Madalena França via Negócios& informes
O judô brasileiro já conseguiu um desempenho histórico em Santiago 2023. Com mais um ouro de Samanta Soares (78kg), uma prata de Rafael Macedo (90kg) e três bronzes de Kayo Santos (100kg), Rafael Silva (+100kg) e Beatriz Souza ( 78kg), a modalidade chegou a sete ouros, duas pratas e seis bronzes, 15 medalhas no total, superando o recorde anterior tanto na quantidade total de pódios quanto no número de campeões. Na edição Guadalajara 2011, a melhor até então, o país conquistou seis ouros, três pratas e quatro bronzes, totalizando 13 medalhas.
E esse número ainda pode melhorar já que o Brasil disputa a competição por equipes mistas nesta terça, 31, e vai em busca de mais um pódio. A primeira final do dia colocou frente a frente Rafael Macedo (90kg) e Ivan Silva Morales, de Cuba, vice-campeão em Toronto 2015 e ouro em Lima 2019. O brasileiro tentou aplicar o golpe que não deu certo e acabou apoiando a cabeça no tatame. Na revisão do lance, a arbitragem considerou o movimento irregular e eliminou o brasileiro.
Na segunda decisão do dia, Samanta Soares (78kg) enfrentou a promessa Sairy Colon, de Porto Rico, de apenas 20 anos, vice-campeã pan-americana júnior esse ano. E não deu chance para a adversária, aplicando um waza-ari e controlando o combate até o final.
“E na final, eu nunca tinha lutado num ginásio com as pessoas chamando o meu nome, gritaria. E, ao mesmo tempo em que você quer focar na luta, você fica ouvindo as pessoas e pensa – meu deus! É surreal, mas consegui focar e minha técnica falava para ter calma que iria dar certo e foi muito legal. Estou muito feliz”, analisou Samanta, que teve que se superar para chegar aos Jogos
Na sequência, foi a vez do jovem Kayo Santos (100kg), classificado para Santiago por ter sido campeão em Cali 2021, enfrentar o cubano Leister Cardona e conseguir uma vitória relâmpago. Com apenas 23s de combate, projetou o adversário no que valeu o ippon e encerrou o combate, garantindo o lugar no pódio.
“Foi uma mistura de emoções. Uma competição que comecei bem, mas na semifinal acabei errando por um detalhe contra o chileno. Minha cabeça ficou uma bagunça por eu saber que tinha chance de estar na final. Mas daí me concentrei, esqueci aquela luta e vim com tudo para conquistar o bronze”, contou Kayo, citando um lance em que teve a chance de projetar Thomas Briceño na semifinal, mas fez um movimento errado e permitiu ao chileno o imobilizar e vencer o combate. Na mesma categoria, Leonardo Gonçalves também lutou pelo bronze, mas acabou derrotado por Francisco Balanta, da Colômbia.
A penúltima medalha individual veio com Beatriz Souza ( 78kg). Depois de ser superada nas quartas-de-final por Idalys Ortiz num combate que foi considerada uma final antecipada, ela se recuperou e venceu Yuliana Bolivar (Peru) e Amarantha Urdaneta (Venezuela) por ippon para garantir o lugar no pódio.
E o último pódio brasileiro foi do gigante Rafael Silva “Baby”, dono de duas medalhas olímpicas. Ele foi derrotado nas quartas-de-final pelo cubano Andy Granda, num confronto que era projetado para ser pela medalha de ouro, e também voltou para vencer Sergio Del Sol, do México, e Marc Deschênes, do Canadá, por ippon para garantir seu lugar no pódio. É a segunda medalha de Baby em Jogos Pan-americanos, que havia sido prata em Guadalajara 2011.
No final de semana, a modalidade já havia garantido 10 medalhas. Ouro com Aléxia Nascimento (48kg), Michel Augusto (60kg), Larissa Pimenta (52kg), Rafaela Silva (57kg), Gabriel Falcão (73kg) e Guilherme Schimidt (81kg). A prata foi de Daniel Cargnin (73kg) e os bronzes de Amanda Lima (48kg), William Lima (66kg) e Ketleyn Quadros (73kg).
O judô encerra a participação em Santiago 2023 com a disputa por equipes mistas nesta terça, 31.
Com informações do COB | Foto: Gaspar Nobrega/COB
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