João tem 22 anos. Frequentou boas escolas e teve acesso a uma série de oportunidades em educação. Ele cursa engenharia civil na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e tem desejo de ingressar na política. Não seria estranho se João fosse contratado como estagiário de uma construtora ou se envolvesse em grêmios.
Mas João Campos é filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e mesmo antes de concluir o ensino superior será como chefe de Gabinete do Estado, trabalhando diretamente com o governador Paulo Câmara (PSB). E o seu salário líquido? R$ 7.787,43 — vencimento do antecessor Ruy Bezerra.
O chefe de Gabinete é o braço direito do governador nas questões administrativas do estado. É um trabalho que exige qualificação. Para se ter ideia, Ruy Bezerra é formado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife com pós-graduação em Gestão Pública e Controle Externo, pela Universidade do Estado de Pernambuco (UPE) e auditor das Contas Públicas do Tribunal de Contas do Estado (TCE/PE), desde 1996.
As diferenças entre João e Ruy expõem as rachaduras no discurso do próprio pai de João, que construiu ao longo de sua trajetória política um discurso que valorizava a meritocracia. A irmã de João, Maria Eduarda também assumiu um cargo na Prefeitura do Recife, no início de fevereiro.
A ideia de ter um jovem, que ainda não concluiu o ensino superior, em um cargo tão elevado irritou os pernambucanos. Em protesto, a população lançou a hashtag #MeuPrimeiroEmprego para comparar suas experiências. E, claro, elas surgem com salários relativamente baixos e cargos de pouco prestígio. Veja abaixo alguns exemplo:
O chefe de Gabinete é o braço direito do governador nas questões administrativas do estado. É um trabalho que exige qualificação. Para se ter ideia, Ruy Bezerra é formado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife com pós-graduação em Gestão Pública e Controle Externo, pela Universidade do Estado de Pernambuco (UPE) e auditor das Contas Públicas do Tribunal de Contas do Estado (TCE/PE), desde 1996.
As diferenças entre João e Ruy expõem as rachaduras no discurso do próprio pai de João, que construiu ao longo de sua trajetória política um discurso que valorizava a meritocracia. A irmã de João, Maria Eduarda também assumiu um cargo na Prefeitura do Recife, no início de fevereiro.
A ideia de ter um jovem, que ainda não concluiu o ensino superior, em um cargo tão elevado irritou os pernambucanos. Em protesto, a população lançou a hashtag #MeuPrimeiroEmprego para comparar suas experiências. E, claro, elas surgem com salários relativamente baixos e cargos de pouco prestígio. Veja abaixo alguns exemplo:
Zé Moreira
#MeuPrimeiroEmprego foi numa empresa de logística onde meu trabalho era basicamente de "carimbador". Todo dia chegava uma remessa de correspondências (normalmente de cobranças) e encomendas. Então, eu tinha que coletar a remessa no depósito, carimbar, fazer o registro no sistema e despachar para entrega. Além disso, aguentar um chefe muito escroto que não sabia falar sem gritar e uma supervisora que pegava os créditos da equipe para si. Ganhava R$600 por mês pra ajudar a pagar minha faculdade e, às vezes, precisava faltar aula porque estava tendo algum assalto por perto da empresa e não conseguia sair a tempo de pegar o ônibus.
Bella Maia
#meuprimeiroemprego foi numa escola de balé aqui no recife, dando aula de baby class pra crianças de 2 e 3 anos e ganhando 200 reais por mês. depois de passar 3 anos no Rio de Janeiro me formando em dança.
Edilson Silva
#MeuPrimeiroEmprego foi ainda bem novo, criança aliás. Eu tinha uns 9 ou 10 anos e vendia sacolé pelo bairro, numa caixa de isopor. Como sempre fui muito empreendedor, eu mesmo produzia a minha mercadoria, incentivado pelo meu pai que adquiriu um pequeno freezer, as garrafas com as essências de vários sabores e uns fardinhos de saquinhos plásticos. Tenho muito orgulho deste meu passado.
Sem comentários:
Enviar um comentário