Alegando "suposto alinhamento ao PT", Michel Temer rasga a constituição e não nomeia reitor da UFABC eleito com quase a unanimidade dos votos. Comunidade acadêmica manifesta preocupação
Eleito por ampla maioria dos professores, alunos e funcionários da da Universidade Federal do ABC (UFABC) em novembro, o então vice-reitor, Dácio Roberto Matheus, deveria ter sido nomeado para comando da instituição até o início de fevereiro. Ignorando o protocolo e alegando falhas burocráticas no processo eleitoral, o ministério da Educação estendeu por tempo indeterminado a gestão do antecessor Klaus Capelle.
Segundo informações do Diário do Grande ABC, o presidente Michel Temer (MDB) cogita barrar em definitivo a nomeação do candidato mais votado por suposto alinhamento ao PT.
Em carta aberta, a comunidade acadêmica da UFABC manifesta preocupação com o atraso na nomeação do novo reitor. Assinada por estudantes, professores e funcionários lembram que “Dácio tornou-se o primeiro da lista em um cenário em que os dois outros nomes receberam apenas um voto“.
Para a presidenta do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFABC, Isis Mustafá, diz que “não faz sentido que o MEC não tenha nomeado ainda“. Ela também afirmou que a não oficialização do nome escolhido pela comunidade acadêmica representa “ruptura” do processo democrático. “De que vale o voto, afinal?“, questiona a representante dos estudantes, em entrevista ao repórter Leandro Chaves, para o Seu Jornal, da TVT.
Caso USP
Em 2009, o então governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ignorou o primeiro colocado nas eleições na Universidade de São Paulo (USP), Glaucius Oliva, e nomeou João Grandino Rodas, que tinha ficado em segundo lugar. Ainda hoje há descontentamento com o processo eleitoral, que exclui a participação de docentes, alunos e funcionários, diferentemente do que ocorre na UFABC.
Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT:
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