Do JC Online
Membros do Partido dos Trabalhadores ficaram surpreendidos com a boa recepção do PSB ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua comitiva, que faz um giro pelo Nordeste, iniciando por Pernambuco. Na visão dos petistas, a reunião deu uma clara sinalização de que as siglas devem aparar arestas para 2022 e estar, mais uma vez, disputando a eleição no mesmo palanque.
"Eu fiquei surpreso positivamente com a reunião com o governador (Paulo Câmara), quatro deputados federais, o presidente estadual do PSB (Sileno Guedes) e o prefeito do Recife (João Campos). Para mim, essa é que é a unidade. Vai quebrando aresta, vai se discutindo. Eu fiquei muito positivamente satisfeito com a conversa. Não se fechou nada. Mas sinalizou os caminhos", afirmou o vice-presidente do PT, deputado federal José Guimarães (CE).
Lula foi recebido por membros do PSB, como o governador Paulo Câmara e o prefeito João Campos, no Palácio do Campo das Princesas, nesse domingo (15). O senador Humberto Costa (PT) participou do encontro e também avaliou positivamente. "Acho que todos os que participaram gostaram bastante. O governador Paulo Câmara abriu inclusive agradecendo o apoio do PT à candidatura dele em 2018. Falou da importância de nós unirmos forças para enfrentar o ano de 2022. E o presidente foi muito claro no sentido de que considera que o que nós estamos vivendo hoje vai exigir uma aglutinação de forças muito grande para tentar recompor o país, reconstruir o Brasil. Na avaliação dele e na nossa, estamos vivendo um processo de deterioração grave e rápida da situação do país. Ele disse que estuda a possibilidade de ser candidato. E se for candidato, gostará de conversar com todos os segmentos da sociedade brasileira. E muito especialmente com o PSB, que é um partido com quem ele e o PT tem uma relação histórica e positiva de muitos anos", afirmou Humberto.
José Guimarães, por sua vez, disse que a conversa foi franca e que há unidade no PT e no PSB em "derrotar o Bolsonaro". De acordo com o deputado, vai haver uma rodada de discussões para discutir com cada estado se há ou não palanque, se tem ou não tem aliança para definir onde o PT terá candidato e onde o PT poderá apoiar alguma candidatura. "Claro que o Nordeste é o nosso oásis. Nós temos que cuidar com todo o carinho de Pernambuco, até porque é a terra do Lula. Aí vocês perguntam se vai ter ou não aliança. Mas vai depender da eleição nacional", destacou o parlamentar.
Eleições 2022
Sobre a eleição de 2022 em Pernambuco, Humberto disse não ter discutido e sobre a eleição nacional ele afirmou que Lula foi quem manifestou o desejo de, no ano que vem, tomar uma posição definitiva sobre candidatura. "Nós aqui do PT em Pernambuco continuamos com a mesma posição. De que nós devemos aguardar uma resolução nacional para, então, abrirmos um debate aqui no Estado. Para nós, a prioridade é construirmos uma aliança nacional e tornar a candidatura do presidente Lula mais forte. E se o PSB estiver conosco, nós vamos abrir também essa discussão aqui em Pernambuco", comentou o senador.
Em 2020, PT e PSB estavam em lados opostos com João Campos de um lado e Marília Arraes de outro. Porém, de acordo com Humberto, Lula deixou claro que o momento é de olhar para frente. "Ele valorizou muito a relação que ele sempre teve com Miguel Arraes, com Eduardo Campos e a que ele tem hoje com o próprio governador Paulo Câmara. Nós não nos aprofundamos muito nessa discussão. Mas eu creio que a ideia nossa é que nós possamos conversar agora daqui pra frente", disse Costa.
Inclusive, questionado sobre críticas que João Campos fez ao PT nas eleições de 2020, Humberto disse que o Brasil está vivendo um momento que está acima de qualquer coisa do passado. "E por essa razão, eu acredito que todo mundo de bom senso vai entender que a gente tem que superar esse episódio e apostar em um novo momento para o país", pontuou.
José Guimarães concordou. "Eu ouvi ontem do presidente Lula e do próprio prefeito do Recife, no jantar, que é olhar para frente. O país emergencialmente pede socorro, ao PT e ao PSB principalmente. Então, não é por conta de uma disputa que teve aqui que nós vamos quebrar a unidade nacional. Na hora do 'vamo ver', nós vamos ter que sentar e discutir. Se for para o bem do país, faremos (aliança)", afirmou.
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