De Marisa Gibson, hoje, na sua coluna DIARIO POLÍTICO
Assim como é difícil vencer uma eleição contra um governador que concorre à reeleição, não é fácil governar e disputar a reeleição tendo como adversário o governo federal. E esse talvez tenha sido um vacilo do PSB ao declarar guerra aberta ao Governo Temer, ameaçando com expulsão socialistas aliados do Palácio do Planalto. Hoje, a pouco mais de um ano da eleição, o governador Paulo Câmara (PSB) começa a ser sufocado por adversários que, até pouco tempo, estavam ao seu lado.
A solenidade, ontem, para entrega de casas pelo ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), em Caruaru, mostrou até onde a oposição pode chegar em 2018: a formação de uma nova e grande frente, fórmula a que recorreu Jarbas Vasconcelos para derrotar Miguel Arraes em 1998, e Eduardo Campos contra o grupo de Jarbas no segundo turno, em 2006.
Nessa fase pós-denúncia do presidente Michel Temer (PMDB), o vice-governador Raul Henry (PMDB) já perdeu o lugar de interlocutor do governo federal no estado, abrindo espaço para os quatro ministros pernambucanos Bruno Araújo (PSDB), Mendonça Filho (DEM), Raul Jungmann (PPS), e Fernando Filho (PSB), que vêm demarcando seus espaços com obras e entregas, fundamentais para qualquer projeto majoritário.
O grupo político que se reuniu em Caruaru pode até não chegar a uma grande frente, mas vontade e disposição não faltam. Basta ver o chamamento do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) ao lado do senador Armando Monteiro Neto (PTB) e diante de mais de 50 prefeitos: “Há algum tempo Caruaru e Petrolina se uniram para dar uma reviravolta na política do estado. Oxalá, Caruaru e Petrolina façam nova aliança.”
Ao afastamento dos Coelho, o Palácio das Princesas deve somar consequências do convite feito por Paulo para Mendonça e Bruno deixarem a Frente Popular em 2016, assim como a mágoa dos Lyra, expelidos do PSB na sucessão de Caruaru e, por fim, as retaliações de um presidente ferido, Michel Temer.