A Polícia Federal (PF) afirma em relatório que se tornou público nesta segunda-feira, que o dinheiro arrecadado com a venda das joias sauditas pode ter custeado as despesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sua família nos Estados Unidos, após perder a eleição presidencial de 2022, na data de 30 de dezembro de 2022.
“Tal fato indica a possibilidade de que os proventos obtidos por meio da venda ilícita das joias desviadas do acervo público brasileiro, que, após os atos de lavagem especificados, retornaram, em espécie, para o patrimônio do ex-presidente, possam ter sido utilizados para custear as despesas em dólar de Jair Bolsonaro e sua família, enquanto permaneceram em solo norte-americano”, diz o relatório.
A conclusão se deu depois de análise das movimentações financeiras do ex-presidente no Brasil e nos EUA pela corporação. Segundo a PF, pôde-se inferir, a partir da análise, que Bolsonaro não utilizou recursos financeiros depositados em suas contas bancárias no Banco do Brasil e no BB América para custear seus gastos durante sua estadia nos Estados Unidos. “A utilização de dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas é uma das formas mais usuais para reintegrar o ‘dinheiro sujo’ à economia formal, com aparência lícita”, diz o relatório
Na última sexta-feira, a PF indiciou o ex-presidente e outras 11 pessoas no inquérito que apura a venda ilegal de joias da Arábia Saudita no exterior. A corporação concluiu haver indícios de crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro, e apropriação de bens públicos. No início da tarde desta segunda-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, retirou o sigilo do caso (Pet 11.645) e abriu prazo para análise da Procuradoria Geral da República, que terá 15 dias para se manifestar.
Madalena França via Magno Martins
Com informações do Poder 360.
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