sua reputação entre analistas e empresários consultados pela instituição.
Com escritórios nos Estados Unidos e em outros países, o Reputation Institute, fundado em 1997, produz relatórios que são publicados normalmente por mídias influentes como a revista norte-americana Forbes. De acordo com o "Country Rep Trak", segundo informou nesta quarta-feira (16) a imprensa brasileira, o Brasil ocupa o 31º lugar na "reputação" internacional enquanto que em 2015 ocupava a 26ª posição.
Por sua vez, a Argentina, aparece em 30º lugar, enquanto que o Chile ocupa a 29ª posição, mantendo o mesmo local que estava há dois anos.
O analista internacional Daniel Buarque disse que a queda do Brasil havia sido influenciada por outras agências privadas como a Consultora internacional Portland, a qual havia mencionado a perda de "sof power" da política externa brasileira.
Este relatório considera a imagem externa, a autoestima dos brasileiros, a credibilidade de suas instituições e sua atuação econômica, entre outras variáveis.
Se o foco é sobre a diplomacia, será constatado que o governo de Temer tem tido um desempenho pior do que outros governantes da região. O mandatário argentino Mauricio Macri recebeu Pence na última terça-feira (15) em Buenos Aires, com quem discutiu a crise na Venezuela.
Macri e Temer compartilham uma postura igualmente críticas contra o governo de Nicolás Maduro, e disseram isso na recente reunião de chefes de Estado do Mercosul realizada na Argentina.
Para alguns especialistas, deve ser levado em conta que o representante de Donald Trump viajou para Buenos Aires para tratar sobre os problemas venezuelanos, após uma escala em Bogotá. Desde o ano passado, vários líderes mundiais viajaram para a América Latina como a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, que fez paradas na Argentina, México, Colômbia e Chile, e excluíram Brasília.
No mês passado, o jornal "Folha de São Paulo" informou que a Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, publicou um ranking de "soft power" em que o Brasil ocupava a 29ª posição em uma lista de 30 países.
Entretanto, o "Country Rep Trak" publicou que o país latino-americano mais bem colocado foi o Peru, que ficou em 25º lugar. Atrás dos peruanos, o Chile aparece em 29º, a Argentina em 30º e o Brasil em 31º lugar. Já o México ficou em 37º e a Venezuela em 39ª.
Nos cinco primeiros lugares do relatório aparecem Canadá, Suíça, Noruega, Austrália e Nova Zelândia.