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quarta-feira, 14 de março de 2018

Protesto de professores municipais tem tumulto em frente à Câmara de SP

Manifestantes tentavam entrar no prédio para acompanhar audiência sobre projeto da 

reforma da Previdência de funcionários públicos municipais.

Por G1 SP, São Paulo
 

Professora fica ferida durante tumulto na  Câmara e é socorrida por bombeiro (Foto: Suamy Beydoun/Estadão Conteúdo)Professora fica ferida durante tumulto na  Câmara e é socorrida por bombeiro (Foto: Suamy Beydoun/Estadão Conteúdo)
Professora fica ferida durante tumulto na Câmara e é socorrida por bombeiro (Foto: Suamy Beydoun/Estadão Conteúdo)
O protesto realizado por professores municipais em frente à Câmara Municipal de São Paulo nesta quarta-feira (14) teve confusão entre manifestantes, guardas-civis e policiais militares. Houve tentativa de invasão e vidros da Casa foram quebrados. Bombas de gás lacrimogênio foram lançadas pela Polícia Militar.
O ato é contra a reforma da Previdência de servidores municipais. De autoria da gestão de João Doria (PSDB), o projeto de lei pretende, entre outros pontos, aumentar a alíquota básica de 11% para 14% (saiba mais abaixo). Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, o tema faz parte da pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que ocorre nesta quarta.
Protesto de professores municipais acaba em tumulto em frente à Câmara de SP
Doria, que participa de evento no Fórum Econômico Mundial para a América Latina, condenou o que chamou de 'invasão' da Câmara e disse que houve excesso da Guarda Civil Metropolitana.
O protesto fechou o Viaduto Jacareí. Parte dos manifestantes pôde entrar na Casa para acompanhar a sessão aberta, mas a maioria ficou de fora.
Por volta das 14h, os manifestantes que ficaram de fora tentaram entrar no prédio, mas foram impedidos pelos guardas e por PMs.
Professores tentam invadir Câmara de São Paulo durante protesto
Houve confronto e bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral foram jogadas. Um grupo usou os gradis para tentar quebrar os vidros da porta da Câmara, que são blindados.
O confronto seguiu no Viaduto Jacareí. Os manifestantes jogavam pedras e os PMs, bombas. A maior parte dos manifestantes se dispersou, mas a via seguia fechada às 15h20 por causa de pequenos focos de conflito.
Houve tumulto também no interior da Casa, com ao menos uma manifestante ferida.
Em nota, a presidência da Câmara Municipal de São Paulo informou que foi "garantido o debate democrático do PL 621/16. Tanto que assegurou o acesso de manifestantes ao plenário onde ocorria a reunião da CCJ e ao auditório externo até a lotação máxima dos dois espaços."
A Câmara vai apurar eventuais excessos das forças de segurança que atuam dentro do Legislativo.
Manifestantes usam faixa na frente da Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)Manifestantes usam faixa na frente da Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)
Manifestantes usam faixa na frente da Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)
Fumaça das bombas de efeito moral lançadas durante ato em frente à Câmara (Foto: NELSON ANTOINE/ESTADÃO CONTEÚDO)Fumaça das bombas de efeito moral lançadas durante ato em frente à Câmara (Foto: NELSON ANTOINE/ESTADÃO CONTEÚDO)
Fumaça das bombas de efeito moral lançadas durante ato em frente à Câmara (Foto: NELSON ANTOINE/ESTADÃO CONTEÚDO)
Professora passa mal após PM usar bombas de gás lacrimogêneo para afastar manifestantes da Câmara Municipal (Foto: Reprodução/TV Globo)Professora passa mal após PM usar bombas de gás lacrimogêneo para afastar manifestantes da Câmara Municipal (Foto: Reprodução/TV Globo)
Professora passa mal após PM usar bombas de gás lacrimogêneo para afastar manifestantes da Câmara Municipal (Foto: Reprodução/TV Globo)
A vereadora Sâmia Bonfim (PSOL) compartilhou a imagem de uma mulher em sua página no Facebook que, segundo ela, é uma “servidora que se manifestava contra o SAMPAPREV” e que “foi espancada pela GCM” durante o protesto.
A sessão que discute a reforma chegou a ser interrompida. Por volta das 15h20 os trabalhos foram retomados, mas sem público e com as portas fechadas.
Às 16h, os vereadores aprovaram a proposta de aumentar a alíquota básica de 11% para 14% na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O PL ainda precisa passar por mais duas comissões para depois ser encaminhado à plenária e ser votado.
Confusão durante protesto de funcionários públicos em frente à Câmara de SP (Foto: Reprodução/TV Globo)Confusão durante protesto de funcionários públicos em frente à Câmara de SP (Foto: Reprodução/TV Globo)
Confusão durante protesto de funcionários públicos em frente à Câmara de SP (Foto: Reprodução/TV Globo)

