23 de Março de 2018 |
Dessa vez a culpa não foi do estagiário que ligou o disjuntor errado. O buraco é bem mais embaixo. O apagão que deixou no escuro estados do norte e nordeste do país na terça(21), com impactos também em algumas cidades da região Sul, foi provocado pela empresa privada chinesa State Grid — que opera Belo Monte/Furnas. A queda de energia, a maior desde dos apagões diários do governo de FHC, é um sinal de alerta para os riscos da privatização do parque elétrico do país — uma apetitosa fatia de ativos que atiçou a cobiça das corporações transnacionais atuantes no mercado do setor.
De acordo com informações coletadas entre os trabalhadores do Sistema Eletrobras, a falha começou em uma linha de transmissão operada pela empresa privada chinesa State Grid, que opera Belo Monte/Furnas, após a realização de testes em pleno horário comercial. Os trabalhadores, via grupos de whatsapp, explicaram que para a Eletronorte ou qualquer outra operadora da Eletrobras fazer um “reaperto” em qualquer conexão de proteção é preciso trabalhar à noite, no feriado ou num domingo de madrugada.
“Mas eles fizeram um teste como esse em circuitos com 4GW no horário comercial”, denunciam. Para se ter uma ideia da dimensão do problema causado, o diretor do Sindicato dos Eletricitários de Campinas e Região (Sinergia), Wilson Marques de Almeida, explica que o sistema brasileiro é todo integrado pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) e uma pane como essa afeta todo sistema. O único estado que não tem essa interligação é Roraima, que recebe energia da Venezuela.
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