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Foto: Rennan Peixe/ Divulgação |
No próximo dia 29 de setembro está prevista para ser iniciada a construção, na zona rural de Surubim, da primeira escultura gigante em homenagem a Frei Caneca, nas proximidades por onde ele passou com suas tropas em direção ao Ceará, em 29 de setembro de 1824. O religioso registrou em um diário os momentos em que esteve com suas tropas no atual distrito de Chéus, fugindo da perseguição de Dom Pedro I. Frei Caneca foi líder da Confederação do Equador, movimento revolucionário iniciado em Pernambuco, em 1824, e que se espalhou pelo Nordeste contra o autoritarismo do imperador.
O projeto é do artista plástico surubinense Severino labá, criador do Memorial dos Severinos, uma obra de arte composta por 10 esculturas gigantes dedicadas ao mamulengo e as vidas severinas do mundo, localizada em Lagoa Nova, também na área rural de Surubim.
A obra, feita em concreto, terá cinco metros de altura por um metro de largura e será construída na Fazenda Cachoeira do Taépe, local não muito distante de onde Frei Caneca e seus comandados estiveram.
A construção contará com a participação do Mestre Joel Severino, irmão de Severino Iabá, dos proprietários da Fazenda Cachoeira do Taépe e de moradores locais.
A inauguração, com um evento cultural, está prevista para o dia 13 de janeiro de 2025, data que marca os 200 anos da morte de Frei Caneca. Na ocasião, além do religioso, serão realizadas várias homenagens, entre elas ao ator e dramaturgo José Pimentel (1934-2018), que criou e encenou a peça teatral “O Calvário de Frei Caneca”. Também será registrada em uma placa, o nome de todos que participaram e colaboraram para a realização da obra.
Iabá informa que pessoas ou empresas interessadas em apoiar a construção, podem entrar em contato com ele pelo telefone (31) 99171-1314 ou ainda com Mareval pelo número (81) 9-9678-9058, da Fazenda Cachoeira do Taépe.
Inspiração
Este projeto de arte pública, criado por Severino labá, é inspirado nos ideais e nas lutas libertárias e democráticas de Frei Caneca. Ele dialoga com outras obras do artista, criadas em Minas Gerais, como Terra do Sol, há vida… há morte (1997), Fome Nunca Mais (1999) e, mais recentemente, A Degola ( 2017).
A decisão de construir essa estátua em sua terra natal, segundo o artista, foi motivada pelos recentes comentários feitos pelo produtor cultural João Marcelo, do filme “Cabocolino” sobre Frei Caneca. Também influenciou o fato do artista ter assistido, no Recife, em 13 de janeiro de 1982, a peça “O Calvário de Frei Caneca”. Mas não foi só por isso, conta Iabá. O fator decisivo foi ele ter conhecido, anos atrás, por meio dos escritos do artista plástico e escritor Fernando Guerra, o diário de campanha de Frei Caneca, onde é descrito em detalhes o itinerário percorrido com suas tropas da Confederação do Equador, no Agreste Setentrional de Pernambuco, margeando o Rio Capibaribe, em terras que hoje pertencem ao município de Surubim.
Na passagem por esta região, houve um forte combate contra as forças imperiais, no lugarejo de Couro D’antas, atualmente integrado ao município de Riacho das Almas.
Do Correio do Agreste