Doria condena excessos

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), condenou na tarde desta quarta-feira o que chamou de “invasão” da Câmara por professores municipais e disse que houve excesso tanto de manifestantes quanto da Guarda Civil Metropolitana durante a confusão.
Doria deu as declarações em hotel da Zona Sul da capital paulista, após participação no Fórum Econômico Mundial para a América Latina, evento voltado para investidores. Ele conversou com jornalistas instantes após a confusão no Câmara, no Centro da cidade.
Doria condena invasão de professores à Câmara de SP e diz que houve excesso da GCM
“Houve uma invasão, é preciso estar claro. Aliás, não foi um convite [feito aos professores], foi uma invasão, o que não justifica nenhum tipo de violência, nem da parte que invade, nem da parte que é invadida. A Prefeitura, a figura do prefeito, não justifica nem ampara nenhum tipo de invasão, mas condena a invasão”, declarou o prefeito (veja no vídeo acima).
Questionado sobre se acha que houve excesso, o prefeito disse que “houve excesso das duas partes, de quem invadiu e da GCM também”.
Profissionais da rede municipal de ensino tentam invadir o prédio da Câmara (Foto: NELSON ANTOINE/ESTADÃO CONTEÚDO)Profissionais da rede municipal de ensino tentam invadir o prédio da Câmara (Foto: NELSON ANTOINE/ESTADÃO CONTEÚDO)
Profissionais da rede municipal de ensino tentam invadir o prédio da Câmara (Foto: NELSON ANTOINE/ESTADÃO CONTEÚDO)
Policiais militares usam gás lacrimogêneo para afastar manifestantes da Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)Policiais militares usam gás lacrimogêneo para afastar manifestantes da Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)
Policiais militares usam gás lacrimogêneo para afastar manifestantes da Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)
PMs posicionados contra manifestantes na Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)PMs posicionados contra manifestantes na Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)
PMs posicionados contra manifestantes na Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)

Greve

Contrários à proposta, os professores municipais entraram em greve. Segundo a Prefeitura, a paralisação atinge 93% das 1.550 escolas da administração direta, ou seja, que são administradas pela própria Prefeitura com o auxílio de funcionários públicos.
Das unidades de ensino, 46% aderiram à paralisação totalmente, 47% funcionam parcialmente e apenas 7% funcionam normalmente, de acordo com balanço fornecido pela própria Secretaria Municipal de Educação nesta terça-feira (13).
Além dos professores municipais, servidores de outros setores também estão em greve desde o dia 8 de março, como da saúde, da zoonose, do serviço funerário, engenheiros, arquitetos, assistentes sociais, bibliotecários e guardas, segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep).
Senhor que passava pela Câmara Municipal de São Paulo é ferido. Ele disse que não participava da manifestação (Foto: Reprodução/TV Globo)Senhor que passava pela Câmara Municipal de São Paulo é ferido. Ele disse que não participava da manifestação (Foto: Reprodução/TV Globo)
Senhor que passava pela Câmara Municipal de São Paulo é ferido. Ele disse que não participava da manifestação (Foto: Reprodução/TV Globo)
Professora é socorrida após manifestação na Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)Professora é socorrida após manifestação na Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)
Professora é socorrida após manifestação na Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)
Confusão durante ato em frente à Câmara Municipal de SP (Foto: Reprodução/TV Globo)Confusão durante ato em frente à Câmara Municipal de SP (Foto: Reprodução/TV Globo)
Confusão durante ato em frente à Câmara Municipal de SP (Foto: Reprodução/TV Globo)
Porta blindada resiste ao ataque de manifestantes na Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)Porta blindada resiste ao ataque de manifestantes na Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)
Porta blindada resiste ao ataque de manifestantes na Câmara Municipal de São Paulo (Foto: Reprodução/TV Globo)

Reforma municipal

O projeto da reforma da Previdência municipal diz respeito aos servidores públicos paulistanos. Este projeto não tem relação com a proposta do governo federal, que atinge todos os trabalhadores brasileiros.
Ele foi motivado pelo fato de a Prefeitura de São Paulo gastar R$ 1 bilhão por mês com os salários de 120 mil funcionários e outros R$ 650 milhões para as aposentadorias de 97 mil servidores que já saíram da ativa.
Parte dessas aposentadorias é paga pelos servidores ativos, que contribuem com 11% do salário. Outra parte, que responde por 22% do total, é paga pela Prefeitura, que diz que a conta não fecha - e, por isso, precisa tirar dinheiro de outras áreas da administração para garantir os pagamentos.
A Secretaria Municipal da Fazenda calcula que, em 2017, 11% do dinheiro da cidade, ou R$ 4,7 bilhões, foram usados para cobrir o rombo. Como comparação, o total de investimentos foi de R$ 1,1 bilhão.
Segundo a Prefeitura, esse valor só aumenta, e é o principal argumento para o projeto de reforma da Previdência municipal.
O projeto da Prefeitura pretende aumentar a alíquota básica de 11% para 14%. Além disso, o Instituto de Previdência do Município, que cuida das aposentadorias, passaria por mudanças, começando a receber verbas da venda de imóveis públicos e de pagamentos de quem deve para a Prefeitura.
Servidores participam da reunião extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal nesta quarta-feira (14) (Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO)Servidores participam da reunião extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal nesta quarta-feira (14) (Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO)
Servidores participam da reunião extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal nesta quarta-feira (14) (Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO)
A Secretaria de Planejamento diz que, se tudo sair como o esperado, em 20 anos o buraco da Previdência desaparece - o que ajudaria a cidade a ter mais dinheiro para cuidar de outras áreas.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Educação, Claudio Fonseca (PPS), que também é vereador, diz que, ao longo dos anos, a Prefeitura usou o dinheiro da Previdência para outras áreas, chegando até a atrasar repasses, o que fez o rombo crescer.
“Quero saber se a população vai ter a melhoria dos serviços”, diz o vereador, sobre o caso de o projeto passar. Para ele, a gestão usa “um argumento de ocasião, só comparativo, para convencer a sociedade”.

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